“Espero que essas pequenas pedrinhas literárias
do jogo de minhas análises formem
um mosaico da escrita brasileira útil
aos apreciadores da nossa Literatura.”
— Dalma Nascimento
Dalma Nascimento, com sua verve sensível e olhar de águia sobre a palavra, entrega ao público mais uma joia editorial: o volume 2 de Prefácios & Posfácios Abraçados, lançado em 2025 pela H. P. Comunicação, sob os cuidados do expressivo e competente editor Paulo França. A obra, que reúne em suas 146 páginas um verdadeiro abraço de saber e afeto, representa muito mais do que prefácios e posfácios: é uma travessia poética e crítica pelos territórios da literatura contemporânea, iluminada por nomes que ressoam com força, do lirismo ao ensaio, do teatro à crônica, do erótico ao sagrado.
Ao costurar com elegância e profundidade as aberturas e os encerramentos de obras tão diversas, Dalma transforma a função do prefácio em uma arte — arte de enlaçar palavras, acolher sentidos e aquecer a leitura com sua assinatura generosa.
Dalma Braune Portugal do Nascimento é uma presença luminosa e determinante na história intelectual e literária do Brasil. Sua trajetória atravessa universidades, congressos, publicações, prêmios e palcos culturais com a autoridade silenciosa de quem construiu, com rigor e paixão, um legado de pensamento, crítica e generosidade intelectual. Professora, escritora, ensaísta e leitora das mais aguçadas, Dalma representa uma das grandes arquitetas da palavra no Brasil — tanto no ofício de ensinar quanto no gesto de abraçar literariamente os autores que leu, prefaciou, analisou e valorizou ao longo de décadas. Sua vida acadêmica e sua produção ensaística refletem uma inteligência rarefeita, uma sensibilidade ativa e um amor incondicional à Literatura.
Este volume sequencial, que se desdobra como um colar de pérolas literárias, é também um tributo à diversidade da criação, à escuta atenta e ao respeito pela voz de cada autor e autora que compõe este caleidoscópio de estilos e temas.
PERCORRENDO OS ABRAÇOS:
Beatriz Dutra abre o caminho com Meus poemas mais amados, onde Dalma costura os sentimentos da autora com fios de emoção e memória.
Dyandreia Portugal nos oferece Reconstruindo castelos de areia, e a prefaciadora mergulha nas marés do tempo e da resiliência.
Eduardo F. Coutinho, com Rompendo barreiras, encontra em Dalma a ponte crítica ideal entre literatura brasileira e hispano-americana.
Idalina Andrade Gonçalves é acolhida em sua trilogia de saberes — Palavras, Música, Arte.
Juçara Valverde aparece em duas obras, onde Nas dobras do tempo e Amor tardio? são tratados com o afeto da leitura atenta.
Karla Júlia Dallale entrega Recantos dos versos íntimos, e Dalma responde com um olhar delicado sobre a alma feminina.
Mauro Carreiro Nolasco, em sua peça O Auto da Comadre Cida, é apresentado com entusiasmo e erudição, em diálogo com Suassuna.
Mariúza Peralva, em sua Metamorfose criativa, é revelada em sua potência transformadora.
Márcia Barroca desvela a chama rubra do erotismo celta, e Dalma dança entre véus e verdades poéticas.
Maria Laurinda de Souza, em diálogo com as aquarelas de Ada Morgenstern, nos lembra que imagem e palavra podem se abraçar.
Norma Guilhon, com seus Fragmentos de vida, é acolhida no gesto de quem sabe ler entre os silêncios.
Uyára Schiefer, com suas Cirandas poéticas e crônicas, fecha o volume com leveza e encantamento.
Dalma Nascimento não escreve apenas prefácios e posfácios. Ela estende pontes entre o leitor e a obra, entre o invisível e a memória, entre o que se escreve e o que se sente. Temos uma coletânea que vai muito além da crítica: é um gesto de afeto literário, de escuta atenta e de reconhecimento sensível ao trabalho de autoras e autores que, embora muitas vezes ignorados pela grande mídia, produzem literatura de alta relevância e beleza.
Com 146 páginas e organização delicada, este segundo volume dá continuidade ao projeto iniciado com o primeiro – uma homenagem póstuma a autores que deixaram legado precioso. Agora, Dalma volta seu olhar e sua pena para os que seguem vivos e atuantes no cenário literário contemporâneo. Com sua escrita clara, envolvente e ensaística, a autora compõe o que ela mesma define como “pedrinhas literárias”, criando um mosaico de vozes e estilos, todos entrelaçados pela sua leitura crítica amorosa.
Este volume é composto por prefácios e posfácios dedicados a nomes que vibram na atual literatura brasileira. Dalma não apenas apresenta obras – ela acolhe, interpreta, e eleva cada escrita com a elegância de quem sabe ler com o coração e com a mente.
A sequência inicia com a sensível e filosófica voz poética de Beatriz Dutra (Meus poemas mais amados), passa pela reconstrução simbólica de Dyandreia Portugal, os ensaios literários de Eduardo F. Coutinho, o hibridismo artístico de Idalina Andrade Gonçalves, e os mergulhos duplos em Juçara Valverde, tratando do tempo e do amor.
Karla Júlia Dallale nos traz seus versos íntimos, Mauro Carreiro Nolasco dialoga com Ariano Suassuna em sua peça, Mariúza Peralva se reinventa em metamorfose, enquanto Márcia Barroca acende a chama rubra do erotismo céltico com poesia corajosa e libertária.
Maria Laurinda de Souza, em parceria com as aquarelas de Ada Morgenstern, nos apresenta uma simbiose de arte e palavra, seguida dos fragmentos de alma de Norma Guilhon e das cirandas delicadas de Uyára Schiefer. Ainda aparecem, em notas finais, Sérgio Barradas Carneiro e Olívia Barradas, cujos prefácios aguardam publicação.
Dalma revela que a tônica do amor – em suas variadas formas – é o fio condutor de muitos dos textos reunidos neste volume. Seja na ternura das palavras de Juçara Valverde, na intimidade poética de Karla Dallale, ou na poética mística e sensual de Marcia Barroca, o amor está presente como tema, essência e horizonte.
Aposentada da vida acadêmica, mas ativa como sempre na vida literária, Dalma Nascimento oferece aqui mais do que prefácios: ela entrega faróis de leitura. Seu trabalho é uma celebração do outro, um tributo à escrita brasileira viva e múltipla. Este livro é um documento afetivo e crítico, um repositório de cuidado e valorização literária.
Publicar esses textos, antes isolados em publicações avulsas, é também um ato de resistência: resistência à invisibilidade, ao esquecimento, e à superficialidade. Ao reunir essas análises em dois volumes, Dalma eterniza seu gesto de reconhecimento e abre novos caminhos para leitores e estudiosos da nossa literatura.
Ler este volume é vivenciar o gesto generoso da escuta ativa. Dalma Nascimento, que há décadas honra a literatura com sua crítica iluminada e sua sensibilidade poética, constrói aqui não só uma coletânea, mas um mosaico da alma literária brasileira. Cada prefácio é uma celebração. Cada posfácio, um sussurro de gratidão.
Prefácios & Posfácios Abraçados – Volume 2 é um convite à ternura crítica, à partilha do saber, e sobretudo à beleza de reconhecer a grandeza do outro. Que alegria ver nossa mestra Dalma continuar esse caminho com passos firmes, envolventes e luminosos.
DALMA NASCIMENTO – A SENHORA DOS PREFÁCIOS E DAS PALAVRAS PLENAS
Dalma Braune Portugal do Nascimento é uma das mais respeitadas vozes da crítica literária brasileira contemporânea. Professora universitária, escritora, ensaísta e pesquisadora de vasta produção intelectual, formou-se em Letras (Português-Francês) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com mestrado, doutorado e especialização em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde lecionou por décadas. Interrompeu temporariamente seu pós-doutorado em virtude da pandemia, sob a orientação do professor Eduardo F. Coutinho, pesquisando as manifestações mítico-poéticas na obra de Nélida Piñon.
Com trajetória marcada pela excelência acadêmica, Dalma foi também professora de Literatura Brasileira na Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde conquistou o primeiro lugar em concursos nas três disciplinas que lecionou: Literatura Brasileira, Teoria Literária e Língua Portuguesa. Lecionou ainda na Faculdade Severino Sombra, em Vassouras, exercendo a chefia do Departamento de Letras por diversas gestões.
É autora de dezenas de livros, entre os quais se destacam Antígonas da Modernidade, Das neblinas e das colheitas de um memorial, Charles Baudelaire: um avatar da lírica moderna, Brocéliande: a floresta encantada dos celtas, Conversas com Nélida e o recente projeto em dois volumes Prefácios & Posfácios Abraçados, nos quais oferece sua leitura crítica e sensível sobre obras de autores vivos e in memoriam. Organizou ainda coletâneas temáticas como Tempo Mítico e Poder e Política.
Dalma Nascimento é referência incontornável nos estudos sobre Nélida Piñon, tendo sido responsável pela Fortuna Crítica da escritora e coordenadora de projetos de pesquisa na Fundação Biblioteca Nacional e no CNPq, com ênfase em Memória e Idade Média.
Suas conferências, já ultrapassando o número de duzentas, foram apresentadas em prestigiadas universidades e instituições no Brasil, na França, na Galícia, nos Estados Unidos, em Portugal e no México — onde, em 2017, representou o Brasil na Feira Internacional do Livro de Guadalajara. Em 2019, integrou o estande oficial brasileiro na Feira Internacional do Livro de Lisboa.
É pesquisadora do Centro de Estudos Afrânio Coutinho, na Faculdade de Letras da UFRJ, atuando nos Grupos de Estudos Comparados de Literatura e Cultura. Publica ensaios no exterior, como em Brazilian Literature as World Literature (Bloomsbury, EUA), na revista Correntes d’Escritas (Portugal) e na revista Passages de Paris (França).
Dalma coleciona honrarias como a Comenda IFEC de Cultura, a Medalha Joaquim Norberto da UBE-RJ, a Rosa de Píndaro (principal prêmio da UBE-RJ), e a Medalha Oskar Nobiling de Mérito Linguístico da Sociedade Brasileira de Língua e Literatura. Foi eleita Intelectual do Ano de 2019 pelo Instituto Interamericano de Fomento à Educação, Cultura e Ciência.
É membro do Pen Clube do Brasil desde 1982 e integra instituições como a Academia Niteroiense de Letras, União Niteroiense de Escritores, Academia Barrense de Letras e diversas entidades internacionais de arte e literatura.
Dalma Nascimento é, sobretudo, uma mulher de palavras que atravessam o tempo. Sua escrita, rigorosa e sensível, constrói pontes entre o acadêmico e o poético, o clássico e o contemporâneo, fazendo da crítica um gesto de escuta, partilha e afeto. Um nome que honra, inspira e permanece.
Mais do que títulos, cargos, prêmios ou publicações, Dalma Nascimento é memória viva da literatura brasileira. Sua escrita pulsa como uma ponte entre o clássico e o contemporâneo, entre o rigor acadêmico e a ternura poética. Ao mesmo tempo erudita e afetiva, sua contribuição transcende os muros da universidade e chega ao coração da cultura nacional — como uma guardiã das letras, das ideias e dos autores muitas vezes esquecidos. Em cada prefácio que escreve, em cada conferência que profere, em cada análise que costura, Dalma semeia permanência. Sua obra é um gesto contínuo de generosidade crítica, um espelho da inteligência emocional, estética e ética que ela representa. Celebrá-la é reconhecer uma das grandes mestras do nosso tempo.
© Alberto Araújo
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