sexta-feira, 16 de junho de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 96 ANOS, EM 16 DE JUNHO DE 1927, NASCEU ARIANO SUASSUNA INTELECTUAL, ESCRITOR, TEÓRICO DA ARTE, DRAMATURGO, ROMANCISTA, ENSAÍSTA, POETA, ARTISTA PLÁSTICO, PROFESSOR, ADVOGADO E PALESTRANTE BRASILEIRO.

 


Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa, no dia 16 de junho de 1927 e faleceu Recife, 23 de julho de 2014.  Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como Auto da Compadecida (1955) e Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), Ariano Suassuna foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil e um dos maiores expoentes da literatura brasileira, tendo sido, em 2012, indicado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal como representante do Brasil na disputa pelo Prêmio Nobel de Literatura. 

Na administração pública foi secretário de Educação e Cultura do Recife (1975–1978), secretário de Cultura de Pernambuco (1994–1998) e secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos (2011–2014). Declaradamente socialista e de esquerda, em 2011 foi nomeado presidente de honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB). 

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Paraíba do Norte, atual João Pessoa, no dia 16 de junho de 1927, filho de Rita de Cássia Dantas Villar e João Suassuna. Ariano foi casado com Zélia de Andrade Lima, com quem teve seis filhos.

Seu pai era então o presidente (seria hoje chamado de governador) do estado da Paraíba. Ariano nasceu nas dependências do Palácio da Redenção, sede do Executivo paraibano. No ano seguinte, o pai deixa o governo da Paraíba, e a família passou a morar no sertão, na Fazenda Acauã, em Sousa. 

Durante o movimento armado que culminou com a Revolução de 1930, quando Ariano tinha três anos, seu pai João Suassuna foi assassinado por motivos políticos na cidade do Rio de Janeiro, e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de "improvisação" seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral. 

O próprio Ariano Suassuna reconhecia que o assassinato de seu pai ocupava posição marcante em sua inquietação criadora. No discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, disse: “Posso dizer que, como escritor, eu sou, de certa forma, aquele mesmo menino que, perdendo o pai assassinado no dia 9 de outubro de 1930, passou o resto da vida tentando protestar contra sua morte através do que faço e do que escrevo, oferecendo-lhe esta precária compensação e, ao mesmo tempo, buscando recuperar sua imagem, através da lembrança, dos depoimentos dos outros, das palavras que o pai deixou.” — Ariano Suassuna, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, 9 de agosto de 1990.

O assassinato de João Suassuna ocorreu como desdobramento da comoção posterior ao assassinato de João Pessoa, governador da Paraíba e candidato a Vice-Presidente do Brasil na chapa de Getúlio Vargas. Ariano Suassuna atribuía à família Pessoa a encomenda do assassinato de seu pai, contratando o pistoleiro Miguel Laves de Souza, que atirou na vítima pelas costas, no Rio de Janeiro.  Em razão disso, não concordava com a alteração do nome da cidade onde nasceu, de "Cidade da Paraíba" (na grafia arcaica 'Parahyba) para "João Pessoa", em homenagem ao governador assassinado. 

A partir de 1942 passou a viver em Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Oswaldo Cruz. 

No ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1950.

Em 1976, tornou-se livre-docente em História da Cultura Brasileira pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco. 

Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.

De 1990 até o ano de sua morte, ocupou a Cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo. Foi sucedido por Zuenir Ventura. 

Assumiu a Cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo Patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira. 

Ariano morreu no dia 23 de julho de 2014 no Real Hospital Português, no Recife, vítima de uma parada cardíaca. Havia dado entrada no hospital na noite do dia 21, depois de um acidente vascular cerebral (AVC), passando por procedimento cirúrgico com colocação de dois drenos para controlar a pressão intracraniana.

Ele ficou em coma e respirando por ajuda de aparelhos. O corpo de Ariano foi sepultado no Cemitério Morada da Paz em Paulista, Região Metropolitana do Recife, em 24 de julho de 2014. 

Sua filha Ana Rita Suassuna declarou durante o velório:

"Nós vamos chorar e rir, pois nos lembramos de todas as histórias dele. Estamos muito felizes, pois essa é uma passagem muito bonita. O céu está em festa hoje. Ele foi muito feliz, muito realizado. Na última semana, ele fez duas aulas-espetáculo, e vocês precisavam ver a satisfação dele. Chegou em casa contando da alegria e da festa que foram essas duas aulas."

Ariano Suassuna era torcedor do Sport Club do Recife. O clube o homenageou, dando o nome de Taça Ariano Suassuna a um torneio amistoso internacional de futebol que promove anualmente desde 2015, durante a sua pré-temporada.

 

OBRAS 

Uma mulher vestida de Sol (1947)

Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948)

Os homens de barro (1949)

Auto de João da Cruz (1950)

Torturas de um coração (1950)

O arco desolado (1952)

O castigo da soberba (1953)

O Rico Avarento (1954)

Auto da Compadecida (1955)

O casamento suspeitoso (1957)

O santo e a porca (1957)

O homem da vaca e o poder da fortuna (1958)

A pena e a lei (1959)

Farsa da boa preguiça (1960)

A Caseira e a Catarina (1962)

As conchambranças de Quaderna (1987)

Fernando e Isaura (1956, inédito até 1994)

 

ROMANCE

 

A História de amor de Fernando e Isaura (1956)

Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)

História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão: ao sol da Onça Caetana (1977)

A Ilumiara – Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores (2017) – publicação póstuma

 

POESIA

 

O pasto incendiado (1945-1970)

Ode (1955)

Sonetos com mote alheio (1980)

Sonetos de Albano Cervonegro (1985)

Poemas (antologia) (1999)

Os homens de barro (1949)

 

OBRAS ACADÊMICAS

O Movimento Armorial (1974)

Iniciação à Estética (1975)

A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira (1976) – tese de livre-docência.


















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