José de Alencar é considerado um dos maiores expoentes do romantismo no Brasil.
Atuou como jornalista, crítico, advogado, dramaturgo e político. Além disso, foi Patrono da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Na primeira geração romântica, com teor nacionalista e indianista, Alencar exaltou diversos aspectos nacionais e a figura do índio como herói brasileiro.
Suas principais obras indianistas foram: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
JOSÉ DE ALENCAR -
ESCRITOR E JORNALISTA
José Martiniano de Alencar é
notável como escritor por ter sido o fundador do romance de temática
nacional, e por ser o Patrono da Cadeira fundada por Machado de
Assis na Academia Brasileira de Letras. Na carreira
política, foi notória a sua tenaz defesa da escravidão no Brasil quando ministro da Justiça do segundo
reinado. Nasceu em Messejana, em 01 de maio de 1829 foi um escritor e político brasileiro.
Filho ilegítimo do padre e mais tarde senador José Martiniano Pereira de Alencar
e de sua prima D. Ana Josefina de Alencar, era irmão do barão de Alencar, sobrinho de Tristão Gonçalves, neto de Bárbara de Alencar e primo em segundo grau do barão de Exu. Formou-se em
Direito,
iniciando-se na atividade literária no Correio
Mercantil e no Diário do Rio de Janeiro. Casou-se com
Georgiana Augusta Cochrane (1846-1913), sendo pai do embaixador Augusto Cochrane de Alencar.
Nascido de uma relação
ilegítima e considerada escandalosa à época, visto que seu pai era sacerdote da igreja Católica,
teve sua paternidade reconhecida através de uma "Escritura de
Reconhecimento e Perfilhação de Filhos Espúrios" em 1859, que registrava
que "o padre José Martiniano de Alencar, já sendo
clérigo de Ordens Sacras, contraiu amizade ilícita e particular com dona Ana Josefina de Alencar, sua prima no primeiro
grau, e dela tem tido desde aquele tempo até doze filhos". José de Alencar
foi o primogênito do casal, e seu apelido em casa era Cazuza.
Residência de José de Alencar
local onde o autor nasceu
em Messejana - Ceará
Sete anos antes do seu
nascimento, em 1822, D. Pedro I havia proclamado a Independência do Brasil e tornara-se
imperador do Brasil. Dois anos após o seu nascimento, em 1831, o monarca,
cedendo a pressões internas e externas, abdicaria em favor do filho e
retornaria para Portugal. É nesse cenário político de disputas pelo poder que o
jovem escritor crescerá, acompanhando o pai, que seria senador e,
posteriormente, governador do estado do Ceará.
Transferiu-se para a capital
do Império do Brasil, o Rio de Janeiro, e José de Alencar, então
com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844,
matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo,
começando o curso de direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios
Literários, onde publicou o artigo questões de estilo. Formou-se em
direito, em 1850, e, em 1854 estreou como folhetinista no Correio Mercantil.
Em 1856, publicou o primeiro romance, Cinco Minutos,
seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani
em 1857 que alcançou notoriedade. Estes romances foram publicados todos em
jornais e só depois em livros.
José de Alencar foi mais longe
nos romances que completam a trilogia indigenista: O Guarani
(1857), Iracema
(1865) e Ubirajara (1874). O primeiro fala sobre o
amor do índio Peri com a mulher branca Ceci. O segundo, epopeia sobre a origem
do Ceará,
tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de
mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna".
O terceiro tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante
a história cresce em direção à maturidade.
Em 1859, tornou-se chefe da
Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860,
ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador (Brasil Império).
Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até
janeiro de 1870. Em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador
D. Pedro II do Brasil não o escolhido por
ser muito jovem ainda.
Em 1872, se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história
nunca confirmada, poderia ser, na verdade, filho de Machado de
Assis, o que, para alguns, daria respaldo para o enredo
principal do romance Dom Casmurro. Produziu também romances urbanos
(Senhora,
1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893),
regionalistas ( Gaúcho, 1870; O Sertanejo,
1875) e históricos (Guerra dos Mascates, 1873), além de peças
para o teatro.
Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso.
Faleceu no Rio de
Janeiro, em 12 de dezembro de 1877. Portanto, o escritor
completa 141 anos de falecimento. Vitimado pela tuberculose. Machado de Assis,
que esteve no velório de Alencar, impressionou-se com a pobreza que a família
Alencar vivia. Seu corpo foi primeiramente sepultado no Cemitério de São
Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, depois foi exumado para o Cemitério de São
João Batista, também no Rio de Janeiro. Sua esposa Georgiana faleceu treze anos
depois e foi sepultada ao lado do marido em 1913.
Monumento de José de Alencar
no Rio de Janeiro - RJ
Romances
- Cinco Minutos (1856)
- A Viuvinha (1857)
- O Guarani (1857)
- Lucíola (1862)
- Diva (1864)
- Iracema (1865)
- O Gaúcho (1870)
- O Tronco do Ipê (1871)
- Sonhos D'ouro (1872)
- Alfarrábios (1873)
- Ubirajara (1874)
- O Sertanejo (1875)
- Senhora (1875)
- Encarnação (1877)
Teatro
- Verso e reverso (1857)
- O demônio familiar (1857)
- As asas de um anjo (1858)
- Mãe (1860)
- O jesuíta (1875)
ALGUNS LIVROS
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