quarta-feira, 9 de junho de 2021

OLAVO BILAC O POETA DO SONETO "ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO". HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

 


OLAVO BILAC O POETA DO SONETO "ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO". HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

 

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO

 

Última flor do lácio, inculta e bela

És, a um tempo, esplendor e sepultura

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela

 

Amo-te assim, desconhecida e obscura

Tuba de alto clangor, lira singela

Que tens o trom e o silvo da procela

E o arrolo da saudade e da ternura

 

Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo

Amo-te, ó rude e doloroso idioma

 

Em que da voz materna ouvi: "meu filho"

E em que camões chorou, no exílio amargo

O gênio sem ventura e o amor sem brilho

 

 

 

UM POUCO SOBRE OLAVO BILAC

Olavo Bilac (1865-1918) foi um autêntico poeta brasileiro. Considerado o melhor representante do parnasianismo de nossa literatura, é dele a autoria da letra do Hino à Bandeira. Escreveu sobre cenas inspiradas na Antiguidade grega e romana, tal como “A Sesta de Nero” e “O Incêndio de Roma”, bem como dedicou-se a temas de caráter histórico-nacionalista, como em “O Caçador de Esmeraldas”

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 e faleceu em 28 de dezembro de 1918, foi um jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro, considerado o principal representante do parnasianismo no país. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço militar obrigatório em um período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas em virtude da proclamação da República em 1889.

Foi o responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira, inicialmente criado para circulação na capital federal (na época, o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado em todo o Brasil. Também ficou famoso pelas fortes convicções políticas, sobressaindo-se a ferrenha oposição ao governo militar do marechal Floriano Peixoto.

Em 1907, foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon. É autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, dos sonetos: Última flor do Lácio; Ora (direis) ouvir estrelas pertence à coleção de sonetos Via Láctea que, por sua vez, está inserido no livro de estreia do escritor brasileiro Olavo Bilac. O soneto é o número XIII de Via Láctea e ficou consagrado como a parte mais famosa da antologia intitulada Poesias, publicada em 1888. Os versos de Bilac são um típico exemplar da lírica parnasiana. Via Láctea Ora (direis) ouvir estrelas e Língua portuguesa.

PRINCIPAIS OBRAS

Dentre os escritos de Olavo Bilac, destacam-se os seguintes:

          Alma inquieta;

          Antologia poética;

          Através do Brasil;

          Conferências literárias (1906);

          Contos Pátrios;

          Crítica e fantasia (1904);

          Crônicas e novelas (1894);

          Dicionário de rimas (1913);

          Hino à Bandeira;

          Ironia e piedade, crônicas (1916);

          Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa;

          Livro de Leitura;

          Poesias (1888);

          Tarde (1919) - Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957);

          Teatro Infantil;

          Tratado de Versificação, em colaboração com Guimarães Passos;

          Tratado de versificação (1910);

          " Ouvir as Estrelas"

 

 

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