Público
pode visitar a mostra até 19 de abril de forma presencial, mediante agendamento
no site Eventim, ou online, por meio de tour 360º no site da instituição.
Com
curadoria de Tereza de Arruda, Linhas da Vida reúne trabalhos que datam do
início da carreira de Chiharu Shiota, em 1994, até instalações inéditas
inspiradas no Brasil.
O
Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro - CCBB RJ - exibe até 19 de
abril a mostra Linhas da Vida, da artista japonesa Chiharu Shiota. O público
pode visitar a exposição presencialmente, de quarta a segunda, das 12h às 18h,
por meio de agendamento prévio no site Eventim, ou de forma virtual, no tour
360º disponível no site da instituição.
O
CCBB retoma suas atividades presenciais em consonância com as orientações da
Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e adaptado às medidas de segurança
sanitária: entrada apenas com agendamento online, controle da quantidade de
pessoas no prédio, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso
obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso
para o distanciamento.
Na
visita online, o público tem acesso a detalhes de todos os ambientes das
galerias do CCBB e das obras, e também a textos, legendas e obras comentadas
com audiodescrição em português e inglês.
O
público pode navegar como se estivesse passeando presencialmente pelo espaço e
até ver, por exemplo, a instalação Além da Memória (2019-2021), obra inspirada
na diversidade do povo brasileiro, tanto do térreo quanto do segundo andar. O
CCBB exibe, ainda, uma palestra com a curadora da mostra, Tereza de Arruda, em
seu canal do YouTube.
A
EXPOSIÇÃO
A
transitoriedade dos ciclos da vida, a memória e a própria experiência pessoal
inspiram a obra da artista proveniente do Japão Chiharu Shiota. Conhecida
principalmente por seus trabalhos site specific em grande escala,
frequentemente compostos por emaranhados de linhas, Shiota é autora de uma obra
multidisciplinar, fazendo uso de suportes diversos: são instalações,
performances, fotografias e pinturas. A artista tem sua extensa obra celebrada
na mostra retrospectiva Linhas da Vida, exposição com curadoria de Tereza de
Arruda e produção da Base7 Projetos Culturais em cartaz até 19 de abril no
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB - RJ) - com patrocínio do
Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio da
BBDTVM, Livelo e Pingouin Fios.
A
mostra esteve no CCBB São Paulo (13 de novembro de 2019 a 27 de janeiro de
2020) e CCBB Brasília (de 3 a 13 de março e de 22 de setembro a 6 de dezembro
de 2020). A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei
Federal de Incentivo à Cultura e conta com apoio da BBDTVM, Livelo e Pingouin
Fios.
Nascida
em Osaka e radicada há 23 anos em Berlim, Shiota iniciou sua carreira artística
em 1994, tomando a pintura como principal suporte. Todavia, logo descobriu que
o espaço bidimensional era limitado para seu processo criativo e expandiu para
as outras linguagens. Linhas da Vida reúne cerca de 70 obras que datam desde o
início de sua produção artística aos dias atuais.
"Nesta
mostra, Chiharu Shiota convida o público a refletir sobre memória coletiva e
traz um respiro em meio à pandemia que o mundo atravessa. São fotografias, vídeos,
desenhos, gravuras e objetos selecionados meticulosamente para uma imersão no
universo de Shiota que nos fazem pensar em ligações, conexões afetivas ainda
que à distância", diz a curadora.
Organizada
em cinco núcleos, a exposição é um convite de Shiota para que o visitante
reflita sobre a vida, seu propósito, conexões e memória. "Quero unir as
pessoas no Brasil, não importando sua origem, status social, formação
educacional, nacionalidade ou qualquer outro fator divisor. Como humanos,
devemos vir juntos e questionar o nosso propósito na vida e por que aqui
estamos", afirma a artista.
Na
mostra, o público poderá conferir grandes instalações inéditas, como o site
specific Além da Memória (2019-2021), obra inspirada na diversidade do povo
brasileiro, criada em diálogo com a arquitetura clássica do Centro Cultural
Banco do Brasil. Suspensa, com 13m de altura e em forma de uma espécie de teia,
a instalação é composta por mais de 20 mil folhas de papel em branco e dois mil
novelos de lã. É um convite para que o público idealize sua própria história e
resguarde sua memória.
Em
Linha Interna (2019), site specific composto por três grandes vestidos
vermelhos, além de cerca de 10 mil fios pendurados verticalmente, totalizando
mais de 34 quilômetros de material. A inspiração vem das relações humanas, das
memórias, da vida e da morte - temas que aparecem a todo momento na obra de
Shiota. A artista evoca uma lenda japonesa que conta que quando uma criança
nasce, um fio vermelho é amarrado em seu dedo, representando a extensão de suas
veias sanguíneas que correm do coração até o menor dedo de suas mãos. Ao longo
da vida, esse fio invisível se entrelaça ao fio de outra pessoa, conectando uma
à outra de alguma forma que impactará profundamente seus caminhos.
A
cor vermelha utilizada na instalação faz referência ao sangue que corre pelos
vasos sanguíneos, que gera o fluxo de energia e a conexão entre as pessoas.
Para Chiharu, esse fio vem do coração e cria um universo de conexões.
"Acredito que todos estamos conectados. Você pode não ver isso com seus
olhos, mas se pudesse, enxergaria que os humanos estão todos conectados",
ela afirma. A instalação também alude a concepção de uma presença física, de um
corpo que acumula memórias, representado por meio de vestidos vermelhos que
simbolizam a segunda pele, independente de nacionalidade ou cor, que nos
acompanha em nossa vida e torna-se o acúmulo das memórias coletadas
diariamente.
Os
destinos da vida são questões recorrentes no processo de criação de Shiota. Em
suas obras, ela tece as linhas de sua vida e convida o público a fazer o mesmo.
Essa é a ideia presente em Linha Vermelha (2018), obra que lança luz à produção
manual da artista, uma de suas principais características. Em outro momento,
dois barcos escuros surgem em meio a emaranhados de cordas pretas como alusão
aos caminhos da vida. Trata-se de Dois barcos, um destino (2019), uma metáfora
da artista sobre as formas de avançar, viajar, sem necessariamente saber qual é
o ponto final, tal qual o percurso da vida. "Os barcos simbolizam os
portadores de nossos sonhos e esperanças, levando-nos através de uma jornada de
incerteza e admiração", diz a artista.
Chiharu
divaga sobre a ideia de uma conexão universal de todos os seres. Transforma sua
história em uma linguagem artística de caráter singular, sublime e tomada de
elementos triviais. É disto que nasce o conjunto de esculturas e edições
organizados em Conectada com o universo (2016 - 2019), núcleo onde estão
expostas gravuras que têm como ponto de partida um ser conectado ao universo
por um fio, espécie de cordão umbilical simbolizando o início da vida antes
mesmo do nascimento. Em outras obras, a artista sugere que este mesmo ser se vê
imerso ou submerso em um buraco ou invólucro sem perspectiva de saída e, assim,
sua conexão com o mundo externo passa a ser realizada por vias imaginárias ou
mesmo espirituais.
A
presença do hermetismo não é ao acaso. Em dado instante de sua trajetória,
Shiota tomou uma decisão existencial e parou de pintar - na época, seu principal
suporte artístico - porque não sentia que sua vida e sua criação artística
estavam limitadas ao universo bidimensional. Sonhou que se via dentro de uma
pintura e foi assim que concebeu a icônica performance Transformando-se em
pintura (1994).
A
tinta usada por Shiota nesta performance era tóxica e a artista sentiu
imediatamente sua pele queimar e o pigmento só desapareceu de sua pele depois
de alguns meses. Passados cerca de 20 anos, a artista voltou a utilizar a tela,
porém não como um suporte pictórico convencional, mas sim como suporte de sua
assinatura pessoal, sobre a qual aplica a trama de lã originariamente utilizada
em suas instalações.
A
exposição também traz uma imagem da instalação A chave na mão (2015), que
esteve na 56ª Bienal de Veneza e na qual Chiharu representou seu país no
pavilhão do Japão. A obra foi composta por dois barcos que lembram, segundo a
artista, duas mãos receptoras prestes a agarrar ou deixar de lado uma
oportunidade, postos em um emaranhado de 180 milchaves.
"O
montante foi coletado por Shiota em uma campanha internacional, ato que a
comoveu porque as pessoas normalmente dão suas próprias chaves somente aos
outros em quem confiam. E para a artista, as chaves estão associadas a memórias
pessoais que nos acompanham em nossas vidas cotidianas", conta Tereza de
Arruda. A lã vermelha usada para montar a trama que emaranha os barcos
simboliza os vasos sanguíneos do corpo e conecta a multidão dos doadores
anônimos das chaves.
Em
outro núcleo, Linhas da Vida apresenta trabalhos pautados no Corpo, tema que
aparece desde os primórdios na criação de Shiota. São obras em que a artista
investiga questões ligadas à identidade, memória, corpo, fragilidade e doenças.
"O
trabalho de Shiota evolui a partir de uma dinâmica orgânica de fazer e criar.
Nota-se aqui, que dentro de uma mesma temática, há uma abrangência de obras
distintas, como filmes resultantes de performances intimistas, tendo a artista
como única protagonista em um relato pessoal, objetos compostos de roupas, que
na perspectiva de Shiota existem como uma segunda pele humana a carregar em si
os traços e vestígios da experiência humana e memória aí vivenciada, ou ainda
objetos de vidro representando órgãos do corpo humano sãos ou dilacerados.
Estes gestos e objetos artísticos referem-se à vida humana de forma
geral", finaliza a curadora.
No
decorrer do período expositivo, o público pode participar de atividades
gratuitas no Espaço de Convivência do Programa CCBB Educativo - Arte e Educação
conduzidas por educadores do centro de arte e tecnologia JA.CA, mediante
agendamento prévio de forma individual ou em grupos com número limitados de
participantes, sempre seguindo as medidas de segurança sanitária. O objetivo é
proporcionar aos visitantes um diálogo com algumas das características da obra
de Shiota e de questões tangentes aos processos de criação, como espaço,
memória e identidade.
Apoiadora
da mostra, a Pingouin Fios cedeu mais de quatro mil novelos de lã, que foram
utilizados pela artista na implantação da obra Além da Memória. O material
também será usado pelo público nas atividades educativas paralelas à mostra. A
exposição ainda conta com apoio da Livelo e da BB DTVM nas itinerâncias por
Brasília e Rio de Janeiro.
Sobre
a artista
Nascida
em Osaka, em 1972, Chiharu Shiota atualmente vive em Berlim. Sua inspiração
muitas vezes brota de uma emoção ou experiência pessoal, que ela então expande
para questões humanas universais, como a vida, a morte e as relações entre os
indivíduos. A artista redefine os conceitos de memória e consciência, reunindo
objetos corriqueiros, como sapatos, chaves, camas, cadeiras e vestidos, e
inserindo-os em enormes estruturas feitas de fios. Explora em suas instalações
a sensação de uma "presença na ausência", mas também apresenta emoções
intangíveis em suas esculturas, em seus desenhos, vídeos de performances, nas
telas e fotografias. Em 2008, recebeu o Prêmio de Incentivo aos Novos Artistas,
do Ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão.
Seus trabalhos têm sido expostos em mostras individuais em instituições de todo
o mundo, como: Museu de Arte Mori, Tóquio (2019); Gropius Bau, Berlim (2019);
Galeria de Arte do Sul da Austrália (2018); Parque de Esculturas de Yorkshire,
Reino Unido (2018); Usina de Arte, Xangai (2017); K21
KunstsammlungNordrhein-Westfalen, Düsseldorf (2015); Galeria Arthur M. Sackler
da SmithsonianInstitution, Washington DC (2014); Museu de Arte de Kochi (2013);
Museu Nacional de Arte, Osaka (2008), entre outros. Também participou de várias
exposições internacionais, como o Festival Internacional de Arte de Oku-Noto
(2017); a Bienal de Sydney (2016); a Trienal de Arte de Echigo-Tsumari (2009) e
a Trienal de Yokohama (2001). Em 2015, Shiota foi escolhida para representar o
Japão na 56a Bienal de Veneza.
Sobre
a curadora
Tereza
de Arruda é mestre em História da Arte, formada pela Universidade Livre de
Berlim. Vive desde 1989 entre São Paulo e Berlim. Como resultado de um
acompanhamento contínuo da produção de ChiharuShiota nos últimos anos, foi
curadora de diversas exposições da artista, entre elas a sua primeira mostra
retrospectiva realizada na Alemanha, UndertheSkin, na Kunsthalle Rostock
(2017), acompanhada da monografia publicada pela editora HatjeCantz; a mostra
coletiva In your Heart/In your City, com a participação de ChiharuShiota,
TakafumiHara, TatsumiOrimoto e Yukihiro Taguchi, no KøsMuseumofArt in
PublicSpaces, na Dinamarca (2016), assim como a primeira mostra individual de
ChiharuShiota na América Latina, realizada no Sesc Pinheiros, em São Paulo
(2015). Foi curadora da mostra 50 Anos de Realismo - Do Fotorrealismo à
Realidade Virtual, realizada no CCBB São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro
(2018/2019), além da mostra Índia - Lado aLado, no CCBB Rio de Janeiro, São
Paulo e Brasília (2011/2012). Como curadora independente, colabora
internacionalmente com diversas instituições e museus na realização de mostras
coletivas ou monográficas, como Ilya e EmiliaKabakov: Two Times, no Kunsthalle
Rostock (2018) ou SigmarPolke - The Editions, no Me CollectorsRoom Berlin (2017)
e no Museu de Arte Assis Chateaubriand de São Paulo (MASP) (2011). Desde 2016 é
curadora associada da Kunsthalle Rostock. Em 2018, tornou-se conselheira do
programa de residência da Fundação Reinbeckhallen em Berlim. É curadora
convidada e conselheira da Bienal de Havana desde 1997 e co-curadora da Bienal
Internacional de Curitiba desde 2009. http://(www.p-arte.com).
Serviço:
Linhas
da Vida, exposição de ChiharuShiota
Em
cartaz: até 19 de abril de 2021
Local:
Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB Rio de Janeiro
Endereço:
R. Primeiro de Março, 66 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
Funcionamento:
de quarta a segunda (exceto terças), das 12h às 18h, mediante agendamento
prévio no site Eventim - www.eventim.com.br
Site:
bb.com.br/cultura
Redes
Sociais: Facebook: facebook.com/ccbb.rj | Instagram:@ccbbrj
Entrada
gratuita, mediante a retirada de ingressos na bilheteria
Classificação:
Livre
a4&holofote
comunicação
Ane
Tavares - anetavares@a4eholofote.com.br
Laura
Jabur - laurajabur@a4eholofote.com.br
Neila
Carvalho - neilacarvalho@a4eholofote.com.br
Assessoria
de Imprensa do CCBB RJ
Bianca
Mello - biancamello@bb.com.br
Imagens
de divulgação: http://flic.kr/s/aHsmSDLiMM
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