terça-feira, 31 de março de 2020

RESENHA DA TENDA. INFORMATIVO DOS ESCRITORES AO AR LIVRO. MÊS DE MARÇO DE 2020. BOA LEITURA!





Férias merecidas e cumpridas. Apesar da saudade no veranico escaldante, mantemos a chama acesa com todo o período da ausência na praça. Estamos chegando com este ano 2020 para completarmos 12 anos de festejos literários. Os poetas e amigos do movimento cultural “Escritores ao ar Livro” agradecem! E no ano que - certamente - será da reviravolta na política-cultural da nossa “Cidade Sorriso”, pois esta anda vilipendiada nas mãos eternizadoras de uma gestão incerta... Acerta no voto, eleitor! Por eu ser o coordenador deste projeto literário, quero agradecer de público a todos que incansavelmente tornaram- se fiéis às manhãs de domingo. Sempre com uma conversa descontraída, amigável e, às vezes, com a verve autêntica e, quiçá, irônica... Papo das manhãs dominicais! São os sinais de que a diversidade não impede o convívio cordial da turma. Começamos, pois, o novo ano saudando o “Dia Internacional da Mulher”. Que todas tenham força e sabedoria para vencer seus objetivos e alcançar suas metas. O momento é agora! 

PRCECCHETTI - Editor da RESENHA DA TENDA.







Paulo Roberto Cecchetti disse: Caro confrade Alberto, agradecemos, em nome de Maria Luíza Martins da Paz Pacheco, a belíssima divulgação da RESENHA DA TENDA, edição EXTRA do mês de março/2020. Nossa alegria se tornou completa, pois amanhã, 1º de abril (e não é mentira!) Maria Luiza completa 94 anos! Um forte abraço, PRCecchetti, Dôra e Nico Quintana, o persa.






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domingo, 29 de março de 2020

CLARICE LISPECTOR 100 ANOS ESPECIAL DA TV CULTURA

 
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Em 10 de dezembro de 2020, Clarice Lispector completaria seu centenário, e em sua homenagem, a TV Cultura preparou este programa especial para trazer à luz a memória da escritora. Apresentado por Adriana Couto, a atração traz uma entrevista exclusiva com o biógrafo de Clarice, o professor e pesquisador norte-americano Benjamim Moser. Além disso, a produção resgata a última entrevista concedida pela escritora, guiada pelo repórter Julio Lerner, em 1977, no Panorama. Na conversa com Lerner, ela revela traços importantes de sua personalidade, que ajudam a compreender quem era aquela mulher, nascida na Ucrânia, mas que se dizia "brasileira e pernambucana". E a editoria de toda obra da autora produzida pela editora Secco, em coordenação de Pedro Vasquez.
 
 
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CLARICE LISPECTOR nasceu em Tchelchenik, na Ucrânia, em 1920. Chega ao Brasil com os pais e as duas irmãs aos dois meses de idade, instalando-se em Recife. A infância é envolta em sérias dificuldades financeiras. A mãe morre quando ela conta 9 anos de idade. A família então se transfere para o Rio de Janeiro, onde Clarice começa a trabalhar como professora particular de português.
 
A relação professor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra - desde o primeiro romance: Perto do Coração Selvagem. Ela estuda Direito, por contingência. Em seguida, começa a trabalhar na Agência Nacional, como redatora. No jornalismo, conhece e se aproxima de escritores e jornalistas como Antônio Callado, Hélio Pelegrino, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Alberto Dines e Rubem Braga. Os passos seguintes são o jornal A Noite e o início do livro Perto do Coração Selvagem - segundo ela, um processo cercado pela angústia. O romance a persegue. As idéias surgem a qualquer hora, em qualquer lugar. Nasce aí uma das características do seu método de escrita - anotar as idéias a qualquer hora, em qualquer pedaço de papel.
Em 43, conhece e casa-se com Maury Gurgel Valente, futuro diplomata. O casamento dura 15 anos. Dele nascem Pedro e Paulo. No ano seguinte, ela publica Perto do Coração Selvagem. Em plena Segunda Guerra Mundial, o casal vai para a Europa. Perto do Coração Selvagem desnorteia a crítica literaria. Há os que pretendem não compreender o romance, os que procuram influências - de Virgínia Wolf e James Joyce, quando ela nem os tinha lido - e ainda os que invocam o temperamento feminino. Influências?
Perto do Coração Selvagem recebe o prêmio da Fundação Graça Aranha. Nas palavras de Lauro Escorel, as características do romance revelam uma "personalidade de romancista verdadeiramente excepcional, pelos seus recursos técnicos e pela força da sua natureza inteligente e sensível". Já no primeiro livro, identifica-se o estilo muito pessoal da escritora. Nas páginas, Clarice explora pela primeira vez a solidão e a incomunicabilidade humana, através de uma prosa inquieta, próxima da poesia em determinados momentos.
Rumo à Europa, os Gurgel Valente passam por Natal. De lá para Nápoles. Já na saída do Brasil, Clarice mostra-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos. Quando chega à Itália, depois de um mês de viagem, escreve: "Na verdade não sei escrever cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar."
 
Clarice permanece em Nápoles até 1946. Durante a II Guerra, presta ajuda num hospital de soldados brasileiros. Uma dúvida: um serviço prestado como cidadã brasileira ou como mulher de um diplomata brasileiro? Como escritora, ela sente a presença do sucesso. Por telegrama, sabe do prêmio recebido pelo romance deixado no Brasil. Mantém uma correspondência constante com os amigos que deixara para trás. Em Nápoles, em 44, conclui O Lustre, livro iniciado no Brasil e que seria publicado em 1946. Virgínia, a personagem principal de O Lustre, tem a história narrada desde a infância e também aparece sob o signo do mal, tal como Joana, personagem do primeiro romance. Em O Lustre, Virgínia mantém um relacionamento incestuoso com o irmão, Daniel, com quem faz reuniões secretas em que experimentam verdades, na condição de iniciados especiais. Nessa época, Clarice Lispector se corresponde com Lúcio Cardoso, que não gosta do título do livro: acha-o "mansfieldiano" e um pouco pobre para pessoa tão rica como Clarice.
 
No fim da guerra, Clarice é retratada por De Chirico. Em maio de 45, ela manda uma carta às irmãs Elisa e Tânia, contando o encontro com o artista e falando sobre o final da guerra na Europa.
 
Quando O Lustre é lançado, Clarice está no Brasil, onde passa um mês. De volta à Europa, transfere-se para a Suiça, "um cemitério de sensações", segundo a escritora. Durante três anos, passa por dificuldades em relação à escrita e à vida pessoal. Em 46, tenta iniciar A Cidade Sitiada, livro que sairia em 49. Vendo-se impossibilitada de escrever, coleciona frases de Kafka, referentes a preguiça, impaciência e inspiração.
 
Para Clarice, a vida em Berna é de miséria existencial. A Cidade Sitiada acaba sendo escrito na Suíça. Na crônica "Lembrança de uma fonte, de uma cidade", Clarice afirma que, em Berna, sua vida foi salva por causa do nascimento do filho Pedro e por ter escrito um dos livros "menos gostados". Terminado o último capítulo, dá à luz. Nasce então um complemento ao método de trabalho. Ela escreve com a máquina no colo, para cuidar do filho.


 
 
 
 
"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma." - Clarice Lispector, em carta. Berna – Suiça, 1947.
 
 
O período na Suíça caracteriza-se pela saudade do Brasil, dos amigos e das irmãs. A correspondência que recebe não lhe parece suficiente. Até 52, escreveria contos, gênero em que Clarice Lispector talvez não tenha sido alcançada na literatura brasileira. Alguns Contos foi publicado em 52, quando ela já tinha deixado Berna, passado seis meses na Inglaterra e partido para os Estados Unidos, acompanhando o marido.
 
Em carta às irmãs, em janeiro de 47, de Paris, Clarice expõe seu estado de espírito... Em 95, o escritor Caio Fernando Abreu, então colunista do jornal O Estado de São Paulo, publicou uma carta que teria sido escrita por Clarice Lispector a uma amiga brasileira. Ele comenta, no artigo, que não há nada que comprove sua autenticidade, a não ser o estilo-não estilo de escrita de Clarice Lispector. Ele dizia: "A beleza e o conteúdo de humanidade que a carta contém valem a pena a publicação..."
 
Em 1950, na Inglaterra, Clarice inicia o esboço do que viria a ser A Maçã no Escuro, livro publicado em 61. Antes de se fixar em Washington ela passa pelo Brasil. Trabalha novamente em jornais, entre maio e setembro de 52, assinando a página "Entre Mulheres", no jornal O Comício, no Rio, sob o pseudônimo de Tereza Quadros. Em setembro vai para os Estados Unidos, grávida. Durante os oito anos de permanência no país, vem ao Brasil várias vezes. Em fevereiro de 53, nasce Paulo. Ela continua a escrever A Maçã no Escuro, em meio a conflitos domésticos e interiores. Mãe, Clarice Lispector divide seu tempo entre os filhos, A Maçã no Escuro, os contos de Laços de Família e a literatura infantil. O primeiro livro para crianças seria O Mistério do Coelhinho Pensante, uma exigência do filho Paulo. A obra ganharia o prêmio Calunga, em 67, da Campanha Nacional da Criança. Ela ainda escreveria três livros infantis: A Mulher que Matou os Peixes, A Vida Íntima de Laura e Quase de Verdade. Nos Estados Unidos, Clarice Lispector conhece Erico e Mafalda Verissimo, dos quais torna-se grande amiga.
 
Veríssimo e família retornam ao Brasil em 56. Entre os escritores, inicia-se uma vasta correspondência. No primeiro semestre de 59, o casal Gurgel Valente decide-se pela separação. Clarice volta a morar no Rio de Janeiro, com os filhos. Sobre o "conciliar" casamento/literatura, afirmava que escrevia de qualquer maneira, mas o fato de cumprir o seu papel como mulher de diplomata sempre a enjoou muito. Cumpria a obrigação. Nada além. Na volta ao país, mais um período de dificuldades afetivas e financeiras. Ela prefere a solidão ao círculo que tinha relação com o ex-marido. O dinheiro que recebia como pensão não era suficiente, nem os recursos arrecadados com direitos autorais. Clarice retorna ao jornalismo. Escreve contos para revista Senhor, torna-se colunista do Correio da Manhã, em 59, e, no ano seguinte, começa a assinar a coluna Só para Mulheres, como "ghost writer" da atriz Ilka Soares no Diário da Noite. A atividade jornalística seria exercida até 1975. No final dos anos 60, Clarice faz entrevistas para a revista Manchete. Entre 67 e 73 mantém uma crônica semanal no Jornal do Brasil, e, entre 75 e 77, realiza entrevistas para a Fatos e Fotos.
 
A década de 60 principia com a publicação do livro de contos Laços de Família. Seguir-se-iam as publicações de A Maçã no Escuro, em 61, livro que recebeu o Prêmio Carmen Dolores Barbosa, A Legião Estrangeira, em 62, e A Paixão Segundo G.H., em 64.
 
Uma escultora de classe alta, que mora num apartamento de cobertura num edifício do Rio, resolve arrumar o quarto de empregada, cômodo que supõe, seja o mais sujo da casa, o que não é verdade. O quarto é claro e límpido. Entre várias experiências desmistificatórias, a crucial: abre a porta do guarda-roupa e se vê diante de uma barata. Embora afirme que o livro não tem nada de experiência pessoal, admite que a obra fugira do seu controle...
 
Entre 65 e 67, Clarice dedica-se à educação dos filhos e com a saúde de Pedro, que apresenta um quadro de esquizofrenia, exigindo cuidados especiais. Apesar de traduzida para diversos idiomas e da republicação de diversos livros, a situação econômica de Clarice é muito difícil. Em setembro de 67, acontece o acidente que deixa marcas no corpo e na alma da escritora - um incêndio no quarto que ela tenta apagar com as mãos. Fica gravemente ferida, passa 3 dias entre a vida e a morte. Três dias definidos por ela como "estar no inferno."
 
Em 69, publica o romance Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres. Em 71, a coletânea de contos Felicidade Clandestina, volume que inclui O Ovo e a Galinha, escrito sob o impacto da morte do bandido Mineirinho, assassinado pela polícia com treze tiros, no Rio de Janeiro.
 
Os últimos anos de vida são de intensa produção: A Imitação da Rosa (contos) e Água Viva (ficção), em 1973; A Via Crucis do Corpo (contos) e Onde Estivestes de Noite, também contos, em 74. Visão do Esplendor (crônicas), em 75. Nesse ano, é convidada a participar, em Bogotá, do Congresso Mundial de Bruxaria. Sua participação limita-se à leitura do conto O Ovo e a Galinha. No ano seguinte, Clarice Lispector recebe o 1° prêmio do X Concurso Literário Nacional, pelo conjunto da obra.
 
Em 77, concede entrevista à TV Cultura, com o compromisso de só ser transmitida após a sua morte. Ela antecipa a publicação de um novo livro, que viria a se chamar A Hora da Estrela, adaptado para o cinema nos anos 80 por Suzana Amaral.
Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário. Queria ser enterrada no Cemitério São João Batista, mas era judia. O enterro aconteceu no Cemitério Israelita do Caju. Postumamente, foram publicados Um Sopro de Vida, Para Não Esquecer e A Bela e a Fera.
 
 
 
Fonte
 
 

MEMÓRIA DO FOCUS PORTAL CULTURAL. SOLENIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO BUSTO DE LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL NA PRAÇA GETÚLIO VARGAS, EM ICARAÍ. NITERÓI, DIA 22 DE NOVEMBRO DE 2015.

 
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MEMÓRIA DO FOCUS PORTAL CULTURAL. SOLENIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO BUSTO DE LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL NA PRAÇA GETÚLIO VARGAS, EM ICARAÍ. NITERÓI, DIA 22 DE NOVEMBRO DE 2015.
 
 
 
O dia 22 de novembro de 2015 (domingo) foi marcado com uma emblemática e importante homenagem para todos os niteroienses. Justamente no dia do aniversário de nossa cidade, a Praça Getúlio Vargas, em Icaraí, foi agraciada para sempre com o Busto de Bronze do poeta, jornalista e escritor Luís Antônio Pimentel o "Arconte da Memória Fluminense", alcunha atribuída pela escritora Dalma Nascimento em inúmeras publicações.
 
Com o intuito de representar, estimar e deixar perene a nobre presença de Pimentel como legítimo representante da literatura, fotografia, jornalismo e cultura, o curador Paulo Roberto Cecchetti teve a ideia e a iniciativa genial de implantar bem no centro da Praça Getulio Vargas o Busto do historiador e memorialista. O publicitário foi apoiado pelo vereador Bruno Lessa e diversos seguidores da tradição niteroiense, que recolheu mais de 300 assinaturas de todos os amigos e pares acadêmicos de Pimentel, como era chamado carinhosamente pela confraria de adeptos.
 
A solenidade foi aberta ao público e direcionada à comunidade intelectual, a amigos, professores, jornalistas, fotógrafos, etc. A sua companheira por muitos anos, Zuleika Hallais, descerrou às 10 horas pontualmente a faixa que cobria o busto de bronze confeccionado pela escultora e artista plástica Jô Grassini. Diversas personalidades do mundo literário, jornalístico e político de Niterói estiveram presentes a festividade, dentre tantos: Os familiares Zuleika Hallais Walsh; Carlos Eduardo. Os políticos Bruno Lessa (tem uma entrevista dele no filme); José Haddad. A escultora Jô Grassini. Os intelectuais Paulo Roberto Cecchetti (tem uma entrevista dele no filme); Márcia Pessanha; Leda Mendes Jorge; Neide Barros Rêgo, Eneida Fortuna Barros; Sávio Soares de Sousa(tem uma entrevista dele no filme); Matilde Slaibi Conti; José Conti; Liane Arêas; Sandro Rebel; Cyana Leahy-Dios; O designer gráfico Will Martins. Os artistas plásticos Robert Preis; Angela Gemesio; Shirley Araújo; Renata Palmier representando a Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Os jornalistas Belvedere Bruno; Hilário Francisconi; Alberto Araújo; Guadalupe, vários amigos e muitos familiares de Pimentel, inclusive alguns vieram de Miracema, terra natal do poeta.
O importante emblema ficará eternizado bem no coração da Praça Getúlio Vargas ao lado da - estátua do Almirante Ary Parreiras que foi uma figura importante na história da política brasileira. Sobrinho do pintor Antônio Parreiras, entalhe feito pelo escultor Onório Peçanha pela ocasião de sua morte. Ary Parreiras foi uma personalidade admirada por Pimentel, segundo P.R.Cecchetti. Portanto a escultura do poeta será uma representação importante para memória de nossa metrópole.
 
Luís Antônio Pimentel, poeta luminar, com inúmeros livros de vários estilos e temas diferentes publicados, deixou marcas inapagáveis nas letras fluminenses. Coletou admiradores com seus haicais inesquecíveis que agora continuam a cadeia da tradição por intermédio de seus muitos adeptos.
 
Ele partiu no alto dos seus 103 anos, porém sua presença, doravante, ficará perenizada bem no coração da Praça Getúlio Vargas, para o povo de Niterói não se esquecer da sua participação na cultura fluminense, uma vez que ele foi jornalista, presidente de honra do Grupo Mônaco, membro do Instituto Histórico Geográfico de Niterói e de várias Academias de Letras da cidade. Além de tantas atividades, ele, desde cedo, se voltou para o estudo de provérbios culturais e dos topônimos tupis.
 
Tentando seguir o exemplo do grande Pimentel, que sempre registrava com sua Nikon os mais relevantes momentos culturais de Niterói, nós, aqui do Focus Cultural – através da presença do seu diretor, Alberto Araújo –, fixaremos em imagens as cenas representativas da homenagem, mais do que justa. PARA SEMPRE PIMENTEL!!!






 

LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL 108 ANOS DO NASCIMENTO E 5 ANOS DE SUA PARTIDA RUMO AO PARNASO. LUGAR CERTO DOS ADMIRÁVEIS POETAS.

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DO FOCUS PORTAL CULTURAL
ATRAVÉS DA POESIA PIMENTEL CHEGA AO PARNASO DE ALBERTO ARAÚJO, O FOCUS PORTAL CULTURAL HOMENAGEIA O JORNALISTA E ESCRITOR LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL. Na data de seu aniversário natalício de 108 anos, em 29 de março de 2020. Saudades!







PIMENTEL CHEGA AO PARNASO
A Luís Antônio Pimentel

Vai, bailarino das imagens e das letras,
Tu podes ir beijar a face de Deus.
A tua paz legítima há de nos fortalecer.     

  A tua glória e a bela essência do teu viver  

serão guardadas nas conchas atemporais.

Vai, bailarino de coração
humilde  e verdadeiro.
Tu podes ir,
 o Senhor do Universo  

chamou-te para juntos fotografarem
as belezas dos céus...       
Vai,  Pimentel!
Dançar nos verdes caminhos novos.
Há uma primavera inteira a te sorrir...
Vai ser astro.
Um quasar de coração nipônico.
O cheiro da flor singela
e fotógrafo do Onipotente!


Podes ir!
É chegada a tua hora
de conviver com  o Altíssimo.
O céu é lugar de homens bons...
Tu serás sempre o sol em alvorada,
acalentando de amores fraternais
os nossos corações...

By © Alberto Araújo
Niterói, 06 de maio de 2015.


Luís Antônio Pimentel nasceu em Miracema, em 29 de março de 1912 foi um poeta, professor, jornalista e memorialista brasileiro. Era membro da Academia Fluminense de Letras - AFL; Academia Niteroiense de Letras - ANL e presidente de honra no Grupo Mônaco de Cultura.
Pimentel é um dos precursores do haicai no Brasil, responsável pela divulgação deste estilo de poesia ao lado de Olga Savary e Helena Kolody. Tem parte na cunhagem definitiva do termo “haicai” em língua portuguesa quando, estudante da faculdade de filosofia da Universidade do Brasil, encaminhou a Aurélio Buarque de Holanda, por intermédio do gramático Celso Cunha, o pedido de dicionarização, evitando que o termo se dispersasse em outras transliterações como hai-cai, hai-kai, haikai, haiku, hai-ku e hokku. Com seu livro Namida no Kito, obra escrita em português no Japão e traduzida para o japonês no ano de 1940, Pimentel se tornou o primeiro autor brasileiro traduzido para o japonês que se tem notícia.
Sobrinho por parte de pai do literato Figueiredo Pimentel, de quem reconhece a influência da obra sobre os primeiros trabalhos literários. Tendo sido aluno bolsista em intercâmbio no Japão, residiu lá entre os anos de 1937-1942, familiarizando-se com o haicai ao ter contato com autoridades como Hagiwara Sakutarô e Takamura Kôtarô. Pimentel tem sua poesia traduzida para o inglês, o alemão, o francês, o espanhol e o sueco.
O autor reconhece ter se permitido inovar o haicai ao tratar de temas tropicais, criando também o haicai erótico, o engajado politicamente e o étnico. Contudo, estas pequenas transgressões não corrompem o cânon estético inaugurado por Matsuô Bashô como a rigorosa métrica e a exigência da indicação da estação do ano (Kigo) e dos fenômenos da natureza.
Sua vasta obra literária, conta com livros como: "Contos do velho Nipon (1940)", "Tankas e haicais (1953)", "Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico (2004)". E se encontra reunida em três volumes publicados pela editora Niterói Livros, que contém o texto integral de Tankas e haicais, tal como coordenada pelo professor Nelson Eckhardt em 1953.
A obra reunida, em acurada edição crítica de três volumes, conta também com poesias compiladas inéditas até 2004, data desta edição e versões para diversas línguas, entre elas o japonês, na tradução de Yonekura Teruo. O escritor faleceu em Niterói - RJ, em 6 de maio de 2015.
HAICAIS SELECIONADOS
 
Luar na neblina.
Dentro da cabana escura,
Um ranger de redes

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O vento levanta
a névoa fina do vale,
despertando a aurora.

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Chove: chia a chuva
E, de chofre, o chão enxuto.
Encharca-se e se enxágua.

***************
A onda, na bruma,

côncava, redonda, estronda.

Explodindo espuma
************** 
Predador perene,
pula o sapo-pipa e parte
o espelho do poço.
**************
Que é um haicai?
É o cintilar das estrelas
num pingo de orvalho.
*************
O cego pergunta:
como é o luar? E a jovem
beija-o na fronte.
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Completa a ternura:
tira os espinhos da rosa,
antes de ofertá-la.
**************** 
A jovem romântica
tirou todos os espinhos
do balcão florido.
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Lagarta, hoje verme,
amanhã, em altos voos,
vai sugar as flores.







OBRAS DE LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL
          PIMENTEL, Luís Antônio. Obras Reunidas. Aníbal Bragança (org.). 3 vol. Niterói: Niterói Livros, 2004.
          ________.Haicais Onomásticos. Niterói: Nitpress, 2007.
          ________. Contos do Velho Nipon. Niterói: Nitpress, 2009.
Na Beira da baia Maria embala seu filho Sem berço
Deus enviou seu filho A Terra Foi um Deus nos acuda!



Obras sobre Luís Antônio Pimentel
          ALMEIDA, Ana Paula. Luís Antônio Pimentel e a vida cultural na Niterói dos anos 1930. Niterói: EdUFF, 2008.
          KAHLMEYER-MERTENS,R.S. Verdade-Metafísica-Poesia - Um ensaio de filosofia a partir dos haicais de Luís Antônio Pimentel. Niterói: Nitpress, 2007.
          _________. Fenomenologia do haicai - Gênese, desenvolvimento e ressonâncias da poesia haicai em Luís Antônio Pimentel. Niterói: Nitpress, 2010.
SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Um tupiniquim na terra do sol nascente. Niterói: EdUFF, 1998.
COMENTÁRIOS
Foi um privilégio conviver com o jornalista, haicaísta, escritor Luís Antônio Pimentel, personalidade relevante fluminense. E mais, um prazer em poder ter sido inspirado pelas mãos divinas em prestar essa homenagem ao nosso grande Mestre. Têm-se Saudades? Sim, muitas saudades de seu coração bondoso e de seus eventuais ensinamentos. Alberto Araújo.



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