terça-feira, 5 de agosto de 2025

A ETERNIDADE DO INSTANTE - ENSAIO SOBRE O EFÊMERO - POR ALBERTO ARAÚJO

 

“Nada está onde se imagina.”

— Antonio Cicero

 

O instante. Sempre o instante.

A mínima partícula do tempo que ousa nos conter, que nos ilude com a ideia de permanência enquanto se desfaz,  e nós com ele. O instante é o palco onde tudo acontece, e onde tudo já deixa de ser. 

A arte, como a vida, não escapa a essa tragédia de ser instante.

O poema é escrito para durar, mas é lido no tempo de um fôlego.

A música deseja ecoar para sempre, mas se apaga no silêncio seguinte.

O amor deseja eternidade, mas nasce já prenhe de finitude. 

No entanto, paradoxalmente, é nesse efêmero que se instala o eterno.

Não me refiro à eternidade das religiões, nem à cronologia das pedras.

Falo de uma eternidade interior: aquela que cabe em uma emoção que não se mede, em uma lembrança que nos visita com a mesma nitidez de quando nasceu. Essa eternidade não é medida pelo relógio, mas pela intensidade. É um dom da consciência. E, talvez, da linguagem.

A poesia é a arte que mais diretamente nos aponta isso: quando lemos um verso de Pessoa, de Sophia, de Drummond, não nos importa o século.

 

O poema anula o tempo histórico e, como uma flecha, perfura o agora com o gesto inaugural de quem acaba de nascer.

E Antonio Cicero, com a elegância dos que sabem o peso das palavras, nos lembra que “nada está onde se imagina”. Há nesse pensamento uma denúncia do delírio humano por permanência.

E também uma libertação.

Pois se tudo escapa, cabe a nós aprender a olhar o que escapa.

A ser testemunhas do que não se fixa.

A dançar com o instante.

Não é a fixidez que dá sentido ao mundo, mas sua vibração.

O fogo é belo porque se move,

a onda porque recua,

o corpo porque pulsa.

Também o pensamento precisa dessa leveza: de não se encerrar em dogmas, de não se petrificar em verdades, de aceitar o movimento como condição do real. 

A experiência humana é, assim, uma tentativa de capturar o invisível com redes de linguagem, de salvar o sensível da morte pelo pensamento.

Mas mesmo o pensamento se desfaz.

Mesmo o nome escapa.

Mesmo o verso, um dia, será pó.

E ainda assim, escrevemos.

Ainda assim, cantamos.

Ainda assim, amamos.

Porque talvez o que nos define, mais do que a razão, seja essa insistência em fazer do efêmero uma morada, ainda que feita de vento.

E nessa morada sem paredes, talvez, sejamos eternos.


© Alberto Araújo

UM CANTO PARA CITERA: MÚSICA E POESIA EM HOMENAGEM A ANTONIO CICERO

 

No coração do Rio de Janeiro, onde a palavra pulsa com a mesma força do mar, um tributo singular se desenha: “Arthur Nogueira canta Antonio Cicero – Embarque para Citera”. O espetáculo acontece no dia 14 de agosto, no palco intimista do Manouche, e celebra não apenas a obra do poeta, filósofo e letrista Antonio Cicero, mas a travessia lírica que uniu sua voz à de um dos artistas mais sensíveis da nova geração da canção brasileira.

A apresentação integra uma série de homenagens que marcam o mês de agosto como tempo de memória e reverência. Cicero, que partiu em 2024, deixou não só uma obra literária robusta, mas também uma herança musical que ecoa entre versos, acordes e ideias.

No show, Arthur Nogueira, cantor e compositor nascido em Belém do Pará, convida o público a uma jornada sonora por poemas musicados que nasceram do diálogo artístico e afetivo com Cicero. Com voz, violão e guitarras, e projeções visuais assinadas por Vitor Souza Lima, o espetáculo mescla composições inéditas da dupla com clássicos que Cicero escreveu ao lado de Marina Lima, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos.

Uma das canções mais emblemáticas do repertório é “Antigo Verão”, inspirada na obra do pintor Watteau e na mítica ilha de Citera, berço de Afrodite — metáfora perfeita para a estética do amor, da beleza e da contemplação que permeia tanto a poesia quanto a filosofia do homenageado.

"Este show é meu modo de dizer obrigado ao mestre que me ensinou a ouvir o silêncio da palavra", diz Arthur. “Cicero me ensinou que pensar também pode ser uma forma de amar.”

Antes do espetáculo, no dia 12 de agosto, o público carioca será presenteado com o lançamento do livro póstumo "Fullgás", pela Companhia das Letras, em evento no Cine Estação NET, em Botafogo, que contará com a presença de Marina Lima e Adriana Calcanhotto, duas das intérpretes mais marcantes de sua obra musical.

Antonio Cicero foi um dos grandes pensadores da poesia brasileira contemporânea. Formado em Filosofia, construiu uma trajetória rara: transitou entre a canção popular e os ensaios filosóficos com igual maestria. Sua escrita, lúcida e amorosa, desafiava os limites entre arte e pensamento.

Arthur Nogueira, por sua vez, tem trilhado uma carreira que honra esse legado. Com seis álbuns lançados, parcerias internacionais e projetos como a série radiofônica "Canto poesia", é hoje uma das vozes mais inspiradas da música de resistência poética no Brasil.

“Embarque para Citera” não é apenas um espetáculo. É um rito de passagem. Um reencontro com o sublime. Um abraço demorado entre a palavra e o som. Um convite para embarcar — com o coração — no barco da beleza.

SERVIÇO

Arthur Nogueira canta Antonio Cicero – Embarque para Citera

14 de agosto de 2025 (quinta-feira)

21h

Manouche – Casa Camolese (Rio de Janeiro)

Ingressos: https://abrir.link/rHzaH 









QUANDO A NOITE SORRIR EM ICARAÍ - CRÔNICA LÍRICA DE ALBERTO ARAÚJO

A noite chega a Icaraí como quem dança, leve, perfumada de maresia, cheia de pequenos encantos. É como se o céu trocasse o calor do dia por um vestido bordado de estrelas e saísse para passear pela orla.

 

As luzes se acendem e ganham reflexo no mar, que sorri em ondas suaves, como criança feliz brincando com a própria sombra. Há um brilho nos olhos do bairro. Há vida nas varandas, nos bares, nas calçadas onde os amigos se encontram sem pressa.

 

Os coqueiros balançam ao ritmo do vento e parecem conversar entre si, trocando segredos noturnos com a brisa que vem da Baía. Lá no alto, o Cristo Redentor se ilumina, sereno, estendendo seus braços sobre tudo, como um abraço de paz para a cidade que se deixa embalar.

 

As bicicletas deslizam, os cachorros passeiam, os casais sorriem. Crianças ainda correm, teimando em dormir cedo. Tudo respira uma alegria mansa, uma felicidade que não precisa gritar.

 

Porque Icaraí à noite não faz barulho: ela canta. Em notas baixas, mas doces. Uma canção que diz, no íntimo, que tudo está bem, que viver é bom, e que a vida, quando vista de frente para o mar, tem gosto de eternidade.

 

© Alberto Araújo 








 

ANA MARIA TOURINHO E AS MULTI VOZES LITERÁRIAS NA 28ª FEIRA PAN-AMERICANA DO LIVRO DO PARÁ - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

 

 

Focus Portal Cultural informa, celebra e se emociona com a força da literatura paraense e internacional. 

É com grande entusiasmo que o Focus Portal Cultural, sob a curadoria do jornalista Alberto Araújo, compartilha com o público a realização da 28ª Feira Pan-Americana do Livro do Pará, que acontecerá entre os dias 16 a 22 de agosto de 2025, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, localizado na Av. Dr. Freitas, s/n – Marco, Belém – PA. 

O evento, que reúne o que há de mais pulsante na literatura das Américas, conta com o apoio institucional do Governo do Estado do Pará, da AJEB – Coordenadoria do Pará, da Rede Sem Fronteiras, e com a colaboração especial do Focus Portal Cultural na divulgação das ações culturais.

Entre os destaques desta edição, a curadoria celebra o projeto Multi Vozes, que trará ao palco escritores e escritoras paraenses com trajetórias singulares e relevantes para o cenário literário e cultural. E é com imenso orgulho que anunciamos a participação da escritora, fotógrafa, intelectual e acadêmica Ana Maria Tourinho, como autora convidada. 

Ana Maria Tourinho vem construindo uma trajetória brilhante e multifacetada. Recentemente representou o Brasil na 95ª Feira do Livro de Lisboa, no estande da Rede Sem Fronteiras, presidida por Dyandreia Portugal, onde apresentou suas obras e compartilhou sua poética com o público europeu. 

Não bastasse sua presença marcante nas letras, Ana também integra o coletivo ELLES MITRAILLENT — grupo de mulheres fotógrafas que espalham sua arte visual pelo mundo sob a coordenação de Angela Cardoso, radicada em Bruxelas. A edição mais recente dessa exposição itinerante aconteceu no Rio de Janeiro, no Studio S Bistrô e Arte, de Simone Niemeyer, no Città América, sob o tema "Alegria". Ali, as imagens capturadas por mulheres ao redor do globo deram cor, brilho e poesia visual aos olhares e corações presentes. 

Na ocasião, Ana Tourinho lançou sua nova safra literária com os livros: Pérolas & Pimentas; Desfolhando Aldravias e também encantadoras obras infantojuvenis: Aninha, a menina que vendia alfaces, Cadê Fady? Tô Aqui! e Marmelo, o Sapo Martelo — que trazem leveza, ludicidade e reflexão à infância leitora. 

E as novidades não param: em setembro, o coletivo ELLES MITRAILLENT se prepara para ganhar as ruas de Paris, com a exposição internacional "Provoc’art", onde mais uma vez, a sensibilidade das lentes femininas ecoará pelo mundo com imagens de força, emoção e humanidade. 

O Focus Portal Cultural felicita, com carinho e amizade, a companheira e escritora Ana Maria Tourinho, cujo brilho e talento têm iluminado a literocultura brasileira, e que agora se prepara para mais esse voo amazônico de letras, afeto e resistência criativa, representando com orgulho nossa produção intelectual em Belém do Pará. 

SOBRE ANA MARIA TOURINHO

ESCRITORA, FOTÓGRAFA E EMBAIXADORA DA SENSIBILIDADE NAS LETRAS E NAS LENTES 

Ana Maria Tourinho nasceu em Belém do Pará, onde respira cultura desde cedo. É escritora, fotógrafa, poeta, produtora cultural e uma das vozes mais expressivas da literatura paraense contemporânea. Seu trabalho transita entre a delicadeza lírica das palavras e a força simbólica das imagens que capta pelo mundo. 

Com uma produção literária que atravessa o universo adulto e infantojuvenil, Ana encanta leitores de todas as idades. Seus livros de poesia como Pérolas & Pimentas e Desfolhando Aldravias revelam uma alma atenta aos pequenos gestos da existência, à beleza escondida nos silêncios e aos sabores da vida cotidiana. Já suas obras infantojuvenis, como Aninha, a menina que vendia alfaces, Cadê Fady? Tô Aqui! e Marmelo, o Sapo Martelo, conquistam pela imaginação, pela leveza e pelo olhar de encantamento com o mundo.

É membro atuante da AJEB – Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Coordenadoria do Rio, Sócia fundadora da AJEB - Coordenadoria do Pará e integra a Rede Sem Fronteiras, atua como Vice-presidente cultural mundial da Instituição, com a qual participou da 95ª Feira do Livro de Lisboa, levando a cultura amazônica ao cenário internacional. Além dessas nobres Instituições é também Membro do Elos Club Rio Cidade Maravilhosa, Cenáculo Fluminense de História e Letras, União Brasileira de Escritores-Rio e de muitas outras pelo mundo. 

Além das letras, Ana Maria Tourinho integra o coletivo global de fotógrafas ELLES MITRAILLENT, coordenado por Angela Cardoso. Suas imagens já foram exibidas em exposições no Brasil e na Europa. Recentemente, participou da mostra "Alegria", realizada no Studio S Bistrô e Arte, no Rio de Janeiro, e se prepara para integrar a próxima edição do projeto em Paris, na exposição "Provoc’art", que ocupa as ruas da capital francesa com arte feminina e provocadora. 

Ana é também presença marcante em feiras, salões e mostras culturais, onde sua palavra é ponte, seu olhar é farol e sua arte, um chamado à sensibilidade. Em tudo que cria, há uma marca: o compromisso com a beleza, com a escuta do outro e com a poesia que ainda vive, pulsa e transforma. 

Editorial

Alberto Araújo

Focus Portal Cultural 


(CARTÃO DIGITAL- CLICAR NA IMAGEM)





EFEMÉRIDE 05 DE AGOSTO — JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO - O MESTRE DO HUMOR LITERÁRIO BRASILEIRO - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

No dia 5 de agosto de 1914, nascia em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, José Cândido de Carvalho, um dos grandes nomes da literatura brasileira do século XX. Jornalista, advogado e, sobretudo, romancista de talento ímpar, ele eternizou-se nas letras nacionais com sua obra-prima "O Coronel e o Lobisomem" (1964), uma sátira genial aos costumes do Brasil rural e aos delírios do poder.

A escrita de José Cândido era viva, espirituosa, profundamente enraizada no imaginário popular. Seu estilo, recheado de humor, ironia e invenção linguística, influenciou gerações de escritores e se consolidou como uma das expressões mais criativas da literatura regionalista brasileira.

Além de escritor consagrado, foi membro da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira nº 31, sucedendo Otávio Tarquínio de Souza.

Hoje, no quadro EFEMÉRIDES do Focus Portal Cultural, o jornalista Alberto Araújo apresenta e celebra a vida e a obra desse contador de causos geniais, cuja pena transformou o sertão em poesia, em fábula e em eternidade.

@ Alberto Araújo



JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO — O INVENTOR DE MUNDOS ONDE LOBISOMEM VIRA CORONEL

Nasceu num 05 de agosto de 1914, em Campos dos Goytacazes, mas poderia ter nascido numa página de cordel, entre um aboio e uma gargalhada. Filho legítimo das palavras bem dobradas, José Cândido de Carvalho nunca aceitou que o mundo fosse só o que os olhos veem. Para ele, havia sempre um pouco de exagero na realidade e um bocado de verdade nas mentiras bem contadas.

Advogado por formação, jornalista por vocação e escritor por destino, José Cândido não escrevia livros: armava barracas de feira com as frases, empoleirava galinhas nas vírgulas, punha os ventos para conversar com coronéis e transformava a seca em metáfora. Tinha nas letras um modo de desafiar a lógica e acarinhar o riso. Criou personagens que falavam como o povo, mas pensavam como filósofos escondidos em cachaçarias.

Seu romance “O Coronel e o Lobisomem” não é apenas um livro: é um retrato delirante de um Brasil onde o poder se mascara de bravata e a fantasia desafia a gravidade do cotidiano. Ali, o Coronel Ponciano de Azeredo Furtado não é homem, é tempestade literária, é prosa que levanta poeira, é mitologia em carne de sertanejo. 

E quem foi esse José Cândido? Um domador de frases selvagens. Um cronista que escrevia como quem assobia, mas com a precisão de quem borda. Membro da Academia Brasileira de Letras, mas nunca refém da pompa. Preferia a voz da rua, o cheiro da terra molhada, o eco dos sinos nas madrugadas fluminenses.

Partiu em 1º de agosto de 1989, quatro dias antes de seu aniversário de 75 anos — talvez para não ouvir ninguém cantar parabéns com voz desafinada. Mas deixou como herança um Brasil falado com mais graça, um idioma reinventado por dentro, um estilo que sambava no papel.

José Cândido de Carvalho não morreu. Ele se escondeu em alguma frase que ainda não foi lida. Ou num lobisomem que ainda não virou coronel.

© Alberto Araújo 










segunda-feira, 4 de agosto de 2025

BOLETRAS 44 - UMA EDIÇÃO HISTÓRICA PARA CELEBRAR A INTELIGÊNCIA FLUMINENSE - RESENHA JORNALÍSTICA DE ALBERTO ARAÚJO

 


A edição 44 do Boletras – Boletim da Academia Fluminense de Letras, lançada em julho de 2025, é, por si só, uma peça histórica. Celebrando os 108 anos de fundação da mais tradicional instituição literária do Estado, o periódico se reveste de solenidade e beleza ao registrar com esmero a trajetória de uma Academia que permanece viva, atuante e inspiradora. 

Sob a coordenação sensível e firme da presidente Márcia Pessanha, e com o refinamento visual da designer Christiane Victer, o Boletras chega aos leitores como uma verdadeira joia editorial. O projeto gráfico, elegante e funcional, oferece uma edição inteiramente ilustrada, enriquecida com registros fotográficos assinados por Christiane Victer, Alberto Araújo, Cleide Villela e Aldo da Silva Pessanha, que capturam a emoção, o brilho e a nobreza dos momentos vividos nos salões acadêmicos. 

Mais que um boletim, esta edição se configura como um documento de época, que eterniza não apenas os eventos comemorativos do aniversário da Academia, mas também a força simbólica de sua permanência como Patrimônio Imaterial Cultural de Niterói, e conforme também reconhece a Lei nº 7.588/2017, que a consagra como Academia Oficial do Estado do Rio de Janeiro.

Com o apoio diligente de toda a diretoria, o Boletras reafirma sua vocação de ser o espelho do pensamento acadêmico e um espaço aberto à diversidade das vozes literárias que compõem o cenário fluminense. Entre textos, registros e reflexões, a edição 44 pulsa com a vitalidade de uma Academia que honra seu passado, celebra seu presente e vislumbra o futuro com responsabilidade cultural. 

Como destaque especial deste número memorável, a presidente Márcia Pessanha assina um editorial poético e simbólico, que traduz com elegância a essência deste tempo de colheita, celebração e renovação. Abaixo, o texto na íntegra:

 

COLHEITA HISTÓRICA, SIMBÓLICA E RENOVADORA

Por Márcia Pessanha, Presidente da AFL

Os meses do ano possuem seus próprios destaques, além dos habituais do calendário histórico. Julho, em uma visão esotérica e simbólica, tem como flor representativa a vitória-régia, bem típica da Amazônia, conhecida por sua beleza e grandiosidade. E a pedra que o representa é o rubi, cuja cor vermelha simboliza vitalidade, paixão e alegria.

Sobressaem neste mês datas bem significativas: na área de História, 14 de julho, Revolução Francesa, com o célebre lema “Liberté, Egalité, Fraternité”; na esfera literária, 25 de julho, Dia do Escritor; e no contexto social e fraterno, 30 de julho, Dia Internacional da Amizade, entre outros.

Destacamos dois eventos muito relevantes para nossa instituição que marcaram o mês em foco: o aniversário de 108 anos da AFL em 22 de julho, celebrado com emoção e júbilo no dia 19, contando com a presença de Presidentes de outras instituições literárias e culturais e do Secretário de Educação de Niterói, Sr. Ubirajara Marques. Também abrilhantaram a sessão: o Ilustre Membro da Academia Brasileira de Letras, Ricardo Cavaliere, que proferiu a magnífica palestra “As línguas do Brasil e seus falantes”; a consagrada pianista Licia Lucas e a poetisa Lucia Romeu.

O outro evento marcante foi a reinstalação da Academia Cantagalense de Letras, no dia 26, por iniciativa do Acadêmico da AFL José Huguenin e da Acadêmica Eny Chevrand Baptista, Presidente da Comissão de Reinstalação da referida Academia. Tal reabertura sempre foi incentivada pela AFL, em especial pelo Presidente de Honra, Waldenir de Bragança, fundador da Federação das Academias de Letras do Estado do Rio. E para alegria de todos, o momento histórico e solene aconteceu, com a posse de 15 acadêmicos, em cerimônia festiva na Casa de Cultura Amélia Thomaz, onde também foi homenageado o saudoso Acadêmico Edmo Rodrigues Lutterbach, fundador da antiga ACL, em 1989. 

Pelo exposto, a colheita do mês de julho foi produtiva, prazerosa e, metaforicamente, podemos dizer que a AFL manteve a beleza da vitória-régia em sua expansão centenária, bem como a firmeza da pedra do rubi e sua cor vermelha radiante, expressando a paixão e a alegria que nos animam a seguir, com fé e esperança, rumo a um futuro promissor. 

Uma edição para ser lida com olhos atentos e guardada como um marco. O Boletras 44 é a expressão plena de uma Academia que floresce com raízes profundas, e que segue, sempre, em direção à luz da palavra. 

UMA CELEBRAÇÃO MEMORÁVEL: 108 ANOS DE CULTURA VIVA

No dia 19 de julho de 2025, a sede da Academia Fluminense de Letras foi palco de uma emocionante solenidade comemorativa pelos 108 anos de fundação da instituição, celebrados oficialmente em 22 de julho. Fundada em 1917, a AFL, guardiã da tradição literária fluminense, reuniu nomes ilustres do meio cultural, acadêmico e governamental para uma tarde memorável de tributo à palavra, à arte e à memória.

A presidente Márcia Pessanha abriu a sessão com a apresentação de uma projeção visual sobre a trajetória da Academia, enaltecendo sua missão em favor da cultura fluminense. Em seguida, leu a saudação do Presidente de Honra, Waldenir de Bragança, cuja presença simbólica reafirma o elo entre a história e o presente da entidade. 

O Secretário de Educação de Niterói, Ubirajara Marques, destacou, em sua fala, a importância das ações educacionais da cidade e a valiosa atuação da AFL como pilar cultural no estado do Rio de Janeiro. Em sintonia com essa valorização do saber, o Acadêmico Ricardo Cavaliere, da Academia Brasileira de Letras, brindou os presentes com a palestra “As línguas do Brasil e seus falantes”, em que abordou com brilhantismo a riqueza e pluralidade linguística que formam o mosaico do Brasil profundo. 

Na parte literária da programação, a Acadêmica Lucia Barbosa Romeu emocionou o público ao declamar um poema de sua autoria em homenagem à AFL. O Acadêmico Erthal Rocha, por sua vez, ecoou os versos de Castro Alves, em uma declamação vibrante, revivendo a alma épica e libertária do poeta baiano. 

A celebração seguiu com o momento musical, em que a consagrada pianista e Acadêmica Licia Lucas interpretou peças das séries Impressões Seresteiras e Cirandas, de Heitor Villa-Lobos, conferindo um tom lírico e elevado à solenidade. 

A diversidade das representações presentes também deu grandeza ao evento. Estiveram entre os convidados:

Sonia Soares, representando a Secretaria de Cultura de Niterói

Rujany Martins (Presidente) e Carlos Alberto Oliveira (2º Vice-Presidente) da Academia Gonçalense de Letras e Artes

Maria Lúcia Fernandes Rocha, Presidente da Academia Fidelense de Letras

Juçara Valverde, Presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

Ednea Soares, representando a Academia Literária de Piraí

Idalina Gonçalves, representando o Real Gabinete Português de Leitura

Ana Maria Tourinho, Vice-Presidente Cultural Mundial da Rede Sem Fronteiras

Nina Fernandes, Vice-Presidente da UBT - Rio de Janeiro

Dulce Mattos, Diretora da UBT - Niterói

Alberto Araújo, representando a Associação Niteroiense de Escritores

Fernando Tinoco, Presidente do Clube Central de Niterói e da Associação de Clubes de Niterói

Sara Rodrigues, Presidente do Elos Clube de Niterói

Maria do Perpétuo Socorro Vasconcelos Cardoso, Presidente do Rotary Club de Niterói-Norte

Zeneida Seixas, Presidente da Casa da Amizade de Niterói

Henrique Oliveira Vianna, representando o Espaço Perspectiva

Ernesto Guadalupe, do Jornal Toda Palavra. 

A pluralidade institucional e a harmonia entre diferentes esferas do saber, da educação à cultura, da literatura à música, demonstraram que a AFL segue sendo um espaço de convergência e de permanência, onde a chama da cultura se mantém acesa por mãos e corações comprometidos com o tempo e a memória. 

PRESENÇAS QUE HONRAM A PALAVRA E A CULTURA

A comemoração do 108º aniversário da Academia Fluminense de Letras foi marcada também por uma ampla representatividade de entidades culturais, acadêmicas e sociais, compondo um mosaico de expressões que engrandeceram ainda mais a solenidade. 

Destacaram-se, entre os presentes, membros da própria AFL que também atuam como representantes de importantes instituições culturais: 

Matilde Slaibi Conti, Acadêmica da AFL, Presidente do Cenáculo Fluminense de História e Letras e da Federação Elos Internacional, trazendo a força da memória histórica e da diplomacia cultural.

Antônio Machado, também Acadêmico da AFL e Presidente da Sociedade Fluminense de Fotografia, entidade responsável por preservar, através das imagens, a memória visual da cidade e da cultura fluminense.

Alcir Visela Chácar, representante da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, instituição onde a ciência e o saber humanista se entrelaçam.

Eurídice Hespanhol, Presidente da União Brasileira de Escritores / Seção RJ, que simboliza a luta pela valorização do ofício literário em suas múltiplas formas de expressão.

Cleber Francisco Alves, da Academia Petropolitana de Letras, reafirmando o elo entre as cidades irmãs que compartilham a paixão pelas letras e pelas tradições intelectuais.

Jordão Pablo de Pão, da Academia Gonçalense de Literatura de Cordel, levando à solenidade a sonoridade popular e nordestina do cordel — patrimônio imaterial da literatura brasileira.

Magda Belloti, representante do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, marco nacional das artes cênicas, que une beleza, história e modernidade em cada uma de suas expressões.

Regina Silveira e Silva, do Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres, reforçando a dimensão social da cultura e o compromisso com a inclusão e a equidade de gênero.

A presença de tantos representantes ilustres, ligados a distintos campos do saber e da arte, reforça a missão plural da Academia Fluminense de Letras. Mais que uma solenidade comemorativa, o evento foi um verdadeiro encontro de mundos culturais, onde a literatura, a música, a fotografia, a medicina, o teatro, a história e o ativismo se reuniram sob o mesmo teto, em torno do ideal da palavra como ferramenta de transformação, beleza e permanência. 

OFICIALIZADA A REATIVAÇÃO DA ACADEMIA CANTAGALENSE DE LETRAS 

No dia 26 de julho de 2025, a presidente da Academia Fluminense de Letras, Márcia Pessanha, que também preside a Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro, participou de um momento histórico para a cultura regional: a sessão solene de reinstalação da Academia Cantagalense de Letras, realizada no Centro Cultural Amélia Thomaz, no coração de Cantagalo.

A delegação da AFL presente ao evento contou com nomes expressivos, entre eles: Alberto Wermelinger, presidente da Academia Friburguense de Letras; Antônio Machado, presidente da Sociedade Fluminense de Fotografia; Erthal Rocha, diretor da AFL e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Bom Jardim. Fundada em 11 de agosto de 1989 pelo Acadêmico Edmo Rodrigues Lutterbach, que presidiu a AFL por quase três décadas, a Academia Cantagalense teve sua atividade suspensa por vários anos. Entretanto, no início de 2025, o Acadêmico José Huguenin, integrante das Academias Fluminense e Volta-Redondense, deu início a um movimento de resgate cultural, mobilizando membros remanescentes e instituições parceiras para a reorganização da entidade. Com o suporte da AFL, da FALERJ, do Movimento Euclidiano de Cantagalo e da Secretaria Municipal de Cultura, foi criada a Comissão Especial de Reativação, presidida pela Acadêmica Eny Chevrand Baptista, que integrou a diretoria original da ACL, convocando em seguida uma Assembleia Extraordinária para eleger os novos membros. 

A cerimônia de reinstalação, conduzida por Eny Chevrand Baptista, contemplou a posse solene de 15 novos acadêmicos e teve ainda a participação do Vice-Prefeito de Cantagalo, Júlio Marcos Carvalho, e do Diretor da Casa de Euclides da Cunha, Vinícius Stael. 

A presidente Márcia Pessanha transmitiu a mensagem do Acadêmico Waldenir de Bragança, presidente de honra da AFL e da FALERJ, saudando os novos integrantes da ACL em sua retomada no cenário cultural fluminense. A delegação da AFL também realizou uma visita à Casa de Euclides da Cunha, espaço dedicado à preservação da memória do grande escritor cantagalense, acompanhada da Acadêmica Dilma de Castro. 

Esta reativação representa não apenas a renovação de uma instituição centenária, mas também a reafirmação do compromisso das academias de letras com a cultura regional, a memória histórica e o fortalecimento dos laços literários em todo o estado do Rio de Janeiro. 

PRESIDENTE MÁRCIA PESSANHA PARTICIPA DE POSSE DE DIRETORES ESCOLARES E CONFERÊNCIA SOBRE DEMOCRACIA E IGUALDADE

No dia 18 de julho de 2025, a presidente da Academia Fluminense de Letras, Márcia Pessanha, esteve presente à solenidade de posse dos diretores das escolas municipais de Niterói, realizada na Sala Nelson Pereira dos Santos. O evento contou com a participação do Prefeito Rodrigo Neves, da Vice-Prefeita Isabel Swan, do Secretário de Educação Ubirajara Marques, da Presidente da Fundação Municipal de Educação Andrea Bello, entre outras autoridades locais.

Como integrante do Conselho Municipal de Educação, Márcia Pessanha destacou a importância fundamental da educação e da cultura na formação dos jovens, reforçando o papel transformador dessas áreas na construção de uma sociedade mais justa e consciente. 

Ainda no âmbito da responsabilidade social e cultural, no dia 25 de julho, a presidente da AFL coordenou um grupo de trabalho durante a 1ª Conferência Livre Democracia e Igualdade: Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, evento preparatório para a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. A cerimônia de abertura aconteceu no Colégio Universitário Geraldo Reis, onde Márcia proferiu palestra com o tema “Cultura, Democracia e Diversidade da Mulher Idosa”, trazendo reflexões importantes sobre o papel da cultura no empoderamento e na inclusão social. 

Essas participações reafirmam o compromisso da presidente Márcia Pessanha com a educação, a cultura e a defesa dos direitos humanos, ampliando o alcance da Academia Fluminense de Letras para além do universo literário, em um trabalho integrado com a comunidade e as políticas públicas. 

TECENDO IDEIAS: CULTURA, DEMOCRACIA E DIVERSIDADE DA MULHER IDOSA

Pronunciamento de Márcia Pessanha na 1ª Conferência Livre Democracia e Igualdade.

Durante a 1ª Conferência Livre Democracia e Igualdade: Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, realizada em julho de 2025, a presidente da Academia Fluminense de Letras, Márcia Pessanha, proferiu um discurso marcante, enfatizando a importância dos direitos fundamentais ao envelhecimento, conforme previsto no Estatuto da Pessoa Idosa.

Ao abordar o tema Cultura, Democracia e Diversidade da Mulher Idosa, Márcia destacou o direito do idoso à educação, cultura, esporte e lazer, conforme o Artigo 20 do capítulo V do Estatuto, ressaltando que “o idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”. 

O pronunciamento reforçou que, além do cuidado físico, é fundamental cultivar o espírito, o bem-estar e o convívio social. Atividades como passeios com amigos, visitas a espaços culturais e o contato com a natureza são essenciais para tornar a vida mais alegre e saudável, ressaltando a necessidade de políticas públicas que garantam tais direitos. 

Márcia Pessanha afirmou ainda que a diversidade cultural, popular e erudita,  coexistem e enriquecem o tecido social, formando um mosaico colorido que respeita as diferenças e valoriza o saber popular, especialmente o dos idosos, que carregam as raízes da experiência e da sabedoria acumulada ao longo da vida.

Citando o educador Paulo Freire, a presidente lembrou que “o corpo consciente, que olha as estrelas, é o corpo que escreve, que luta, que ama, que odeia, que morre, que vive”, reforçando a importância da valorização da mulher idosa como protagonista de sua história e cultura. 

Com esse olhar, Márcia conclamou a incentivar a vivência saudável da pessoa idosa por meio da participação ativa em rodas de conversa, oficinas literárias, saraus e demais espaços de criação e compartilhamento de saberes. Destacou o exemplo da escritora Cora Coralina, símbolo da resistência e da esperança, que ensinou a amar a vida e a nunca desistir da luta. 

Esta mensagem poderosa e sensível traduz o compromisso da Academia Fluminense de Letras e de sua presidente com a promoção da dignidade, do respeito e da diversidade em todas as idades.

AGRADECIMENTO À PRESIDENTE MÁRCIA PESSANHA E RECONHECIMENTO DA REPRESENTATIVIDADE 

Manifesto meu profundo agradecimento à presidente da Academia Fluminense de Letras, Márcia Pessanha, pela generosa publicação das fotografias que registrei durante o histórico evento de celebração dos 108 anos da Academia Fluminense de Letras, edição que se tornou um marco da cultura fluminense.

É com orgulho que represento a Associação Niteroiense de Escritores, cuja presidente, Leda Mendes Jorge, diante de suas atuais limitações de saúde, confiou-me a honrosa missão de estar presente e participar desta festa das letras e da memória. Estar ao lado de grandes nomes e testemunhar a vitalidade da Academia sob a liderança de Márcia é, para mim, motivo de imensa honra e inspiração. 

Nosso portal, o Focus Portal Cultural, fez a cobertura completa da solenidade, com textos, fotos e vídeos, que já podem ser acessados online, inclusive em nosso canal no YouTube, onde o público pode reviver os momentos, discursos e homenagens que marcaram esta data tão significativa. 

O gesto da presidente Márcia Pessanha, ao compartilhar essas imagens e registrar oficialmente nossa participação, reforça não apenas o compromisso com a divulgação e a valorização da cultura, mas também o espírito fraterno e colaborativo que rege a Academia Fluminense de Letras.

Este agradecimento é também um reconhecimento ao trabalho coletivo e apaixonado de todos que, em diversas frentes, dedicam suas energias para manter viva a chama da literatura e da cultura em nossa região. 

Seguimos juntos, semeando palavras e construindo pontes entre passado, presente e futuro.


Resenha jornalística institucional e literária sobre a edição histórica do Boletras 44 da Academia Fluminense de Letras.

© Alberto Araújo













CONVITE PARA A POSSE DE JALUSA BARCELLOS NA ACADEMIA LUSO-BRASILEIRA DE LETRAS


A Academia Luso-Brasileira de Letras tem a honra de convidar para a Solenidade de Posse da atriz e escritora Jalusa Barcellos, que passa a ocupar a Cadeira nº 5, patronímica de Antônio Nobre, sucedendo Rui Manoel de Medeiros D'Espiney Patrício. 

DATA E HORÁRIO:

07 de agosto de 2025 (quinta-feira), às 16h

Local: Liceu Literário Português

Endereço: Rua Pereira da Silva, nº 310 – Laranjeiras, Rio de Janeiro. 

Maria Amélia Amaral Palladino

Presidente 

A Academia Luso-Brasileira de Letras, sob a dedicada presidência de Maria Amélia Amaral Palladino, reafirma sua vocação para celebrar o talento, a memória e a cultura ao abrir suas portas para novos imortais da palavra. Nesta solenidade especial, que marca a posse de Jalusa Barcellos na Cadeira nº 5, patronímica de Antônio Nobre, a Academia fortalece sua missão de preservar e valorizar a produção intelectual luso-brasileira, unindo tradição e contemporaneidade. O trabalho de Maria Amélia Palladino tem sido essencial para manter viva essa ponte cultural entre Brasil e Portugal, oferecendo espaço para vozes plurais que enriquecem a literatura, o teatro, o jornalismo e as artes em geral.

SOBRE JALUSA BARCELLOS 

JALUSA BARCELLOS — A ARTE COMO ALMA DA VIDA

BIOGRAFIA

 

Jalusa Barcellos nasceu em Porto Alegre, em 07 de agosto de 1952, e desde então, parece ter trazido consigo uma chama inextinguível: a chama da arte, da cultura e da paixão pelo humano. Atriz, jornalista, escritora, apresentadora de TV, diretora e educadora, Jalusa é uma dessas figuras que, onde toca, transforma e onde transforma, eterniza.

 

Com mais de quatro décadas de dedicação intensa à cena cultural brasileira, construiu uma trajetória que ultrapassa fronteiras profissionais e se ergue como uma verdadeira missão de vida. Em cada uma de suas múltiplas facetas, pulsa um mesmo ideal: fazer da arte um instrumento de emancipação, da palavra uma ponte entre mundos, e da educação uma ferramenta de inclusão social, beleza e justiça.

 

Fundadora e diretora das renomadas Escolas de Artes Técnicas Luis Carlos Ripper e Paulo Falcão, Jalusa desenvolveu a inovadora metodologia da Universidade Popular Brasileira (UPB), um modelo pedagógico ousado e sensível, que une ensino técnico, consciência social e arte como veículo de transformação. O reconhecimento internacional veio com louvor: em 2005, a UNESCO apontou o projeto como um exemplo de inclusão educacional e cultural, e, no ano seguinte, a educadora foi agraciada com a Medalha Tiradentes, a mais alta comenda da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

 

No teatro, seu brilho ganhou corpo e alma em atuações memoráveis. Esteve em cena em grandes produções como “Piaf - A Vida de uma Estrela da Canção” (1983), mergulhando no universo trágico e apaixonante de Édith Piaf; em “Trair e Coçar, É Só Começar!” (1989), com seu humor afiado; e mais recentemente em “Circuncisão em Nova York” (2022), mostrando a longevidade de seu vigor artístico e intelectual.

 

Como escritora, deixou sua marca em obras fundamentais para a preservação da memória cultural do Brasil: “CPC da UNE – Uma História de Paixão e Consciência” narra com coragem a história do teatro político dos estudantes; “Procópio Ferreira: O Mágico da Expressão” resgata a genialidade de um dos maiores atores do país; “Profetas do Passado” é uma reflexão poética e histórica, e “Bibi Ferreira, a saga de uma diva” (2022) é uma biografia monumental que atravessa gerações com o perfume da emoção e do respeito.

 

Mas talvez o que mais emocione em Jalusa Barcellos não esteja apenas nos prêmios, nos palcos ou nas páginas publicadas. Está no seu olhar afetuoso para a cultura popular, no seu compromisso com os invisibilizados, no seu abraço sincero à educação como ponte entre mundos. Jalusa não apenas produz arte — ela a vive. E, ao vivê-la, nos ensina a olhar para o outro com mais ternura, mais memória, mais horizonte.

 

No dia 7 de agosto de 2025, ao completar mais um ciclo de vida, Jalusa recebe outro presente à altura de sua caminhada: sua posse na Academia Luso-Brasileira de Letras, sob a presidência da também notável Maria Amélia Amaral Palladino. A cerimônia não é apenas simbólica — é histórica. Com ela, a Academia reafirma seu compromisso com o pensamento crítico, a diversidade cultural e a memória viva da arte brasileira.

 

Ao ingressar nessa prestigiada casa de letras, Jalusa Barcellos leva consigo não apenas sua própria história, mas também todas as vozes, cenas, lutas e sonhos que ajudou a escrever, ensinar e representar. Ela entra como autora, como atriz, como educadora, mas, sobretudo, como mulher que soube fazer da arte um modo de existir e resistir com leveza, doçura e potência. Apaixonada pelo ensino, pela memória cultural e pelo teatro, Jalusa Barcellos segue contribuindo, com vigor e sensibilidade, para o fortalecimento da cultura brasileira.

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural









'Escola de Artes Técnicas' no Programa do Jô  Soares. 

                  (Clicar na imagem para  assistir ao vídeo)


O Focus Portal Cultural do jornalista Alberto Araújo cumprimenta e parabeniza a Academia Luso-Brasileira de Letras que se engrandece mais uma vez  ao abrir suas portas para receber Jalusa Barcellos, atriz, jornalista, escritora, apresentadora de TV e educadora que honra a cultura brasileira com talento e sensibilidade. Autora de relevantes obras biográficas, como aquelas dedicadas a Procópio Ferreira e Bibi Ferreira: a saga de uma diva, Jalusa traz consigo a força da memória artística nacional. Sob a presidência de Maria Amélia Palladino, que desenvolve um trabalho admirável à frente da Academia, essa acolhida reafirma o compromisso com a valorização de grandes nomes e trajetórias que enriquecem a nossa história. A cultura vive e respira a força da literocultura. Parabéns.  Alberto Araújo.


MENSAGENS

Maria Amélia Palladino disse: "Alberto você, sempre, irradiando beleza em forma de comunicação! Como você trata bem cada assunto, valorizando-o com sua apreciação cuidadosa, mas generosa também! Perdi a fala...Você nos prestigia e emociona... Quanta bondade no coração!!! Que belo convite e por sua espontânea vontade!!! Deus lhe pague, meu amigo!

Muito obrigada por sua gentileza, mais uma vez!" Maria Amélia.

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Jalusa Barcellos disse: Queridas e queridos do coração. Dia 7/8, comemoro mais um ano de vida e ingresso, com muita honra na Academia Luso-Brasileira de Letras. E desde já, agradeço essa imensa onda de carinho, que vem de tantos lugares diferentes e de tantos corações generosos. Mas meu agradecimento especial hoje vai para o jornalista Alberto Araujo, autor deste convite especial que transcrevo acima, e que publica em seu portal "Focus Portal Cultural, também hoje, uma das mais completas biografias a meu respeito. Que a arte, a literatura, o teatro, todas as manifestações artísticas, enfim, que embelezam a existência de todos nós, continuem, sempre e cada vez mais, nos enriquecendo como seres humanos. Obrigada, Alberto, e a todos vocês que tenho o privilégio de chamar de amigos. Um beijo gordo no coração de cada um. Jalusa. 


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Jalusa, receber sua mensagem foi como ouvir uma sinfonia de afeto ecoando pelas margens do coração. Suas palavras tocam com a leveza de quem vive para celebrar a beleza do mundo e dos encontros verdadeiros e isso é raro e precioso. Que honra e que alegria vê-la ingressar na Academia Luso-Brasileira de Letras, justamente no dia em que celebra mais um ciclo de vida! Dois acontecimentos que não poderiam estar mais entrelaçados: a vida e a arte, ambas pulsando em você com igual intensidade. Retribuo, com emoção, o carinho da sua menção e o reconhecimento generoso. Mas o mérito é todo seu, por tudo que você representa: sua trajetória luminosa, sua entrega à cultura, ao teatro, à literatura, à educação e ao Brasil. Minha intenção, ao publicar a biografia e o convite no Focus Portal Cultural, foi apenas uma forma de devolver ao mundo um pouco da luz que você nos dá. Que os ventos da poesia sigam soprando em sua vela, que o palco da vida continue lhe aplaudindo de pé, e que sua estrela brilhe cada vez mais, guiando tantos outros com a sensibilidade que você tão bem cultiva. Desde já, Feliz aniversário, feliz posse, feliz jornada! Com o coração grato e admirado,
Alberto Araújo