Em Filhos da América, Nélida Piñon escreve sobre Machado de Assis e José de Alencar, escritores que considera dois dos principais intérpretes do Brasil na literatura; perfila a atriz Marília Pêra, exalta a escrita de Rachel de Queiroz, saúda a chegada de Antônio Torres à Academia Brasileira de Letras e, entre outros temas, homenageia a amiga Carmen Balcells, que morreu em 2015 e foi agente literária dos maiores escritores da América Latina. Neste que também é um livro sobre memória, Nélida rende tributos à literatura ibero-americana, passeia pela Galiza da sua infância e a que restou na vida dos parentes que com ela vieram para o Brasil, recorda os caminhos que a levaram a escrever livros como A República dos Sonhos, sobre imigração, e Vozes do Deserto, sobre as narrativas árabes, que tem Scherezade como protagonista.
Nos 28 textos que compõem a obra. Este livro é, portanto, um registo das suas experiências, da cultura e das pessoas.
A autora, logo no primeiro texto do livro, “Heródoto e a aprendiz Nélida”, afirma sua admiração pelo sambista paulista Adoniran Barbosa: “Mestre da oralidade. Um criador que ousou usar o nome Iracema, seu grande amor, como pretexto para esclarecer que perdera o retrato da amada, e dela só restara um sapato. Eu teria dado anéis e brincos para ter escrito esta frase”.
Nesse texto, segundo os editores, quase uma introdução para um testamento de sua vida e obra, “Nélida Piñon discorre sobre suas origens, as influências literárias que marcam suas narrativas ficcionais, a inspiração na família e amigos, para criar seus personagens e, entre outras, a relação que mantém com sua dupla cultura: a brasileira e a galega”.
“Perfila a atriz Marília Pêra, exalta a escrita de Rachel de Queiroz, saúda a chegada de Antônio Torres à ABL e, entre outros temas, homenageia a amiga Carmen Balcells, que morreu em 2015 e foi agente literária dos mais destacados escritores da América Latina, entre eles os também seus amigos Gabriel Garcia Márquez, Mario Vargas Llosa e Julio Cortázar. Rende tributo, ainda, à literatura ibero-americana e passeia por sua Galícia da infância”.
Nélida Piñon, escritora, foi a primeira mulher a ocupar a Presidência da Academia Brasileira de Letras no ano do seu I Centenário. Publicou mais de 25 livros e suas obras foram traduzidas em mais de 30 países. Destacam-se, entre outros títulos, os livros de contos Tempo das frutas, O calor das coisas, A camisa do marido, romances A casa da paixão, A república dos sonhos, A doce canção de Caetana, Vozes do deserto, crônicas Até amanhã, outra vez, ensaios Aprendiz de Homero, memórias Coração Andarilho e Livro das horas.
Ao longo de sua carreira, colaborou em publicações nacionais e estrangeiras e proferiu conferências em muitos países. De sua biografia constam diversas condecorações e prêmios nacionais e internacionais como os brasileiros Golfinho de Ouro, Mário de Andrade e Jabuti.
Na esfera internacional, foi a primeira mulher e primeiro autor de língua portuguesa a receber o prestigiado prêmio de Literatura Juan Rulfo, do México, prêmio Menéndez Pelayo, Espanha, prêmio Ibero-Americano de Narrativa Jorge Isaacs, Colômbia. Recebeu o prêmio Puterbaugh Fellow, 2004, oferecido pela Universidade de Oklahoma e a revista The World Literature Today, tornou-se primeiro escritor brasileiro a receber esse galardão.
Pertence a diversas Instituições no Brasil e exterior como Academia Brasileira de Letras, Academia de Filosofia do Brasil, PEN Clube do Brasil e Internacional, Honor Society for International Scholar, da University of Miami, USA, Acadêmica Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, Acadêmica Correspondente da Real Academia de España, Acadêmica Correspondente da Academia Mexicana de La Lengua, e Acadêmica de Honra da Real Academia Galega.
Recebeu diversos títulos de Doctor Honoris Causa, entre eles o das universidades de Poitiers, França, Santiago de Compostela, Espanha, primeira mulher em 503 anos a receber esse título, Rutgers, USA, Florida Atlantic, USA, Universidade de Montreal, Canadá, UNAM, do México, e PUC-RS, Brasil. Foi visiting-professor das universidades de Harvard, Columbia, John Hopkins e Georgetown, entre outras.
Catedrática da Universidade de Miami, desde 1990, sucedeu a Isaac B. Singer, Prêmio Nobel. Em 2012, foi nomeada Embajadora Iberoamericana de la Cultura. Foi Catedrática da Cátedra Alfonso Reyes, Cátedra Julio Cortázar, da qual é membro do Comitê de Honra, e, em 2013, na condição de primeiro autor de língua portuguesa e primeira mulher, recebeu a Cátedra Enrique Iglesias, outorgada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID. Em 2015, na qualidade de primeira brasileira, assumiu a Cátedra José Bonifácio pertencente a Universidade de São Paulo – USP.
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FONTE
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
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