Um dos mais ativos propagandistas do Esperanto no Brasil! Ele nasceu em
Niterói, em 23 de maio de 1879.
Estava ele com apenas 10 anos de idade, quando, o escritor Arthur
Azevedo, cronista no jornal carioca O Paiz (de circulação nacional e, então, o
maior da América do Sul), publicou, em sua coluna diária “Palestras” uma
descrição da língua. E foi este o primeiro aparecimento, em jornal, de que se
tem notícia no Brasil. Isso em 12 de abril de 1898.
Everardo Backheuser contou como começou a conhecer o Esperanto:
Em abril de 1906, passando perto da livraria Briguiet, no Rio de
Janeiro, viu na prateleira uma brochura verde, um livrinho muito barato, que
tratava da língua internacional neutra, o Esperanto. Curioso, comprou um
exemplar e o leu, durante a viagem de barca para Niterói, onde morava. O
assunto o interessou. Ele era, então, um dos redatores do grande e importante
jornal O PAÍS, e, já no dia seguinte, ele publicou uma nota interessante sobre
o esperanto (em 1º de maio de 1906).
Naquele tempo, esse jornal, cujo diretor era o culto jornalista Alcindo
Guanabara, eram publicados cursos das línguas inglesa e francesa. Backheuser,
que então tinha 27 anos de idade, começou, também, a fazer um curso de
esperanto. Após a primeira lição (27 de maio), ele começou a receber cartas,
já, sobre a língua.
Por proposta de Backheuser, foi fundado em 29 de junho de 1906, no
Distrito Federal, que era o Rio de Janeiro, o Brazila Klubo-Esperanto. E ele
teve seu nome aclamado para presidente.
Entusias¬mado com a ideia, passou a divulgá-la também em O Fluminense,
conquis¬tando adeptos. Ainda em 7 de agosto do mesmo ano (1906), no Externato
Spencer, Everardo Backheuser deu início ao primeiro curso de esperanto, em
Niterói. No mês seguinte, em 9 de setembro de 1906, foi criado o ESPERANTO
GRUPO DE NICTHEROY.
Durante o ano em que comemoramos o centenário do movimento esperantista
em Niterói, 2006, estive algumas vezes na Biblioteca Nacional, pesquisando
sobre o esperanto em jornais do início do século passado. E me surpreendi com
uma notícia, para mim muito simpática, em O FLUMINENSE do dia 8 de outubro de
1906: o convite para a posse do conselho diretor do recém-criado “Esperanto
Grupo de Nictheroy”, a ser realizada no dia 20 de outubro – sábado, no Teatro
João Caetano, cedido pelo pai de Raul de Leoni, o Dr. Leoni Ramos, então
prefeito municipal. E informava que o Dr. Everardo Backheuser realizaria uma
conferência sobre as vantagens e facilidade da nova língua. Sua primeira
diretoria foi solene¬mente empossada em 20 de outubro de 1906, no Teatro João
Caetano. Era, então, prefeito municipal o Dr. Leôni Ramos, pai do meu patrono,
na Academia Niteroiense de Letras, Raul de Leôni.
No ano seguinte, em 1907, o Brazila Esperanto Klubo se transformou na
LIGA BRASILEIRA DE ESPERANTO, o mais importante órgão esperantista que
representa o Brasil em todo o mundo. E foi, também, o seu primeiro presidente.
Everardo Backheuser representou os esperantistas brasileiros no 4º
Congresso Universal de Esperanto, na Alemanha, em 1908.
Autor de várias obras. Engenheiro, professor, teatrólogo, deputado
estadual (na segunda década do século XX).
Na ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS, ocupou a Cadeira 36 da Classe de
Letras, patronímica de Raja Gabaglia.
Faleceu em 1951, Seu sucessor foi o acadêmico Brígido Tinoco.
(atualmente a cadeira está vaga).
Na Academia Niteroiense de Letras, Everardo Backheuser é patrono da
Cadeira nº 47, atualmente ocupada pela acadêmica Dília Gouveia.
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