domingo, 7 de agosto de 2022

EVERARDO BACKHEUSER EVERARDO BACKHEUSER FOI O PIONEIRO NO ENSINO DO ESPERANTO EM NITERÓI





Um dos mais ativos propagandistas do Esperanto no Brasil! Ele nasceu em Niterói, em 23 de maio de 1879.

Estava ele com apenas 10 anos de idade, quando, o escritor Arthur Azevedo, cronista no jornal carioca O Paiz (de circulação nacional e, então, o maior da América do Sul), publicou, em sua coluna diária “Palestras” uma descrição da língua. E foi este o primeiro aparecimento, em jornal, de que se tem notícia no Brasil. Isso em 12 de abril de 1898.

Everardo Backheuser contou como começou a conhecer o Esperanto:

Em abril de 1906, passando perto da livraria Briguiet, no Rio de Janeiro, viu na prateleira uma brochura verde, um livrinho muito barato, que tratava da língua internacional neutra, o Esperanto. Curioso, comprou um exemplar e o leu, durante a viagem de barca para Niterói, onde morava. O assunto o interessou. Ele era, então, um dos redatores do grande e importante jornal O PAÍS, e, já no dia seguinte, ele publicou uma nota interessante sobre o esperanto (em 1º de maio de 1906).

Naquele tempo, esse jornal, cujo diretor era o culto jornalista Alcindo Guanabara, eram publicados cursos das línguas inglesa e francesa. Backheuser, que então tinha 27 anos de idade, começou, também, a fazer um curso de esperanto. Após a primeira lição (27 de maio), ele começou a receber cartas, já, sobre a língua.

Por proposta de Backheuser, foi fundado em 29 de junho de 1906, no Distrito Federal, que era o Rio de Janeiro, o Brazila Klubo-Esperanto. E ele teve seu nome aclamado para presidente.

Entusias¬mado com a ideia, passou a divulgá-la também em O Fluminense, conquis¬tando adeptos. Ainda em 7 de agosto do mesmo ano (1906), no Externato Spencer, Everardo Backheuser deu início ao primeiro curso de esperanto, em Niterói. No mês seguinte, em 9 de setembro de 1906, foi criado o ESPERANTO GRUPO DE NICTHEROY.

Durante o ano em que comemoramos o centenário do movimento esperantista em Niterói, 2006, estive algumas vezes na Biblioteca Nacional, pesquisando sobre o esperanto em jornais do início do século passado. E me surpreendi com uma notícia, para mim muito simpática, em O FLUMINENSE do dia 8 de outubro de 1906: o convite para a posse do conselho diretor do recém-criado “Esperanto Grupo de Nictheroy”, a ser realizada no dia 20 de outubro – sábado, no Teatro João Caetano, cedido pelo pai de Raul de Leoni, o Dr. Leoni Ramos, então prefeito municipal. E informava que o Dr. Everardo Backheuser realizaria uma conferência sobre as vantagens e facilidade da nova língua. Sua primeira diretoria foi solene¬mente empossada em 20 de outubro de 1906, no Teatro João Caetano. Era, então, prefeito municipal o Dr. Leôni Ramos, pai do meu patrono, na Academia Niteroiense de Letras, Raul de Leôni.

No ano seguinte, em 1907, o Brazila Esperanto Klubo se transformou na LIGA BRASILEIRA DE ESPERANTO, o mais importante órgão esperantista que representa o Brasil em todo o mundo. E foi, também, o seu primeiro presidente.

Everardo Backheuser representou os esperantistas brasileiros no 4º Congresso Universal de Esperanto, na Alemanha, em 1908.

Autor de várias obras. Engenheiro, professor, teatrólogo, deputado estadual (na segunda década do século XX).

Na ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS, ocupou a Cadeira 36 da Classe de Letras, patronímica de Raja Gabaglia.

Faleceu em 1951, Seu sucessor foi o acadêmico Brígido Tinoco. (atualmente a cadeira está vaga).

Na Academia Niteroiense de Letras, Everardo Backheuser é patrono da Cadeira nº 47, atualmente ocupada pela acadêmica Dília Gouveia.



 

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