quarta-feira, 16 de julho de 2025

CREPÚSCULO DE JULHO EM ICARAÍ - CRÔNICA DE ALBERTO ARAÚJO


Hoje, 16 de julho, a Praia de Icaraí se vestiu de um silêncio eloquente para a despedida do sol. Não foi apenas um ocaso, mas um instante de eternidade que se deixou capturar, não só pela lente, mas pela alma de quem o testemunhava. O sol, já quase oculto, tingia o horizonte com tons de fogo suave, pintando de laranja e rosa o encontro do céu com o mar, uma paleta que só os dias de inverno, com sua coragem particular, parecem ter a ousadia de exibir. 

A areia, com sua pele fria e macia, guardava as marcas de passos que vieram e foram, como rastros de histórias recentes, suspirando ao toque suave do entardecer. O mar, por sua vez, refletia aquele laranja delicado, espelhando cores que não se repetem, enquanto sua calmaria contrastava com a textura viva da areia, onde pequenas sombras denunciavam presenças, encontros e despedidas. 

As traves vazias, dois postes e uma trave de vôlei, erguiam-se como altares silenciosos, testemunhas da vida que pulsa ali, mesmo em sua pausa, contando histórias de risos e disputas que a hora já recolhera. Alguns poucos ficaram: uns sentados, outros em pé, todos partilhando o mesmo milagre silencioso, tornando-se figuras quase poéticas, moldadas por luz e sombra diante da imensidão. 

Ao fundo, o contorno da cidade repousava. Prédios perfilados, debruçados sobre a baía, assistiam, cúmplices, a esse adeus suave do sol, erguendo seus perfis austeros. Um fio, riscando o céu, lembrava a presença inevitável do homem, que, por mais belo que seja o momento, sempre há algo que interrompe, que corta, que chama de volta ao concreto do mundo. 

O dia se inclinava devagar, cansado de brilhar, mas antes de se despedir, acendia um último fogo suave no horizonte. É nessa hora que a cidade parece respirar mais fundo, enquanto o mar espelha cores que não se repetem. E eu, cronista de mim mesmo, fui ao mesmo tempo espectador e cúmplice, com o celular na mão e a alma inteira aberta.

Mesmo assim, o instante resistia: o calor do sol que partiu ficava guardado na pele, no coração, na memória. É quando a beleza se revela mais forte do que o instante, e a tarde se faz eterna em quem a contempla. É um pôr do sol que guarda algo de íntimo e universal: o encerramento de um dia que, mesmo silencioso, deixa sua marca na memória de quem contempla. Porque há dias em que fotografar não é apenas registrar: é agradecer. Hoje, na Praia de Icaraí, o sol me ensinou isso mais uma vez. 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural


 

ÁGATA E A SAÚDE DA MULHER — UMA JORNADA DE CUIDADO E CONSCIÊNCIA - FOCUS PORTAL CULTURAL

No delicado encontro entre arte, literatura e saúde, nasce “Ágata e a Saúde da Mulher”, uma obra baseada no trabalho literário de Luiz Ayrton Santos Júnior e Márcia Evelin de Carvalho. Com uma estética suave e linguagem acessível, o projeto apresenta reflexões essenciais sobre o universo feminino, suas fases e desafios, sempre guiado pelo olhar acolhedor da protagonista Ágata. 

Deitada na relva, cabelos vermelhos como fogo vivo e vestido ornado de flores, Ágata simboliza mais do que uma personagem: ela representa a menina, a jovem e a mulher que, ao longo da vida, buscam compreender melhor o próprio corpo, prevenir doenças e cultivar hábitos que favorecem saúde e bem-estar. 

A narrativa toca em temas sensíveis com naturalidade, aproximando informação de afeto. Entre páginas abertas, lápis coloridos e o silêncio cúmplice da natureza, Ágata descobre que saúde feminina não se limita a consultas médicas ou exames periódicos, mas envolve também autoconhecimento, diálogo, autoestima e respeito ao próprio ritmo.

“Ágata e a Saúde da Mulher” vai além de um vídeo educativo: é um convite para que cada mulher se permita olhar para si mesma com ternura, rompendo barreiras e preconceitos ainda presentes em torno do corpo feminino. É também um lembrete para todos, familiares, amigos e sociedade, sobre a importância do apoio, da escuta ativa e da empatia no cuidado integral da mulher. 

O Focus Portal Cultural, sempre atento a projetos que unem cultura e transformação social, destaca esta obra que abraça a vida e faz da palavra instrumento de prevenção, consciência e esperança.

Com Ágata, aprendemos que falar de saúde feminina é, acima de tudo, falar de dignidade, de amor-próprio e do direito de florescer em plenitude.

 

Editorial

© Alberto Araújo, jornalista

 

(Clicar na imagem para assistir ao vídeo)






 

EFEMÉRIDE DIA 16 DE JULHO – NASCIMENTO DE ELIZETH CARDOSO - VOZ DIVINA DO BRASIL

No dia 16 de julho de 2025, o Focus Portal Cultural rende tributo aos 105 anos de nascimento de Elizeth Cardoso, a inesquecível Divina, uma das maiores intérpretes da história da música brasileira. Dona de uma voz inconfundível e de um repertório que atravessou décadas, Elizeth cantou o Brasil com uma sensibilidade rara, tornando-se referência para gerações. 

Nascida em 16 de julho de 1920, no subúrbio carioca de São Francisco Xavier, Elizeth herdou da família o amor pela música. Desde pequena, apresentava-se em teatrinhos para os irmãos, encantada pelos seresteiros e pelas rodas de choro que frequentava ao lado do tio Pedro. Aos cinco anos, ousou subir ao palco da Sociedade Familiar Dançante Kananga do Japão e, aos 16, em uma festa de aniversário, surpreendeu mestres como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Dilermando Reis, momento que mudaria sua vida para sempre. Jacob a levou para um teste na Rádio Guanabara, onde, mesmo com a resistência inicial do pai, Elizeth deu início a uma carreira brilhante. 

Dona de um timbre único, Elizeth transitou com elegância por sambas, choros, canções românticas, samba-canção, bossa nova e até samba-jazz, sem jamais se prender a rótulos. Gravou mais de 50 discos e eternizou interpretações que continuam emocionando até hoje. Seu primeiro grande sucesso, “Canção de Amor”, veio em 1950, consolidando seu talento. 

Em 1958, foi protagonista de um marco na história da música brasileira: o álbum “Canção do Amor Demais”, com composições de Tom Jobim e Vinicius de Moraes — considerado o ponto inaugural da bossa nova. Mesmo assim, Elizeth permaneceu fiel ao seu estilo pessoal, transitando entre o tradicional e o moderno com naturalidade. 

A trajetória de Elizeth foi marcada por momentos inesquecíveis: madrinha do Cordão do Bola Preta; apresentadora do programa Sambão na TV Record em 1973; shows históricos como o lendário espetáculo no Teatro João Caetano em 1968, ao lado de Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, que resultou em discos cultuados até hoje. Lançou nomes como João Nogueira, emocionou plateias no Brasil e no exterior, e recebeu elogios de Carmen Miranda, que a descreveu como “uma mulata que canta pra chuchu”. 

Entre seus discos memoráveis estão “Elizethíssima” (1981) e “Todo o Sentimento” (1989). Mesmo enfrentando problemas de saúde nos últimos anos de vida, seguiu cantando com dignidade e paixão até falecer em 7 de maio de 1990, aos 69 anos. Foi velada no Teatro João Caetano, onde milhares de fãs prestaram sua última homenagem. 

Elizeth Cardoso deixou um legado de rara beleza, eternizado em cada disco, em cada melodia e na memória afetiva de quem reconhece nela a verdadeira grandeza da música brasileira. 

Neste mês de julho, o Focus Portal Cultural convida todos a redescobrir a obra dessa artista divina — mulher que deu voz às canções do Brasil, com verdade, emoção e talento imortal. 

ELIZETH CARDOSO: VOZ DIVINA DO BRASIL

Elizeth Moreira Cardoso nasceu no dia 16 de julho de 1920, na Rua Ceará, no bairro de São Francisco Xavier, subúrbio do Rio de Janeiro. Filha do seresteiro e violonista Jaime Moreira Cardoso e de Maria José Pilar, que adorava cantar, Elizeth cresceu em um ambiente musical e popular, entre serestas, rodas de samba e choros. Era a quarta de cinco irmãos: Jaimira, Enedina, Nininha, Diva e Antônio. 

Desde menina, demonstrava grande talento e encanto pela música. Aos cinco anos, subiu ao palco da histórica Sociedade Familiar Dançante Kananga do Japão e, com coragem, pediu ao pianista para cantar “Zizinha”. Em casa, organizava teatrinhos para os irmãos, onde já mostrava sua veia artística ao interpretar as canções de Vicente Celestino.

Na adolescência, a família vivia na Rua do Rezende, 87, próximo ao Morro da Mangueira, onde o tio Pedro incentivava a jovem a cantar e acompanhar a cena musical carioca, frequentando inclusive as reuniões na lendária casa de Tia Ciata — um dos berços do samba. 

O momento decisivo veio aos 16 anos, quando, em sua festa de aniversário, Elizeth cantou para convidados ilustres como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Dilermando Reis. Impressionado com sua voz, Jacob do Bandolim a levou para um teste na Rádio Guanabara. Apesar da resistência inicial do pai, Elizeth foi aprovada e passou a integrar o programa “Suburbano”, recebendo cachê de dez mil réis por apresentação. Ali começou uma amizade de mais de seis décadas com Jacob.

Nos anos seguintes, participou de outros programas nas rádios Educadora, Transmissora e Mayrink Veiga, onde cantou com Dorival Caymmi e foi acompanhada pela orquestra do maestro Fon-Fon. Em 1939, começou a se apresentar em circos, clubes e cinemas, e brilhou ao lado de Grande Otelo no famoso quadro “Boneca de Piche”, que ficou em cartaz por mais de dez anos.

No final de 1939, casou-se com o gaúcho Ari Valdez (Tatuzinho) e engravidou. Enfrentou dificuldades financeiras e, após a separação, trabalhou como taxi-girl (dançarina de aluguel) na boate Dancing Avenida, além de ter exercido ofícios como vendedora, costureira, fabricante de sabonetes e cabeleireira. 

Determinada a seguir cantando, apresentou-se no Circo Olimecha com Grande Otelo e, em 1945, mudou-se para São Paulo, onde atuou no Salão Verde do Edifício Martinelli e participou do programa “Pescando Humoristas” na Rádio Cruzeiro do Sul. Em 1946, de volta ao Rio de Janeiro, foi crooner da Orquestra de Dedé e, dois anos depois, passou a integrar o programa “Alvorada da Alegria” na Rádio Mauá. 

O incentivo decisivo veio do compositor Ataulfo Alves, que a motivou a gravar seu primeiro disco em 1949, pela gravadora Star. Em 1950, lançou “Canção de Amor”, de Chocolate e Elano de Paula, que se tornou seu primeiro grande sucesso nacional, abrindo portas para novos contratos na Rádio Tupi e na recém-inaugurada TV Tupi.

 

Na década de 1950, Elizeth consolidou sua posição como uma das maiores intérpretes do país, gravando sucessos como “Alguém como Tu”, “Graças a Deus” e “Amor que Morreu”. Participou do histórico projeto “Sinfonia do Rio de Janeiro”, de Tom Jobim e Billy Blanco, ao lado de Dick Farney e Emilinha Borba, e emocionou até mesmo Carmen Miranda, que declarou ter conhecido “uma mulata que canta pra chuchu”.

 

Em 1958, Elizeth foi protagonista de um momento fundamental na história da música brasileira ao gravar o álbum “Canção do Amor Demais”, com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, considerado o marco inaugural da bossa nova. Embora tenha colaborado com o movimento, jamais se prendeu a estilos: seguiu interpretando samba, choro, canções românticas e samba-canção com sua assinatura única.

 

Na década de 1960, apresentou programas de televisão como Bossaudade, lançou LPs importantes como “A Enluarada Elizeth” (1967) e participou de espetáculos históricos, como o show no Teatro João Caetano em 1968, ao lado de Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, dirigido por Hermínio Bello de Carvalho. Esse show, aclamado pela crítica, foi lançado em LPs históricos. 

Elizeth também teve participação marcante no I Festival de Música Popular Brasileira, em 1965, quando ficou em segundo lugar interpretando “Valsa do Amor que Não Vem”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes — o primeiro lugar foi conquistado por Elis Regina com “Arrastão”.

Nos anos 1970 e 1980, seguiu lançando discos elogiados, apresentando o programa Sambão na TV Record e celebrando encontros musicais. Entre os destaques dessa fase estão “Elizethíssima” (1981) e “Todo o Sentimento” (1989).

Ao longo da carreira, Elizeth lançou mais de 50 discos no Brasil e gravou em países como Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México. Foi madrinha do Cordão do Bola Preta e ajudou a lançar novos talentos como João Nogueira, além de ser homenageada e respeitada por colegas e críticos. 

Mesmo diagnosticada com câncer gástrico em 1987, durante uma excursão ao Japão, Elizeth continuou cantando até o fim. Faleceu no dia 7 de maio de 1990, aos 69 anos, no Rio de Janeiro, deixando um legado que permanece vivo no coração da música brasileira. Foi velada no Teatro João Caetano, sob aplausos e lágrimas de fãs e artistas, e sepultada ao som de um surdo portelense no Cemitério do Caju. 

Elizeth Cardoso foi e continua sendo a voz divina do Brasil: uma artista completa, sensível, dona de um timbre inconfundível e de uma trajetória que atravessou gerações com dignidade, beleza e verdade.

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 








 

ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS – ENTRE RAÍZES E RENOVAÇÃO - 108 ANOS TECENDO SABERES E MEMÓRIAS - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL


Fundada em 22 de julho de 1917, no calor idealista da Renascença Fluminense, a Academia Fluminense de Letras (AFL) ergueu-se como nau capitânia da cultura, guiada pelo desejo de estimular as artes, as ciências sociais e, sobretudo, de honrar e preservar o idioma e a memória literária fluminense. Inspirada nos moldes da Academia Francesa, a egrégia instituição nasceu da crença inabalável de que a palavra escrita é, ao mesmo tempo, memória e futuro. 

Foram muitos os que sonharam e realizaram: Epaminondas de Carvalho, como Presidente da Diretoria Provisória; Homero Pinho e Joaquim Peixoto, primeiros presidentes oficiais; e Lacerda Nogueira, o Secretário Perpétuo. Com passos pioneiros, a AFL abriu espaço para as mulheres, elegendo Albertina Fortuna Barros, que depois se tornaria a primeira mulher a presidir a instituição. 

Patronos ilustres, entre os quais José do Patrocínio, Casimiro de Abreu, Raul Pompéia, Duque de Caxias, Euclides da Cunha, Visconde de Itaboraí e tantos outros, formaram o alicerce simbólico das 48 cadeiras originais, ampliadas para 50 em 2015, para homenagear também Feliciano Sodré e Ary Parreiras, governantes que consolidaram a sede própria. 

A AFL atravessou décadas impulsionada apenas pelo idealismo de seus membros, enfrentando períodos de limitações, como durante a longa obra de restauração de sua sede histórica na Praça da República, nº 7. Logo após a reinauguração, em 2011, perdeu o notável presidente Edmo Lutterbach. Coube, então, ao acadêmico Waldenir de Bragança e sua diretoria dar novo fôlego à instituição: promovendo concursos, parcerias culturais, atividades acadêmicas e uma mobilização única pela defesa da Língua Portuguesa, inclusive encaminhando memoriais a organismos nacionais e internacionais, defendendo que nosso idioma se torne o 7º oficial da ONU. 

Em 2022, iniciou-se uma nova página nessa história centenária: a eleição, por unanimidade, da professora, escritora e doutora em Letras Márcia Maria de Jesus Pessanha para a presidência da AFL. Segunda mulher a presidir a Casa, e reeleita em 2024, Márcia Pessanha combina erudição e sensibilidade, unindo a força da tradição ao dinamismo da contemporaneidade. Sob sua liderança, a Academia intensificou projetos como o Táxi Literário, concursos literários e fotográficos, revistas culturais e, especialmente, fortaleceu o histórico periódico Boletras – Boletim da Academia Fluminense de Letras, que já se encontra em sua 42ª edição, mantendo vivo o diálogo constante entre passado e presente. 

O boletim conta com a coordenação da presidente Márcia Pessanha, redação e diagramação de Christiane Victer, e apoio da diretoria da Instituição. 

A Revista Eletrônica da Academia Fluminense de Letras (AFL) é uma publicação oficial da centenária instituição, acompanhando os avanços tecnológicos ao ser editada em formato digital. A revista cumpre as finalidades estatutárias da AFL, que incluem a promoção da Literatura, da Cultura, das Ciências Sociais e das Artes, além da valorização do idioma nacional e da preservação da memória e da história, com foco especial no Estado do Rio de Janeiro. Assim, não só preserva o legado da Academia, mas também se moderniza para disseminar conhecimento e cultura, mantendo-se relevante no cenário literário e cultural do estado. Tem editoria da presidente Márcia Maria de Jesus Pessanha, redação e revisão de Christiane Braga Victer, e projeto gráfico de Cleide Villela Abib.

O ápice recente dessa jornada foi o I Congresso Brasileiro de Academias de Letras, realizado durante o Ano do Centenário, reunindo representantes de todo o país para debater “Educação, Cultura e Ética” — uma prova viva de que a AFL não se contenta apenas em preservar: ela também inspira e renova. 

Mais do que uma instituição, a AFL é um símbolo: espaço onde ressoa a memória dos que vieram antes e florescem as vozes dos que escrevem o presente. Seus acadêmicos, herdeiros do ideal de eternizar a língua e a arte, mantêm acesa a chama que ilumina caminhos entre passado, presente e futuro. Como bem expressou Eduardo Portella, “é indispensável que existam instituições capazes de lembrar, de reconstruir percursos, de vivificar a memória” — e a AFL o faz com mestria. 

Ao longo de mais de um século, a Academia transformou-se em ponto de encontro de escritores, artistas e estudiosos, celebrando as letras em toda a sua riqueza. Sediada na histórica Praça da República, nº 7, preserva não só livros e documentos, mas também sentimentos e valores. É ali que se entrelaçam experiências, saberes e afetos, como lembrou o Presidente de Honra, Acadêmico Waldenir de Bragança: “Academias têm sólidas razões para existir. Elas congregam o pensamento acadêmico, dão honras, preservam a memória, integram e ressaltam valores, experiências, sabedoria, cultura acumulada.” 

Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Niterói, a AFL vai além de suas paredes: apoia iniciativas, fomenta publicações, incentiva a arte, e fortalece a cultura nos 92 municípios do estado, por meio da parceria com outras academias de letras, unidas pela Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro (FALERJ).

Ser fluminense é mais do que um gentílico derivado do latim flumen (rio): é abraçar um legado de poesia, reflexão e resistência cultural. É honrar uma instituição que, ao completar 108 anos, segue costurando com firmeza o tecido da memória literária fluminense — e nele bordando novos sonhos, versos e esperanças. 

Hoje, a Academia Fluminense de Letras permanece como Templo da Palavra e Casa do Amor à Cultura: fiel à missão de celebrar a língua portuguesa, guardar a memória literária e lançar novos olhares sobre o presente e o futuro cultural fluminense. É essa soma de história e esperança que mantém viva a chama acesa pelos fundadores. 

O Focus Portal Cultural, na pessoa do jornalista Alberto Araújo, rende esta homenagem a todos os acadêmicos, patronos e presidentes que, ao longo de mais de um século, fizeram da AFL muito mais do que uma instituição: fizeram dela uma ideia viva, que ecoa e floresce no coração da cultura do Estado do Rio de Janeiro. 

Alberto Araújo

Jornalista – Focus Portal Cultural

22 de julho de 2025, por ocasião da celebração dos 108 anos da Academia Fluminense de Letras – Presidente Márcia Pessanha.

Logo da AFL 


Biblioteca de Niterói época de sua fundação,
prédio onde funciona a AFL, no 2º andar.

Acadêmicos da Academia Fluminense de Letras

Leonardo Giordano e Marcia Pessanha 
entrega de Moção de Aplausos.

Márcia Pessanha - Presidente da AFL

Biblioteca de Niterói - vista atual


Retrato oficial de Acadêmicos da AFL





(CLICAR NA IMAGEM PARA VER O FILME-HOMENAGEM)


FONTE DAS INFORMAÇÕES E FOTOS: Site da Academia Fluminense de Letras

EFEMÉRIDE EM 16 DE JULHO - A “FÊNIX RENASCIDA” E O ESPLENDOR DA POESIA BARROCA PORTUGUESA - POR ALBERTO ARAÚJO | FOCUS PORTAL CULTURAL


Há 309 anos, no dia 16 de julho de 1716, o marco editorial que deu vida a uma das mais notáveis antologias da literatura lusitana: a "Fênix Renascida". Publicada originalmente em cinco volumes entre 1716 e 1728 e organizada por Matias Pereira da Silva, esta coletânea resgatou e preservou o esplendor da poesia barroca portuguesa do século XVII.

A obra reúne composições líricas, épicas, satíricas, religiosas e narrativas de autores como Francisco Rodrigues Lobo, D. Francisco Manuel de Melo, Jerónimo Baía, António Barbosa Bacelar e Francisco de Vasconcelos, muitas vezes de forma anônima. Nela, transparece toda a força estética do Barroco: contrastes acentuados, metáforas ousadas, hipérboles, trocadilhos, paradoxos e construções engenhosas, refletindo a complexidade de um tempo profundamente religioso e esteticamente exuberante. 

O título "Fênix Renascida" é, por si só, uma imagem poderosa e fiel ao espírito barroco — simbolizando o renascimento das vozes poéticas que, tal qual a mítica ave, ressurgem das cinzas do esquecimento para iluminar novas gerações. 

Importante documento histórico, a antologia teve segunda edição ampliada em 1746 e inspirou outras coletâneas, como o "Postilhão de Apolo". Ainda hoje, mesmo com o acesso dificultado pelas tiragens limitadas da época, segue sendo objeto de reedições e estudos, como a publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2017.

A "Fênix Renascida" permanece, quase quatro séculos depois, como testemunho do engenho e da sensibilidade da poesia barroca, reafirmando que a palavra escrita tem o dom eterno de renascer sempre que lida, estudada e sentida.


FÉNIX RENASCIDA — A CHAMA BARROCA DA POESIA PORTUGUESA

Fénix Renascida, ou Obras Poéticas dos Melhores Engenhos Portugueses, é o título do mais representativo cancioneiro seiscentista, reunindo o esplendor e a complexidade da poesia barroca portuguesa. Publicada sob a direção de Matias Pereira da Silva, a antologia foi lançada em cinco volumes, entre os anos de 1716 e 1728, tornando-se um marco fundamental na preservação da lírica lusitana do século XVII. 

Trata-se de uma coletânea onde convivem, sem ordem sistemática, poemas líricos, heroicos, satíricos, burlescos, religiosos e narrativos, muitos deles anónimos. A diversidade temática vai do petrarquismo e erotismo realista à reflexão sobre a caducidade da vida, passando pela sátira aos vícios sociais, poesia de entretenimento, motivos históricos e religiosos. 

O título Fénix Renascida simboliza a essência do Barroco: o ressurgir constante da arte e da palavra, tal qual a mítica ave que renasce das próprias cinzas. Essa estética se revela no texto por meio de metáforas ousadas, hipérboles, perífrases, trocadilhos, e no engenho de desdobrar um conceito em várias ideias até chegar a um paradoxo inesperado, marca do gosto seiscentista por raciocínios artificiosos. 

Entre os autores reunidos na antologia, destacam-se nomes como Francisco Rodrigues Lobo, D. Francisco Manuel de Melo, Jerónimo Baía, António Barbosa Bacelar e Francisco de Vasconcelos, cujas obras espelham a riqueza e a pluralidade do espírito barroco. 

Considerada a mais significativa antologia poética da época, a Fénix Renascida permanece, até hoje, como testemunho vívido do engenho e da arte que marcaram a literatura portuguesa do Seiscentos — uma chama que o tempo não conseguiu apagar. 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural



 

 

terça-feira, 15 de julho de 2025

A IDADE DOURADA - GRATIDÃO E O BANQUETE DA SABEDORIA TEXTO SOBRE A VELHICE II

 

Ah, a velhice! Não um fardo, mas a coroa de louros de uma vida bem vivida, o banquete farto de experiências e a doçura da gratidão por cada amanhecer que nos foi concedido. É a idade dourada, onde a pressa se dissolve e a alma encontra a paz para contemplar a beleza do caminho percorrido. Cada ano que se soma não é um peso, mas um presente, um tesouro de memórias e lições que nos moldaram.

Com os cabelos prateados e o olhar sereno, a vida se revela em sua plenitude, desprovida dos véus da ilusão. Há uma clareza que só a longevidade pode oferecer, uma compreensão profunda da impermanência e da preciosidade de cada instante. A sabedoria não é mais algo a ser buscado avidamente, mas uma fonte que jorra naturalmente, fruto de um jardim cultivado com paciência e amor. 

E que imensa gratidão inunda o coração por ter chegado a este porto seguro! Gratidão pelos risos, pelas lágrimas, pelos desafios que nos fizeram mais fortes e pelas alegrias que nos fizeram transbordar. Gratidão pelos amores que nos aqueceram, pelas amizades que nos sustentaram, pela família que é nosso alicerce. Cada passo, cada tropeço, cada vitória, tudo se entrelaça em uma tapeçaria rica e única. 

Agora, o tempo se desdobra em oportunidades para saborear a quietude, para ler com deleite, para ouvir com atenção e para compartilhar com generosidade. A velhice é o tempo de colher os frutos da vida, de desfrutar da companhia daqueles que amamos e de contemplar o legado que deixamos. É a certeza de que cada dia é uma bênção, um convite para viver com plenitude, com a alma leve e o coração transbordando de gratidão por essa jornada extraordinária. 

© Alberto Araújo






REMBRANDT - O PROFETA DA LUZ E DA CONDIÇÃO HUMANA 15 DE JULHO - EFEMÉRIDE DO FOCUS PORTAL CULTURAL


Hoje, 419 anos depois de seu nascimento, o Focus Portal Cultural rende homenagem a esse mestre absoluto da arte europeia, cuja obra permanece viva e universal, porque fala diretamente ao que temos de mais humano: a luz que nos habita, mesmo na presença inevitável das sombras.

No dia 15 de julho de 1606, nascia em Leida, na Holanda, um dos maiores gênios que a história da arte conheceu: Rembrandt Harmenszoon van Rijn. Pintor e gravurista extraordinário, Rembrandt transformou o olhar do mundo ao revelar não apenas formas, mas, sobretudo a alma humana, mergulhada em luz e sombra. 

Figura central do chamado Século de Ouro dos Países Baixos, Rembrandt não se limitou a seguir convenções: reinventou a própria maneira de narrar, de retratar e de sentir através da pintura. Seus retratos, especialmente os autorretratos, são testemunhos profundos de sinceridade, onde o artista se expõe com humildade e coragem, sem vaidade, quase como se confessasse suas dores, dúvidas e esperanças diante do espelho da eternidade.

Com suas gravuras, telas e composições bíblicas, Rembrandt uniu saber clássico, observação minuciosa da realidade e uma empatia rara que lhe valeu ser lembrado como “um dos grandes profetas da civilização”. Mesmo atravessando tragédias pessoais e dificuldades financeiras, seu talento não se dobrou. Ao contrário: amadureceu, iluminou gerações e seguiu inspirando corações séculos afora.

Rembrandt vive. Vive em cada traço, em cada olhar, em cada silêncio que sua arte continua a traduzir.

© Alberto Araújo



UM POUCO SOBRE RAMBRANT

Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 15 de julho de 1606, na cidade de Leida, na então República Unida dos Países Baixos — em pleno fervor cultural que ficaria conhecido como o Século de Ouro Holandês. Era o nono filho de Harmen Gerritszoon van Rijn, um próspero moleiro, e de Neeltgen Willemsdochter van Zuytbrouck.

Desde cedo, Rembrandt demonstrou mais inclinação pelas cores do que pelas letras, embora tenha frequentado aulas de latim e ingressado na Universidade de Leida. Seu destino, no entanto, estava na pintura. Aos 14 anos, tornou-se aprendiz de Jacob van Swanenburgh, onde permaneceu por três anos. Depois, um breve e intenso aprendizado com o pintor Pieter Lastman em Amsterdã foi suficiente para despertar o gênio que carregava.

Por volta de 1624, Rembrandt abriu seu próprio estúdio em Leida, dividindo-o com o amigo Jan Lievens. Já em 1627, começou a aceitar alunos, entre eles Gerrit Dou. Em 1629, sua vida mudou ao ser descoberto pelo influente estadista Constantijn Huygens, que lhe abriu as portas da corte de Haia e garantiu encomendas do príncipe Frederik Hendrik.

No final de 1631, estabeleceu-se em Amsterdã, a grande capital comercial e cultural da época. Rapidamente tornou-se o retratista mais procurado da cidade, combinando técnica impecável com uma sensibilidade rara. Casou-se em 1634 com Saskia van Uylenburg, sobrinha de seu marchand, e viveu anos de prosperidade e amor, embora marcados pela dor: dos quatro filhos que tiveram, apenas Titus sobreviveu. Saskia faleceu pouco após o parto de Titus, em 1642, deixando o pintor viúvo e profundamente abalado.

Mesmo assim, Rembrandt seguiu trabalhando, entregando ao mundo obras-primas como “A Ronda Noturna” e “A Lição de Anatomia do Dr. Tulp”. Sua pintura transitou de uma fase inicial carregada de dramatismo e contraste, herdada de Caravaggio, para uma maturidade onde a luz não apenas iluminava a cena, mas parecia vir de dentro dos personagens, revelando suas almas. Foi nessa fase que criou alguns dos retratos e cenas bíblicas mais profundos já pintados.

A vida pessoal do mestre, porém, tornou-se turbulenta. Relacionou-se com Geertje Dircx, que acabou internada após conflitos judiciais, e depois com Hendrickje Stoffels, sua fiel companheira até a morte dela, em 1663. Com Hendrickje teve uma filha, Cornelia. Apesar de ser o pintor mais célebre de sua geração, Rembrandt gastava muito: colecionava arte, antiguidades e curiosidades que inspiravam suas composições, mas também pesavam em suas finanças. Em 1656, foi obrigado a declarar falência; vendeu sua imensa coleção, perdeu a casa da Jodenbreestraat e mudou-se para um endereço mais modesto.

Mesmo nessas condições, continuou criando com intensidade e acolhendo alunos. As autoridades e os credores mostraram-se compreensivos, mas a guilda de pintores de Amsterdã impôs restrições que quase lhe tiraram o ofício. Para contornar, Hendrickje e Titus montaram um negócio para vender suas obras, oficialmente tendo Rembrandt apenas como “funcionário”.

Ao longo da carreira, pintou mais de cem autorretratos, uma viagem sincera pela própria existência, sem medo de mostrar as marcas do tempo e das provações. Produziu também gravuras refinadas, usando técnicas como a água-forte para representar cenas bíblicas, paisagens, nus e retratos, sempre com traços ousados e sensíveis.

Sobreviveu tanto a Hendrickje quanto a Titus. Morreu em 1669, solitário, e foi sepultado sem pompa numa cova simples na Westerkerk, em Amsterdã. Sua partida foi silenciosa, mas seu legado ecoou alto: Rembrandt não apenas pintou rostos, pintou a condição humana com toda sua luz, dor e beleza.

Hoje, suas obras repousam em museus de todo o mundo, e sua antiga residência abriga o Museu Rembrandt, onde ainda é possível sentir o eco do homem que acreditava que a luz revelava não apenas formas, mas a alma.

Rembrandt foi mais do que um mestre das tintas e gravuras: foi, como disse a história, “um dos grandes profetas da civilização”.

© Alberto Araújo

 

 

REMBRANDT: O SENHOR DA LUZ E DAS SOMBRAS

Poema épico em honra aos 419 anos de seu nascimento

 

No alvor de um século dourado,

Ergueu-se um nome de fogo e silêncio:

Rembrandt, filho de moinhos e névoas,

Forjado na bruma de Leida,

Onde as águas do Reno sussurravam ao vento

Segredos da luz que só ele ouviria.

 

Das mãos do menino, o pincel tornou-se espada,

E as cores, estandartes de uma guerra sem gritos,

Travada no campo infinito da alma humana.

Na oficina estreita, sob o olhar severo de mestres,

Rembrandt aprendeu não apenas a pintar,

Mas a decifrar as sombras que dormem nos olhos.

 

Amsterdã, cidade de canais e mercadores,

Rendeu-se ao gênio de seu retrato sincero:

Homens em armaduras, burgueses em linho,

Velhos sábios e crianças pálidas,

Todos emergiam da tela como vivos,

Banhados na claridade densa do mestre.

 

Veio o amor, doce Saskia,

Aurora breve que lhe deu Titus, o herdeiro,

E levou consigo, no outono, parte da luz

Que acendia o olhar do pintor.

Ficaram as telas, tão cheias de ternura,

E os desenhos dela, pálida, no leito da despedida.

 

No espelho das décadas,

Rembrandt se viu cem vezes e mais,

Com rugas, com fúria, com medo, com fé,

Como quem conversa consigo sem mentir.

Cada autorretrato, um cântico à nudez da verdade,

Despojado de coroa, fortuna ou glória.

 

Veio a ruína, a casa leiloada,

Os bustos de imperadores, os tecidos orientais,

Tudo vendido a preço vil.

Mas não venderam-lhe o sopro divino,

Nem a chama que fazia das sombras

Catedrais secretas onde a luz dançava.

 

Nas placas de cobre, na água-forte,

Gravou também sua eternidade:

Cristos, mendigos, amantes e velhas,

Gente comum erguida à altura do sagrado.

E a tinta grossa, como sangue e barro,

Teceu a Ronda Noturna, onde a noite respira.

 

Ó Rembrandt! Senhor das sombras vivas,

Que viu na treva o parto da luz,

E pintou não reis ou deuses imortais,

Mas homens falhos, belos na imperfeição.

Teu pincel não mentiu, teu traço não temeu,

E a humanidade inteira te contempla, espelho em punho.

 

Hoje, do silêncio onde repousas sem túmulo marcado,

Ecoa ainda tua voz sem palavras:

A arte não é triunfo, mas confissão;

Não é brilho, mas chama que arde por dentro.

E na penumbra das salas de museu,

Ainda brilha a alma daquele

Que pintou o invisível.

 

Rembrandt!

Teu nome arde como brasão na história,

Profeta da luz, arauto das sombras,

Eterno pintor da condição humana.

 

© Alberto Araújo


A Ronda Noturna é uma pintura a óleo sobre tela do pintor neerlandês Rembrandt, pintada entre 1639 e 1642. A pintura mede 363 cm de altura e 437 cm de largura e mostra a Guarda Cívica de Amsterdã sob comando do capitão Frans Banning Cocq. Geralmente considerada como a magnum opus de Rembrandt, A Ronda Noturna é uma das pinturas mais conhecidas do Barroco. A peça é de propriedade do município de Amsterdã e faz parte da exposição permanente do Rijksmuseum, principal museu especializado em pintura neerlandesa.

 

Tempestade no mar da Galileia é uma pintura a óleo sobre tela de 1633, do artista da era de ouro dos Países Baixos, Rembrandt Harmenszoon van Rijn. A pintura foi roubada em 1990 do Museu Isabella Stewart Gardner e, desde então, permanece desaparecida.


Palas Atena é um óleo-à-tela de Rembrandt, o mestre da pintura holandesa da Idade de Ouro do século XVII, finalizada por volta de 1657. Acha-se exposta na coleção permanente do Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O assunto de representação é a deusa Atena da mitologia grega. Porém, como toda grande e afamada obra de arte, já lhe foram atribuídas as mais diversas teorias: da deusa romana Minerva ao imperador do mundo Alexandre, o Grande.

 

O Cavaleiro Polonês é uma pintura do século XVII, geralmente datada de 1650, de um jovem viajando a cavalo através de uma paisagem sombria, agora na The Frick Collection, em Nova York . Quando a pintura foi vendida por pl para Henry Frick em 1910, houve consenso de que o trabalho foi do pintor holandês Rembrandt . Desde então, essa atribuição foi contestada, embora essa seja uma visão minoritária.

Tem havido também debates sobre se a pintura foi concebida como um retrato de uma pessoa em particular, viva ou histórica, e de quem, ou se não, o que se pretendia representar. Tanto a qualidade da pintura quanto seu ligeiro ar de mistério são comumente reconhecidos, embora partes do fundo sejam mal pintadas ou inacabadas.



Aristóteles com um busto de Homero, também conhecido como Aristóteles contemplando um busto de Homero, é uma pintura a óleo sobre tela de Rembrandt que retrata Aristóteles usando uma corrente de ouro e contemplando um busto esculpido de Homero. Foi criado como uma encomenda para a coleção de Don Antonio Ruffo.


Sacrifício de Isaac é uma conhecida pintura de Rembrandt, que se encontra no Museu Hermitage de São Petersburgo. Notabilíssimo pela doçura e transparência das meias tintas espalhadas no rosto do anjo, pela modelação das figuras e efeitos prodigiosos de luz. Este tipo de pintura tem sido tentado por muitos artistas.

Rembrandt retrata a Sagrada Família como uma família típica de Amsterdã de sua época. Em primeiro plano, Jesus dorme no mesmo estilo de presépio de vime que pode ser visto em pinturas de época de mães com bebês de Pieter de Hooch . Maria levanta os olhos do livro para dar uma olhada na criança adormecida sob a cortina do berço (em holandês: klamboe ). Ao fundo, José trabalha na confecção de um jugo . O jugo se refere tanto à vinda do Senhor, segundo Isaías ("Pois o jugo do seu fardo, e a vara sobre os seus ombros, a vara do seu opressor, tu quebraste como no dia de Midiã"), quanto às palavras de Jesus, segundo o apóstolo Mateus ("Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve").