segunda-feira, 12 de abril de 2021

ÚLTIMOS DIAS: CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL RIO EXIBE ATÉ 19 DE ABRIL EXPOSIÇÃO DA ARTISTA CHIHARU SHIOTA

 



 

Público pode visitar a mostra até 19 de abril de forma presencial, mediante agendamento no site Eventim, ou online, por meio de tour 360º no site da instituição.

 

Com curadoria de Tereza de Arruda, Linhas da Vida reúne trabalhos que datam do início da carreira de Chiharu Shiota, em 1994, até instalações inéditas inspiradas no Brasil.

 

O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro - CCBB RJ - exibe até 19 de abril a mostra Linhas da Vida, da artista japonesa Chiharu Shiota. O público pode visitar a exposição presencialmente, de quarta a segunda, das 12h às 18h, por meio de agendamento prévio no site Eventim, ou de forma virtual, no tour 360º disponível no site da instituição.

 

O CCBB retoma suas atividades presenciais em consonância com as orientações da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e adaptado às medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento online, controle da quantidade de pessoas no prédio, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.

 

Na visita online, o público tem acesso a detalhes de todos os ambientes das galerias do CCBB e das obras, e também a textos, legendas e obras comentadas com audiodescrição em português e inglês.

 

O público pode navegar como se estivesse passeando presencialmente pelo espaço e até ver, por exemplo, a instalação Além da Memória (2019-2021), obra inspirada na diversidade do povo brasileiro, tanto do térreo quanto do segundo andar. O CCBB exibe, ainda, uma palestra com a curadora da mostra, Tereza de Arruda, em seu canal do YouTube.

 

A EXPOSIÇÃO

 

A transitoriedade dos ciclos da vida, a memória e a própria experiência pessoal inspiram a obra da artista proveniente do Japão Chiharu Shiota. Conhecida principalmente por seus trabalhos site specific em grande escala, frequentemente compostos por emaranhados de linhas, Shiota é autora de uma obra multidisciplinar, fazendo uso de suportes diversos: são instalações, performances, fotografias e pinturas. A artista tem sua extensa obra celebrada na mostra retrospectiva Linhas da Vida, exposição com curadoria de Tereza de Arruda e produção da Base7 Projetos Culturais em cartaz até 19 de abril no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB - RJ) - com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio da BBDTVM, Livelo e Pingouin Fios.

 

A mostra esteve no CCBB São Paulo (13 de novembro de 2019 a 27 de janeiro de 2020) e CCBB Brasília (de 3 a 13 de março e de 22 de setembro a 6 de dezembro de 2020). A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com apoio da BBDTVM, Livelo e Pingouin Fios.

 

Nascida em Osaka e radicada há 23 anos em Berlim, Shiota iniciou sua carreira artística em 1994, tomando a pintura como principal suporte. Todavia, logo descobriu que o espaço bidimensional era limitado para seu processo criativo e expandiu para as outras linguagens. Linhas da Vida reúne cerca de 70 obras que datam desde o início de sua produção artística aos dias atuais.

 

"Nesta mostra, Chiharu Shiota convida o público a refletir sobre memória coletiva e traz um respiro em meio à pandemia que o mundo atravessa. São fotografias, vídeos, desenhos, gravuras e objetos selecionados meticulosamente para uma imersão no universo de Shiota que nos fazem pensar em ligações, conexões afetivas ainda que à distância", diz a curadora.

 

Organizada em cinco núcleos, a exposição é um convite de Shiota para que o visitante reflita sobre a vida, seu propósito, conexões e memória. "Quero unir as pessoas no Brasil, não importando sua origem, status social, formação educacional, nacionalidade ou qualquer outro fator divisor. Como humanos, devemos vir juntos e questionar o nosso propósito na vida e por que aqui estamos", afirma a artista.

 

Na mostra, o público poderá conferir grandes instalações inéditas, como o site specific Além da Memória (2019-2021), obra inspirada na diversidade do povo brasileiro, criada em diálogo com a arquitetura clássica do Centro Cultural Banco do Brasil. Suspensa, com 13m de altura e em forma de uma espécie de teia, a instalação é composta por mais de 20 mil folhas de papel em branco e dois mil novelos de lã. É um convite para que o público idealize sua própria história e resguarde sua memória.

 

Em Linha Interna (2019), site specific composto por três grandes vestidos vermelhos, além de cerca de 10 mil fios pendurados verticalmente, totalizando mais de 34 quilômetros de material. A inspiração vem das relações humanas, das memórias, da vida e da morte - temas que aparecem a todo momento na obra de Shiota. A artista evoca uma lenda japonesa que conta que quando uma criança nasce, um fio vermelho é amarrado em seu dedo, representando a extensão de suas veias sanguíneas que correm do coração até o menor dedo de suas mãos. Ao longo da vida, esse fio invisível se entrelaça ao fio de outra pessoa, conectando uma à outra de alguma forma que impactará profundamente seus caminhos.

 

A cor vermelha utilizada na instalação faz referência ao sangue que corre pelos vasos sanguíneos, que gera o fluxo de energia e a conexão entre as pessoas. Para Chiharu, esse fio vem do coração e cria um universo de conexões. "Acredito que todos estamos conectados. Você pode não ver isso com seus olhos, mas se pudesse, enxergaria que os humanos estão todos conectados", ela afirma. A instalação também alude a concepção de uma presença física, de um corpo que acumula memórias, representado por meio de vestidos vermelhos que simbolizam a segunda pele, independente de nacionalidade ou cor, que nos acompanha em nossa vida e torna-se o acúmulo das memórias coletadas diariamente.

 

Os destinos da vida são questões recorrentes no processo de criação de Shiota. Em suas obras, ela tece as linhas de sua vida e convida o público a fazer o mesmo. Essa é a ideia presente em Linha Vermelha (2018), obra que lança luz à produção manual da artista, uma de suas principais características. Em outro momento, dois barcos escuros surgem em meio a emaranhados de cordas pretas como alusão aos caminhos da vida. Trata-se de Dois barcos, um destino (2019), uma metáfora da artista sobre as formas de avançar, viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final, tal qual o percurso da vida. "Os barcos simbolizam os portadores de nossos sonhos e esperanças, levando-nos através de uma jornada de incerteza e admiração", diz a artista.

 

Chiharu divaga sobre a ideia de uma conexão universal de todos os seres. Transforma sua história em uma linguagem artística de caráter singular, sublime e tomada de elementos triviais. É disto que nasce o conjunto de esculturas e edições organizados em Conectada com o universo (2016 - 2019), núcleo onde estão expostas gravuras que têm como ponto de partida um ser conectado ao universo por um fio, espécie de cordão umbilical simbolizando o início da vida antes mesmo do nascimento. Em outras obras, a artista sugere que este mesmo ser se vê imerso ou submerso em um buraco ou invólucro sem perspectiva de saída e, assim, sua conexão com o mundo externo passa a ser realizada por vias imaginárias ou mesmo espirituais.

 

A presença do hermetismo não é ao acaso. Em dado instante de sua trajetória, Shiota tomou uma decisão existencial e parou de pintar - na época, seu principal suporte artístico - porque não sentia que sua vida e sua criação artística estavam limitadas ao universo bidimensional. Sonhou que se via dentro de uma pintura e foi assim que concebeu a icônica performance Transformando-se em pintura (1994).

 

A tinta usada por Shiota nesta performance era tóxica e a artista sentiu imediatamente sua pele queimar e o pigmento só desapareceu de sua pele depois de alguns meses. Passados cerca de 20 anos, a artista voltou a utilizar a tela, porém não como um suporte pictórico convencional, mas sim como suporte de sua assinatura pessoal, sobre a qual aplica a trama de lã originariamente utilizada em suas instalações.

 

A exposição também traz uma imagem da instalação A chave na mão (2015), que esteve na 56ª Bienal de Veneza e na qual Chiharu representou seu país no pavilhão do Japão. A obra foi composta por dois barcos que lembram, segundo a artista, duas mãos receptoras prestes a agarrar ou deixar de lado uma oportunidade, postos em um emaranhado de 180 milchaves.

 

"O montante foi coletado por Shiota em uma campanha internacional, ato que a comoveu porque as pessoas normalmente dão suas próprias chaves somente aos outros em quem confiam. E para a artista, as chaves estão associadas a memórias pessoais que nos acompanham em nossas vidas cotidianas", conta Tereza de Arruda. A lã vermelha usada para montar a trama que emaranha os barcos simboliza os vasos sanguíneos do corpo e conecta a multidão dos doadores anônimos das chaves.

 

Em outro núcleo, Linhas da Vida apresenta trabalhos pautados no Corpo, tema que aparece desde os primórdios na criação de Shiota. São obras em que a artista investiga questões ligadas à identidade, memória, corpo, fragilidade e doenças.

 

"O trabalho de Shiota evolui a partir de uma dinâmica orgânica de fazer e criar. Nota-se aqui, que dentro de uma mesma temática, há uma abrangência de obras distintas, como filmes resultantes de performances intimistas, tendo a artista como única protagonista em um relato pessoal, objetos compostos de roupas, que na perspectiva de Shiota existem como uma segunda pele humana a carregar em si os traços e vestígios da experiência humana e memória aí vivenciada, ou ainda objetos de vidro representando órgãos do corpo humano sãos ou dilacerados. Estes gestos e objetos artísticos referem-se à vida humana de forma geral", finaliza a curadora.

 

No decorrer do período expositivo, o público pode participar de atividades gratuitas no Espaço de Convivência do Programa CCBB Educativo - Arte e Educação conduzidas por educadores do centro de arte e tecnologia JA.CA, mediante agendamento prévio de forma individual ou em grupos com número limitados de participantes, sempre seguindo as medidas de segurança sanitária. O objetivo é proporcionar aos visitantes um diálogo com algumas das características da obra de Shiota e de questões tangentes aos processos de criação, como espaço, memória e identidade.

 

Apoiadora da mostra, a Pingouin Fios cedeu mais de quatro mil novelos de lã, que foram utilizados pela artista na implantação da obra Além da Memória. O material também será usado pelo público nas atividades educativas paralelas à mostra. A exposição ainda conta com apoio da Livelo e da BB DTVM nas itinerâncias por Brasília e Rio de Janeiro.

 

Sobre a artista

 

Nascida em Osaka, em 1972, Chiharu Shiota atualmente vive em Berlim. Sua inspiração muitas vezes brota de uma emoção ou experiência pessoal, que ela então expande para questões humanas universais, como a vida, a morte e as relações entre os indivíduos. A artista redefine os conceitos de memória e consciência, reunindo objetos corriqueiros, como sapatos, chaves, camas, cadeiras e vestidos, e inserindo-os em enormes estruturas feitas de fios. Explora em suas instalações a sensação de uma "presença na ausência", mas também apresenta emoções intangíveis em suas esculturas, em seus desenhos, vídeos de performances, nas telas e fotografias. Em 2008, recebeu o Prêmio de Incentivo aos Novos Artistas, do Ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão. Seus trabalhos têm sido expostos em mostras individuais em instituições de todo o mundo, como: Museu de Arte Mori, Tóquio (2019); Gropius Bau, Berlim (2019); Galeria de Arte do Sul da Austrália (2018); Parque de Esculturas de Yorkshire, Reino Unido (2018); Usina de Arte, Xangai (2017); K21 KunstsammlungNordrhein-Westfalen, Düsseldorf (2015); Galeria Arthur M. Sackler da SmithsonianInstitution, Washington DC (2014); Museu de Arte de Kochi (2013); Museu Nacional de Arte, Osaka (2008), entre outros. Também participou de várias exposições internacionais, como o Festival Internacional de Arte de Oku-Noto (2017); a Bienal de Sydney (2016); a Trienal de Arte de Echigo-Tsumari (2009) e a Trienal de Yokohama (2001). Em 2015, Shiota foi escolhida para representar o Japão na 56a Bienal de Veneza.

 

Sobre a curadora

 

Tereza de Arruda é mestre em História da Arte, formada pela Universidade Livre de Berlim. Vive desde 1989 entre São Paulo e Berlim. Como resultado de um acompanhamento contínuo da produção de ChiharuShiota nos últimos anos, foi curadora de diversas exposições da artista, entre elas a sua primeira mostra retrospectiva realizada na Alemanha, UndertheSkin, na Kunsthalle Rostock (2017), acompanhada da monografia publicada pela editora HatjeCantz; a mostra coletiva In your Heart/In your City, com a participação de ChiharuShiota, TakafumiHara, TatsumiOrimoto e Yukihiro Taguchi, no KøsMuseumofArt in PublicSpaces, na Dinamarca (2016), assim como a primeira mostra individual de ChiharuShiota na América Latina, realizada no Sesc Pinheiros, em São Paulo (2015). Foi curadora da mostra 50 Anos de Realismo - Do Fotorrealismo à Realidade Virtual, realizada no CCBB São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro (2018/2019), além da mostra Índia - Lado aLado, no CCBB Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília (2011/2012). Como curadora independente, colabora internacionalmente com diversas instituições e museus na realização de mostras coletivas ou monográficas, como Ilya e EmiliaKabakov: Two Times, no Kunsthalle Rostock (2018) ou SigmarPolke - The Editions, no Me CollectorsRoom Berlin (2017) e no Museu de Arte Assis Chateaubriand de São Paulo (MASP) (2011). Desde 2016 é curadora associada da Kunsthalle Rostock. Em 2018, tornou-se conselheira do programa de residência da Fundação Reinbeckhallen em Berlim. É curadora convidada e conselheira da Bienal de Havana desde 1997 e co-curadora da Bienal Internacional de Curitiba desde 2009. http://(www.p-arte.com).

 

Serviço:

Linhas da Vida, exposição de ChiharuShiota

Em cartaz: até 19 de abril de 2021

Local: Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB Rio de Janeiro

Endereço: R. Primeiro de Março, 66 - Centro, Rio de Janeiro - RJ

Funcionamento: de quarta a segunda (exceto terças), das 12h às 18h, mediante agendamento prévio no site Eventim - www.eventim.com.br

Site: bb.com.br/cultura

Redes Sociais: Facebook: facebook.com/ccbb.rj | Instagram:@ccbbrj

Entrada gratuita, mediante a retirada de ingressos na bilheteria

Classificação: Livre

 

 

 

a4&holofote comunicação

Ane Tavares - anetavares@a4eholofote.com.br

Laura Jabur - laurajabur@a4eholofote.com.br

Neila Carvalho - neilacarvalho@a4eholofote.com.br

 

Assessoria de Imprensa do CCBB RJ

Bianca Mello - biancamello@bb.com.br

 

Imagens de divulgação: http://flic.kr/s/aHsmSDLiMM

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