Navio
Museu Gil Eannes, outrora Navio Hospital e mais tarde embaixada Portuguesa no
Brasil. Em Viana do Castelo - PORTUGAL. Passeio cultural de Manuel Fonseca de
Portugal em 04 de dezembro de 2019.
HISTÓRIA
O GIL EANNES foi um navio-hospital
português. Atualmente, ancorado no porto de pesca em Viana do Castelo, tem a
função de espaço museológico e Pousada da Juventude.
No século XX existiram duas
embarcações de bandeira portuguesa com a designação de Gil Eannes e a função de
navio-hospital, ambas tendo prestado apoio às atividades de pesca do bacalhau,
nas águas da Terra Nova, no Grande Banco e na Gronelândia. A sua função
justificava-se uma vez que as embarcações pesqueiras portuguesas encontravam-se
rotineiramente, isoladas, por vários meses naquelas águas.
O primeiro navio a receber este nome
foi o Lahneck, um navio do Império Alemão apreendido na sequência da entrada de
Portugal na Primeira Guerra Mundial (1916), então transformado em cruzador
auxiliar da Marinha Portuguesa. Posteriormente, em 1927 zarpou pela primeira
vez para a Terra Nova, após ter sido adaptado para navio hospital em estaleiros
nos Países Baixos.
Em 1955 foi substituído por uma nova
embarcação, homônima, construída de raiz nos Estaleiros Navais de Viana do
Castelo. Ao longo de sua existência, serviu ainda como navio-capitania,
navio-correio, navio-rebocador e quebra-gelos, assegurando o abastecimento de
mantimentos, redes, material de pesca, combustível, água e isco aos barcos de
pesca do bacalhau.
Após 1963 passou a efetuar viagens de
comércio como navio frigorífico e de passageiros entre as campanhas de pesca,
tendo efetuando a sua última viagem à Terra Nova em 1973, ano em que também fez
uma viagem diplomática ao Brasil com o então recém-nomeado embaixador de
Portugal em Brasília José Hermano Saraiva.
Após esta última viagem perdeu as suas
funções, ficando acostado no porto de Lisboa até ser vendido como sucata para
abate em 1977.
Diante deste fim inglório para a
embarcação, a escassos dias da sua destruição, e graças a um apelo feito por
José Hermano Saraiva num dos seus programas, a comunidade vianense mobilizou-se
para o resgatar, concebendo um projeto para ser exposto no porto de mar de
Viana do Castelo, como tributo ao passado marítimo da cidade, tornando-se numa
das suas atrações turísticas.
Desse modo, em 1998 foi reabilitado
nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com o apoio de várias instituições,
empresas e cidadãos, e passando a ser gerido pela "FUNDAÇÃO GIL EANNES",
criada para esse fim.
Na visita à embarcação destacam-se os
espaços da ponte de comando, da cozinha, da padaria, da casa das máquinas, do
consultório médico, da sala de tratamentos, do gabinete de radiologia, além de
diversos camarotes e salas de exposições temporárias.
A embarcação conta ainda com uma Sala
de Reuniões (antiga Sala de Jantar dos Oficiais), loja de recordações,
bar/esplanada e uma Pousada da Juventude com 60 leitos, localizada nas antigas
enfermarias e camarotes.
Centro de Mar de Viana. Em novembro de
2014, o navio abriu como Centro de Mar.
A criação do novo espaço representou
um investimento de 550 mil euros financiado pelo Programa Operacional Regional
do Norte (ON2) 2007-2013, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico
Nacional (QREN).
O projecto do Centro de Mar nasceu em
2008 no seio da extinta Valimar, associação de municípios do Vale do Lima e
transitou para a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, começou por ser
desenhado por Ernâni Lopes, enquanto fundador da SAER (Sociedade de Avaliação
de Empresas e Risco).
A transformação do navio em Centro de
Mar contou com a colaboração de ex-trabalhadores dos ENVC, onde a embarcação
foi construída em 1955.
O novo espaço é dotado, entre outras
valências, de equipamentos multimédia, áreas de apoio ao empreendedorismo e
economia náutica e diversas experiências audiovisuais interativas.
O navio foi ainda dotado de um
percurso museológico e interpretativo sobre a cultura marítima de Viana do
Castelo e de um Centro de Documentação Marítima.
ALGUMAS IMAGENS
ENVIADAS PELO MANUEL FONSECA-PT
APOIO NA DIVULGAÇÃO
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