MAIS
IMPORTANTE EVENTO SUL-AMERICANO DEDICADO À TEMÁTICA SOCIOAMBIENTAL EXIBE 101
FILMES DE 40 PAÍSES
*
de 11/08 a 14/09, evento acontece de forma online, gratuita e acessível para
todo o Brasil no endereço: www.ecofalante.org.br
* filme "O Novo Evangelho", de Milo
Rau, eleito o melhor documentário no Swiss Film Awards 2021, abre a Mostra
*
Panorama Internacional Contemporâneo reúne produções inéditas e com carreira em
festivais como Berlim, Sundance, Roterdã, Locarno, IDFA-Amsterdã
*
Competição Latino-Americana é disputada por 30 títulos, representando sete
países da região
*
Programa Especial - Territórios Urbanos:
Segregação, Violência e Resistência traz obras de Eliane Caffé, Evaldo
Mocarzel, Gabriel Mascaro, João Moreira Salles, Maria Augusta Ramos, Paulo
Caldas, Paulo Sacramento, entre outros.
*
produções recentes sobre desastres nucleares estão no Especial Energia Nuclear
- 35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima
*
realizações africanas têm presença, com obras vindas do Quênia, Angola e
Madagascar
De
11 de agosto a 14 de setembro, a Mostra Ecofalante de Cinema celebra sua 10ª
edição de forma online e gratuita. A programação do mais importante evento
audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais reúne 101
títulos de 40 países, 30 deles inéditos no Brasil.
A
programação é organizada nas seções Panorama Internacional Contemporâneo, com
os mais premiados filmes internacionais
da última safra dividido em sete eixos temáticos: Ativismo, Biodiversidade,
Cidades, Economia, Povos & Lugares, Tecnologia e Trabalho; Competição
Latino-Americana, que reúne produções recentes de sete países da região;
Programa Especial - Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência, uma retrospectiva de obras
brasileiras produzidas a partir de 1999 assinadas por nomes como João Moreira
Salles e Maria Augusta Ramos; Especial Energia Nuclear - 35 Anos de Chernobyl,
10 Anos de Fukushima, uma seleção de documentários produzidos nos últimos anos
que abordam esses grandes desastres nucleares; e Concurso Curta Ecofalante,
premiação voltada a estudantes brasileiros.
Para
o diretor da Mostra Ecofalante de Cinema, Chico Guariba, "A Mostra chega
ao seu décimo ano num momento de grande crise no Brasil e no mundo, marcada
pela pandemia, a emergência climática, a enorme destruição da biodiversidade e
a crescente desigualdade social. Os desafios são enormes e a função da Mostra,
que sempre foi a de trazer informação de qualidade e promover o debate
democrático, plural e inclusivo, tem se tornado cada vez mais importante. Não é
à toa que foi o festival que mais cresceu no Brasil nesses últimos anos".
A
Cerimônia de Abertura acontece no dia 11 de agosto, a partir das 19h, com a
presença do diretor e convidados. Em seguida, às 20h, será exibido o premiado
filme "O Novo Evangelho", de Milo Rau, eleito o melhor documentário
no Swiss Film Awards 2021 e coproduzido entre Alemanha, Suíça e Itália. Sua
narrativa imagina o que Jesus pregaria no século 21 com uma nova encenação da
crucificação de Cristo, já filmada pelo cineasta italiano Pier Paolo Pasolini
("O Evangelho Segundo São Mateus", 1964) e Mel Gibson ("A Paixão
de Cristo", 2004). Filmado em Matera, mesma cidade italiana onde foram
produzidos estes dois longas, na obra de Milo, Jesus é interpretado por um
ativista político camaronês, que defende os direitos dos trabalhadores ilegais
explorados por um sistema agrícola liderado pela máfia.
Atrações
internacionais e nacionais inéditas no Brasil compõem a programação da Mostra.
Entre os estrangeiros, destaque para os longas "Jogo do Poder" de
Costa-Gavras, cineasta vencedor do Oscar e do prêmio de melhor direção no
Festival de Cannes. Em seu novo trabalho o diretor revela os bastidores do jogo
de poder da Europa, focalizando as razões para a crise na Grécia, e a pré-estreia
especial de "A História do Plástico'', uma coprodução EUA / Índia /Bélgica
/China /Indonésia /Filipinas e dirigido por Deia Schlosberg, o documentário
expõe a "verdade inconveniente" por trás da poluição do plástico,
material onipresente em nossas vidas.
Já
entre os filmes nacionais, um dos destaques é a pré-estreia mundial de "A
Bolsa ou a Vida", mais recente trabalho do consagrado diretor Silvio
Tendler. O longa propõe refletir sobre o tema 'o que virá depois da pandemia?'.
"É uma discussão sobre se no pós-pandemia a centralidade será no ser
humano e na natureza ou no cassino financeiro", afirma o diretor. A obra
traz entrevistas com personalidades conhecidas como o escritor Ailton Krenak, o
padre Júlio Lancelotti, o cineasta Ken Loach, a drag queen e professora Rita
von Hunty, entre outros, e com cidadãos comuns, que sentem na pele as
dificuldades impostas pelo caos social.
A
10ª Mostra Ecofalante de Cinema traz ainda no Panorama Internacional os títulos
"A Nova Corporação", dirigido por Joel Bakan e Jennifer Abbott –
mesmos realizadores do premiado "A Corporação"– revela uma nova
astúcia dessas instituições: transvestir-se de entidades "socialmente
responsáveis; "O Capital do Século XXI", codirigido pelo economista
Thomas Piketty, autor do best seller homônimo no qual o filme se inspira; o
documentário italiano "Res Creata de Alessandro Cattaneo, que teve sua
estreia no Hot Docs, festival internacional de documentários de Toronto e
explora a relação milenar, ora conflitante, ora harmoniosa entre os seres
humanos e os animais; e a "A
Campanha Contra o Clima", de Mads Ellesøe, selecionado no IDFA–Amsterdã e
CPH:DOX, que revela a campanha, patrocinada secretamente pelas maiores
petroleiras do planeta, de negação da causa antrópica do aquecimento global.
Também
se destacam entre os internacionais, o
documentário canadense "Um Lugar Como Nenhum Outro", de Lulu Wei que venceu o Rogers Audience
Award no Hot Docs ao retratar a transformação de um icônico quarteirão de
Toronto através das histórias de membros de sua comunidade que lhe deram
identidade , e "Dope Is Death: A
Outra Luta dos Panteras Negras", da norte-americana Mia Donovan, que traz
a pouco conhecida história de um programa de desintoxicação, iniciado por um
dos fundadores do movimento dos Panteras Negras, no bairro nova-iorquino do
Bronx dos anos 70.
Chama
atenção a representação africana no evento deste ano. Um dos destaques é uma
rara produção do Quênia, "Softie", premiada por sua montagem em
Sundance. Dirigido pelo cineasta e ativista Sam Soko, o documentário segue o
percurso de um fotógrafo famoso por retratar a violência política daquele país.
Outra cinematografia pouco frequente no circuito internacional, a produção de
Angola "Ar Condicionado", selecionada para o Festival de Roterdã, o
longa de estreia de Fradique mescla realismo fantástico e crítica social. Já
"Morning Star" é uma coprodução entre Madagascar e a Ilha da Reunião
selecionada para o IDFA-Amsterdã, o mais importante festival internacional de
documentários. Dirigida por Nantenaina Lova, a obra focaliza uma vila, uma
comunidade e uma cultura em vias de desaparecer por conta da mineração.
A
Competição Latino-Americana traz um total de 30 títulos. A seleção de
longas-metragens inclui o argentino "Piedra Sola", de Alejandro
Telémaco Tarraf; o mexicano "499", de Rodrigo Reyes; o venezuelano
"Era Uma Vez na Venezuela", de Anabel Rodríguez; além dos brasileiros
"Luz nos Trópicos", de Paula Gaitán; "Chico Rei Entre Nós",
de Joyce Prado; "Edna", de Eryk Rocha; "Meu Querido
Supermercado", de Tali Yankelevich; "Pajeú", de Pedro Diogenes;
"Sobradinho", de Marília Hughes e Cláudio Marques; "O Índio Cor
de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels", de Tiago
Carvalho; "Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!", de Isael
Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero; "Mata",
de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes; e "Território Suape", de Cecilia
da Fonte, Laercio Portella e Marcelo Pedroso. Completam a seleção
curtas-metragens da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.
O
Programa Especial "Territórios
Urbanos: Segregação, Violência e Resistência" traz ao público uma seleção
de importantes filmes brasileiros realizados nas últimas duas décadas que
tratam da realidade urbana do país. Inéditas na Mostra Ecofalante, essas obras
traz filmes de nomes como João Moreira Salles ("Notícias de Uma Guerra
Particular"), Maria Augusta Ramos ("Futuro Junho"), Paulo Caldas
e Marcelo Luna ("O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas"),
Kiko Goifman ("Atos dos Homens"), Eliane Caffé ("Era O Hotel
Cambridge"), Evaldo Mocarzel ("À Margem da Imagem"), Adirley
Queirós ("Branco Sai, Preto Fica"), Cristiano Burlan ("Mataram
Meu Irmão"), Gabriel Mascaro ("Um Lugar ao Sol"), Natasha Neri e
Lula Carvalho ("Auto de Resistência"), João Sodré, Maíra Buhler e
Paulo Pastorelo ("Elevado 3.5"). Também traz obras de uma nova e
promissora geração de cineastas brasileiros como Affonso Uchoa ("A
Vizinhança do Tigre"), Alice Riff ("Meu Corpo é Político"), Pedro
Rocha ("Corpo Delito") e Camila de Moraes ("O Caso do Homem
Errado"). A Mostra exibe ainda em primeira mão a nova remasterização do
clássico "O Prisioneiro da Grade de Ferro (Autorretratos)", de Paulo
Sacramento.
A
Mostra Ecofalante de Cinema preparou uma programação no marco dos acidentes
nucleares de Chernobyl (Ucrânia, 1986) e Fukushima (Japão, 2011). O Especial
Energia Nuclear - "35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima" traz
cinco obras realizadas entre 2006 e 2020 que alertam para os perigos da energia
nuclear. Este programa procura trazer uma discussão sobre essa alternativa de
energia em tempos de emergência climática. Entre os títulos está o documentário
multipremiado "O Desastre de Chernobyl", dirigido pelo cineasta
francês Thomas Johnson, que revisita o – até então – maior acidente nuclear,
ocorrido no coração da Europa e o documentário inédito alemão "Nuclear
Forever", de Carsten Rau, que documenta o processo delicado de
desmantelamento de uma planta nuclear do seu país, seguindo o projeto de tornar
a Alemanha livre de energia nuclear até 2022.
O
Concurso Curta Ecofalante reúne filmes de curta duração realizados por
estudantes brasileiros. 10 produções concorrem ao prêmio de melhor filme e ao
prêmio do público. Nesta edição, que tem apoio do WWF-Brasil, os filmes inscritos
precisavam abordar temáticas relacionadas a pelo menos um dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU na Agenda 2030 – são 17
objetivos que abrangem temas como erradicação da pobreza, saúde de qualidade,
combate às mudanças climáticas e igualdade de gênero.
Entrevistas e Debates
Uma
série de entrevistas com personalidades ligadas aos filmes exibidos na Mostra
será disponibilizada ao longo da programação. Realizada em parceria com o
WWF-Brasil, a série com figuras marcantes do ativismo socioambiental já tem
confirmada a participação de Alessandra Munduruku, Rita e Vincent Carelli, Luiz
Bolognesi, Vandana Shiva, Isael Maxakali e Sueli Maxakali, Deia Schlosberg e
Marina Silva.
Também
serão realizados debates virtuais, reunindo ativistas, cientistas e
especialistas que discutem, entre outros temas, ativismo, biodiversidade,
cidades, economia, povos e lugares, tecnologia e trabalho. Os debates, cuja
programação será divulgada em breve, acontecerão sempre às quartas-feiras e
sábados, às 19h.
Todos
os debates e entrevistas poderão ser acessados a partir do canal da Mostra
Ecofalante no Youtube https://www.youtube.com/mostraecofalante.
A
Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada através da Lei de Incentivo à Cultura
e do Programa de Apoio à Cultura (ProAC). Tem patrocínio do Mercado Livre,
Colgate e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Conta com apoio da White Martins,
Valgroup e Itaú. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da
Química Cultural. A realização é da Ecofalante, do Governo do Estado de São
Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Ministério do
Turismo e do Governo Federal.
Os
filmes são disponibilizados no site do evento [www.ecofalante.org.br] e também
nas plataformas parceiras Belas Artes à La Carte e Spcine Play.
Serviço:
10ª
Mostra Ecofalante de Cinema
de
11 de agosto a 14 de setembro de 2021
online
e gratuita
acesso
aos filmes e demais atividades pelo endereço www.ecofalante.org.br
redes
sociais
www.facebook.com/mostraecofalante
www.twitter.com/mostraeco
www.youtube.com/mostraecofalante
www.instagram.com/mostraecofalante
DADOS
SOBRE OS FILMES
PRÉ-ESTREIA
ESPECIAL
*
"A Bolsa ou A Vida" (Brasil-RJ, 2021, 102 min) – Silvio Tendler
No
futuro pós-pandemia da covid-19, a centralidade será o cassino financeiro e
acumulação de riqueza por uma elite ou uma vida de qualidade para todos, com
menos desigualdade? O Estado mínimo se mostrou capaz de atender ao coletivo?
Como garantir a vida sem direitos sociais e trabalhistas? Em qual modelo de
sociedade queremos viver? O filme aborda o desmonte do conceito de bem-estar
social e nos faz refletir sobre a incompatibilidade do neoliberalismo com um
projeto humanista de sociedade. São entrevistados, entre outros, o escritor
Ailton Krenak, o padre Júlio Lancelotti, o cineasta Ken Loach, e a drag queen e
professora Rita von Hunty.
*
"A História do Plástico ("The Story of Plastic", EUA/Índia/Bélgica/China/Indonésia/Filipinas,
2019, 95 min) - Deia Schlosberg
O
filme expõe a "verdade inconveniente" por trás da poluição do
plástico, material onipresente em nossas vidas. A obra traça a rota do plástico
que nos leva até a atual crise global de poluição e revela como a indústria de
petróleo e gás manipulou com sucesso a narrativa em torno dela.
**Vencedor
do prêmio do público no Festival de Mill Valley; prêmio especial do júri e
prêmio do público no Festival de Napa Valley; John de Graaf Environmental
Filmmaking no Festival Wild & Scenic; selecionado para os festivais DOC
NYC, CPH:DOX, Sheffield Doc, Cinemambiente e SEFF - Seoul Eco Film Festival.
PANORAMA
INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
ATIVISMO
*
"Arica" ("Arica", Suécia/Chile/Bélgica/Noruega/Reino Unido,
2020, 97 min) - Lars Edman e William Johansson Kalén
Uma
mineradora sueca exporta 20 mil toneladas de lixo tóxico para a cidade chilena
de Arica, no norte do deserto de Atacama. Milhares de pessoas adoecem, muitas
morrem de câncer. O filme documenta um processo inédito de responsabilidade
corporativa que começa depois de um cineasta sueco nascido no Chile expor o
escândalo em um primeiro documentário. Filmado ao longo de 15 anos, a obra
revela como as decisões tomadas décadas atrás na Europa continuam afetando as
pessoas na América do Sul. **Selecionado para o IDFA-Amsterdã.
*
"Ativistas Animais" ("The Animal People", EUA, 2019, 97
min) - Denis Henry Hennelly e Casey Suchan
Filmado
ao longo de 15 anos, conta a história da perseguição implacável do governo
norte-americano a um grupo de ativistas que luta contra a crueldade animal. O
filme retrata como os jovens foram alçados de ativistas radicais que se apoiam
na primeira emenda à Constituição do país – a liberdade de expressão –, a
terroristas domésticos. Produção executiva do ator vencedor do Oscar e ativista
vegano Joaquin Phoenix. **Selecionado para o Suncine – Festival de Cinema e
Meio Ambiente de Barcelona.
*
"Dope is Death: A Outra Luta das Panteras Negras" ("Dope is
Death", EUA, 2020, 79 min) - Mia Donovan
A
história de como o Dr. Mutulu Shakur (padrasto do rapper Tupac Shakur,
assassinado em 1996), junto com seus companheiros dos Panteras Negras e os
Jovens Lordes, combinaram saúde comunitária com política radical para criar o
primeiro programa de desintoxicação por acupuntura nos Estados Unidos em 1973.
Visionário, o projeto logo considerado perigoso demais pelo governo
norte-americano.**Selecionado para os festivais IDFA-Amsterdã, HotDocs, CPH:DOX
e Dokufest.
*
"Softie" ("Softie", Quênia, 2020, 96 min) - Sam Soko
Softie,
como é apelidado Boniface, é um jovem fotógrafo queniano famoso por retratar a
violência política de seu país natal. Inconformado com o descaso e abandono que
vê ao seu redor, decide concorrer às eleições regionais. Ao lutar por manter a
sua campanha "limpa" e sua família segura, percebe que a política é o
único caminho para se alcançar a justiça socioambiental, é também um jogo muito
sujo e perigoso. **Vencedor do prêmio de melhor montagem no Festival de
Sundance; selecionado para os festivais de HotDocs e CPH:DOX.
BIODIVERSIDADE
*
"As Borboletas de Arabuko" ("The Flying Gold of Arabuko",
Reino Unido, 2020, 10 min) - John Davies
Sobre
o ofício de caçadores e criadores de borboletas no Quênia e como essa prática
incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da
África Oriental. Contado da perspectiva de um criador de borboletas e
ex-caçador furtivo, o filme questiona se algo tão pequeno como uma borboleta
poderia salvar um ecossistema inteiro. **Vencedor do prêmio de melhor
curta-metragem no Independent Shorts Awards e de menção especial do júri no Festival Innsbruck
Nature.
*
"Baleias Enredadas" ("Entangled", EUA, 2020, 75 min) -
David Abel
Sobre
os esforços para proteger da extinção as baleias francas do Atlântico Norte, os
impactos desses esforços na indústria da lagosta e como o Serviço Nacional de
Pesca Marinha tem lutado para equilibrar os interesses rivais.
**Vencedor
do Prêmio Jackson Wild Media (considerado como o "Oscar" do cinema de
natureza), na categoria de melhor filme não-televisivo.
*
"Era Uma Vez Um Lago" ("Where We Used To Swim", Alemanha,
2019, 8 min) - Daniel Asadi Faezi
O
Lago Urmia, no norte do Irã, já foi o maior lago do Oriente Médio, mas sua má
gestão trouxe uma seca devastadora que transformou boa parte dele em terra
estéril e coberta de sal. Sob a forma de ensaio cinematográfico, o filme
utiliza fragmentos de identidade e memória, partindo do presente para revisitar
o passado e erguer um monumento ao quase extinto Lago Urmia.
*Vencedor
de menção honrosa no Festival de Innsbruck.
*
"O Salmão Vermelho" ("Sockeye Salmon, Red Fish", Rússia,
2020, 51 min) - Dmitriy Shpilenok e Vladislav Grishin
O
Santuário do Sul de Kamchatka é o paraíso do salmão vermelho, espécie selvagem
que habita a península de Kamchatka, região no extremo oriente da Rússia. A
reserva, que abriga uma população de ursos marrons e atrai milhares de turistas
todo ano, é um raro exemplo de equilíbrio entre a flora e a fauna. O
documentário, elogiado por sua fotografia primorosa, foi filmado ao longo de
anos e testemunhou os esforços da comunidade para conscientizar a população
local e frear a caça furtiva, que ameaçava o salmão vermelho e assim, toda a
biodiversidade que ele ajuda a sustentar.
*Vencedor
do grand prix do Festival Ekofilm.
*
"O Tempo das Florestas" ("Le Temps des Forêts", França,
2018, 104 min) - François-Xavier Drouet
Símbolo
da natureza e da preservação, as florestas enfrentam uma fase de
industrialização sem precedentes. A pesada mecanização, as monoculturas, os
fertilizantes e os pesticidas se multiplicam no ritmo acelerado do modelo da
agricultura intensiva. Ao mesmo tempo, a transmissão de conhecimento dos
silvicultores se perde. Nessa jornada ao coração da indústria florestal e suas
alternativas, o filme mostra como as escolhas de hoje definirão a paisagem de
amanhã.
**Vencedor
do prêmio SRG SSR na Semana da Crítica do Festival de Locarno e do Prêmio
Independente no Festival de Trento
*
"Res Creata" ("Res Creata - Humans and Other Animals",
Itália, 2019, 80 min) - Alessandro Cattaneo
Sobre
a relação milenar - ora conflituosa, ora harmoniosa - entre os seres humanos e
os animais. Trata-se de uma relação onde a curiosidade, o amor e o
deslumbramento muitas vezes se entrelaçam com a exploração, a objetificação e a
necessidade. Ensaio visual ao mesmo tempo intimista e filosófico, o filme
procura jogar luz sobre o que nos conecta e sugere que se conseguirmos mudar o
modo como pensamos sobre os animais, o ecossistema inteiro se beneficiará.
**Selecionado
para o Festival de Innsbruck, Cracóvia, Visions du Rèel e Hot Docs.
*
"Solo Fértil" ("Kiss The Ground", EUA, 2020, 85 min) - Josh
Tickell e Rebecca Harrell Tickell
Narrado
pelo ator e ativista ambiental Woody Harrelson, o filme aborda um grupo
revolucionário de ativistas, cientistas, agricultores e políticos que se unem
em um movimento global chamado "Agricultura Regenerativa". Trata-se
de uma técnica de plantio cujo objetivo é equilibrar o clima, reabastecer o
vasto suprimento de água e alimentar o mundo.
**Vencedor
do prêmio de melhor documentário no Festival Doc LA (Los Angeles); melhor
documentário interativo no Festival Lonely Wolf (Londres).
CIDADES
*
"A Nossa Terra, o Nosso Altar" ("A Nossa Terra, o Nosso
Altar", Portugal, 2020, 77 min) - André Guiomar
Documentário
intimista e observacional, o filme testemunha as últimas rotinas no cotidiano
do bairro social do Aleixo (na cidade do Porto, Portugal), marcadas pela tensão
de um fim anunciado. Entre a queda da primeira e da última torre, o processo de
demolição arrasta-se durante anos, deixando as vidas dos moradores em suspenso,
num misto de resignação e inconformidade.
**Vencedor
do Prêmio ZIFF Youth Award no Festival de Documentários e Curtas-Metragens de
Bilbao; Melhor Diretor Emergente na competição internacional do Festival
Porto/Post/Doc.
*
"A Leste de Finfinnee" ("Rift Finfinnee", Alemanha/Etiópia,
2020, 79 min) - Daniel Kötter
Uma
viagem pela periferia de Adis Abeba, capital da Etiópia. Em planos de paisagens
e arquitectura rigorosamente enquadrados e com uma trilha sonora que entrelaça as
conversas originais de forma complexa, o filme percorre o desfiladeiro do rio
Akaki, analisando o fosso mais do que simbólico entre o urbano e rural. A obra
toma a geografia concreta, a arquitetura e a vida cotidiana de trabalhadores
agrícolas e da construção civil no leste de Adis Abeba ("Finfinnee",
em oromo) como ponto de partida para uma narrativa alegórica sobre a
urbanização de uma sociedade africana à beira da guerra civil.
**Vencedor
do Prêmio DEFA no Festival DOK Leipzig; selecionado para os festivais Doclisboa
e Hot Docs.
*
"Ar Condicionado" ("Ar Condicionado", Angola, 2020, 72 min)
- Fradique
Quando
aparelhos de ar condicionado começam a cair misteriosamente dos apartamentos na
cidade de Luanda, capital da Angola, um vigia e uma empregada doméstica têm a
missão de recuperar o aparelho do chefe. O filme mistura realismo mágico e
crítica social em uma narrativa sobre como vivemos em conjunto nas esperanças
verticais, no coração de uma cidade que é passado-presente-futuro.
Vencedor
do prêmio de melhor filme no Festival de Innsbruck; selecionado para o Festival
de Roterdã.
*
"Formas Concretas de Resistência" ("Concrete Forms of
Resistance", Reino Unido/Líbano, 2019, 25 min) - Nick Jordan
"Trípoli
teve sorte de ter esse projeto no coração da cidade, mas o projeto teve o azar
de ser em Trípoli". Com essa frase, o filme dita o tom melancólico de sua
análise sobre a concepção e o uso do projeto arquitetônico do brasileiro Oscar
Niemeyer (1907-2012) para a Feira Internacional Permanente que seria sediada na
cidade de Trípoli, no Líbano. A guerra colocou um fim nesse grande projeto e
tornou o espaço inviável - um estorvo no meio da cidade.
Selecionado
para o Festival de Sheffield e Festival de Curtas-Metragens de Londres.
*
"Injustiça Climática" ("Cooked: Survival by Zip Code", EUA,
2018, 82 min) – Judith Helfand
Chicago
sofreu a pior onda de calor da história dos Estados Unidos em 1995, quando 739
pessoas – a maioria idosos e negros – morreram no espaço de uma semana.
Enquanto o filme vincula a devastação do desastre natural ao desastre do
racismo estrutural, também investiga uma das indústrias de maior crescimento
das últimas décadas: a indústria de preparação para emergências e desastres. O
filme pergunta: como pode o estado estar disposto a se prevenir contra
desastres naturais, mas reluta em reconhecer os desastres em câmera lenta que
engendra?
Selecionado
para os festivais DOC NYC, SEFF - Seoul Eco e DC Environmental.
*
"Um Lugar Como Nenhum Outro" ("There's No Place Like This Place,
Anyplace", Canadá, 2020, 75 min) - Lulu Wei
Registro
pessoal da transformação de um icônico quarteirão de Toronto através das
histórias de membros de sua comunidade, da qual fazem parte a diretora e sua
namorada. Enquanto todos revisitam a história do bairro – indissociável da
trajetória de cada um dos moradores –, eles não deixam de lutar por moradia
acessível em meio à maior crise imobiliária que o país jamais viu.
Vencedor
do prêmio do público no Festival Hot Docs.
ECONOMIA
*
"A Nova Corporação" ("The New Corporation: The Unfortunately
Necessary Sequel", Canadá, 2020, 106 min) - Joel Bakan e Jennifer Abbott
O
filme revela como a aquisição corporativa da sociedade está sendo justificada
pelo astuto "rebranding" das corporações como entidades com
consciência social. De reuniões de elites corporativas em Davos, às mudanças
climáticas e desigualdade em espiral; a ascensão de líderes de ultradireita à
covid-19 e a injustiça racial, a obra analisa o poder devastador das
corporações. Contrariar isso é uma onda de resistência em todo o mundo, à
medida que as pessoas vão às ruas em busca da justiça e do futuro do planeta.
Vencedor
do prêmio de melhor documentário canadense no Festival de Vancouver;
selecionado para os festivais de Toronto e Planet in Focos.
*
"Jogo do Poder" ("Adults in the Room", França/Grécia, 2019,
124 min) - Costa-Gavras
Baseado
nas memórias do ex-ministro de finanças grego Yanis Varoufakis, é uma abordagem
sobre a "agenda oculta" da Europa revelando o que realmente acontece
em seus corredores de poder. Focaliza as razões para a crise na Grécia ter
acontecido, e como foi travada uma das mais espetaculares e controversas
batalhas na história política. Mas a verdadeira história do que aconteceu é
quase inteiramente desconhecida, principalmente porque grande parte dos
verdadeiros negócios da União Europeia ocorre a portas fechadas.
Selecionado
para o Festival de Roterdã.
*
"O Capital no Século XXI" ("Capital in the Twenty-First
Century", França/Nova Zelândia, 2019, 103 min) - Justin Pemberton e Thomas
Piketty
Adaptado
do livro homônimo de Thomas Piketty, uma das obras mais importantes dos últimos
anos. Intercalando referências à cultura pop com intervenções dos mais
influentes especialistas de nossa época, o filme propõe uma viagem através da
história moderna de nossas sociedades. O documentário contrapõe a riqueza e o
poder de um lado e, do outro, o progresso social e as desigualdades. Uma
reflexão necessária para compreender o mundo de hoje.
Selecionado
para o Festival de Hamburgo.
*
"Oeconomia" ("Oeconomia", Alemanha, 2020, 89 min) - Carmen
Losmann
Camada
por camada, o filme revela como as regras do jogo capitalista contemporâneo
pré-condicionam sistematicamente o crescimento, os déficits e as concentrações
de riqueza. Com particular perspicácia e rigor, o filme articula os aspectos
mais flagrantes da economia capitalista tornados invisíveis pela cobertura
predominante da mídia.
Selecionado
para os festivais de Berlim, IDFA-Amsterdã, Sheffield e CPH:DOX.
POVOS
& LUGARES
*
"Até o Anoitecer" ("Then Comes The Evening", Sérvia, 2019,
28 min) - Maja Novaković
A
poesia amarga da vida cotidiana nas colinas isoladas do leste da Sérvia mostra
o cuidado e a intimidade de duas mulheres idosas, tanto em suas relações mútuas
quanto na relação com a natureza. **Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem
no Festival de Innsbruck e no Festival de Documentários Full Frame (EUA);
melhor filme no Festival de Lugano (Suíça); prêmio especial do júri no Festival
Auteur de Belgrado e no Festival Cinema Vérité do Irã; prêmio do público no
Festival Entrevues de Belfort (França); prêmio da crítica internacional no
Festival FeKK de Liubliana (Eslovênia).
*
"Hálito Azul" ("Hálito Azul", Portugal, 2018, 78 min) -
Rodrigo Areias
Esmagada
contra o oceano pela encosta de um vulcão, a vila de pescadores da Ribeira
Quente, na ilha de São Miguel, nos Açores, vive os últimos dias de uma atividade
pesqueira tal como a conhecem. Todos lutam por dias normais, enquanto a vida
continua, mesmo com os peixes ficando escassos. **Vencedor do prêmio de melhor
documentário no Festival de Ismailia (Egito).
Nenhum comentário:
Postar um comentário