A CONFERÊNCIA FOI REALIZADA NO MUSEU
CASA CASIMIRO DE ABREU, EM BARRA DE SÃO JOÃO – RJ, EM 04 DE JANEIRO DE 2023.
A acadêmica Márcia Pessanha é convidada para fazer a importante palestra sobre Casimiro de Abreu durante a cerimônia em homenagem ao poeta Casimiro de Abreu promovida pelo Museu Casa Casimiro de Abreu. A Homenagem ao renomado autor teve o apoio cultural da Fundação Cultural Casimiro de Abreu e da Prefeitura de Casimiro de Abreu.
Casimiro de Abreu é Patrono das Academias: Fluminense, Niteroiense e Cenáculo. A palestrante Márcia Pessanha representou as três instituições acadêmicas de nossa cidade.
UM POUCO SOBRE CASIMIRO DE ABREU
Casimiro José Marques de Abreu nasceu em Indaiaçu - Barra de São João - RJ, em 4 de janeiro de 1839 e faleceu em Nova Friburgo-RJ, em 18 de outubro de 1860 foi um poeta brasileiro da segunda geração do romantismo. Filho do fazendeiro português José Joaquim Marques de Abreu e de Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira de Barra de São João, viúva do primeiro casamento. Com José Joaquim ela teve três filhos, embora nunca tenham sido oficialmente casados. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, localizada na Serra do Macaé anteriormente localizada no território de Nova Friburgo hoje em Casimiro de Abreu, propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte do seu primeiro marido, de quem não teve filhos.
A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, era ao tempo território de Macaé e hoje distrito do município que leva seu nome, e também chamado "Casimiro de Abreu", foi batizado na igreja da localidade por isso a homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freese, dos onze aos treze anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem aos estudos.
Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave Maria".
Em Lisboa, foi representado seu drama
Camões e o Jau em 1856, que foi publicado logo depois. Seu poema mais famoso:
MEUS OITO ANOS
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
OBRAS DE CASIMIRO DE ABREU
Carta de Casimiro de Abreu para o seu
pai.
Fora da Pátria, prosa, (1855)
Minha Mãe, poesia, (1855)
Rosa Murcha, poesia, (1855)
Saudades, poesia, (1856)
Suspiros, poesia, (1856)
Camões e o Jau, teatro, (1856)
Meus Oito Anos, poesia, (1857)
Longe do Lar, prosa, (1858)
Treze Cantos, poesia, (1858)
Folha Negra, poesia, (1858)
Primaveras, poesias, (1859)
Poesias e prosas
As Primaveras, poesias, prosas e
textos de outros sobre o autor então recentemente falecido (1860)[6]
Prosa
Carolina, romance, (1856)
A Cabana (1858)
A Virgem Loura, prosa poética
Teatro
Camões e o Jau (1857)
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