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Roseann Kennedy entrevista
o produtor de cinema Marcos Didonet
Em entrevista à
Roseann Kennedy, Didonet fala da indústria do cinema, dos projetos para a
grande tela, da importância da conscientização ambiental no país e da
necessidade de buscar alternativas para um Brasil tão dividido.
O cineasta fala “Porque fazer cinema não é
fácil. As pessoas acham que se tá na tela, tá ótimo, mas não. São dois anos de
produção. É sua vida que você dedica a isso. A captação não é fácil.
A decisão de se fazer um roteiro, pode ser ali que você acerta ou erra.”
Didonet é crítico quando fala que é preciso
quebrar barreiras para produção audiovisual no país.” A cadeia de cinema é
isso: alguém produz, alguém distribui e alguém exibe. No Brasil, esses três
segmentos não se falavam. E além de não se falarem, se achavam inimigos. É como
se você fosse fazer um carro e achasse que quem te fornece o pneu é seu
inimigo.”
O cinema tem
de ser entendido como indústria, uma vez que gera emprego
e pagamento de muito imposto. “A
importância disso também é que ele trabalha com a transmissão de uma cultura. O
Brasil é um país que tem de entender que, por meio do
cinema, pode se globalizar muito mais”. diz o produtor.
SOBRE POLARIZAÇÃO POLÍTICA
Didonet faz um alerta: “A
sociedade brasileira chegou num grau de dicotomização insustentável. Muitas pessoas podem
até ter vivido isso dentro de suas famílias. O que eu soube de
famílias que brigaram e não se falam mais porque um é isso é outro é aquilo e
pronto e acabou. A gente chegou num grau burro. Você não chega a lugar
algum se não houver um compartilhamento, se não houver resiliência nessa
perspectiva de dizer o que queremos enquanto nação, enquanto Brasil?
Tem de descobrir caminhos. A inteligência de se buscar caminhos é quando
você encontra uma nação que optou por trabalhar com educação, que faz você
crescer e desenvolver. São itens importantes para que as questões comecem a
fluir e todos se sintam participantes do processo. O que não pode
é ter uma sociedade segregada onde um grupo pequeno acabe comandando
ou dominando.”
SOBRE AS CRÍTICAS QUE OS FILMES COSTUMAM RECEBER
“Tem
gente que critica um cinema comercial, mas essa pessoa que tá fazendo,
produzindo ou assistindo um ‘ filme cabeça’ talvez não saiba que o’ filme
cabeça’ só existe porque tem um cinema comercial financiando. Porque você paga
imposto. E o imposto do cinema comercial gera um fundo que financia o cinema
independente. Então, há uma conversa cultural, financeira, logística.”
Marcos diz que mede o sucesso de sua obra “quando as
pessoas saem do cinema conversando sobre o filme ou sobre a vida delas. E
isso vai se estender no bar, no restaurante”.
ALGUNS FILMES PRODUZIDOS
POR MARCOS DIDONET
UM POUCO SOBRE MARCOS DIDONET
MARCOS DIDONET idealizador e diretor do Green
Nation Fest, evento que procura a mobilização social por meio das causas
ambientais ele proporciona às pessoas a ensejo de experimentar de formato
lúdico e interativo situações incluídas às dificuldades do planeta.
Nos últimos 30, Marcos Didonet tem aliado cultura, educação
e meio ambiente em vários projetos de sua carreira. Geógrafo
e produtor de cinema tem somado a cultura, a educação e o meio ambiente em
vários projetos ao longo dos últimos trinta anos. É diretor do Centro de Cultura,
Informação e Meio Ambiente (CIMA), organização que coordena diversas
iniciativas nas áreas social, ambiental e de sustentabilidade. É um dos
diretores do Festival do Rio e sócio da Total Entertainment, responsável por
levar aos cinemas mais de dez filmes brasileiros.
Didonet, também é sócio da Total Entertainment, que já levou às
telas brasileiras mais de dez filmes. E os projetos não param por aí.
Seus próximos lançamentos previstos são os filmes Crô em familia, a continuação do
sucesso de 2013, protagonizado por Marcelo Serrado, Se eu fosse você 3, e Assalto ao Banco Central 2. Todos foram
sucesso no cinema em versões anteriores.
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