Em conjunto com outros surrealistas da sua geração Jean Anouilh e René Char, por exemplo, Cocteau conseguiu conjugar com mestria os novos e velhos códigos verbais, linguagem de encenação e tecnologias do modernismo para criar um paradoxo: um avant-garde clássico. O seu círculo de associados, amigos e amantes incluiu Jean Marais, Henri Bernstein, Édith Piaf e Raymond Radiguet.
Nasceu em Maisons-Lafitte, 05 de julho de 1889 e faleceu em Milly-la-Forêt, 11 de outubro de 1963.
Nascido numa pequena vila próximo a Paris, Jean Cocteau foi um dos mais talentosos artistas do século XX. Além de ser diretor de cinema, foi poeta, escritor, pintor, dramaturgo, cenógrafo e actor e escultor. Actuou activamente em diversos movimentos artísticos, nomeadamente o conhecido Groupe des Six (grupo dos seis) cujo núcleo era Georges Auric (1899–1983), Louis Durey (1888–1979), Arthur Honegger (1892–1955), Darius Milhaud (1892–1974), Francis Poulenc (1899–1963), Germaine Tailleferre (1892–1983). Além destes, outros também tomaram parte, como Erik Satie e Jean Wiéner. Foi eleito membro da Academia Francesa em 1955.
Foi o autor de Le livre blanc, publicado anonimamente em 1928. Dentre os seus amigos destacam-se Pablo Picasso, Max Jacob, Serge Diaghilev, Vaslav Nijinsky, Roland Garros, Marcel Jouhandeau, Jean Genet, Edith Piaf, Christian Bérard, Pierre Bergé, Georges Auric, Valentine Hugo, Coco Chanel, Francine Weisweiller, Colette, entre muitos outros.
Cocteau realizou sete filmes e colaborou enquanto argumentista, narrador em mais alguns. Todos ricos em simbolismos e imagens surreais. É considerado um dos mais importantes cineastas de todos os tempos. As suas peças foram levadas aos palcos dos Grandes Teatros, nos Boulevards da época parisiense em que ele viveu e que ajudou a definir e criar. A sua abordagem versátil e nada convencional e a sua enorme produtividade trouxeram-lhe fama internacional.
OBRA LITERÁRIA
POESIA
La
Lampe d'Aladin (1909)
Le
Prince frivole (1910)
La
Danse de Sophocle (1912)
Ode
à Picasso - Le Cap de Bonne-Espérance (1919)
Escale.
Poésies (1917-1920)
Vocabulaire
(1922)
La
Rose de François - Plain-Chant (1923)
Cri
écrit (1925)
L'Ange
Heurtebise (1926)
Opéra
(1927)
Mythologie
(1934)
Énigmes
(1939)
Allégories
(1941)
Léone
(1945)
La
Crucifixion (1946)
Poèmes
(1948)
Le
Chiffre sept - La Nappe du Catalan (em colaboração com Georges Hugnet) (1952)
Dentelles
d'éternité - Appoggiatures (1953)
Clair-obscur
(1954)
Paraprosodies
(1958)
Cérémonial
espagnol du Phénix - La Partie d'échecs (1961)
Le
Requiem (1962)
Faire-Part
(póstumo) (1968)
Romance
Le
Potomak (1919, edição definitiva: 1924)
Le
Grand Écart (1923)
Thomas
l'imposteur (1923)
Le
Livre blanc (1928)
Les
Enfants terribles (1929)
La
Fin du Potomak (1940)
TEATRO
Parade,
ballet (música de Erik Satie, coreografia de Léonide Massine) (1917)
Les
Mariés de la tour Eiffel, ballet (música de Georges Auric, Arthur Honegger,
Darius Milhaud, Francis Poulenc e Germaine Tailleferre) (1921)
Antigone
(1922)
Roméo
et Juliette (1924)
Oedipus
Rex, ópera-oratório (música de Ígor Stravinski) (1927)
La
Voix humaine (1930)
La
Machine infernale (1934)
L'École
des veuves (1936)
Œdipe-roi.
Les Chevaliers de la Table ronde (1937)
Les
Parents terribles (1938)
Les
Monstres sacrés (1940)
La
Machine à écrire (1941)
Renaud
et Armide. L'Épouse injustement soupçonnée (1943)
L'Aigle
à deux têtes (1944)
Le
Jeune Homme et la Mort, ballet de Roland Petit (1946)
Théâtre
I et II (1948)
Bacchus
(1951)
Nouveau
théâtre de poche (1960)
L'Impromptu
du Palais-Royal (1962)
Le
Gendarme incompris (póstumo, em colaboração com Raymond Radiguet) (1971)
POESIA
E CRÍTICA
Le
Coq et l'Arlequin (1918)
Carte
blanche (1920)
Le
Secret professionnel (1922)
Le
Rappel à l'ordre - Lettre à Jacques Maritain (1926)
Opium
(1930)
Essai
de critique indirecte (1932)
Portraits-Souvenir
(1935)
Mon
Premier voyage (volta ao mundo em 80 dias) (1937)
Le
Greco (1943)
Le
Foyer des artistes - La Difficulté d'être (1947)
Lettres
aux Américains - Reines de la France (1949)
Jean
Marais - conversas à volta do cinematógrafo (com André Fraigneau) (1951)
Gide
vivant (1952)
Journal
d'un inconnu. Démarche d'un poète (1953)
Colette
(discurso na Académie royale de Belgique e na Académie française (1955)
Discours
d'Oxford (1956)
Entretiens
sur le musée de Dresde (com Louis Aragon) - La Corrida du 1er mai (1957)
Poésie
critique I (1959)
Poésie
critique II (1960)
Le
Cordon ombilical (1962)
La
Comtesse de Noailles, oui et non (1963)
Portrait
souvenir (posthume; conversas com Roger Stéphane) (1964)
Entretiens
com André Fraigneau (póstumo) (1965)
Jean
Cocteau par Jean Cocteau (póstumo; conversas com William Fielfield) (1973)
Du
cinématographe (póstumo). Entretiens sur le cinématographe (póstumo) (1973)
Poesia
de jornalismo
(póstumo)
(1935-1938)
LIVROS
PUBLICADOS EM PORTUGAL
Tanta
coisa por dizer; sel. e trad. Inês Dias. [S.l.]: Língua Morta, 2012.
Visão
invisível; selecção, apresentação e tradução de Aníbal Fernandes. Lisboa:
Assírio & Alvim, 2005; Sistema Solar, 2016
As
crianças terríveis. Lisboa: Livros do Brasil, 2000.
O
filho do ar (O filho do ar; Ana a criada; A dama de Monte-Carlo; O mentiroso);
trad. Gastão Cruz. Lisboa: Relógio d'Água, 1998.
A
voz humana; trad. Carlos de Oliveira. Lisboa: Assírio & Alvim, 1989
(reeditado em 1999).
Toro:
ritual de amor e morte; tradução de Aníbal Fernandes. Lisboa, Hiena, 1987.
O
Livro Branco; apresentação e tradução de Aníbal Fernandes. Lisboa: & etc,
1985; Assírio & Alvim, 2010; (seguido de O Fantasma de Marselha), Sistema
Solar, 2015
Explicação
dos prodígios; trad. Aníbal Fernandes. Lisboa: & etc, 1982.
O
baile do Conde de Orgel por Raymond Radiguet; pref. de Jean Cocteau; trad. de
Ana Maria Alves. Lisboa: Estampa, 1973.
Ópio,
diário de uma desintoxicação; trad. de Maria Teresa Horta. Lisboa: Ulisseia,
1966; trad. Miguel Serras Pereira, Lisboa: Difel, 1984
Desatino
[Le grand écart]; tradução de Mécia de Freitas Leça. Lisboa: Livros do Brasil,
1958.
Os
cavaleiros da Távola Redonda; trad. Herlânder Peyroteo. Lisboa: Centro
Universitário, 1957.
Até
amanhã. Ode/ Eugénio de Andrade; des. Jean Cocteau. Lisboa: Guimaräes Editores,
1956.
Tomaz,
o impostor; trad. António Quadros. Lisboa: Livros do Brasil, 1955.
Os
meninos diabólicos [Les enfants terribles]; prefácio e tradução de João Gaspar
Simões. Lisboa: Inquérito, 1939, 1942, 1958.
FILMOGRAFIA
Le
Sang d'un Poète (1930)
L'Eternel
Retour (1943)
La
Belle et la Bête (1946)
L'Aigle
à Deux Têtes (1947)
Les
Parents terribles (1948)
Les
Enfants Terribles (1950) (não creditado)
Coriolan
(1950)
Orphée
(1950)
La
Villa Santo Sospir (1952) (documentário)
8x8:
A Chess Sonata in 8 Movements (1957) Codirector, Experimental)
Le
testament d'Orphée (1959)
Nenhum comentário:
Postar um comentário