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Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo. Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome. Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai. Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar. Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te. Senhor protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.
Fernando Pessoa PESSOA, F. Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Lisboa: Ática. 1966. P. 61.
Poesia e poema de autor português. Fernando António Nogueira Pessoa
(1888 — 1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor,
publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial,
crítico literário e comentarista político português. Um dos maiores génios
poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses
mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de
toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a
herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção)
de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao
esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida
em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente
múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma
forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de
influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os
célebres heterônimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem
contarmos ainda com o semi-heterônimo Bernardo Soares.
Tantas horas de poesia e um número incalculável de emoções.
Sorrimos, descobrimos, revelamos, debatemos, rimos, choramos, sempre
juntos, sempre consigo.
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