Amigos escritores reunidos no
'ESCRITORES AO AR LIVRO"
19 de agosto de 2018.
Prazeroso
domingo que passamos juntos, em mais um encontro dos "Escritores ao ar
livro" sob a coordenação do poeta, escritor Paulo Roberto Cecchetti.
Amigos foculistas, todos os domingos são especiais, todos os domingos são
aprazíveis, mas hoje, 19 de agosto, foi um dia exclusivo, "especialíssimo",
melhor dizendo, em saber que a partir desta data foi aberto sob a idealização
do decano Sávio Soares de Sousa, o "PROJETO DE DOAÇÃO DE LIVROS PARA
SORTEIOS, NOS ESCRITORES AO AR LIVRO". Todos os domingos serão levados
livros para doações, e o sorteio é baseado nas assinaturas do livro de
presença. Hoje, quem foi sorteada com o livro ""Memorial de Isla Negra", do escritor Pablo
Neruda", foi nossa querida confreira Gracinda Rosa, que ficou bastante
feliz com a premiação, vimos em seus olhos a felicidade!
Ah! Eu queria frisar, como escritor, poeta e ativista cultural, eu me rendo diante ao contexto quando se enlevam a literatura, quando vimos às pessoas dando ênfase a esta importante arte da escrita, a qual todos nos dedicamos de corpo e alma, e a veneramos. Grandiosa forma de divulgação de nossos trabalhos, vocês não acham?
Paulo Roberto Cecchetti, Gracinda Rosa e Sávio Soares Sousa
SINOPSE
DO LIVRO MEMORIAL DE ISLA NEGRA
"Memorial de Isla Negra", do escritor Pablo
Neruda Prêmio, o Nobel de Literatura, 1971, obra publicada em 1964, por ocasião
do sexagésimo aniversário de Pablo Neruda, é, junto a Canto geral,
um livro central na obra do poeta. No título, faz-se uma homenagem à
cidadezinha de pescadores próxima a Valparaíso, onde, em 1939, ele comprou a
casa em que viveria com a mulher Mathilde Urrutia até a sua morte, em 1973.
São memórias em forma de verso e,
como tal, não poderiam deixar de se referir ao mar, elemento primordial na obra
do autor. Se em Canto geral a tônica é política e
profundamente histórica, em Memorial temos a versão mais
íntima do poeta chileno, que em seus poemas desvela a incansável indagação da
própria substância espiritual, tateia sua geografia interior – na qual o amor
ocupa lugar central, fazendo às vezes de raízes. E, ao fazê-lo, canta também as
angústias e preocupações do homem localizado no mundo, mundo que ele sente e de
cujos acontecimentos participa. Trata-se de um livro requintado, urdido
pela mais alta voz da poesia latino-americana, um homem rico e ambíguo, que
canta com vozes ao mesmo tempo novas e antigas a própria vida e as questões do
ser humano.
UM POUCO SOBRE PABLO NERUDA
Ricardo Neftalí Reyes Basoalto nasceu
na cidade chilena de Parral, em 12 de julho de 1904. Sua mãe era professora e
morreu logo após o nascimento do filho. Seu pai, que era funcionário de
ferrovia, mudou-se, alguns anos mais tarde, para a cidade de Temuco onde se
casou novamente com Trinidad Candia Malverde. Ricardo passou a infância perto
de florestas, em meio à natureza virgem, o que marcaria para sempre seu
imaginário, refletindo-se na sua obra literária.
Em Temuco, conheceu a poetisa
Gabriela Mistral, então diretora de uma escola, que muito se afeiçoou a ele.
Com treze anos, Ricardo começou a
contribuir com alguns textos para o jornal La montaña. Foi em 1920
que surgiu o pseudônimo Pablo Neruda – uma homenagem ao poeta tchecoslovaco
Jan Neruda (1834-1891) –, sob o qual o jovem publicava poemas no periódico
literário Selva austral. Vários dos poemas deste período estão
presentes em Crepusculário, o primeiro livro do poeta a ser
publicado, em 1923. No ano seguinte, 1924, foi publicado o livro Veinte
poemas de amor y uma canción desesperada, no qual a mulher simboliza o
mundo que o jovem poeta ansia por conhecer.
Além das suas atividades literárias,
Neruda estudou francês e pedagogia na Universidade do Chile. No período de 1927
a 1935, trabalhou como diplomata para o governo chileno, vivendo em Burma,
Ceilão, Java, Cingapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri. Em 1930, casou-se com
María Antonieta Hagenaar, de quem se divorciaria em 1936. Viveu com Delia de
Carril a partir de meados da década de 30 (casaria-se com ela em 1943 e dela se
divorciaria em 1955).
Em meio às turbulências políticas de
proporções mundiais do período do entre-guerras, Neruda publicou o livro que
marcaria um novo período em sua obra, Residência na terra (1933).
Surgia uma poesia de um pessimismo social angustiado, marcada pela orientação
política e culminando no grito pela revolução. Em 1936, o estouro da Guerra
Civil Espanhola e o assassinato de Federico García Lorca, a quem Neruda
conhecia, aproximam o poeta chileno dos republicanos espanhóis e faz com que
ele seja destituído de seu cargo consular. Neruda exalta as forças republicanas
espanholas em Espanha no coração (1937), livro de poemas que
foi impresso no front da Guerra Espanhola e que, posteriormente, passou a
integrar o livro Terceira residência (1947). Também no
poema Canto a Stalingrado, recolhido em Terceira residência mas
escrito nos anos antecedentes à Segunda Guerra Mundial, se pode perceber a
forte inclinação esquerdista e engajamento político-social do poeta.
Em 1943, Neruda voltou ao Chile, e em
1945 foi eleito senador da república, filiando-se ao partido comunista chileno.
Devido a suas manifestações contra a política repressiva do presidente Gonzales
Videla para com mineiros em greve, teve de viver clandestinamente em seu
próprio país por dois anos, até exilar-se, em 1949. Em 1950, foi publicado no
México e clandestinamente no Chile o livro Canto geral, escrito por
Neruda quando era cônsul-geral no México. Além de ser o título mais célebre de
Neruda, Canto geral é uma obra-prima de poesia telúrica que
exalta poderosamente toda a vida do Novo Mundo – os vegetais, os homens, os
animais –, denuncia a impostura dos conquistadores e a tristeza dos povos
explorados, expressando um grito de fraternidade através de imagens poderosas.
Após viver em diversos países, Neruda
voltou ao Chile em 1952. Muito do que ele escreveu nesse tempo tem profundas
marcas políticas, como é o caso de As uvas e o vento (1954),
que pode ser considerado o diário de exílio do poeta.
Em 1955, ano de seu divórcio com sua
segunda mulher, Neruda iniciaria um relacionamento com Mathilde Urrutia que
duraria até a morte do poeta. Seguiram-se os livros Estravagario (1958), Odas
elementales (1954-1959), Cem sonetos de amor (1959),
que inclui poemas dedicados a Matilde, Memorial de isla negra, obra
autobiográfica em cinco volumes publicada em 1964, por ocasião do
60º aniversário do poeta, Arte de pájaros (1966), La
barcarola (1967), a peça Fulgor e morte de Joaquín Murieta (1967), Las
manos del día (1968), Fin del mundo (1969), Las
piedras del cielo (1970) e La Espada encendida (1970).
Em 1971, Pablo Neruda recebeu a
honraria máxima para um escritor, o Prêmio Nobel de Literatura, por causa de
sua poesia que, “com a ação de forças elementares dá vida ao destino e aos
sonhos de todo um continente”. Publicou, a seguir, Geografia
infructuosa (1972). Pablo Neruda morreu em Santiago do Chile, em 23 de
setembro de 1973, apenas alguns dias após o golpe militar que depusera da presidência
do país o seu amigo Salvador Allende, em 11 de setembro. Vários livros de
poesia daquele que foi a voz poética mais célebre e universal do século 20
foram publicados postumamente. São eles: El mar y las campanas (1973), El
corazón amarillo (1974), Defectos escogidos (1974), El
libro de las preguntas (1974), Elegia (1974) e Jardim
de inverno (1975). Também foram publicados após a morte de Neruda os
livros de prosa Confesso que vivi (memórias), 1974, e Para
nascer he nascido (1978).
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E
por falar em livros. Vem aí a obra 'TODA POESIA, 50 anos de poesia! 1968-2018.
Edição comemorativa, com crônicas, poesias e haicais do escritor Paulo Roberto
Cecchetti e a capa do designer Will Martins. Vale a pena aguardar!
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