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HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL AO POETA PIAUIENSE MÁRIO FAUSTINO ATRAVÉS DE SUA OBRA "O HOMEM E SUA HORA". LIVRO QUE NOS FOI OFERTADO RECENTEMENTE, PELO AMIGO, ACADÊMICO SÁVIO SOARES DE SOUSA.
UM POUCO SOBRE MÁRIO FAUSTINO
Mário Faustino dos Santos e Silva nasceu em Teresina (PI), em 22 de outubro de 1930, e morreu em um acidente aéreo, nas cercanias de Lima, capital do Peru, em 27 de novembro de 1962. Concluiu o curso ginasial em Belém do Pará. Aos 16 anos, foi contratado pelo jornal A Província do Pará, onde trabalhou de 1942 a 1949, fazendo traduções e escrevendo editoriais, crônicas e resenhas sobre filmes. Transferiu-se em seguida para a Folha do Norte. Em Belém, frequentou círculos de intelectuais que incluíam Benedito Nunes, Max Martins, Haroldo Maranhão, Rui Barata e o poeta norte-americano Robert Stock.
Permaneceu dois anos nos Estados Unidos como bolsista para realizar estudos de Teoria da Literatura e Literatura Norte-Americana. Ocupou cargo de destaque na Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia.
Em 1955, lançou O Homem e sua Hora (Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1955), o único livro de poesia publicado em vida.
Mudou-se em 1956 definitivamente para o Rio de Janeiro. A partir deste ano até 1958, foi professor da Escola de Administração Pública, da Fundação Getúlio Vargas. Nesse período, dedica-se intensamente à literatura.
Dirige a página Poesia-Experiência do Suplemento Literário do Jornal do Brasil, no qual exercita a crítica de poesia, demonstrando erudição e rigor analítico, traduz autores importantes e divulga poetas promissores. Inspirou-se em T. S. Eliot e Ezra Pound para formular os seus princípios estéticos. Publica os seus poemas em jornais e revistas que, mais tarde, constituirão os seus inéditos e dispersos. Como funcionário da ONU, mudou-se para Nova York em 1959.
Ao retornar ao Brasil, reassumiu as suas atividades jornalísticas no Jornal do Brasil e na Tribuna da Imprensa.
Mário Faustino teve a sua obra publicada postumamente. Para conhecer a sua poesia e parte de sua crítica, o leitor deve procurar os seguintes livros: Poesia-Experiência (Perspectiva, São Paulo, 1997), no qual trata da leitura dos grandes poetas de sua predileção estética; Poesia de Mário Faustino (Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1966), que contém um alentado ensaio de Benedito Nunes sobre o seu único livro; Mário Faustino ̶ O Homem e sua Hora e Outros Poemas (Companhia das Letras, São Paulo, 2002), com pesquisa, organização e apresentação de Maria Eugênia Boaventura; De Anchieta aos Concretos (Companhia das Letras, São Paulo, 2003), organizado por Maria Eugênia Boaventura, reúne textos publicados em 1957 e 1958 que tratam de quatro séculos de poesia brasileira e de língua portuguesa; Artesanatos de Poesia (Companhia das Letras, São Paulo, 2016), organizado por Maria Eugênia Boaventura, apresenta textos críticos sobre autores que fundaram a modernidade e instituíram a vanguarda no início do século 20.
ROMANCE
Para as Festas da Agonia
Vi-te chegar, como havia
Sonhado já que chegasses:
Vinha teu vulto tão belo
Em teu cavalo amarelo,
Anjo meu, que, se me amasses,
Em teu cavalo eu partira
Sem saudade, pena, ou ira;
Teu cavalo, que amarraras
Ao tronco de minha glória
E pastava-me a memória,
Feno de ouro, gramas raras.
Era tão cálido o peito
Angélico, onde meu leito
Me deixaste então fazer,
Que pude esquecer a cor
Dos olhos da Vida e a dor
Que o Sonho vinha trazer.
Tão celeste foi a Festa,
Tão fino o Anjo, e a Besta
Onde montei tão serena.
Que posso, Damas, dizer-vos
E a vós, Senhores, tão servos
De outra Festa mais terrena —
Vi-te chegar, como havia
Sonhado já que chegasses:
Vinha teu vulto tão belo
Em teu cavalo amarelo,
Anjo meu, que, se me amasses,
Em teu cavalo eu partira
Sem saudade, pena, ou ira;
Teu cavalo, que amarraras
Ao tronco de minha glória
E pastava-me a memória,
Feno de ouro, gramas raras.
Era tão cálido o peito
Angélico, onde meu leito
Me deixaste então fazer,
Que pude esquecer a cor
Dos olhos da Vida e a dor
Que o Sonho vinha trazer.
Tão celeste foi a Festa,
Tão fino o Anjo, e a Besta
Onde montei tão serena.
Que posso, Damas, dizer-vos
E a vós, Senhores, tão servos
De outra Festa mais terrena —
Não morri de mala sorte,
Morri de amor pela Morte.
Morri de amor pela Morte.
Tenho sido agraciado com inúmeras e importantes obras literárias (brasileiras/universais) provindas do especial amigo escritor Sávio Soares de Sousa. Mas nenhuma chegou ao contentamento, tal qual foi expresso em meu coração, alegria e felicidade em ter ganhado a obra: O HOMEM E SUA HORA E OUTROS POEMAS do escritor piauiense MÁRIO FAUSTINO, organização de Maria Eugênia Boa Ventura.
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