domingo, 30 de julho de 2023

O ZÉFIRO E A VOLTA DO ZÉFIRO - AUTORIA DE NEIDE BARROS RÊGO – EXTRAÍDOS DO LIVRO “REVELAÇÃO”



O ZÉFIRO

 

Diáfana qual sílfide singela,

Formosa mais que as flores, ela enfeita

a relva da campina onde se deita;

Parece uma pintura em aquarela.

 

Ao vê-la frágil, bela e tão prefeita,

Apaixonou-se o Zéfiro por ela.

E, enamorado, a escultural donzela

Segue invisível, cauteloso, espreita.

 

Mas eis que chega o noivo de repente,

Toca-lhe a face, aspira o seu perfume

E afaga seus cabelos mansamente...

 

Em doce idílio, beijam-se afinal.

E o Vento em fúria, louco de ciúme,

Transforma-se em terrível vendaval.

 

(1996)

Para o poeta Luna Fernandes

Livro Revelação, Neide Barros Rêgo,  página 36.

 

 

 

A VOLTA DO ZÉFIRO

 

 

Depois de transformar-se em louco vendaval

- carrasco a percorrer desertos, montes, mares -,

Florestas devastando e destruindo lares,

buscando extravasar o ciúme infernal...

 

Após perder a amada, em luta desigual,

- ela que, sem saber, causou tantos pesares -,

Alma perdida e só, em mil e um lugares,

O Zéfiro, a sofrer, voltou, e mais brutal.

 

Mas, chegando ao castelo, e o Vento se enternece;

Esquece o ódio, a dor e tudo mais esquece,

E se comove ao ver, de sua amada, a luz,

 

A luz que vem do amor, de delicado brilho,

Ao fitar, com doçura, os olhos de seu filho

Como se olhasse o azul dos olhos de Jesus.

 

(1997)

Para o poeta Romildes de Meirelles.

Livro Revelação, Neide Barros Rêgo, Página 37.





 

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