quinta-feira, 30 de junho de 2016

MANOEL DE BARROS O FAZEDOR DE AMANHECER - PALESTRA DA ACADÊMICA MÁRCIA PESSANHA NA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS. CONFIRA.

 
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MANOEL DE BARROS
O FAZEDOR DE AMANHECER
CONFERÊNCIA COM MÁRCIA PESSANHA
NA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS.
 
 
ARTE GRÁFICA:
ALBERTO ARAÚJO/FOCUS PORTAL CULTURAL.
 
 
 

O FAZEDOR DE AMANHECER
 
Sou leso em tratagens com máquina.
Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis.
Em toda a minha vida só engenhei 3 máquinas
 Como sejam:
 Uma pequena manivela para pegar no sono
 Um fazedor de amanhecer para usamentos de poetas
 E um platinado de mandioca para
o fordeco de meu irmão.
 
Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias
 automobilísticas pelo Platinado de Mandioca.
 Fui aclamado de idiota pela maioria
 das autoridades na entrega do prêmio.
 Pelo que fiquei um tanto soberbo.
 E a glória entronizou-se para sempre
 em minha existência.

-Poesia de MANOEL DE BARROS.


 
O centenário de nascimento de MANOEL DE BARROS, em 2016, é marcado por inúmeras homenagens. A Academia Niteroiense de Letras, entidade com presença marcante nas atividades culturais e literárias de nossa cidade, em seu quadro SESSÃO ALUSIVA, realizou no dia 22 de junho (quarta-feira), em sua sede na Rua Visconde do Uruguai, 456 - Centro de Niterói - RJ, a conferência/homenagem: MANOEL DE BARROS O FAZEDOR DE AMANHECER.
 
O Tributo a esse que é considerado um dos maiores poetas brasileiro, ficou a cargo da acadêmica e presidente da Casa Horácio Pacheco, Márcia Maria de Jesus Pessanha, que pronunciou expressiva alocução, abordando o tema acima citado.
 
O renomado poeta Manoel de Barros cuja obra impressiona o leitor porque, como dizem os críticos, os poemas de Barros ficarão mais atuais na medida em que o tempo passar. Pois, os seus textos elucidam, com visão aguda e de forma elaborada, os vários aspectos: o cotidiano e a vida de animais regionalistas.
 
Um dos mais aclamados poetas contemporâneos brasileiros. Nascido em Cuiabá em 1916, Manoel de Barros estreou em 1937 com o livro Poemas Concebidos sem Pecado. Sua obra mais conhecida é o Livro sobre Nada, publicado em 1996. Cronologicamente vinculado à Geração de 45, mas formalmente ao Modernismo brasileiro, Manoel de Barros criou um universo próprio — subvertendo a sintaxe e criando construções que não respeitam as normas da língua padrão —, marcado, sobretudo, por neologismos e sinestesias, sendo, inclusive, comparado a Guimarães Rosa.
 
Em 1986, o poeta Carlos Drummond de Andrade declarou que Manoel de Barros era o maior poeta brasileiro vivo. Antonio Houaiss, um dos mais importantes filólogos e críticos brasileiros escreveu: “A poesia de Manoel de Barros é de uma enorme racionalidade. Suas visões, oníricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais, sem fugir a um substrato ético muito profundo. Tenho por sua obra a mais alta admiração e amor”.
 
Seus contemporâneos admitiram o talento do autor, que foi dos mais respeitados na sociedade brasileira letrada do fim do século XX.
 
Foi uma tarde/noite memorável no último dia 22 de junho, onde a Casa de Horácio Pacheco deu mais uma vez a demonstração da sua importância para  cultura e literatura da cidade de Niterói, quando trouxe para ilustrar as suas páginas a conferência Manoel de Barros - O Fazedor de Amanhecer proferida brilhantemente pela professora e acadêmica Márcia Maria de Jesus Pessanha.
 
Esta revista cultural esteve presente e trouxe para você as imagens e o vídeo, clique no link do Canal You Tube do Focus Portal Cultural.

 


 
 
ALGUMAS IMAGENS
 
 
 

Marcia Pessanha - acadêmica
(Momento em que inicia os trabalhos).

Público presente ao evento.

Márcia Pessanha profere a palestra.

Márcia Pessanha profere a palestra
e fala da poesia de Manoel de Barros.
 
Márcia Pessanha profere a palestra.
 

Outra imagem do público presente.

Outra imagem do público presente.

Matide Carone Slaibi Conti - Pres. CFHL.
(Momento em que parabeniza Marcia Pessanha
pela apresentação da palestra).

Sávio Soares de Sousa - acadêmico.
(parabenizando Márcia Pessanha pela palestra).

Sávio Soares de Sousa - acadêmico.
 
 
Márcia Pessanha
(Momento em que encerra a Sessão).
 
 
 
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APOIO CULTURAL
 
 
 

  
ASSUNTO RELACIONADO
 
 
 
 O MENINO QUE CARREGAVA
ÁGUA NA PENEIRA
Poesia de Manoel de Barros
 
 
 
 
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!
 
 
 GIF: ALBERTO ARAÚJO/
FOCUS PORTAL CULTURAL
 
 





COMENTÁRIOS



Prezado Alberto, muitíssimo grata pela bela ilustração da palestra, com imagens tão expressivas de Manoel de Barros, rodeado de pássaros, bem típica do seu estilo e de sua essência poética. Valeu amigo confrade, por mais esta nota de sensibilidade artística.

 

Márcia Pessanha
acadêmica e
presidente em
exercício da ANL.


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Um comentário:

  1. Prezado Alberto, muitíssimo grata pela bela ilustração da palestra, com imagens tão expressivas de Manoel de Barros, rodeado de pássaros, bem típica do seu estilo e de sua essência poética.
    Valeu, amigo confrade, por mais esta nota de sensibilidade artística.

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