NOTA
DE FALECIMENTO - É com enorme pesar e consternação que esta revista cultural
comunica que a nossa admirável escritora Nélida Piñon faleceu. A intelectual
partiu para os braços do Altíssimo, em 17 de dezembro de 2022- sábado em Lisboa
– Portugal aos 85 anos.
A
informação foi confirmada por Rodrigo Lacerda, editor na Record, casa que
publicou livros da autora. A causa da morte não foi informada.
O sepultamento será no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL).
A ABL fará uma Sessão da Saudade no dia 2 de março de 2023, no Salão Nobre, em homenagem à escritora. Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda. Em 1996/1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL), no ano do seu I Centenário.
A
notícia do seu falecimento deixou a todos nós amigos e companheiros de ofício
literário e jornalístico em choque. É uma perda irreparável! Que Deus encha de
Amor e conforte os corações de todos os que estão sofrendo com esta tão
grandiosa perda.
A
escritora e acadêmica brasileira Nélida Piñon. Era ocupante da Cadeira 30 da
Academia Brasileira de Letras (ABL) para qual foi eleita em 27 de julho de
1989, ela foi a primeira mulher a presidir a entidade em 100 anos. Segundo o
atual presidente da ABL acadêmico Merval Pereira, ela teve problemas nas vias
biliares e passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu.
Nélida
Piñon nasceu no Rio de Janeiro. Ela se formou em Jornalismo pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro e de acordo o site da ABL, foi a
primeira mulher no mundo a presidir uma academia de letras.
Foi
a primeira autora latino-americana a ganhar os prêmios Juan Rulfo, o Nobel da
América Latina, e foi fundamental na promoção da literatura brasileira no
exterior, apresentando nomes como Machado de Assis e outros.
Com
quase 30 livros publicados, suas obras foram traduzidas em mais de 30 países.
Entre eles, romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias.
Piñon
estreou na literatura com o romance "Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo",
lançado em 1961. Seu segundo livro "Madeira Feito Cruz" saiu dois
anos depois, em 1963.
Em
2005, pelo conjunto de sua obra, recebeu o importante Príncipe de Astúrias.
Apesar das conquistas, Piñon acredita que seu reconhecimento dentro de seu
próprio país é aquém ao que tem fora do Brasil. "Eu acho que sou
respeitada. Se eu tivesse ganhado hoje o Príncipe das Astúrias, a reação teria
sido diferente. Não estou me exibindo", disse à Folha.
Nélida
venceu dezenas de prêmios, nacionais e internacionais, colaborou em diversos
jornais e revistas literárias e foi correspondente no Brasil da revista “Mundo
Nuevo”, de Paris.
Entre
os prêmios recebidos, está o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura
Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (primeira vez dado a uma mulher e para um
autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto
da obra, em 1991, e o da APCA e o Prêmio Ficção PEN Clube, ambos em 1985, pelo
romance “A República dos Sonhos”.
Além
disso, em 1998, para a felicidade da Literatura Brasileira a nossa Dama Nélida
foi primeira mulher a receber o Doutor Honoris Causa da Universidade de
Santiago de Compostela, na Espanha, 1998 o Doutor Honoris Causa das
universidades Poitiers, Rutgers, Florida Atlantic, Montreal e UNAM. Em 2012,
foi nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura.
Fonte: INSTAGRAM DA ABL
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