Em 08 de março, o Focus
Portal Cultural em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Claro, que sabemos
de todas as mulheres famosas que deixaram a sua marca na história e de suas
bravuras e determinações. Mas hoje, queremos prestar o singelo tributo a uma
mulher, a qual não é famosa e tampouco divulgada pela mídia, queremos
homenageá-la pela bravura e coragem por ela exposta. Nossa personagem é a
professora Helley Abreu Silva Batista, de 43 anos, além da profissão de
educadora, ela foi uma verdadeira heroína, ao tentar salvar seus alunos e lutar
contra aquele maluco vigilante Damião Soares dos Santos, de 50, que ateou fogo
na creche, onde ela ensinava.
Professora Helley foi uma
das 11 vítimas da tragédia da creche Gente Inocente em Janaúba - Minas Gerais
enfrentou o vigilante para que este não atirasse álcool para cima das crianças,
antes de lhes pegar fogo. Na sequência do ataque morreram quatro crianças. Dias
depois, o número de crianças mortas subiu para nove.
Segundo a imprensa
brasileira, cerca de 40 pessoas, crianças e adultos, foram internados. Heley
teve 90% do corpo queimado, internada no Hospital Regional de Janaúba em estado
muito grave, sofreu duas paragens cardíacas e não resistiu aos ferimentos.
Ela sempre dizia que os
alunos eram suas crianças. A professora deixou três filhos: Breno, de 15 anos,
Lívia, de 13 anos, e um bebê de um ano e três meses, Olavo.
Assim que tiveram
conhecimento do incêndio, familiares e moradores da cidade deslocaram-se ao
local para tentar ajudar os bombeiros. Uma das funcionárias, Inês Ramos contou
que Heley envolveu-se numa luta física com o homem. "Era uma ótima pessoa
e deixa um bebe de um ano", lamenta. Por isso, nosso tributo de hoje,
indiscutivelmente, será para Helley de Abreu Batista, que acima de tudo foi uma
mulher corajosa.
Nascida em 12 de agosto de
1974, em Montes Claros, Heley mudou-se para Janaúba aos 10 anos, após o pai, o
comerciante José Rodrigues da Silva, arrumar emprego em uma loja de móveis na
cidade. Alfabetizada desde os 5, a professora estudou em escolas públicas e
primeiro cursou Contabilidade para ajudar nos negócios da família. O sonho
dela, no entanto, era ensinar as crianças da região a ler e escrever.
INSPIRAÇÃO
Professora aposentada, a tia
Doralice de Abreu, de 65 anos, diz ter sido a maior inspiração de Helley.
“Quando assumimos uma sala de aula, damos a vida pelos alunos, mas no sentido
figurado. Ela deu, de fato”, afirmou. “A brincadeira de Helley, na infância,
era ser professora. Ela calçava meus tamancos, vestia minha saia e saía catando
lápis e caderno. As amiguinhas eram os alunos”, conta dona Valda sobre Heley, a
mais velha dos três filhos. “Ela gostava tanto que até comprei um quadro de giz
para a casa.”
Devota de Nossa Senhora de
Aparecida, a família acendeu sete velas, uma por noite, em orações a Helley.
Com cerca de 20 pessoas, os encontros ocorreram na casa de dona Valda, onde uma
foto da professora decorava o terraço. “Veja quanto amor estava escondido, mas
saiu para ajudar, irmão”, disse um dos presentes, antes de o grupo iniciar uma
música do padre Fábio de Melo. “Incendeia minha alma! Incendeia minha alma,
senhor!”
UMA HOMENAGEM ESPECIAL
Linda e merecedora homenagem.
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