O Focus Portal Cultural homenageia com um filme comemorativo, a atriz dramática Fernanda Montenegro, pelos seus 70 anos de trabalho pela cultura e seus 86 anos de vida.
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Fernanda Montenegro - atriz
Fernanda
Montenegro, nome artístico de Arlette Pinheiro Esteves Torres nasceu no Rio de
Janeiro, 16 de outubro de 1929, é uma premiada atriz brasileira.
Fernanda Montenegro aos 25 anos.
Considerada
tanto pelo público quanto pela crítica como uma das maiores damas dos palcos e
da dramaturgia brasileira de todos os tempos, foi a primeira latino-americana e
a única brasileira já indicada ao Oscar de melhor atriz, sendo nomeada por seu
trabalho em Central do Brasil (1998) e a primeira brasileira a ganhar o Emmy
Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013).
Fernanda Montenegro ganha o Emmy Internacional
na categoria de melhor atriz pela atuação em
Doce de Mãe - Rede Globo (2013).
Dentre
os inúmeros prêmios nacionais e internacionais que recebeu em seus mais de sessenta
anos de carreira, em 1999 foi condecorada com a maior comenda civil do país, a
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, "pelo
reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras",
entregue pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2013 foi eleita a
15ª celebridade mais influente do Brasil pela revista Forbes.
Além
de ter sido cinco vezes galardoada com o Prêmio Molière, ter recebido três
vezes o Prêmio Governador do Estado de São Paulo e de inúmeros outros prêmios
em teatro e cinema, ganhou ainda o Urso de Prata de melhor atriz e concorreu ao
Oscar de melhor atriz em 1999 e ao Globo de Ouro de Melhor atriz em filme
dramático pelo filme Central do Brasil de Walter Salles. Recebeu também vários
prêmios da crítica americana, no mesmo ano (Los Angeles Film Critics Award,
National Board of Review Award).
Iniciou
sua carreira no ano de 1950, na peça "Alegres Canções nas Montanhas",
ao lado daquele que seria seu marido por toda a vida, Fernando Torres.
Fernanda Montenegro e Fernando Torres.
Sua
estreia em cinema se dá na produção de 1964 para a Tragédia Carioca de Nelson Rodrigues, A Falecida, sob direção de
Leon Hirszman.
Em
televisão participou de centenas de teleteatros na extinta TV Tupi, que na
direção revezavam-se Fernando Torres (ator), Sérgio Britto e Flávio Rangel.
Telenovelas na extinta TV Excelsior e na TV Rio e na Rede Record e dezenas de
produções na Rede Globo.
Fernanda Montenegro contracena com
Maria Esmeralda e Zilka Salaberry
na estreia de O beijo no asfalto.
Tem
dois filhos: a atriz Fernanda Torres e o diretor Cláudio Torres, um dos sócios
da Conspiração Filmes, produtora de publicidade e cinema.
Em novembro de 2007, em exposição sobre carreira de Fernando Torres
no CCBB do Rio, o ator e diretor posa ao lado de Fernanda Montenegro
e os filhos Fernanda e Claudio Torres.
Torres
é seu sobrenome de casada, apesar de ser viúva. Quando solteira possuía Silva
ao invés de Torres
Em
1965, na recém-criada TV Globo, Fernanda Montenegro participou do programa 4 no
Teatro, que apresentou uma série de teleteatros sob a direção de Sérgio Britto.
Em sua estreia na emissora, a atriz atuou nas peças Massacre, de Emanuel
Robles, e As três faces de Eva, de Janete Clair.
No
ano seguinte, na TV Tupi, interpretou a personagem Amália, na novela Calúnia,
de Talma de Oliveira. Em 1967, estreou na TV Excelsior como Lisa, em Redenção,
novela de Raimundo Lopes. Dirigida por Reynaldo Boury e Waldemar de Moraes,
Redenção foi um grande sucesso, atingindo 596 capítulos e se tornando um marco
na história das telenovelas brasileiras.
Fernanda Montenegro interpreta Simone de Beauvoir no monólogo "Viver Sem Tempos Mortos" em São Paulo. A peça é dedicada ao marido, Fernando Torres, que morreu em 2008 (21/5/2009) Foto: AgNews.
Ainda
na TV Excelsior, em 1968, Fernanda Montenegro viveu a Cândida em A muralha,
adaptação de Ivani Ribeiro da obra de Dinah Silveira de Queiroz. Com direção de
Sérgio Britto e Gonzaga Blota, a novela foi considerada uma superprodução em
sua época. Na mesma emissora, em 1969, a atriz viveu a personagem Júlia
Camargo, de Sangue do meu Sangue, escrita por Vicente Sesso, novamente dirigida
por Sérgio Britto, com elenco composto por Francisco Cuoco, Cláudio Correa e
Castro, Nicete Bruno e Tônia Carrero.
Fernanda
Montenegro deixou a falida TV Excelsior em 1970 e manteve-se afastada da
televisão durante nove anos, intervalo quebrado apenas pela realização de dois
trabalhos: o teleteatro A Cotovia, de Jean Anouilh, para a TV Tupi, em 1971, e
um Caso Especial da TV Globo, em 1973. Este Caso Especial estrelado pela atriz
era uma adaptação da tragédia Medeia, de Eurípedes, feita por Oduvaldo Viana
Filho. Levado ao ar no mesmo dia e horário da estreia do Programa do Chacrinha,
na TV Tupi, o especial da TV Globo surpreendeu conseguindo 20 pontos de
vantagem sobre o concorrente, segundo as pesquisas do Ibope.
Atuou ao lado do marido Fernando Torres (1927-2008) na peça "Dias Felizes" (foto), em 1995. Fernanda e Fernando atuaram juntos pela primeira vez em 1950, na peça "Alegres Canções nas Montanhas", e se casaram em 1954. foto Divulgação.
Ainda
na década de 1970, a atriz integrou o elenco da novela Cara a Cara (1979), de
Vicente Sesso, na TV Bandeirantes. Na trama, dirigida por Jardel Mello e
Arlindo Barreto, a atriz viveu a personagem Ingrid Von Herbert, egressa de um
campo de concentração nazista.
Fernanda
Montenegro estreou em novelas da TV Globo em 1981, em Baila comigo, de Manoel
Carlos. Sua personagem, Sílvia Toledo Fernandes, foi escrita especialmente para
a atriz, que foi dirigida por Roberto Talma e Paulo Ubiratan. No mesmo ano,
viveu a milionária Chica Newman de Brilhante, novela de Gilberto Braga. Na
trama, Luísa (Vera Fischer) é escolhida por Chica Newman para se casar com seu
filho Ignácio (Dennis Carvalho), que é homossexual. Mas a moça acaba se
envolvendo com Paulo César (Tarcísio Meira), homem de origem humilde, casado
com Isabel (Renée de Vielmond), filha de Chica.
Em
1983, Fernanda Montenegro protagonizou cenas hilariantes ao lado de Paulo
Autran, como os primos Charlô e Otávio de Guerra dos Sexos, novela escrita por
Sílvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando e Guel Arraes. Obrigados a
conviver na mesma casa e na mesma empresa devido ao testamento de um tio, os
dois empreendiam "batalhas" diárias, numa verdadeira guerra. A
censura impôs mudanças em personagens, diálogos e cenas. Ainda assim, a novela
foi um sucesso e recebeu diversos prêmios da Associação Paulista de Críticos de
Arte, entre eles o de melhor atriz para Fernanda Montenegro.
Fernanda Montenegro com o ator Paulo Autran.
Em
1986, a atriz participou de Cambalacho, outra comédia de Silvio de Abreu,
dirigida por Jorge Fernando. Como o título sugere, o ponto de partida da trama
eram os trambiques armados por Leonarda Furtado, a "Naná", personagem
de Fernanda Montenegro, e Jerônimo Machado, o "Gegê", interpretado
por Gianfrancesco Guarnieri.
Fernanda Montenegro com o ator Gianfrancesco Guarnieri.
Quatro
anos depois, Fernanda Montenegro fez uma participação especial, no papel de
Salomé, em Rainha da Sucata, novela de Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e José
Antônio de Souza. Ainda em 1990, interpretou a Vó Manuela na minissérie Riacho
Doce, de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn. A minissérie se passa em uma
cidade do nordeste liderada por Vó Manuela, uma mulher mística e poderosa que
exerce total domínio sobre seu neto Nô (Carlos Alberto Riccelli).
Fernanda Montenegro é Olga Portela
em O Dono do Mundo - Globo.
Em
1991, na novela O Dono do Mundo, de Gilberto Braga, Fernanda Montenegro foi
Olga Portela, uma requintada cafetina que, apesar de picareta, conquistou a
simpatia do público. Dois anos depois, apresentou uma atuação marcante como
Jacutinga, a dona de um bordel no interior da Bahia, na primeira fase da novela
Renascer, de Benedito Ruy Barbosa. Ainda em 1993, participou – como Madalena
Moraes – da novela O mapa da mina, a última de Cassiano Gabus Mendes.
Fernanda Montenegro, interpretou Quitéria Campolargo.
Em
1994, como Quitéria Campolargo, a atriz integrou o elenco estelar de Incidente
em Antares, que reuniu nomes como Marília Pêra, Regina Duarte, Gianfrancesco
Guarnieri, Paulo Goulart, Nicette Bruno, Flávio Migliaccio, Betty Faria e Diogo
Vilela. A minissérie era uma adaptação de Nelson Nadotti e Charles Peixoto do
livro homônimo de Érico Veríssimo.
Fernanda Montenegro, viveu Zazá - Globo.
Em
seguida, em 1997, Fernanda Montenegro viveu o papel-título de Zazá, novela de
Lauro César Muniz. Sua personagem é uma mulher idealista, que tenta buscar uma
solução para a vida medíocre dos sete filhos, ao mesmo tempo em que enfrenta
várias adversidades para fazer seu projeto de avião atômico – o BR-15 – sair do
papel, e provar que não é louca quando afirma ser filha de Santos Dumont.
Fernanda Montenegro no Filme Central do Brasil.
Em
1999, por sua atuação no filme Central do Brasil, de Walter Salles, foi a
primeira artista brasileira a ser indicada para o Óscar de melhor atriz. Um ano
antes, ainda por sua atuação naquele filme, recebeu o Urso de Prata do Festival
de Berlim.
Fernanda Montenegro fez papel de Nossa Senhora
em O Auto da Compadecida.
Ainda
em 1999, a atriz fez o papel de Nossa Senhora na minissérie O Auto da Compadecida,
adaptação da premiada peça de Ariano Suassuna feita por Guel Arraes, Adriana
Falcão e João Falcão, e transformada em filme no ano seguinte. Em 2001, viveu a
Lulu de Luxemburgo de As filhas da mãe, de Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e
Bosco Brasil.
Fernanda Montenegro interpretou Luiza em Esperança - Globo.
Fernanda
Montenegro participou da primeira fase de Esperança (2002), novela de Benedito
Ruy Barbosa, em que fez o papel da italiana Luiza, a avó da protagonista Maria,
interpretada por Priscila Fantin. Em 2005, na premiada minissérie Hoje É Dia de
Maria, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, a atriz interpretou a madrasta,
voltando a atuar na segunda jornada da série como Dona Cabeça, narradora da
trama. Em 2006, brilhou na novela Belíssima como a vilã Bia Falcão, matriarca
da família Assumpção. A trama de Sílvio de Abreu prendeu a atenção dos
telespectadores até o último capítulo, quando a personagem de Fernanda
Montenegro, em vez de receber a esperada punição, terminou numa suíte em Paris
ao lado do jovem Matheus (Cauã Reymond). Um de seus mais recentes trabalhos na
TV Globo foi a minissérie Queridos amigos (2008), de Maria Adelaide Amaral,
como intérprete de Iraci.
Ao
longo de sua trajetória profissional, Fernanda Montenegro recebeu prêmios
importantes por seus trabalhos tanto no teatro quanto no cinema. Em 1985, foi
convidada pelo então presidente José Sarney para ocupar o Ministério da
Cultura, mas recusou. Em 1999, foi condecorada com a maior comenda que um
brasileiro pode receber do presidente da República, a Ordem Nacional do Mérito
Grã-Cruz, "pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas
brasileiras". Na época, uma exposição realizada no Museu de Arte Moderna
(MAM), no Rio de Janeiro, comemorou os 50 anos de carreira da atriz. Em 2004,
aos 75 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Tribeca, em Nova
Iorque.
Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo
em A Falecida(1964).
Entre
os filmes em que atuou no cinema estão A Falecida (1964) e Eles Não Usam
Black-Tie (1980), ambos de Leon Hirszman. E, mais recentemente, Olga, de Jayme
Monjardim, onde interpretou Leocádia Prestes, mãe do líder comunista Luís
Carlos Prestes; Redentor (2004), dirigido por seu filho, Cláudio Torres; Casa
de Areia (2005), filme dirigido pelo genro Andrucha Waddington, marido de sua
filha, a atriz Fernanda Torres; e Love in the Time of Cholera (O Amor nos
Tempos do Cólera), de Mike Newell, lançado em 2007, onde fez a personagem
Tránsito Ariza, mãe do personagem do ator espanhol Javier Bardem. Recentemente,
viveu a protagonista Bete em Passione, de Sílvio de Abreu.
Fernanda Montenegro é Dona Picucha em Doce de Mãe-Globo.
Em
2012 protagonizou o último episódio da minissérie As Brasileiras como a artista
decadente Mary Torres no episódio Maria do Brasil, e no especial de fim de ano
Doce de Mãe em que interpretou Dona Picucha, personagem principal onde foi
premiada com o Emmy Internacional de melhor atriz. Carlos Henrique Schroder
diretor-geral da Rede Globo festejou o prêmio de Fernanda dizendo: "É o reconhecimento de uma estrela maior da
nossa cultura. É a nossa dama maior do teatro, da TV e do cinema brasileiro. E
justamente recebeu essa homenagem e reconhecimento internacional".
Fernanda Montenegro deu vida a Dona Candinha
em Saramandaia - Globo.
Em
2013, deu vida a Dona Cândida Rosado (Candinha) no remake de Saramandaia escrito por Ricardo
Linhares. Em 2014, viveu novamente Dona Picucha na série Doce de Mãe. No mesmo ano é anunciado que a atriz trabalhou em Babilônia,
novela de Gilberto Braga.
A
Cultura Brasileira engalana-se
com a expressividade dramática
de Fernanda
Montenegro, a magnânima.
Um filme de Alberto Araújo
do Focus Portal Cultural.
Há 5 anos divulgando a cultura fluminense.
APOIO CULTURAL
COMENTÁRIOS
Alberto Araújo,
meus parabéns,
belo e comovente depoimento da grande Fernanda Montenegro.
Tomei a iniciativa de fazê-lo chegar às suas mãos.
Obrigada
Nélida Piñon
Nélida Piñon
é escritora e secretária-geral da ABL/2016.
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Alberto,
mais uma vez ratifico: você é um grande divulgador da Cultura. Gravita em todos
os horizontes, procurando os verdadeiros valores. Parabéns por esta justa
homenagem à magistral Fernanda.
Dalma.
Dalma Nascimento
é escritora,
doutora em Literatura Comparada da URFJ.
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Alberto,
belo trabalho, a
Fernanda merece!
Abraço,
Gilson.
Gilson Rangel Rolim
é escritor e acadêmico
- membro
de várias entidades
culturais.
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Muito bom, Alberto.
Bravo, abraços,
Cyro.
Cyro de Mattos
é escritor e
ganhador
do Prêmio Literário
do
PEN Clube do Brasil
2015.
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Belíssima
homenagem,
Alberto.
Parabéns!
Diego.
Diego Mendes de Sousa
escritor e colunista do ProParnaiba.Com.
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Olá Alberto!
Estive por esses tempos correndo no tempo, porém, assim que cheguei vi que me encantou, a postagem de Fernanda Montenegro; Me é difícil pontuar o que de trabalho melhor, você, o fazedor criativo faz.
Fez o molho de teatro e poema de forma que a arte sempre tem que te agradecer, seja ela de que segmento for, somos nós artistas em uma escala de cem tão poucos é tão valentes e por vezes considerados tão loucos, porém, é essa loucura que faz até você viver na imaginação de um palco onde se apresentam tão outros loucos munidos de sensibilidade que pôr vezes doe o coração, e tendo certeza desta tela é que com admiração pinto seu retrato e mais uma vez parabéns.
Da amiga
Angela.
Angela Gemesio
é atriz, artista plástica e acadêmica.
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FONTE BIOGRÁFICA: