Aconteceu em 24 de julho de 2024,
quarta-feira a comemoração dos 81 anos de existência da ANL – Academia Niteroiense
de Letras, presidida, atualmente, pelo publicitário, haicaísta e acadêmico
Paulo Roberto Cecchetti. A festividade foi realizada no Restaurante Ícone,
esquina das Ruas Visconde de Sepetiba e Coronel Gomes Machado. Estiveram
presentes inúmeros acadêmicos e amigos da instituição. Entre tantos, os
acadêmicos: Paulo Roberto Cecchetti; Matilde Slaibi Conti; Marcia Pessanha; Alba
Helena Corrêa; Pablo Jordão de Pão; Hilário Francisconi; Lucília Dowslley;
Monsenhor Guedes os amigos Guadalupe, o Guadá; José Attila Valente e outros.
UM POUCO SOBRE A ACADEMIA NITEROIENSE
DE LETRAS
Fundada no dia 11 de junho de 1943, em
sessão realizada na sala onde funcionava o gabinete do diretor do Departamento
de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Falcão, situado no edifício da
Biblioteca do Estado, Praça da República, sem número.
Compareceram à reunião e foram
considerados sócios fundadores: Antônio Santa Cruz Lima, Brígido Tinoco, Carlos
Alberto Lúcio Bittencourt, Dulcydides de Toledo Piza, Francisco Martins de
Almeida, Francisco Pimentel, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, Guaracy de
Albuquerque Souto Mayor, Heitor Luiz do Amaral Gurgel, Horácio Pacheco,
Jefferson d’Ávila Júnior, José Pinto Nazareth, Lealdino Soares Alcântara,
Macário de Lemos Picanço, Marcos Almir Madeira, Myrtharístides de Toledo Piza,
Raul de Oliveira Rodrigues, Rubens Falcão, Ruy Buarque de Nazaré, Serafim
Silva, Sylvio Lago e Walfredo Martins.
Durante o encontro, elegeu-se uma
diretoria provisória, assim constituída: Myrtharístides de Toledo Piza –
presidente, Francisco Pimentel – secretário, Lealdino Soares de Alcântara –
tesoureiro. Para elaborar o estatuto, designou-se uma comissão integrada por
Myrtharístides de Toledo Piza, Raul de Oliveira Rodrigues e Guaracy de
Albuquerque Souto Mayor.
O projeto, após amplamente discutido,
foi aprovado por unanimidade, em sessão realizada no dia 23 de junho de 1944. O
registro em cartório deu-se somente no dia 10 de janeiro de 1957, no Quinto
Ofício de Justiça da comarca de Niterói.
No dia 10 de julho de 1943, em reunião
mais uma vez realizada no gabinete do diretor do Departamento de Educação, os
que a ela compareceram confirmaram os nomes sugeridos pelo presidente
Myrtharístides como patronímicos das quarenta cadeiras da Academia. Em assembleia-geral
realizada no dia 19 de junho de 1973, 10 novas cadeiras seriam criadas.
Ainda no gabinete do diretor do
Departamento de Educação, em 20 de julho de 1943, por aclamação, foi eleita e
empossada a primeira diretoria da ANL, em substituição à provisória, composta
dos seguintes nomes: Myrtharístides de Toledo Piza – presidente, Rubens Falcão
– vice-presidente, Marcos Almir Madeira – secretário, Geraldo Montedônio Bezerra
de Menezes – tesoureiro, Horácio Pacheco – bibliotecário. A solenidade de
instalação da Academia aconteceu no dia 27 de abril de 1944, no salão nobre do
Instituto de Educação, atual Liceu Nilo Peçanha.
Eleito na assembleia geral realizada
no dia 4 de setembro de 1957, o médico e homem de letras José de Araújo Júnior
tomou posse na presidência da Academia Niteroiense de Letras no dia 22 de
outubro do mesmo ano. Prometeu cuidadosa e dinâmica atuação. Com disposição e
euforia, afirmou que sua gestão seria “uma verdadeira maratona intelectual”.
Tudo indicava um período áureo para os destinos acadêmicos. Porém, o presidente
adoeceu. Na esperança do restabelecimento de Araújo Júnior, no respeito à sua
doença sem melhoras, a Academia manteve-se desativada por quinze anos. Em
novembro de 1972, por iniciativa de Guaracy de Albuquerque Souto Mayor, a ANL
foi reativada.
Se em sua primeira fase, 1943/57 a
Niteroiense sediou-se aqui e ali, depois de reativada não foi diferente. Após
abrigar-se no Museu Antônio Parreiras, onde realizou suas reuniões por especial
deferência do acadêmico Jefferson d’Ávila, diretor daquela casa de arte, com o
consentimento do arcebispo D. Antônio de Almeida Moraes Júnior teve sede
provisória em ampla sala do edifício D. João da Matha, até então utilizada pelo
Departamento de Ensino Diocesano. Após o afastamento de D. Antônio, por
enfermo, o administrador apostólico apresentou exigências para a continuidade
da utilização das dependências da Cúria Diocesana, julgadas inatendíveis.
Houve, então, frustrada tentativa no
sentido de a Academia abrigar-se no Palácio Nilo Peçanha, sede do governo
estadual antes da fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara. Acolhida
temporariamente numa sala do Serra Clube, iluminaram-se os horizontes da
Niteroiense quando, por comodato, no final da gestão do prefeito Ronaldo
Fabrício, em meados de 1977, pôde sediar-se num dos salões do prédio da antiga
Câmara dos Vereadores, então administrado pela Fundação Atividades Culturais de
Niterói (FAC). Com promessas sedutoras de melhores instalações, o que não se
concretizou, a FAC transferiu a sede provisória da ANL para uma acanhada
salinha na Rua Presidente Pedreira, levando-a, mais adiante, a desistir da
ocupação e ao consequente desabrigo.
Em junho de 1979, quando ainda se
comprimia no pequeno espaço que a FAC lhe destinara, a Academia encaminhou
ofício ao então secretário de Justiça do estado do Rio de Janeiro, Erasmo
Martins Pedro. Pleiteou, na oportunidade, instalar-se no sétimo andar do
Edifício das Secretarias, onde havia área em disponibilidade. Não foi atendida
em suas pretensões. Nova tentativa de obter abrigo no mencionado prédio ocorreu
em setembro de 1982, dessa feita no espaço que a Associação Fluminense de
Magistrados deixara vago. Arnaldo Niskier, à época secretário de Educação e
Cultura, consultado, não se pronunciou. Por fim, em novembro de 1987, o apelo
dirigiu-se ao governador Wellington Moreira Franco, mas também não foi
atendido.
Enquanto batalhavam pela sede, os
acadêmicos velaram-se de uma sala, onde realizaram suas reuniões de diretoria,
bem como de um auditório, para suas sessões solenes, dependências cedidas sem
qualquer ônus pelo Serviço Social do Comércio, SESC. Em junho de 1988, ao
comemorar quarenta e cinco anos, a ANL finalmente sediou-se, por comodato, no
anexo do antigo prédio da Câmara Municipal de Niterói, Rua Visconde do Uruguai,
456, num ato de gestão do então prefeito Waldenir de Bragança.
A data de 27 de dezembro de 1973 é
marcante na história da Academia Niteroiense de Letras. Registra o dia em que a
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decretou e o governador
Raymundo Padilha sancionou a Lei 7.349, pela qual a instituição foi considerada
de utilidade pública.
Na solenidade comemorativa do seu cinquentenário,
ocorrida no dia 11 de junho de 1993, no auditório Amaury Pereira Muniz,
pertencente à Fundação Municipal de Educação de Niterói, a ANL desfraldou pela
primeira vez sua bandeira, criação do acadêmico Alberto Valle. A ANL
estrutura-se em quatro classes: membros efetivos, 50, beneméritos, honorários e
correspondentes.
Já presidiram a ANL: Myrtharístides de
Toledo Piza, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, Sylvio Lago, Luiz Palmier,
Horácio Pacheco, Jorge Picanço Siqueira, Sávio Soares de Sousa. Jorge Fernando
Loretti e Márcia Maria de Jesus Pessanha. José de Araújo Júnior, eleito e
empossado, não exerceu o mandato, por motivo de doença. O mesmo ocorreu com
Roberto dos Santos Almeida, eleito para o biênio 2015, 2016. Márcia Maria de
Jesus Pessanha, então vice-presidente, assumiu novamente a presidência, desta
vez interinamente, e em 2016 foi eleita presidente e ocupa o cargo até o
presente momento.
FONTE
“Dança das Cadeiras: História da
Academia Niteroiense de Letras” do escritor Wanderlino Teixeira Leite Netto. Publicado
pela Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Niterói, 2001. 411p.
Postado por Alberto Araújo
Editor do Focus Portal Cultural