sábado, 30 de janeiro de 2016

CONFRATERNIZAÇÃO E A ENTREGA DO PRÊMIO LITERÁRIO NACIONAL 2015 DO PEN CLUBE DO BRASIL. CONFIRA.

 
 
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CONFRATERNIZAÇÃO E ENTREGA
DO PRÊMIO LITERÁRIO NACIONAL
DO PEN CLUBE DO BRASIL.
 
 
A festa de confraternização e a entrega do Prêmio Literário Nacional 2015 do PEN Clube do Brasil  foram realizadas num clima de alegria e descontração. O evento contou com a presença de várias personalidades do mundo intelectual do Rio e reuniu 200 pessoas no Terraço Panorâmico do IHGB no  Rio de Janeiro.
 

 
A CONFRARTENIZAÇÃO
 
Para festejar mais um ano transcorrido,  além de recordar histórias, conhecimentos e valores do ano que termina,  o PEN Clube do Brasil  congregou confrades e amigos, em 14 de dezembro de 2015, no Terraço Panorâmico do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), localizado na Av. Augusto Severo, 8 – 12º Andar, Glória, Rio de Janeiro – RJ – Brasil.
Constituíram horas de autêntica  confraternização, em que todos, alegres  com o Ano Novo que breve nos chega, manifestavam   a esperança de que momentos melhores se desvelem para o mundo e em especial para o nosso Brasil.     
Reinava no ambiente a vibração peculiar a tais festividades,  não só entre os membros do PEN Clube  como também entre os convidados. Esta revista cultural esteve presente  e constatou o vínculo amigável, a gentileza e o espírito humanitário que congregam os participantes daquela confraria de ilustres escritores.
Compareceram cerca de 200 presenças,entre homenageados e autoridades dentre as quais o FOCUS PORTAL CULTURAL destacou:
Geraldo Holanda Cavalcanti - Presidente da ABL; Domício Proença Filho - Secretário da ABL e presidente eleito para o biênio 2016-17; Arno Wehling - Presidente do IHGB; Victorino Coutinho Chermont de Miranda - Secretário-Geral da Academia Brasileira de Artes; Nelson Mello e Sousa - Vice-Presidente da Academia Brasileira de Filosofia; Juçara Regina Viegas Valverde - Presidente da Academia Brasileira de Médicos e Escritores e da UBE - União Brasileira de Escritores; Bráulio Maciel - Presidente da Sociedade Eça de Queiroz; Lucia Regina de Lucena - Presidente da Academia Nacional de Letras e Artes; Ana Arruda Callado - Vice-Presidente do PEN Clube do Brasil; ALCMENO BASTOS - Tesoureiro do PEN Clube do Brasil; Dorée Camargo-Associação Brasileira de Defesa Ecológica; Ewa Procter - Vice-Presidente  do Instituto Cultural Chiquinha Gonzaga; Helena Ferreira - membro do Conselho curador do PEN;  os escritores e membros do PEN - Eduardo F. Coutinho, Helena Parente Cunha, Luiza Lobo,  Tânia Zagury; Dyandreia Portugal - editora geral do Jornal Sem Fronteiras  e  várias personalidades do mundo literário e cultural do Estado do Rio de Janeiro.
 
 
PRÊMIO LITERÁRIO NACIONAL DO PEN CLUBE DO BRASIL
 
Por ocasião da festa de Confraternização,  também houve  a entrega dos prêmios aos vencedores do concurso literário nacional concedidos anualmente.
Criado em 1938, o tradicional Prêmio Literário Nacional PEN Clube do Brasil é um dos mais antigos e prestigiosos certames brasileiros. O Prêmio, em sua fase atual, é oferecido a todos os escritores brasileiros que tenham publicado obra nas categorias Poesia, Ensaio ou Narrativa nos últimos dois anos, ou seja, entre 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2014.
 
COMISSÃO JULGADORA
 
A Comissão Julgadora foi integrada pelos seguintes professores da área de Letras: Luiza Lobo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Delia Cambeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Maria Luiza Belotti, da Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro.
A Comissão Julgadora, após examinar todas as obras inscritas, premiou os seguintes autores: Categoria Poesia: Izacyl Guimarães Ferreira, com "Altamira e Alexandria" (Scortecci Editora, São Paulo, 2014); Categoria Ensaio: Ana Luiza Almeida Ferro, com "1612 - Os Papagaios Amarelos na Ilha do Maranhão e a Fundação de São Luís" (Editora Juruá, Curitiba, 2014); e, Categoria Narrativa: Cyro de Mattos, com "Os Ventos Gemedores" (LetraSelvagem, Taubaté / SP, 2014).
 
COMEMORAÇÃO 79 ANOS DO PEN CLUBE DO BRASIL
 
Estando certo de que as honoríficas presenças contribuíram para estreitar a benfazeja convivência entre sócios e amigos do PEN Clube e, ao mesmo tempo, comemorar os 79 anos de existência da Entidade, o presidente Cláudio Aguiar pronunciou alocução significativa.  Frisando o otimismo e agradecimento aos confrades e amigos que estiveram unidos nessas sete décadas de existência da instituição, ele   destacou os apoios recebidos por entidades do Brasil e do mundo.   Realçou  a Academia Brasileira de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, duas fortalezas da cultura nacional que muito têm colaborado pela grandeza do PEN Clube na memória consensual  da intelectualidade brasileira. 
Logo depois da solenidade da entrega dos Prêmios de Literatura, foi servido excelente  jantar em mesas finamente ornamentadas pelo bom gosto da  coordenadora do evento,  a  primeira dama do PEN CLUBE,  a Sra. Célia Salsa. Foi uma noite inesquecível, onde imperou entre   os convidados o espírito de fraternidade e o contentamento  já antecipador do  legítimo Natal de Cristo.
 
A ENTIDADE
 
O PEN Clube do Brasil, fundado a 2 de abril de 1936 pelo escritor e Acadêmico Claudio de Souza,  filiado ao PEN Internacional, com sede em Londres, faz parte de uma rede com cerca de 150 centros pelo resto do mundo. Tem como princípios básicos que a literatura não conhece fronteiras e deve permanecer patrimônio comum dos povos a despeito dos conflitos políticos e que o respeito ao legado cultural da humanidade deve ser preservado, em todas as circunstâncias, do efeito das paixões nacionais ou políticas.
O PEN Clube do Brasil é entidade reconhecida de Utilidade Pública pela Lei n. 862, de  3 de setembro de 1956, do município do Rio de Janeiro.
 
 
 
ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO
 

Escritores ganhadores do
PRÊMIO LITERÁRIO NACIONAL
DO PEN CLUBE 2015.
 
O cerimonialista Sergio Fonta e
Presidente do PEN Cláudio Aguiar.
 
 Premiação Literária do PEN Clube do Brasil 2015.
 
 
 
 
 
Cerimonialista Sergio Fonta,
momento em que inicia a entrega dos Prêmios.
 
Presidente do PEN Cláudio Aguiar,
momento em que profere o discurso.
 
A escritora premiada Ana Luiza Ferro,
momento em que recebe o Prêmio do PEN.

Atriz Ewa Procter e Cláudio Aguiar. 

Nelson M. Sousa e Cláudio Aguiar.

A escritora premiada Ana Luiza Ferro
com familiares.

O presidente do PEN Clube, Claudio Aguiar
e Dyandreia Portugal, editora do JSF.

O escritor premiado Cyro de Mattos
com sua esposa Mariza Mattos.

O cerimonialista Sergio Fonta com Claudio Aguiar
Presidente do PEN.

O escritor premiado Cyro de Mattos
com sua esposa Mariza Mattos,
momento da entrega do Prêmio.

Imagem parcial dos convidados presentes.
 
Claudio Aguiar e Fábio Portugal editor do Portal Sem Fronteiras.

O escritor Nelson Mello e Sousa com sua esposa.

A secretária Núbia do Pen Clube
 
O escritor premiado Izacyl Guimarães e Claudio Aguiar.

O escritor Sergio Fonta, a anfitriã do PEN, Célia Salsa
e a escritora e Membro do PEN, Helena Ferreira.


Os escritores Eduardo Coutinho e Acmeno Bastos.

A jornalista Maria Araújo e a poeta Messody Benoliel 

O escritor Eduardo Coutinho com sua esposa Maria Lúcia (MALU)

Os escritores e Membros do PEN Clube
Helena Parente Cunha e Edir Meireles.

O quinteto: Célia Salsa, Maria Araújo, Maria Lúcia,
Eduardo F. Coutinho e Dyandreia Portugal.
 
 
IMAGEM COM OUTROS MOMENTOS

 
 
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O PIÃO E O CARRO DE BOIS UM TEXTO DO COLUNISTA DO JORNAL UNIDADE LOBO JOSÉ. CONFIRA.

 
O PIÃO E O CARRO DE BOIS
 
 
 
 

Neste fim de ano ganhei de uma amiga um pião e algumas caixinhas, contendo cada uma cinco marcadores de livros, ricamente ilustrados com desenhos apropriados aos temas, histórias, parlendas, trovinhas e cantigas, cujo objetivo é enlaçar o universo das histórias brasileiras ao universo das crianças.
 
 
 
 
Hoje, acordando muito cedo debrucei-me na janela do meu apartamento (16º andar) e olhei desolado o que a minha vista alcançava: prédios e mais prédios colados uns aos outros. Pequeninos espaços que chamamos de ruas, cheios de carros, chão impermeabilizado pelo asfalto ou pelo cimento. Fiquei triste, pois o meu horizonte, quando muito, não chegava a quinhentos metros, em alguns ângulos. Ainda bem que podia olhar para cima e ver o céu, azul e com algumas estrelinhas, no lusco-fusco matutino.
 
Fixando meu olhar numa estrelinha, lembrei-me do pião e das historias recebidos de presente e projetei o foco do meu pensamento na minha infância. Não parei, nem no pião, nem nas histórias e cantigas de roda, mas no carro de bois que tanto me encantou na meninice. Ah, o carro de bois me traz sempre um pouco de nostalgia, não sei se pelo ruído que suas rodas produziam se pelas cantigas dos carreiros ou por ambos os fatos.
 
 
 
 
O carro de bois, por isso me fascinava. Eu o aguardava no meu posto de guarda, sentado na parte mais alta da cancela da pequena fazenda dos meus avós sempre que ouvia o cantar lamuriante de suas rodas cuja sonoridade se espalhava por algumas léguas naquele universo de silencio.
 
O carro trazia o contraste entre a sua carga doce como o mel e o seu canto triste. Do alto da cancela aguardava ansiosamente sua passagem para correr atrás dele, envolvido pelos cânticos do carreiro e do carro e arrancar algumas canas para chupa-las tranquilamente sentado no meu posto.
 
 

 
 
Hoje, tudo se foi, aquele carro aquele som, aquele carreiro, aquelas juntas de bois, aquelas estradinhas enlameadas ou poeirentas já não existem. Lembro-me do carreiro e do seu auxiliar chamado de vagoeiro, o primeiro portando o garruchão que era um objeto destinado a alertar os bois em serviço a um simples toque no lombo do animal. Tratava-se de um galho reto de madeira, com aproximadamente três metros de comprimento em cuja ponta havia um Aguilhão preso por argolas de couro, algumas argolas de ferro e crinas de cavalo com quinze cm aproximadamente, cujos pelos ficavam  presos num anel junto ao aguilhão. Esse conjunto, aguilhão, argolas e pelos fixavam-se numa argola na ponta do garruchão e se chamava castoado.
 
O carro era todo em madeira. O seu piso era forrado com tábuas onde se colocavam as canas arrumadas em duas camadas, uma do meio do carro para trás e outra do meio para frente. As laterais do carro eram abertas e possuíam estacas verticais presas a cavidades no piso do carro. Essas estacas, com o nome de fueiros sustentavam a carga e ficavam amarradas de um lado ao outro do carro por corrente fina ou corda de couro trançado, chamada tamoeira. Os fueiros poderiam ser retirados se necessários, tornando o piso do carro plano como uma mesa. O interessante do carro é que as suas rodas eram feitas também em madeira. Existiam dois tipos de carros: um de roda fina, mais ou menos seis cm de largura e um, e meio a dois metros de diâmetro, construída com três tábuas, possuindo uma chapa de ferro, colocada a fogo em seu redor para aperto, proteção e menor desgaste da madeira junto ao chão. O eixo era feito em madeira única, geralmente em roxinho (madeira facilmente encontrada na região, naquela época).
 
 
 
 
Rodava sem rolamentos, untado com graxa e carvão, diretamente em outra madeira presa no fundo do carro. Transportava aproximadamente 100 arrobas de cana (um mil e quinhentos quilos).
 
O outro carro, mais robusto chamava-se Cambona, com características semelhantes, porém tinha as rodas mais largas (cerca de quinze cm), um metro e meio a dois de diâmetro e possuía também um grande anel em forma de chapa que a revestia. A grande vantagem é que o seu eixo já era de ferro e girava sob rolamentos, o que facilitava o deslocamento.
 
A Cambona podia transportar aproximadamente duzentas arrobas de cana (três mil quilos). Em ambos os casos, o diâmetro das rodas variava conforme o tipo de terreno que o carro percorria, se planície, morro, lamaçal, etc.
 
Tanto carro como a cambona  eram puxados por quatro juntas de bois (excepcionalmente cinco).
 
Uma junta ficava presa a uma peça única chamada varal com um boi de cada lado. O varal tinha preso na sua ponta uma argola de ferro que o ligava, com correntes, às demais juntas de bois que eram chamadas, respectivamente, a partir da primeira, de cabeçalho, contra-coice , contra-guia e guia. Todos os bois tinham nomes, normalmente tirados da sua cor, do tamanho, do tipo do chifre, etc, rochedo, pintado, fumaça, malhado, estrelinha.
 
 
 
 
Mas o carro de bois não servia só para transportar canas. Era, também, o único meio de transportes para mudanças, para casamentos, para enterros, para festas populares, quando era devidamente preparado e enfeitado para esses eventos. Esse meio de transporte, que tanta riqueza trouxe para o Brasil,  tinha seus sérios problemas em épocas de chuvas quando as estradas existentes ficavam cheias de água, com atoleiros, em cuja lama os bois se enterravam até acima da barriga, precisando muitas vezes serem puxados por outros bois ou pessoas. Mas era o meio de transporte do momento e ninguém se queixava.
 
Acordando desta visão, sonho, ou divagação tão saudosa, lembrei-me ainda dos versos...
 
“ai que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais...”
 
Sai da minha janela agradecendo a Deus por tudo o que Ele fez.
 
...A vida continua e o progresso também!
 
 
Autor:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lobo José,
jornalista e acólito
da Paróquia São Judas Tadeu
em Niterói.
 
 
 
 
 
Apoio Cultural
 
 
 
 



COMENTÁRIOS


Nasci no interior de Campos e, também tive a oportunidade de conhecer de perto o que foi descrito pelo jornalista Lobo José. Valeu pela prazerosa recordação da infância.
 
Márcia.

Márcia Pessanha
é escritora e Intelectual do Ano 2015.



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Um texto magnífico, que faz a memória da gente "girar" feito o pião nas lembranças de Lobo José. Com o "giro" através do tempo, então somos levados a épocas nem tão distantes  -  porque conterrâneos desses tempos que fomos!  -  e trazemos no bojo dessas imagens o inexorável e conflituoso contraste entre a infância, passada sobre ruas que se abriam a "búlicas" com suas "bolinhas de gude", e o cotidiano moderno, tempos estes em que não se ouvem mais os "discursos dos carros de bois". 
 
Hilário.
 
 
 
Hilário Francisconi
é escritor e jornalista

 
 
 
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

CECÍLIA MEIRELES - UMA VOZ LÍRICA NA LÍNGUA PORTUGUESA, UM FILME DE ALBERTO ARAÚJO DO FOCUS PORTAL CULTURAL. CONFIRA.

 
 
CLICAR NA IMAGEM DE CECÍLIA MEIRELES
PARA ASSISTIR AO FILME,
PRODUZIDO POR ALBERTO ARAÚJO.
 

 
 
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Cecília Meireles - poetisa e jornalista brasileira.
 
Cecília Benevides de Carvalho Meireles  nasceu no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901. foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.
 
 
 
Cecília Meireles nasceu no bairro da Tijuca, filha dos açorianos Carlos Alberto de Carvalho Meireles, um funcionário de banco, e Matilde Benevides Meireles, uma professora. Foi filha órfã criada por sua avó açoriana, D. Jacinta Garcia Benevides, natural da ilha de São Miguel. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916 estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.
 
 
Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.
 
 
 
No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. Dentre as três filhas que teve, a mais conhecida é Maria Fernanda que se tornou atriz.
Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima. Os poemas infantis não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis.
Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como Pequeno Oratório de Santa Clara, de 1955; O Romance de Santa Cecília e outros.
Em 1951 viajou pela Europa, Índia e Goa, e visitou pela primeira e única vez os Açores, onde na ilha de São Miguel contatou o poeta Armando César Côrtes-Rodrigues, amigo e correspondente desde a década de 1940. Faleceu no Rio de Janeiro em 9 de novembro de 1964.
 
 
 
Retrato  
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
 
 
 ALGUNS LIVROS EM
DIVERSAS EDIÇÕES
 
 

 
 
 




 
ALGUMAS FRASES

 


 
 
 
 
CECÍLIA MEIRELES - UMA VOZ LÍRICA
NA LÍNGUA PORTUGUESA
 
 
 
 
 
 
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