domingo, 21 de abril de 2024

CARLOS ADIB ATOR, PRODUTOR, CANTOR E PROFESSOR NITEROIENSE, IN MEMORIAN. HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

 

O ator, produtor, cantor e professor niteroiense Carlos Adib estudou teatro com Paschoal Carlos Magno, produziu e atou em dezenas de peças, sendo considerado um dos pioneiros do teatro infantil contemporâneo em Niterói. 

Carlos Izaías Adib, o Bacurau apelido como o chamavam os amigos mais próximos. O artista nasceu em Niterói, em 1947 e começou sua carreira em 1962, cantando em bares da cidade. 

Em 1948 foi atuar no teatro amador. Em 1966, com o Grupo Teatral Lavínia Duarte, atuou nas peças "O Príncipe e Lenhador", sob a direção de Waldir Nunes, e "Festinha na Praça", de José Valuzzi; e, com a Companhia de Roberto Piola, em "Dama do Camarote", uma comédia de Castro Viana. Com o mesmo Piola, em 1967 integrou o elenco de "Quem Beijou Minha Mulher", que ficou em cartaz no Theatro Municipal de Niterói. 

No ano seguinte, na companhia de Fernando Bonorino, interpretou a personagem "Bobo da Corte" em "A Gata Borralheira", uma adaptação de Lyad de Almeida e Luiz Mata, com direção de Conrado de Freitas. Conrado também dirigiu Adib no infantil "A Nova Estória de Branca de Neve", pela companhia liderada pelo diretor Waldir Nunes. 

Sob a direção de Washingtom Guilherme, em 1969 Adib subiu ao palco nas peças "O Coelho e a Formiguinha" e Soldadinho de Chumbo". No Teatro Nacional de Comédia integrou o elenco de "A Fuga", com direção de Alexandre de Gall, e no grupo Teatro de Equipe, Adib atuou na peça "Sinhá Moça Chorou", com direção de Nelson de Lima. 

Ainda em 1969, no VII Festival de Teatro Amador de Cabo Frio, recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante e participou, como declamador, no programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti. 

Em 1969, criou na cidade o projeto "O Teatro vai à Escola", destinado a levar crianças ao teatro, um universo tão distante de sua realidade aqui no Brasil. "Foi com a peça A 'Ratinha Sabida', verdadeira miscelânea de textos que fui juntando e que conquistei as crianças", explica.

Outros espetáculos vieram na sequência, mas o próprio Adib destaca "Bente que Bente é o Frade", 1971, como seu mais importante trabalho. O ator afirmava que sempre gostou de trabalhar para o público infantil, por ser o mais exigente. "Teatro infantil tem que ser sério, bem feito, sem tratar as crianças como retardadas. Se for uma coisa ruim, eles chiam mesmo, principalmente hoje, que a garotada está mais esperta e não dorme no ponto", ensina.

Tamanha dedicação às crianças foi premiada com a participação, durante oito anos no elenco do 'Sítio do Pica-Pau Amarelo', vivendo o Carteiro Juca, de 1977 a 1984. Ainda na TV, atuou em episódios dos seriados 'Caso Verdade', 'Plantão de Polícia' e 'O Bem Amado', e nas novelas 'Barriga de Aluguel' e 'Meu Bem, Meu Mal'. Mas o teatro sempre foi mesmo a "casa" de Carlos Adib. "É minha casa, meu lar, nele me encontro e me realizo", contou. "Acho que o teatro é uma válvula de escape para o povo". 

Carlos Adib teve atuante participação no projeto de desenvolvimento do teatro infantil na cidade, patrocinado pelo recém-criado Instituto Niteroiense de Desenvolvimento Cultural (INDC, atual FAN), autarquia municipal vinculada então à Secretaria de Educação de Niterói e comandada pelo escritor e dramaturgo Lyad de Almeida. 

Em 1970, estrelou a Revista de Silva Filho, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de janeiro, e interpretou o papel principal de "Salamaleque, o Gato de Botas", de Fernando Bonorino, com direção de Conrado de Freitas.

Estreou como autor no espetáculo infantil "A Ratinha Sabida", que foi encenada com êxito no Theatro Municipal de Niterói. A produção esteve a cargo do elenco do INDC e contou no elenco com o próprio Adib, Nilberto Vilela, Roberto Piola e a menina Marta Rubia. O espetáculo representou a então capital fluminense no 4º Festival do Teatro Jovem Fluminense. 

Adib lançou em 1985, o espetáculo infantil "Palhaço sem nome", uma continuação de um de seus maiores sucessos nos palcos, "O Palhaço da Loja ABC". Nessa nova peça, Adib utilizou os mesmos personagens do texto anterior, mas adicionou características profundamente marcantes e crescentes no principal personagem, o Palhacinho, que passa de um simples manequim a robô e adquire, finalmente, o status de ser humano. Ainda em 1985, estreou no espaço infantil da antiga loja Sandiz, hoje shopping Bay Market, o espetáculo "O Segredo do Vovô Tiburcio".

Com texto de Bira de Oliveira e dirigido por Roberto Roney, Adib atuou, em 1986, no musical infantil "O Carteiro Feliz", inspirado no personagem vivido por ele no seriado Sítio do Picapau Amarelo. Em 1987, estreou a peça "A Onça e o Bode", uma adaptação sua do original de José Costa Leite, espetáculo que revisitou nos palcos por mais de 10 anos.


Além de atuar, Carlos dava, regularmente, aulas de interpretação, não só como fonte de renda, mas também pelo prazer em formar jovens atores. Como era da velha escola, a todos ensinava muito mais do que a mera atuação. Quem trabalhava com ele ao mesmo tempo atuava, era contrarregra, operador de som, carregador e malabarista. Foi assim que ele aprendeu, era assim que ele ensinava.
 

Além de sua grande contribuição para o teatro infantil, integrou o elenco do longa-metragem de comédia "Piranha de Véu e Grinalda", 1982, pela Roberto Machado Produções Cinematográficas. Como cantor, se apresentou nas rádios Mayrink Veiga e Nacional. Em mais de 35 anos de carreira, ganhou diversos prêmios de interpretação e direção. Carlos Adib morreu em 1999, aos 51 anos de idade.

 

FONTE: https://www.culturaniteroi.com.br/blog/mapeamentocultural/6102

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