segunda-feira, 13 de outubro de 2025

LITERATURA SEM FRONTEIRAS - O LEGADO DE DYANDREIA PORTUGAL NA FEIRA DO LIVRO DE FRANKFURT RESENHA CRÍTICA-HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL © ALBERTO ARAÚJO

 

A literatura é, por essência, um território de encontros. Palavras atravessam oceanos, constroem pontes invisíveis e unem culturas que, à primeira vista, poderiam parecer distantes. É nesse espírito que a Rede Sem Fronteiras se consolida como uma das mais importantes iniciativas de difusão da literatura lusófona no mundo. E, à frente desse movimento, está a incansável e visionária Dyandreia Portugal, presidente e fundadora da instituição, a qual trajetória se entrelaça com a própria expansão da presença da língua portuguesa em palcos internacionais. 

A participação da Rede Sem Fronteiras na Feira do Livro de Frankfurt 2025, por meio do Catálogo de Autores e Obras, o renomado Vitrine Literária Lusófona, é mais do que um marco: é a reafirmação de que a literatura em português tem voz, vigor e relevância global. O catálogo, cuidadosamente elaborado, reúne autores de diferentes países lusófonos, revelando a pluralidade de estilos, gêneros e perspectivas que compõem o vasto mosaico cultural da lusofonia. 

O espaço conquistado no Pavilhão Português (APEL | Pavilhão 5, Stand A125) não é apenas físico, mas simbólico. Representa a abertura de portas para escritores que, muitas vezes, encontram barreiras para circular além de suas fronteiras nacionais. A Rede Sem Fronteiras, sob a liderança de Dyandreia Portugal, transforma essas barreiras em pontes, oferecendo visibilidade, reconhecimento e oportunidades de diálogo com editores, críticos e leitores de todo o mundo. 

É impossível falar da Rede Sem Fronteiras sem destacar a presença de sua presidente. Dyandreia Portugal é mais do que uma gestora cultural: é uma verdadeira embaixadora da literatura lusófona. Sua capacidade de articulação internacional, aliada a uma sensibilidade ímpar para compreender as necessidades dos autores, faz dela uma liderança rara. 

Enquanto muitos se limitam a promover eventos pontuais, Dyandreia construiu uma rede sólida, presente em mais de 30 países, que atua de forma contínua e estratégica. Seu trabalho não se restringe à promoção de livros; ele envolve a valorização da identidade cultural, a preservação da memória literária e a criação de espaços de pertencimento para escritores que compartilham a língua portuguesa como pátria comum. 

A Rede Sem Fronteiras não é apenas uma organização: é um movimento cultural que rompe barreiras geográficas e simbólicas. Ao reunir autores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e tantos outros países, a instituição reafirma que a lusofonia é um território vivo, pulsante e em constante transformação.

O catálogo apresentado em Frankfurt é um reflexo desse compromisso. Nele, encontram-se vozes consagradas e emergentes, todas unidas pela convicção de que a literatura é uma ferramenta de transformação social e de fortalecimento identitário. A diversidade de gêneros, da poesia ao romance, do ensaio à literatura infantojuvenil, revela a riqueza de um universo que merece ser amplamente difundido.

Participar da Feira do Livro de Frankfurt, o maior evento editorial do mundo, é um feito que transcende a simples presença institucional. Trata-se de inscrever a literatura lusófona no mapa global das letras, garantindo-lhe o espaço que merece. E isso só é possível graças à visão estratégica e ao empenho de Dyandreia Portugal, que compreende que a cultura não pode se limitar a fronteiras nacionais: ela deve ser compartilhada, celebrada e reconhecida em escala planetária. 

A frase que encerra a apresentação do catálogo “A literatura nos conecta e nos une. E, juntos, somos mais fortes!” sintetiza com perfeição o espírito da Rede Sem Fronteiras. É um chamado à união, à valorização da diversidade e ao reconhecimento da literatura como patrimônio coletivo da humanidade. 

Ao olhar para o trabalho desenvolvido pela Rede Sem Fronteiras, percebe-se que não se trata apenas de um projeto cultural, mas de um legado em construção. Dyandreia Portugal, com sua dedicação incansável, está escrevendo uma história que ultrapassa sua própria biografia: está garantindo que a literatura em língua portuguesa ocupe o lugar de destaque que merece no cenário internacional. 

Seu nome já se inscreve entre os grandes agentes culturais da contemporaneidade, não apenas pelo que realiza, mas pela forma como realiza: com paixão, coragem e uma convicção inabalável de que a literatura é capaz de transformar o mundo.

A Feira do Livro de Frankfurt 2025 será lembrada como um momento de afirmação da literatura lusófona, e grande parte desse mérito se deve à atuação da Rede Sem Fronteiras e à liderança inspiradora de Dyandreia Portugal. Mais do que uma participação institucional, trata-se de um gesto de resistência cultural, de afirmação identitária e de celebração da língua portuguesa como um elo que une povos e gerações.

Dyandreia Portugal não apenas dirige uma instituição: ela conduz um movimento que reafirma, a cada passo, que a literatura é uma força capaz de atravessar fronteiras, unir corações e transformar realidades. E é por isso que seu trabalho merece não apenas reconhecimento, mas profunda admiração. 

Esta especial resenha é uma homenagem do Focus Portal Cultural, cumprimentando a iniciativa e a dedicação de Dyandreia Portugal à frente da Rede Sem Fronteiras.

© Alberto Araújo 


(Slide com imagens do Catálogo - aguardar a rolagem das imagens)



A GRAVATA VERMELHA QUATRO GRAVATAS, QUATRO CAVALHEIROS UNIDOS PELA AMIZADE - © ALBERTO ARAÚJO


Naquela noite de gala da XXXV Convenção Internacional do Elos Internacional, quando os lustres do Clube Português refletiam cristais em cintilações douradas, um detalhe singelo roubou a cena e se transformou em memória. Entre tantos convidados, entre vozes que se entrelaçavam em conversas e risos, quatro cavalheiros se encontraram lado a lado, partilhando não apenas o encontro, mas também um curioso destino cromático: todos traziam ao peito a mesma gravata vermelha. 

Célio de Paula, Sidney da França, Marne Serrano e Alberto Araújo, nomes que ecoam como notas de uma partitura harmônica, perceberam, quase ao mesmo tempo, a coincidência que os unia. O riso foi imediato, espontâneo, como se a própria cor tivesse tramado aquele instante. O vermelho, afinal, não é apenas um tom: é uma chama. 

Essa cor, que atravessou mares e séculos e hoje se espalha pelos salões do mundo, carrega em si uma força ancestral. É o sangue que pulsa, o coração que insiste, a rosa que se oferece. No silêncio das tradições, o vermelho sempre foi chamado a representar aquilo que não se pode conter: paixão, desejo, coragem. 

Naquele encontro, porém, o vermelho não era apenas símbolo. Tornava-se gesto, presença, cumplicidade. Cada gravata parecia dialogar com a outra, como se houvesse um pacto secreto entre os quatro. Não era apenas elegância: era uma declaração silenciosa de que, mesmo em meio à formalidade de um jantar de gala, a vida ainda sabe brincar com seus acasos. 

E como não pensar que essa cor intensa também se reflete nos corações apaixonados? Os mesmos corações que, em noites de confidências, se revelam às suas musas inspiradoras. O vermelho é a cor da entrega, daquilo que não se mede em palavras, mas se sente no olhar. É a cor que atravessa a essência dos homens que, por trás das gravatas, carregam histórias, sonhos e amores. 

O salão, testemunha discreta, parecia conspirar a favor desse instante. As taças, em silêncio, observavam tudo; esperavam o sorver do líquido, o murmúrio das conversas. Tudo se harmonizava com aquele detalhe inesperado. E, de repente, a coincidência se transformava em narrativa, em lembrança que se guardará não apenas na fotografia, mas na memória afetiva de quem viveu a cena. 

Porque a vida é feita disso: de pequenos sinais que se tornam grandes quando olhados com lirismo. Quatro gravatas vermelhas, quatro cavalheiros, uma noite de gala. E, por trás de tudo, a certeza de que a cor que une também é a cor que inspira. 

O vermelho, afinal, não pertence a um país nem a uma época. Ele pertence ao coração humano. É universal, eterno, indomável. É a cor que se acende quando o amor se declara, quando a coragem se ergue, quando a vida pede intensidade.

E assim, naquela noite, entre homenagens e celebrações, entre memórias e souvenires, o vermelho se fez protagonista. Não pela ostentação, mas pela poesia. Não pela coincidência, mas pelo significado.

A fotografia feita pela companheira elista Lillian Santos, guardada como testemunho, não mostra apenas quatro homens de gravata vermelha. Ela guarda o instante em que o acaso se fez arte, em que a cor se tornou elo, em que o riso partilhado transformou-se em metáfora da vida: inesperada, vibrante, apaixonada.

Porque, no fim, o vermelho não é apenas cor. É linguagem. É música. É coração. Mostra a chama que os uniu e a lembrança de que, mesmo nos eventos mais solenes, a vida sempre encontra um jeito de sorrir. 

E, naquela noite, quatro gravatas foram suficientes para lembrar a todos que, por trás da solenidade dos eventos, pulsa sempre a chama indomável do coração humano. 

© Alberto Araújo

10 de outubro de 2025

Durante o jantar da XXXV Convenção Internacional – Elos Internacional Matilde Carone Slaibi Conti.



MENSAGENS

José Célio de Paula disse: Alberto, boa noite. Sua criatividade e o nosso inesperado  encontro todos de vermelho e preto, vai ficar gravado em nossas memórias, e a lembrança de um encontro de amizade, numa data memorável que você eternizou nesta eleição, num espaço ímpar, para nunca esquecer. Parabéns pela criatividade - José Célio de Paula


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Angela Riccomi disse: Boa noite Alberto! Parabéns, você é muito criativo . Ninguém imaginava que aquelas fotos se transformariam numa linda crônica. 








 

TOP 10 LIVROS DE FILOSOFIA PARA LER ANTES DE MORRER SELEÇÃO DO PROFESSOR MATEUS SALVADORI

No Dia Mundial do Escritor, nada poderia ser mais simbólico do que receber um presente que celebra o poder das ideias e da palavra escrita. O professor Mateus Salvadori nos brinda com uma seleção preciosa: dez obras fundamentais da filosofia que atravessam séculos e moldaram a forma como pensamos sobre ética, política, existência e humanidade. É como se ele nos entregasse um mapa para compreender melhor o mundo e a nós mesmos, um convite à reflexão e ao diálogo com os maiores pensadores da história. 

Essa seleção é uma verdadeira travessia pela história do pensamento ocidental. Cada obra representa um marco na forma como entendemos o mundo, a ética, a política e a própria existência. Ler esses livros é como conversar com os maiores pensadores da humanidade, e ser desafiado por eles. Do idealismo de Platão à lucidez crítica de Arendt, essa lista não apenas forma uma base sólida de filosofia, mas também convida à reflexão profunda sobre o que significa viver com consciência. 

SINOPSES DAS OBRAS FILOSÓFICAS 

A REPÚBLICA – Platão Um diálogo sobre justiça, política e a construção da cidade ideal. Platão apresenta a alegoria da caverna e propõe que os filósofos devem governar. 

ÉTICA A NICÔMACO – Aristóteles Obra fundamental sobre ética e virtude. Aristóteles investiga como alcançar a felicidade por meio de uma vida equilibrada e racional. 

CARTAS A LUCÍLIO – Sêneca Reflexões estoicas escritas em forma de cartas. Sêneca aconselha sobre como viver com sabedoria, serenidade e coragem diante das adversidades. 

ENSAIOS – Montaigne Textos curtos e pessoais que exploram a condição humana, o ceticismo e a subjetividade. Montaigne inaugura o gênero ensaístico com liberdade e profundidade.

ÉTICA – Spinoza Uma obra racional e geométrica que trata de Deus, natureza e liberdade. Spinoza propõe que a felicidade está em compreender a ordem do universo. 

CRÍTICA DA RAZÃO PURA – Immanuel Kant Kant investiga os limites do conhecimento humano. Ele distingue entre o que podemos conhecer pela experiência e o que pertence ao mundo das ideias.

FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO – Georg Wilhelm Friedrich Hegel Uma jornada da consciência rumo ao saber absoluto. Hegel apresenta a dialética como método e descreve o desenvolvimento do espírito humano. 

ASSIM FALOU ZARATUSTRA – Friedrich Nietzsche Obra poética e filosófica que apresenta o conceito do além-do-homem e critica a moral tradicional. Zaratustra é o profeta que anuncia novos valores. 

SER E TEMPO – Martin Heidegger Um mergulho na existência humana. Heidegger analisa o ser, o tempo e a autenticidade, propondo uma nova forma de pensar o existir. 

A CONDIÇÃO HUMANA – Hannah Arendt Reflexão sobre o agir humano na vida pública. Arendt distingue trabalho, obra e ação, e analisa os desafios da modernidade e da política.

Essa lista não é apenas um guia de leitura, mas um verdadeiro legado intelectual. Cada livro é uma porta aberta para questionar, aprender e transformar nossa visão de vida. Receber essa indicação justamente no Dia Mundial do Escritor reforça a importância da escrita como ponte entre gerações, como ferramenta de liberdade e como alimento para o espírito. Um presentão do professor Mateus que merece ser celebrado e, acima de tudo, lido com atenção e gratidão. 

© Alberto Araújo








 

LER É TRANSFORMAR, O ROTARY NITERÓI SEMEANDO FUTURO - TEXTO JORNALÍSTICO-INSTITUICIONAL © ALBERTO ARAÚJO

 


Rotary Niterói - Livros que Abrem Caminhos, Ações que Transformam Vidas 

Em um mundo cada vez mais acelerado, onde a tecnologia ocupa grande parte do nosso tempo e atenção, a leitura continua sendo uma das ferramentas mais poderosas de transformação social. Ler é abrir portas para novos horizontes, é despertar a imaginação, é cultivar o pensamento crítico e, acima de tudo, é investir no futuro. Foi com essa visão que o Rotary Niterói, sob a liderança da presidente Ana Paula Aguiar e de toda a sua diretoria, promoveu uma ação que vai muito além da doação de livros: promoveu esperança, cidadania e pertencimento. 

No último dia 11 de outubro, em celebração ao Dia das Crianças, o Rotary Niterói realizou uma iniciativa que ficará marcada na memória da cidade. Foram 587 livros doados, em parceria com a Secretaria do Idoso de Niterói, levando histórias, aventuras e conhecimento para centenas de jovens leitores. Cada exemplar entregue não foi apenas um presente material, mas um convite para mergulhar em universos de descobertas, para sonhar e acreditar em novas possibilidades. 

A leitura, afinal, é um ato de empoderamento. Uma criança que lê é uma criança que aprende a questionar, a imaginar soluções e a construir caminhos. E quando uma comunidade se mobiliza para garantir esse acesso, ela está, na prática, investindo em um futuro mais justo e igualitário. O gesto do Rotary Niterói não se limita a um evento pontual: ele ecoa como um chamado para que todos nós, enquanto sociedade, façamos da leitura um hábito incentivado e valorizado.

Mas o impacto não parou por aí. Na mesma data, a Praia de Charitas se transformou em um espaço de convivência, saúde e bem-estar. Em parceria com instituições como @rosasvaadoheihei, @universo.nutricao.niteroi e @educacaofisicaniteroi, a comunidade viveu uma manhã de experiências enriquecedoras, que uniram esporte, prevenção e alegria. Canoagem, atividades físicas e serviços de orientação em saúde mostraram que cuidar do corpo e da mente é tão essencial quanto alimentar o espírito com boas leituras. 

Essas duas ações simultâneas revelam a essência do Rotary: servir acima de tudo, unir forças em prol do bem comum e transformar realidades por meio de gestos concretos. Não se trata apenas de doações ou eventos, mas de um movimento contínuo de solidariedade, que inspira e mobiliza. 

É preciso reconhecer o esforço dos organizadores, voluntários e parceiros que tornaram esse dia possível. Cada detalhe planejado, cada livro arrecadado, cada atividade oferecida foi fruto de dedicação e amor ao próximo. São pessoas que acreditam que mudanças reais acontecem quando nos unimos em torno de um propósito maior.

O Rotary Niterói nos lembra que a leitura é um ato revolucionário. Em cada página, há a chance de formar cidadãos mais conscientes, mais preparados e mais humanos. E quando esse incentivo vem acompanhado de ações que promovem saúde, esporte e integração comunitária, o resultado é ainda mais poderoso: uma sociedade mais forte, mais saudável e mais solidária. 

Que este projeto seja apenas o início de uma corrente que se expanda por toda a cidade, multiplicando oportunidades e despertando novos leitores. Que cada criança que recebeu um livro se sinta motivada a abrir suas páginas e descobrir que dentro delas existem mundos inteiros esperando para serem explorados. 

E que nós, como comunidade, possamos seguir o exemplo do Rotary Niterói: acreditar que pequenas atitudes, quando somadas, têm o poder de transformar vidas. Porque incentivar a leitura é plantar sementes de futuro. E cuidar da saúde e do bem-estar é garantir que essas sementes floresçam em solo fértil. 

O Rotary mostrou, mais uma vez, que quando há união, compromisso e amor ao próximo, o impacto é imensurável. Que venham muitas outras ações como essa, para que Niterói continue sendo exemplo de solidariedade, cultura e cidadania. 

Sobre o lema do Rotary para o ano rotário 2025-2026 é "Unidos para Fazer o Bem". Essa mensagem foi anunciada pelo presidente eleito do Rotary International, Mário César Martins de Camargo, e reforça a importância da colaboração e do serviço conjunto para causar um impacto positivo no mundo. 

Foco na união: O lema destaca a colaboração entre os rotarianos para alcançar os objetivos da organização. 

Ação e impacto: A frase reflete a ideia de que os rotarianos são "Pessoas em Ação" que não esperam que a mudança aconteça, mas a promovem ativamente. 

Mensagem estratégica: A partir de 2025-2026, o Rotary passou a utilizar uma "mensagem presidencial estratégica" em vez do lema anual tradicional, alinhada diretamente ao Plano de Ação do Rotary. 

Créditos das Fotos: https://www.instagram.com/p/DPv4ROiETWQ/?img_index=3&igsh=MTZ2cDJ3eWI4cDkxcw%3D%3D

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 

 














A INFÂNCIA COMO CATEGORIA ESTÉTICA E CULTURAL CASIMIRO DE ABREU E O DIA DA CRIANÇA - ENSAIO ACADÊMICO DE ALBERTO ARAÚJO

A infância como poesia viva 

Celebrar o Dia da Criança, em 12 de outubro, é mais do que oferecer presentes ou organizar festas: é um convite à reflexão sobre o valor da infância como tempo fundador da existência. Poucos escritores brasileiros souberam traduzir esse instante com tanta delicadeza quanto Casimiro de Abreu. Sua obra, embora breve, permanece como um marco de ternura e lirismo. O poema Meus oito anos, publicado em 1859, tornou-se um verdadeiro hino à infância, não apenas pela beleza dos versos, mas pela capacidade de transformar memória em eternidade.

A poesia de Casimiro não é apenas nostalgia; é também filosofia. Ao evocar a pureza dos primeiros anos, o poeta nos lembra que a infância é o território onde se formam os sonhos, onde a imaginação é soberana e onde a vida parece um “hino de amor”. Essa visão ultrapassa os limites do romantismo literário e se aproxima de uma reflexão universal: a infância é o alicerce da sensibilidade humana, a fonte de onde brotam tanto a criatividade quanto a capacidade de contemplar o mundo com encantamento.

Vivemos em uma era marcada pela aceleração digital, pela ansiedade e pela constante busca por produtividade. Nesse cenário, a poesia de Casimiro soa quase como um manifesto contra a pressa. Seus versos nos convidam a revisitar um tempo em que o céu era bordado de estrelas, o mar beijava a areia e a vida se resumia a correr atrás de borboletas azuis. 

Ao celebrarmos o Dia da Criança, não estamos apenas homenageando os pequenos de hoje, mas também resgatando a criança que fomos. A literatura nos oferece esse espelho: ao ler Meus oito anos, cada leitor reencontra sua própria memória afetiva, seja no quintal da avó, nas brincadeiras de rua, nas tardes sem relógio ou nos gestos de carinho que marcaram a formação da identidade. 

Pode parecer paradoxal falar em “intelectualidade da infância”, mas é justamente isso que a poesia de Casimiro revela. A criança pensa o mundo de forma poética, cria metáforas espontâneas, interpreta a realidade com liberdade e imaginação. Esse olhar, que os adultos muitas vezes perdem, é uma forma de sabedoria. 

Ao valorizar a infância, não estamos apenas celebrando a inocência, mas também reconhecendo a potência criadora que ela carrega. A criança é filósofa sem saber, é artista sem técnica, é poeta sem esforço. O Dia da Criança, portanto, não deve ser visto apenas como uma data lúdica, mas como um lembrete de que a sociedade precisa proteger, nutrir e aprender com esse olhar. 

CASIMIRO DE ABREU E A SAUDADE COMO ESTÉTICA

Casimiro de Abreu morreu jovem, aos 21 anos, mas deixou uma obra que atravessou séculos. Sua poesia é marcada pela saudade — não como peso, mas como força estética. A saudade, em sua escrita, não paralisa: ela ilumina. Ao recordar a infância, o poeta não apenas lamenta o que passou, mas transforma a memória em beleza compartilhada.

É por isso que, mais de 160 anos depois, seus versos ainda ecoam em salas de aula, em corações nostálgicos e em leitores que buscam, na literatura, um refúgio contra a dureza do tempo presente. A infância, em Casimiro, não é apenas lembrança pessoal: é patrimônio coletivo. 

O DIA DA CRIANÇA COMO CELEBRAÇÃO DA POESIA 

No Brasil, o 12 de outubro é também dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país. Essa coincidência reforça a ideia de que a infância é sagrada, merecedora de cuidado e reverência. Ao unir a celebração religiosa com a celebração da criança, a data ganha uma dimensão simbólica ainda maior: é o dia de olhar para o futuro com esperança e para o passado com gratidão. 

Assim, ao celebrarmos o Dia da Criança, podemos também celebrar a poesia. Porque a infância é, em si, uma forma de poesia vivida: feita de descobertas, de encantamentos, de perguntas sem respostas e de sonhos sem limites. Casimiro de Abreu soube eternizar esse instante, e sua obra nos lembra que, mesmo adultos, nunca deixamos de carregar dentro de nós aquela criança que um dia correu livre pelos campos. 

INFÂNCIA COMO CATEGORIA ESTÉTICA E CULTURAL 

A celebração do Dia da Criança abre espaço não apenas para homenagens lúdicas, mas também para reflexões mais profundas sobre o papel da infância na cultura e na literatura brasileira. A infância, longe de ser apenas uma fase biológica, constitui-se como uma categoria estética e simbólica, capaz de revelar valores, sensibilidades e visões de mundo. Nesse sentido, a poesia de Casimiro ocupa lugar central: em Meus oito anos, o poeta romântico transforma a memória pessoal em matéria literária, elevando a experiência infantil à condição de mito coletivo. 

A literatura brasileira do século XIX, marcada pelo romantismo, buscava construir identidades nacionais e afetivas. Casimiro, ao evocar sua infância perdida, não descreve apenas lembranças individuais, mas cria um mito da infância: um tempo idealizado, puro, em que a natureza e a inocência se fundem. Essa idealização dialoga com o projeto romântico de valorização da subjetividade e da emoção, mas também com a necessidade de criar um espaço simbólico de pertencimento. 

Essa dimensão coletiva é fundamental para compreender a força simbólica da infância. Ao mesmo tempo em que remete a experiências pessoais, ela constrói uma identidade cultural comum, marcada pela valorização da simplicidade, da natureza e dos afetos familiares.

O Dia da Criança não é apenas uma data no calendário: é um convite à contemplação. É a oportunidade de reconhecer que a infância é o berço da imaginação, da sensibilidade e da intelectualidade. Ao revisitarmos os versos de Casimiro de Abreu, somos lembrados de que a poesia não é apenas arte, mas também memória, filosofia e celebração da vida 

Que neste 12 de outubro possamos, como sociedade, não apenas presentear as crianças, mas também aprender com elas, e com a poesia que as representa. Porque, no fundo, preservar a infância é preservar a própria humanidade. 

Casimiro de Abreu (1839 – 1860), um dos nomes mais sensíveis do romantismo brasileiro, viveu apenas 21 anos, mas deixou uma obra marcada pela saudade, pelo lirismo e pela musicalidade. Em “Meus oito anos”, ele transforma memórias em poesia, tocando gerações com sua simplicidade e emoção. Mais de 160 anos depois, seus versos ainda ecoam em salas de aula, corações nostálgicos e leitores em busca de beleza. 

LEIA ABAIXO “MEUS OITO ANOS” POESIA DE CASIMIRO DE ABREU 

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

 

Como são belos os dias

Do despontar da existência!

— Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar é — lago sereno,

O céu — um manto azulado,

O mundo — um sonho dourado,

A vida — um hino d’amor!

 

Que aurora, que sol, que vida,

Que noites de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d’estrelas,

A terra de aromas cheia

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

 

Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha irmã!

 

Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberta o peito,

— Pés descalços, braços nus —

Correndo pelas campinas

A roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

 

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a atirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo.

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

 

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

— Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

A sombra das bananeiras

Debaixo dos laranjais!

 

© Alberto Araújo 



domingo, 12 de outubro de 2025

O HEAL YOUR LIFE TALK RADIO SHOW – EPISÓDIO 147, COM POLIANA CONTI E A ANFITRIÃ VICTORIA JOHNSON

(Clicar na imagem para assistir ao vídeo)

O episódio 147 do Heal Your Life Talk Radio Show apresenta Poliana Conti e a anfitriã Victoria Johnson discutindo Liderança Centrada no Ser Humano! 

Poliana Conti é fundadora da Partners4Growth®; Coach Certificada Heal Your Life; Parceira Autorizada Five Behaviors; membro da ICF; com mais de 25 anos de experiência em RH global, atuando em mais de 44 países. Conecte-se com Poliana em https://polianaconti.com/ ou no canal /polianaconti. 

No episódio 147 desta série de podcasts, você ouvirá Poliana e Victoria discutindo: 

Os Quatro Gs da liderança sustentável: Grounded (Enraizado), Grace (Graça), Gratitude (Gratidão), Governance (Governança) 

Integração do Heal Your Life® com o trabalho corporativo: Afirmações, autenticidade e um “Porquê” claro ajudam líderes a criar culturas seguras, de alta qualidade e pontuais. Os efeitos começam pelo estado do líder. 

Enraizamento antes de reuniões e conversas: Checagem de energia, exercícios de respiração e uma breve “mensagem de segurança” que inclui preparo mental. Aplica-se tanto ao trabalho quanto a relacionamentos pessoais. 

Mudança cultural: Habilidades interpessoais agora são habilidades essenciais. Momentos de exemplo vindos de CEOs estabelecem normas de bem-estar e limites. 

Transformação pessoal: O treinamento ajudou Poliana a pausar, sair do piloto automático e navegar sua identidade ao passar do mundo corporativo americano para o empreendedorismo. 

Crescimento contínuo e autogovernança: Cada experiência constrói a próxima identidade. Governança inclui verificar regularmente se você voltou a padrões automáticos.

Afirmação favorita: 

“Tudo está acontecendo para o meu bem maior. Tudo está bem no meu mundo.” 

“Os melhores líderes se sentem confortáveis em dizer: ‘Eu não sei a resposta. Vamos descobrir juntos.’” 

“Coaching é uma parceria. Não estou acima nem abaixo. Estou aqui para ajudá-lo a tomar a decisão certa a partir da sua própria experiência.”

“Líderes enraizados mudam o ambiente antes mesmo de dizer uma palavra.” 

“Governança não é apenas processo. É autogestão para que você não caia no automático.”

Os Quatro Gs da Liderança Sustentável: 

Grounded, Grace, Gratitude, Governance 


Pilares do Crescimento Empresarial: Crescimento e cultura do negócio, crescimento da liderança, crescimento da equipe, crescimento individual.

Práticas: Breves exercícios de respiração, checagem de energia, afirmações, declarar valores de segurança e qualidade em voz alta, esclarecer o “Porquê” 

Antes da sua próxima reunião: faça três respirações lentas e pergunte a si mesmo: “Como estou chegando?” 

Se você lidera: comece nomeando prioridades que definem a cultura, por exemplo: “Segurança, qualidade, pontualidade.” 

Se sentir síndrome do impostor: liste seus pontos fortes de liderança e um aspecto no qual confiará na expertise da sua equipe nesta semana. 

Checagem diária de governança: “Onde entrei no automático hoje e como vou me reajustar amanhã?” 

Coaches e líderes: entrem em contato com Poliana se quiserem um PDF de uma página com o checklist dos Quatro Gs para reuniões e encontros individuais. Basta dizer: “Envie-me o checklist dos Quatro Gs” e ela o enviará. 

Visite https://www.healyourlifetrainer.com  para mais informações sobre o próximo treinamento em 2026 para se tornar um Instrutor e Coach Certificado Heal Your Life. 

Saiba mais sobre Victoria Johnson nas redes sociais:

/healyourlifetraining e /healyourlifecanada. 

Assista a mais de 140 vídeos de Louise Hay sobre crescimento pessoal e autoajuda no canal do YouTube: @HealYourLifeTraining 

Ouça mais de 145 episódios do Heal Your Life Podcast Talk Radio Show, com ouvintes em mais de 130 países, apresentado por Victoria Johnson, no Spotify e Apple Podcasts:

Spotify

Apple Podcasts





POSTAGEM ORIGINAL 



Heal Your Life Podcasts Talk Radio Shows with Victoria Johnson | Louise Hay | Law of Attraction | Manifesting Episode 147 of the Heal Your Life Talk Radio Show features Poliana Conti and host Victoria Johnson 

discussing Human Centered Leadership! Poliana Conti is the Founder, Partners4Growth®Certified Heal Your Life Coach; Authorized Five Behaviors Partner; ICF member; 25+ years in global HR across 44+ countries. Connect with Poliana at https://polianaconti.com/ or / polianaconti In episode 147 of this podcast series, you will hear Poliana and Victoria discussing: - The Four Gs of sustainable leadership: Grounded, Grace, Gratitude, Governance -Blending Heal Your Life® with corporate work Affirmations, authenticity, and a clear "Why" help leaders set safe, high-quality, on-time cultures. 

Ripple effects begin with the leader’s state. - Grounding before meetings and conversations Energy check, breath work, and a short “safety message” that includes mental readiness. Applies to both work and personal relationships. -Culture shift Soft skills are now essential skills. Role-model moments from CEOs set norms for well-being and boundaries. -Personal transformation Training helped Poliana pause, exit autopilot, and navigate identity while moving from corporate America to entrepreneurship. -Continuous growth and self-governance. 

Every experience builds the next identity. Governance includes regularly checking if you have slipped back into automatic patterns. -Favorite affirmation “Everything is happening for my highest good. All is well in my world.” -“The best leaders are comfortable saying, ‘I do not know the answer. We will figure it out together.’” -“Coaching is a partnership. I am not higher or lower. I am here to help you make the right decision from your expertise.” - “Grounded leaders change the room before they say a word.” - “Governance is not only process. It is self-management so you do not slip into automatic.” -Four Gs of Sustainable Leadership Grounded, Grace, Gratitude, Governance - Business Growth Pillars Business growth and culture, Leadership growth, Team growth, Individual growth - Practices Brief breath work, energy check-ins, affirmations, stating safety and quality values out loud, clarifying Why -Before your next meeting: take three slow breaths, then ask yourself, “How am I arriving?” - If you lead: open by naming priorities that set culture, for example, “Safety, quality, on time.” - If you feel impostor syndrome: list your leadership strengths and one place to rely on your team’s expertise this week. -Daily governance check: “Where did I go on automatic today and how will I reset tomorrow? Coaches and leaders: reach out to Poliana if you want a one-page PDF of the Four Gs checklist for meetings and 1-to-1s? Say “Send me the Four Gs checklist” and I will generate it for you. Visit https://www.healyourlifetrainer.com for more information on the next training in 2026 to become a Certified Heal Your Life Workshop Teacher and Coach! Learn more about Victoria Johnson on Social Media at: / healyourlifetraining / healyourlifecanada Watch over 140 Louise Hay, personal growth and self help videos on this YouTube channel: @HealYourLifeTraining Listen to over 145 episodes of the Heal Your Life podcast Talk Radio show with listeners in over 130 countries with host Victoria Johnson on Spotify and Apple Podcasts: 

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sábado, 11 de outubro de 2025

SOB O OLHAR SILENTE DE CAMÕES PROSA POÉTICA DE ALBERTO ARAÚJO


Sob o olhar silente do busto de Luiz Vaz de Camões, o tempo pareceu suspender-se em reverência. Era 10 de outubro, e o Clube Português de Niterói, com seus salões de mármore e memórias lusitanas, abrigava mais do que um jantar de gala, acolhia um instante de eternidade. A XXXV Convenção Internacional do Elos Internacional, presidida com elegância por Matilde Slaibi Conti, desenhava em sua programação um quadro de afetos, cultura e comunhão. 

Ali, entre taças que tilintavam como sinos de cristal e vozes que se entrelaçavam em idiomas de irmandade, um grupo de elistas se aproximou do busto do poeta maior. Matilde Slaibi Conti com a sua singela discrição de anfitriã; Reliane de Carvalho, com seu sorriso que parecia guardar segredos de mares antigos; Márcia Pessanha, cuja presença evocava a firmeza das raízes e a leveza das flores; Sara de Lourdes, envolta em aura de contemplação, como quem escuta os versos que o tempo murmura; Domingos, sereno como um fado que caminha pelas pedras da Alfama; Zeneida, cuja energia parecia dançar com as estrelas; e Regina Coeli, nome que já é oração, presença que já é luz.

Posaram juntos, não apenas para a fotografia, mas para a memória. Ao lado de Camões, símbolo da língua que os une e da alma que os inspira, eternizaram o momento. Não era apenas um registro visual,  era uma oferenda à posteridade. A imagem capturada trazia mais do que rostos: trazia histórias, trajetórias, sonhos entrelaçados por um ideal comum. O Elos, mais que uma organização, ali se revelava como um sopro de humanidade, um abraço entre continentes, uma ponte entre tempos. O busto de Camões, esculpido em nobreza e saudade, parecia sorrir discretamente. Talvez reconhecesse ali, naqueles rostos, o eco de seus próprios versos. Talvez visse, na gala que se desenrolava, o renascimento daquilo que sempre cantou: o valor, a amizade, a travessia. E o Clube Português, testemunha de tantas histórias, tornava-se palco de mais uma, não menos grandiosa, não menos poética.

As luzes do salão refletiam nos olhos dos presentes como estrelas em noite de verão. A música, suave, parecia costurar os instantes com fios de ouro. E cada palavra dita, cada gesto trocado, cada sorriso compartilhado, compunha uma sinfonia de pertencimento. Era como se o tempo, generoso, decidisse ali repousar um pouco, para ouvir, para sentir, para celebrar. 

E assim, entre o passado que Camões representa e o presente que os elistas constroem, ergueu-se um monumento invisível,  feito de afeto, de cultura, de compromisso. Um monumento que não se vê, mas se sente. Que não se toca, mas se guarda no íntimo. Um monumento que vive nas lembranças, nas palavras que ainda serão ditas, nas ações que ainda serão tomadas. 

Porque há momentos que não se explicam, apenas se vivem. E há encontros que não se encerram, apenas se transformam em eternidade. 

@ Alberto Araújo

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