segunda-feira, 11 de setembro de 2023

HEITOR VILLA-LOBOS E AS BACHIANAS BRASILEIRAS

Heitor Villa-Lobos compôs as Bachianas Brasileiras ao longo de quinze anos, de 1930 a 1945. Elas são consideradas as melhores obras do compositor. 

São nove suítes escritas para diferentes combinações de instrumentos e vozes, que unem a música universal com o folclore brasileiro. 

Villa era fascinado por Bach desde a adolescência, identificando em sua música analogias com a música brasileira. Ele não considerava Bach um compositor barroco alemão, mas sim universal, transcendendo barreiras de tempo e espaço. As Bachianas são, portanto, sua homenagem a Bach, obras em que ele adaptou as técnicas de harmonia e contraponto do mestre alemão à música brasileira. A maioria dos movimentos das suítes possui dois nomes: um “bachiano”, como Prelúdio, Tocatta, Allegro e Fuga, e outro brasileiro, inspirado em canções ou danças tradicionais nacionais, como Embolada, Modinha, Desafio, Catira batida e outras. 

As Bachianas brasileiras são uma série de nove composições de Heitor Villa-Lobos escritas a partir de 1930. Nessas suítes, escritas para formações diversas, Villa-Lobos fundiu material folclórico brasileiro (em especial a música caipira) às formas pré-clássicas no estilo de Bach. Ressalta-se, aqui, que o sufixo "-ana" é frequentemente usado nos títulos de obras musicais, como uma forma de um compositor prestar homenagem a um compositor anterior ou a um intérprete famoso. Esta homenagem a Bach também foi feita por compositores contemporâneos como Stravinski. Todos os movimentos das Bachianas, inclusive, receberam dois títulos: um bachiano, outro brasileiro.

 

São trechos famosos de Bachianas a Tocata (O Trenzinho do Caipira), quarto movimento da nº 2; a Ária (Cantilena), que abre a de nº 5; e o Prelúdio (Introdução), o Coral (O Canto do Sertão) e a Dança (Miudinho), todos na nº 4.

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 1 PARA OITO VIOLONCELOS (1932)

 

Composta em 1930, tendo sua primeira audição em 22 de setembro de 1932. Contém três movimentos:

Introdução (Embolada) — Animato

Prelúdio (Modinha) — Andante

Fuga (Conversa) — Un poco animato  

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 2 PARA ORQUESTRA DE CÂMARA (1934)

 

Assim como a nº 1, foi composta em 1930. Foi estreada no II Festival Internacional de Veneza, em setembro de 1934, pelo compositor e regente italiano Alfredo Casella. Esta obra é dedicada a Arminda Villa-Lobos, a Mindinha (1912-1985), segunda esposa do compositor.[1] Existem quatro movimentos, cada um reexplorando alguma peça mais antiga para piano ou para violoncelo e piano. 

Orquestração: cordas, flauta, oboé, clarinete, 2 saxofones (tenor e barítono), fagote, contrafagote, duas trompas, trombone, celesta, piano e percussão (tímpano, ganzá, chocalhos, matraca, reco-reco, pandeiro, caixa clara, triângulo, pratos, tantã, bombo).

Prelúdio (O Canto do Capadócio) — Adagio / Andantino

Ária (O Canto da Nossa Terra) — Largo

Dança (Lembrança do Sertão) — Andantino moderato

Tocata (O Trenzinho do Caipira) — Un poco moderato (este movimento se caracteriza por imitar o movimento de uma locomotiva com os instrumentos da orquestra. A melodia recebeu letra composta por Ferreira Gullar, publicada no livro Poema Sujo, de 1976).

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 3 PARA PIANO E ORQUESTRA (1934)

 

Estreou em 1947, tendo como pianista José Vieira Brandão e como regente o próprio Villa-Lobos. Contém quatro movimentos:

Prelúdio (Ponteio) — Adagio

Fantasia (Devaneio) — Allegro moderato

Ária (Modinha) — Largo

Toccata (Pica-pau) — Allegro

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 4 PARA PIANO (1930–1941, ORQUESTRADA EM 1942)

 

Composta para piano a partir de 1930, mas estreada somente em 1939. Recebeu novo arranjo para orquestra em 1941, estreando em meados do ano seguinte. Esta obra contém quatro movimentos:

Prelúdio (Introdução) — Lento

Coral (Canto do Sertão) — Largo

Ária (Cantiga) — Moderato

Dança (Miudinho) — Muito animado

A suíte começa com o famoso prelúdio, cujo motivo provém do thema regium, ou tema real, utilizado na composição de todas as peças que compõem a Oferenda Musical de Bach. No segundo movimento, o Canto do Sertão, a nota si bemol é repetida várias vezes por um instrumento, sugerindo o canto da araponga, ave que possui um canto estridente e composto de uma só nota.

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 5 PARA SOPRANO E OITO VIOLONCELOS (1938–1945)        

 

Bachianas brasileiras nº 5 composta por Heitor Villa-Lobos, dedicada à Arminda Villa-Lobos, 1938.

Provavelmente o trabalho mais popular do compositor, tendo sido a mais gravada fora do Brasil, é dividida em dois movimentos:

Aria (Cantilena) — Adagio

Dedicada a Arminda Villa-Lobos. A letra deste movimento é de Ruth Valadares Corrêa, e a composição possui semelhanças com obras como a "Ária" de Bach e o "Vocalise" de Rachmaninov.

Dança (Martelo) — Allegretto

Composta sobre texto de Manuel Bandeira, foi apresentada em 1945, já após a composição das noves bachianas. Dois anos mais tarde, estreou em Paris.

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 6 PARA FLAUTA E FAGOTE (1938)

 

Dois movimentos:

Ária (Choro) — Largo

Fantasia — Allegro

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 7 PARA ORQUESTRA (1942)

 

Quatro movimentos:

Prelúdio (Ponteio) — Adagio

Giga (Quadrilha Caipira) — Allegretto scherzando

Toccata (Desafio) — Andantino quasi allegretto

Fuga (Conversa) — Andante

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 8 PARA ORQUESTRA (1944)

 

Quatro movimentos:

Prelúdio — Adagio

Ária (Modinha) — Largo

Toccata (Catira Batida) — Vivace (Scherzando)

Fuga — Poco moderato

 

BACHIANA BRASILEIRA Nº 9 PARA CORO OU ORQUESTRA DE CORDAS (1945)

 

Dois movimentos:

Prelúdio

Fuga





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