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JOAQUIM MARIA MACHADO DE
ASSIS nasceu em uma chácara no morro do Livramento no Rio de Janeiro, no dia 21
de junho de 1839. Era filho do mulato Francisco José de Assis, um pintor de
paredes, e da imigrante açoriana Maria Leopoldina.
Jornalista, contista,
cronista, romancista, poeta e teatrólogo, crítico de teatro e crítico
literário.
Em 1896, fundou com
outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras. Nomeado para Cadeira n.º
23, tornando-se, em 1897.
É o fundador da Cadeira nº.
23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de
Alencar, que morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural
que Machado escolhesse o nome do autor de O Guarani para seu
patrono. Na entrada do prédio há uma estátua de bronze do escritor. Em sua
homenagem, a academia chama-se também “Casa DE MACHADO DE ASSIS” Ocupou por
mais de dez anos a presidência da Academia.
Foi criado no Morro do
Livramento. Sem meios para cursos regulares, estudou como pôde e, em 1854, com
15 anos incompletos, publicou o primeiro trabalho literário, o soneto “À Ilma.
Sra. D.P.J.A.”, no Periódico dos Pobres,
número datado de 3 de outubro de 1854.
Em 1856, entrou para a
Imprensa Nacional, como aprendiz de tipógrafo, e lá conheceu Manuel Antônio de
Almeida, que se tornou seu protetor. Em 1858, era revisor e colaborador no Correio
Mercantil e, em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passou a
pertencer à redação do Diário do Rio de Janeiro.
Escrevia regularmente também para a revista O Espelho, onde estreou
como crítico teatral, a Semana Ilustrada e o Jornal
das Famílias, no qual publicou de preferência contos.
O primeiro livro publicado por Machado de Assis foi a tradução
de Queda
que as mulheres têm para os tolos (1861), impresso na
tipografia de Paula Brito. Em 1862, era censor teatral, cargo não remunerado,
mas que lhe dava ingresso livre nos teatros. Começou também a colaborar em O
Futuro, órgão dirigido por Faustino Xavier de Novais, irmão de sua
futura esposa. Seu primeiro livro de poesias, Crisálidas, saiu em 1864.
Em 1867, foi nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário
Oficial. Em agosto de 1869, morreu Faustino Xavier de Novais e,
menos de três meses depois (12 de novembro de 1869), Machado de Assis se casou
com a irmã do amigo, Carolina Augusta Xavier de Novais. Foi companheira
perfeita durante 35 anos.
Em 1874, O
Globo (jornal de Quintino Bocaiúva), publicou em folhetins, o
romance A
mão e a luva. Intensificou a colaboração em jornais e revistas,
como O
Cruzeiro, A Estação, Revista
Brasileira (ainda na fase Midosi), escrevendo crônicas,
contos, poesia, romances, que iam saindo em folhetins e depois eram publicados
em livros. Uma de suas peças, Tu, só tu, puro amor, foi
levada à cena no Imperial Teatro Dom Pedro II (junho de 1880), por ocasião das
festas organizadas pelo Real Gabinete Português de Leitura para comemorar o
tricentenário de Camões, e para essa celebração especialmente escrita. De 1881
a 1897, publicou na Gazeta de Notícias as
suas melhores crônicas. Em 1880, o poeta Pedro Luís Pereira de Sousa assumiu o
cargo de ministro interino da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e convidou
Machado de Assis para seu oficial de gabinete (ele já estivera no posto, antes,
no gabinete de Manuel Buarque de Macedo).
Em 1881 saiu o livro que
daria uma nova direção à carreira literária de Machado de Assis - Memórias
póstumas de Brás Cubas, que ele publicara em folhetins na Revista
Brasileira de 15 de março a 15 de dezembro de 1880. Revelou-se
também extraordinário contista em Papéis avulsos (1882)
e nas várias coletâneas de contos que se seguiram. Em 1889, foi promovido a
diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia.
Grande amigo de José Veríssimo, continuou colaborando na Revista
Brasileira também na fase dirigida pelo escritor paraense. Do
grupo de intelectuais que se reunia na redação da Revista, e principalmente
de Lúcio de Mendonça, partiu a ideia da criação da Academia Brasileira de
Letras, projeto que Machado de Assis apoiou desde o início. Comparecia às
reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a
Academia, foi eleito presidente da instituição, à qual ele se devotou até o fim
da vida.
A obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os
gêneros literários. Na poesia, inicia com o romantismo de Crisálidas (1864)
e Falenas (1870),
passando pelo Indianismo em Americanas (1875), e
o parnasianismo em Ocidentais (1901).
Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos fluminenses (1870)
e Histórias
da meia-noite (1873); os romances Ressurreição (1872), A
mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá
Garcia (1878), considerados como pertencentes ao seu período
romântico.
A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das
obras-primas, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o
tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da
literatura de língua portuguesa. A obra de Machado de Assis foi, em vida do
Autor, editada pela Livraria Garnier, desde 1869; em 1937, W. M. Jackson, do
Rio de Janeiro, publicou as Obras completas, em 31
volumes. Raimundo Magalhães Júnior organizou e publicou, pela Civilização
Brasileira, os seguintes volumes de Machado de Assis: Contos
e crônicas (1958); Contos esparsos (1956); Contos
esquecidos (1956); Contos recolhidos (1956); Contos
avulsos (1956); Contos sem data (1956);
Crônicas de Lélio (1958); Diálogos e reflexões de um relojoeiro (1956). Faleceu
no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908.
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