terça-feira, 9 de agosto de 2022

RESUMO BIOGRÁFICO DE MARIA SABINA DE ALBUQUERQUE POR NEIDE BARROS RÊGO


MARIA SABINA


(Resumo biográfico por Neide Barros Rêgo)


SABINA, Maria (M. S. de Albuquerque, Barbacena, MG, 6 de dez. 1898 – 17 de jul. 1991). Aos seis meses de idade, passou a residir em Queluz de Minas (Conselheiro Lafaiete), onde foi batizada. Aos cinco anos mudou-se para Niterói e, aos onze (quando despertaram seus pendores poéticos), para o Rio de Janeiro, de onde não mais saiu.

Fez os estudos primários e secundários, com medalha de ouro e prêmio João Kopke. Bacharelado no Colégio Pedro II. Doutora em Letras Inglesas pela Universidade de Cambridge, com especialização em Shakespeare. Discípula de Angela Vargas, destacou-se como sua melhor aluna e  diplomou-se na Arte de Dizer (interpretação poética e dramática, terapia da palavra). Fez o Curso de Aperfeiçoamento na Comédie Française com o professor Denis d’ Inès. Fundadora e diretora do Curso Olavo Bilac, de Arte de Dizer (1921), muito fez pelo ensino e pela divulgação da Poesia no Brasil. Foi professora de Arte Poética no Colégio Universitário. Recitalista profissional, apresentou-se em todo o Brasil, de 1924 a 1948. Em 1991, deu um recital de despedida no Teatro Gláucio Gil, Rio de Janeiro, em comemoração aos Cinquenta Anos de Poesia. Jornalista, pertenceu à Associação Brasileira de Imprensa (1930).

Foi diretora do jornal “Mulher”, que pretendia difundir o feminismo (1936). Cofundadora em 1926 da extinta Academia de Letras Pedro II (que precedeu a Academia Carioca de Letras). Membro Titular da Sociedade de Estudos e Atividades Artísticas. Pertenceu às seguintes entidades:  Associação Brasileira de Imprensa, Instituto Histórico de Ouro Preto (Minas Gerais), Instituto Histórico de Paranaguá (Paraná), La Confederacion Internacionelle Barzaquenn, Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, Academia de Letras e Música do Brasil (Cadeira nº 28, patronímica de Tobias Barreto),  Instituto Brasileiro de Cultura (Cadeira Patronímica do Poeta Vicente de Carvalho). Membro correspondente de sociedades culturais do Brasil e do exterior. Cidadã Carioca; Cidadã Honorária e Benemérita do Estado do Rio de Janeiro. Mulher de destaque (1979). Condecorada pelo Governo Brasileiro com a Medalha da Ordem do Mérito de Rio Branco (1980).

É patrona da Cadeira nº 37 da Classe de Correspondentes da Academia Barbacenense de Letras; da Cadeira nº 39 da Academia Nacional de Letras e Artes e da Cadeira nº 49 da Academia Internacional de Letras.

Participou ativamente do Movimento pela Igualdade Direitos Civis Políticos da Mulher e do Homem.

Líder feminista, ingressou, em 1928, na Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, tendo exercido a vice-presidência e, por quatro vezes, a presidência da entidade fundada por Bertha Lutz (1922), que viria a conquistar para a mulher os seus direitos fundamentais nas Constituições de 1934, 1946, 1964, além do direito ao trabalho.

Foi delegada classista; presidente nacional da Liga Eleitoral Independente; organizadora e presidente da Mesa-Redonda sobre Educação Integral da Mulher; delegada do Brasil no Congresso Internacional pela Aliança Internacional de Mulheres (Nápoles), da Comissão Interamericana de Mulheres (OEA), representando Brasil em onze congressos sobre Direitos da Mulher e Educação. Presidente da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Presidente do Comitê Brasileiro de Cooperação, participou,  defendendo a posição das feministas do mundo inteiro, da Décima Oitava Assembleia da Comissão Interamericana de Mulheres, em Miami, e do Hemispheric Congress.

Conferencista, discursou no Senado Federal durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, instituída com a finalidade de examinar a situação da mulher em todos os setores de atividades (Brasília, 1978).

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BIBLIOGRAFIA: Na penumbra do sonho, 1921 (poes.); Água dormente, 1925 (poes.); Alma tropical, 1928 (contos e lit. amaz.); O país sem caminhos, 1931 (poes.); Entusiasmo, 1938 (poes.); Canto do tempo trágico,  1946 (poes.); Canto solitário, 1964 (poes.); Sequência do sonho, 1971 (ant. poes.); Dr. Adolfo Lutz 1950 (biogr.); Joaquim Gonçalves Ramos: um apóstolo da democracia, 1953 (biogr.); João Pedro de Albuquerque: um médico, um sanitarista, um homem, 1974 (biogr.); As testemunhas,1986 (poes.). Participou de antologias e colaborou em diversos periódicos.

 

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DURANTE O ANO DE 1998, FORAM PUBLICADOS ARTIGOS E OPÚSCULOS EM COMEMORAÇÃO AO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE MARIA SABINA E, TAMBÉM, REALIZADOS EM DIVERSAS CIDADES BRASILEIRAS RECITAIS DE SUAS POESIAS POR DECLAMADORAS DIPLOMADAS E ALUNOS DE ARTE DE DIZER, EXPOSIÇÕES E CONFERÊNCIAS.

 

REF.:  Enciclopédia de Literatura Brasileira/Oficina Literária Afrânio Coutinho; direção de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa. Rio de Janeiro: FAE, 1989.

Pesquisas no arquivo do Centro Cultural Maria Sabina, por sua ex-aluna Neide Barros Rêgo.



 

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