GUIMARÃES ROSA 53 ANOS DE SAUDADES
Guimarães Rosa foi um escritor brasileiro. O romance
"Grandes Sertões: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do 3.º Tempo
do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas tradicionais do
romance.
Infância e Juventude
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do
interior de Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908. Filho de um comerciante
da região, aí fez seus estudos primários, seguindo em 1918, para Belo
Horizonte, para casa de seus avós, onde estudou no Colégio Arnaldo.
Cursou Medicina na Faculdade de Minas Gerais, formando-se em
1930. Datam dessa fase seus primeiros contos, publicados na revista O Cruzeiro.
Depois de formado foi exercer a profissão em Itaguara,
município de Itaúna, onde permaneceu por dois anos. Culto, sabia falar mais de
nove idiomas.
Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, voltou para
Belo Horizonte para servir como médico voluntário da Força Pública.
Posteriormente atuou como oficial médico no 9º. Batalhão de Infantaria em
Barbacena.
Em 1936, Guimarães Rosa participou de um concurso ao Prêmio
de Poesia da Academia Brasileira de Letras, com uma coletânea de contos chamada
"Magma", conquistando o primeiro lugar, mas não publicou a obra.
Diplomata
Em 1934, o domínio de vários idiomas levou Guimarães Rosa
para o Rio de janeiro onde prestou concurso para o Itamarati, conquistando o
segundo lugar.
Em 1938 já era cônsul-adjunto na cidade de Hamburgo, na
Alemanha. Quando o Brasil rompeu aliança com a Alemanha, durante a Segunda
Guerra Mundial, Guimarães, junto com outros brasileiros, foi preso em
Baden-Baden, em 1942.
Libertado no fim do ano, seguiu para Bogotá, como secretário
da Embaixada Brasileira. Entre 1946 e 1951 residiu em Paris, onde consolidou
sua carreira diplomática e passou a escrever com maior assiduidade.
Sagarana
Em 1937, Guimarães Rosa começou a escrever Sagarana, volume
de contos que retrata a paisagem mineira, a vida das fazendas, dos vaqueiros e
dos criadores de gado. Com a obra, participa de um concurso ao Prêmio Humberto
de Campos, perdendo o primeiro lugar para Luís Jardim.
Em 1946, depois de refazer a obra, e reduzir de 500 para 300
páginas, publica Sagarana. O estilo era absolutamente novo, a paisagem mineira
ressurgia viva e colorida, as personagens expressavam o pitoresco de sua vida
regional. Sucesso de crítica e público, seu livro de contos recebe o Prêmio da
Sociedade Felipe d'Oliveira, esgotando-se, no mesmo ano as duas edições.
Corpo de Baile
Em 1952, em excursão ao Estado de Mato Grosso, conviveu com
os vaqueiros do oeste do Brasil, e escreve uma reportagem poética, Com o
Vaqueiro Mariano, publicada no Correio da Manhã.
Passados dez anos de sua estreia, Guimarães publica Corpo de
Baile (1956), um conjunto de novelas, em dois volumes, com 822 páginas, onde
Guimarães continua a mesma apresentação focada em Sagarana, mas agora com
arrojadas experiências linguísticas.
Grandes Sertões Veredas
Em maio de 1956, Guimarães Rosa publica Grandes Sertões:
Veredas, narrativa épica, em seiscentas páginas, onde apresenta uma linguagem
fortemente marcada pela variante caboclo-sertaneja da língua portuguesa, e pela
temática, de um lado ligada aos temas do coronelismo e dos jagunços, e de
outro, impregnada de uma problemática metafísica e teológica (o problema de
Deus, o sentido da vida, etc.). A obra passa a ser o seu grande sucesso
editorial.
Academia e Morte
Em 1963, Guimarães Rosa é eleito por unanimidade para a
Academia Brasileira de Letras, mas somente tomou posse em 16 de novembro de
1967. Três dias depois da posse, sofre um infarto.
JOÃO GUIMARÃES ROSA morreu no Rio de Janeiro, no dia 19 de
novembro de 1967.
OBRAS DE GUIMARÃES ROSA
• Sagarana
(1946)
• Corpo de
Baile (1956)
• Grandes
Sertões: Veredas (1956)
• Primeiras
Estórias (1962)
• Tutameia
- Terceiras Histórias (1967)
• Estas
Estórias (1969) (Obra póstuma)
• Ave,
Palavra (1970) (Obra póstuma)
• Magma
(1997) (Obra póstuma)
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