quinta-feira, 7 de agosto de 2025

ELOS INTERNACIONAL — UM PATRIMÔNIO DA AMIZADE LUSÍADA - 66 ANOS DE MÃOS DADAS PELO MUNDO LUSÓFONO

(CLICAR NA IMAGEM PARA VER O VÍDEO)

Celebrar o dia 08 de agosto em que o Elos Internacional comemora os 66 anos de existência é celebrar um ideal que atravessou mares, tempos e gerações. É reverenciar a força de um elo que une culturas, histórias e corações de todos os povos que falam a língua portuguesa. O Elos Internacional da Comunidade Lusíada é mais que uma instituição: é um fanal que ilumina a fraternidade, a solidariedade e a identidade cultural lusófona. 

Fundado em 1959, na Prainha de São Vicente (SP), pelo médico Eduardo Dias Coelho e um grupo de amigos visionários, o Elos nasceu com um propósito claro: estreitar os laços fraternos entre os povos unidos pela língua portuguesa. O sonho, que poderia caber numa sala de reuniões, rapidamente se expandiu pelo Brasil e pelo mundo, alcançando Portugal, Angola, Moçambique e outras nações de expressão lusófona.

Do encontro simples, nasceu o Elos Clube, com o símbolo de dois ramos de oliveira entrelaçados, lembrando que a paz e a união são frutos de mãos que se estendem. Essa semente germinou e, em 1962, durante a primeira Convenção em Santos, transformou-se na Federação Elos Internacional da Comunidade Lusíada. Desde então, a instituição preserva a língua portuguesa, valoriza as tradições e cultiva o espírito humanista que define o mundo lusófono. 

Hoje, sob a liderança de Matilde Carone Slaibi Conti, o Elos mantém viva a arte de aproximar culturas e pessoas, promovendo encontros, convenções e gestos de solidariedade que reafirmam sua vocação universal. Em 2015, a importância dessa trajetória foi reconhecida pela Lei Federal nº 13.108, que oficializou o 8 de agosto como o Dia Nacional do Elos Internacional da Comunidade Lusíada. 

Mais que uma instituição, o Elos é um abraço que atravessa continentes, um canto de amizade que ecoa em todos os portos onde o português é falado. É a prova viva de que a língua que nos une é também a casa onde todos cabem e se reconhecem. 

Parabéns, Elos Internacional!

Que sua caminhada siga sempre… de mãos dadas pelo mundo lusófono.

 











 

CHÁ COM DEBATE E LITERATURA NO ELOS CLUBE DE PETRÓPOLIS

No fim de tarde deste 08 de agosto em Petrópolis, e o aroma acolhedor do chá misturava-se à suavidade das palavras. No salão do Elos Clube de Petrópolis, sob a delicada e firme condução da presidente Rosina Bezerra de Melo, abriu-se um portal para o encantamento, não daqueles feitos de castelos e dragões, mas de ideias, memórias e olhares atentos.

Entre os presentes, brilhou a presença da presidente do Elos Internacional, Matilde Carone Slaibi Conti, e da Governadora do Distrito 8 do Elos Internacional, Márcia Pessanha, ladeadas por elistas que, juntos, compuseram uma roda fraterna de escuta e partilha. 

A palestra “Psicanálise dos Contos de Fadas”, inspirada na obra de Bruno Bettelheim, foi o fio de ouro que costurou a tarde. Cada história analisada parecia ganhar nova vida, revelando que os contos, por trás de suas tramas simples, carregam segredos que dialogam com a alma humana desde a infância. O livro Psicanálise dos Contos de Fadas, escrito por Bruno Bettelheim, é uma obra muito conhecida e apreciada por aqueles que se dedicam ao estudo da psicanálise, especialmente a psicanálise infantil e da literatura fantástica. Publicado pela primeira vez em 1976, este livro continua a ser uma referência essencial devido a sua proposta inaugural de analisar os contos de fadas segundo as fases do desenvolvimento infantil propostas por Sigmund Freud e seus contemporâneos na psicanálise. 

E assim, na Rua General Osório, 57, Sala 4, palavras e afeto se encontraram. Foi mais que um evento: foi um capítulo inesquecível da história cultural e humana do Elos, onde a amizade e a literatura provaram que, como nas melhores narrativas, sempre há espaço para a beleza e para a esperança.

 

Editorial

Alberto Araújo

Diretor de Cultura do Elos Internacional













ICARAÍ — A SENHORA DO MAR QUE HABITA A LUZ - UM CANTO AO MEU LUGAR ACOLHEDOR - @ ALBERTO ARAÚJO


(CLICAR NA IMAGEM E VEJA O VÍDEO)

ICARAÍ — A SENHORA DO MAR QUE HABITA A LUZ

Um Canto ao Meu Lugar acolhedor 

Hoje, quero falar com o coração aberto sobre o lugar que escolheu me acolher, e onde eu também me encontrei. Falo de Icaraí, este bairro que não é apenas endereço, mas abrigo de alma. Aqui, cada manhã parece nascer com mais luz, como se o sol também fosse morador antigo, abrindo as janelas do dia com carinho sobre a orla.

Há alguns anos, foi nesta paisagem que minha vida ganhou nova moldura.

Cheguei trazendo memórias do meu chão nordestino, das margens do Velho Monge, e aqui fui recebido com o mesmo calor de uma tarde luminosa à beira-mar. 

Desde então, vivo e respiro Icaraí — com alegria, com paz, com gratidão.

E é neste cenário que compartilho os dias com minha musa Shirley, companheira de sonhos e silêncios, presença que transforma cada instante em poesia. 

Juntos, caminhamos por essa pérola de Niterói, onde o mar conversa com o céu, as pedras contam histórias e a cidade pulsa com elegância e vida.

Icaraí é mais que bairro — é capítulo da minha existência.

E hoje, nesta homenagem singela, quero contar um pouco da história viva desse lugar que me fez novamente menino. 

Vamos juntos caminhar por suas origens, seus encantos e seu coração pulsante. 

HISTÓRIA VIVA DE ICARAÍ – ONDE O TEMPO ABRAÇA O MAR 

Icaraí nasceu do encontro entre a força ancestral e a beleza natural.

Muito antes de suas ruas ganharem nomes e suas esquinas florescerem em comércios elegantes, esse território — hoje símbolo de nobreza urbana — era lar dos bravos tupinambás, que habitavam a costa leste da Baía de Guanabara.

Ali, onde a água cantava em línguas indígenas e os peixes saltavam livres no leito do Rio Carahy, ecoava o som primeiro de uma terra fértil em encantos. 

O nome que hoje encanta e identifica o bairro — Icaraí — vem da língua tupi: ykará 'y, a "água dos peixes-acará". É um batismo poético, ecológico, ancestral. Ainda que o rio, hoje canalizado e quase esquecido sob o concreto moderno, já não cante como antes, o nome preserva a memória líquida da sua origem. 

A história de Icaraí começa a ganhar contornos urbanos quando, em 1568, a região foi doada ao indígena Arariboia, líder temiminó, como parte da Sesmaria dos Índios, um gesto que misturava diplomacia, conquista e espiritualidade.

Mais tarde, no século XIX, Icaraí passa a integrar a recém-criada Vila Real da Praia Grande, que viria a se tornar Niterói — nome que também vem do tupi e significa “água escondida”. Nesse tempo, a praia era apenas um extenso areal, cercado por pitangueiras, cajueiros e vegetação de restinga, cenário quase bíblico de pureza e liberdade. 

O povoamento efetivo só começa a se consolidar entre as décadas de 1840 e 1850. Daí em diante, o bairro nunca mais parou de crescer. 

No início do século XX, Icaraí começa a construir sua identidade como símbolo de elegância e cultura. Em 1916, surge o imponente Hotel Balneário Casino Icarahy, verdadeiro marco de glamour à beira-mar. 

Projetado por Luiz Fossati, foi palco de festas e encantamentos até que, com a proibição dos jogos no Brasil em 1946, o cassino encerra suas atividades. O edifício, porém, não desaparece: renasce como a Reitoria da Universidade Federal Fluminense, mantendo viva sua vocação para o saber e o encontro. 

Na mesma época, a praia se tornava cenário de lazer e esportes. Em 1937, um trampolim de concreto armado — ousadia arquitetônica de Fossati — foi erguido sobre o mar. Por décadas, foi símbolo do espírito leve e arrojado do bairro, até ser demolido em 1965 por questões de segurança. 

A partir da década de 1970, com a construção da Ponte Rio-Niterói, Icaraí consolida-se como um dos principais centros urbanos da cidade. A ponte não apenas aproximou geografias, mas também acelerou a modernização do bairro, que viu florescer uma rede de serviços sofisticada, com shoppings, clínicas, escolas, teatros, livrarias, cafés e restaurantes — tudo emoldurado por uma das orlas mais encantadoras do país. 

As pedras de Itapuca e do Índio, verdadeiros monumentos naturais, seguem guardando segredos e lendas. São mais que rochedos: são sentinelas do tempo, eternas testemunhas do vai-e-vem das marés e dos olhares apaixonados que atravessam as manhãs e os crepúsculos da praia.

 


HOJE, ICARAÍ PULSA COMO UM DOS BAIRROS MAIS NOBRES, BELOS E COSMOPOLITAS DE NITERÓI. 

Com seu comércio dinâmico, sua população diversa e suas ruas arborizadas, abriga um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano do estado. É também o bairro mais populoso da cidade, reunindo jovens, idosos, famílias e profissionais de todas as áreas, num convívio harmonioso entre o moderno e o tradicional. 

Mas o que faz de Icaraí mais que um bairro é seu espírito poético e vibrante.

É o calçadão onde todos caminham como se andassem por dentro de um quadro vivo. 

É o cheiro de mar misturado com o som de passos apressados.

É o pôr do sol que pinta a Baía de ouro e faz a cidade parecer eterna.

 


ICARAÍ NÃO É SÓ UM LUGAR NO MAPA

É um estado de alma.

É onde o passado abraça o presente e ambos repousam aos pés do mar. 

Há lugares que são mapas de poesia antes mesmo de nascerem em um nome. Icaraí é um desses. Não é apenas um bairro é uma entidade viva, uma senhora vestida de sol e brisa, com os pés molhados pelas ondas da Baía da Guanabara e os olhos voltados ao Cristo Redentor. O Bairro Icaraí caminha entre o urbano e o divino. Sabe ser elegante sem ser distante, sabe ser aconchego sem perder a imponência. Seus dias amanhecem como versos de Cecília e suas noites repousam com a paz dos cantos de Vinícius. 

No coração de Niterói, Icaraí é o verso mais bonito da cidade, onde a beleza não é vaidade, é vocação.

Icaraí não é apenas um bairro.

É uma mulher de sal e brisa,

que acorda todas as manhãs vestida de horizonte,

com os cabelos soprados pelo vento da Guanabara

e o olhar repousando no Cristo Redentor.

Ali onde o mar beija a cidade com delicadeza,

Icaraí nasce todos os dias com a elegância dos que sabem ser eternos.

Não ostenta, encanta.

Não grita, acolhe.

É presença suave, mas inesquecível, como perfume que mora na memória.

Filha da terra dos tupinambás, batizada por águas que um dia foram do peixe-acará,

guarda em seu nome a alma tupi que pulsa sob os passos modernos.

Seu passado caminha em silêncio sob os calçadões que agora recebem

os que correm, caminham, contemplam —

num balé urbano que mistura suor, poesia e mar.

Entre pedras que contam histórias — a de Itapuca, a do Índio —

e prédios que abraçam a vida em suas varandas abertas,

Icaraí se impõe como símbolo da sofisticação gentil,

da cultura vibrante, da educação que floresce em suas escolas,

da medicina que cura em seus centros de saúde,

e do comércio que pulsa como artéria viva da cidade.

Mas Icaraí vai além do que se vê.

Ela é alma coletiva, feita de idosos que caminham de mãos dadas com o tempo,

de jovens que sonham em seus colégios e cursos,

de artistas que encontram ali sua musa e seu palco,

de famílias que a escolhem como abrigo e promessa de futuro.

Seu corpo é a avenida Moreira César, sua pele é o calçadão dourado,

seu coração bate ao som das ondas que nunca se cansam.

E quando o sol se despede no fim da tarde,

é em Icaraí que ele escolhe repousar seus últimos raios,

transformando tudo em ouro,

como se dissesse: “aqui mora a beleza.”

Icaraí é poema em forma de paisagem.

É prosa com alma de mulher.

É o lar de quem busca mais do que um endereço —

é refúgio, é nobreza, é luz. 

© Alberto Araújo

 





MENSAGEM DE ANIVERSÁRIO – ALICE FONTANELLA PELA VOZ QUE ECOA CULTURA E EMOÇÃO - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL



SONETO PARA ALICE FONTANELLA

 

Nos véus da voz que canta o eterno agora,

Ecoa o céu nos tons da mezzo-soprano,

E o mundo, em sua pressa, se demora

Ao som da arte em timbre soberano.

 

Nas notas graves, há doçura e glória,

E nas agudas, brilho em céu aberto;

É como ouvir, na carne, a própria história

Do canto feito flor num peito aberto.

 

Alice é luz que pulsa entre as cortinas,

Encanto em cada gesto que desliza,

Silêncio em reverência às suas sinas...

 

E quando a música em seu corpo aterriza,

É Deus soprando em vozes tão divinas

Que a alma toda em júbilo suaviza.

 

© Alberto Araújo

 

07 de agosto! Alice Fontanella receba neste dia tão especial os nossos mais sinceros cumprimentos e votos de felicidade! Sua voz é mais que arte, é um dom, uma ponte entre o sentimento e a beleza do mundo. Continue cantando com a alma, inspirando corações e levando luz por onde passa. 

O Focus Portal Cultural celebra com alegria o aniversário de Alice Fontanela, Mezzo-soprano de talento singular, cuja voz transcende palcos e fronteiras, tocando os corações mais sensíveis e elevando a música a patamares sublimes. 

Sua trajetória artística é marcada por dedicação, sensibilidade e uma entrega apaixonada à arte lírica, encantando plateias e promovendo a cultura com excelência e sensibilidade. 

Neste dia especial, rendemos homenagem à artista e à mulher que, com sua presença generosa e seu canto magistral, contribui de forma inestimável para a valorização da música erudita e da cena cultural brasileira. 

Focus Portal Cultural se orgulha imensamente da sua presença em nossas páginas,

e da sua trajetória construída com talento, dedicação e sensibilidade.

Que novos palcos se abram, que novos aplausos floresçam,

e que a música siga sendo sua morada e missão. 

Que este novo ciclo traga ainda mais luz, saúde, inspiração e conquistas.

Parabéns, Alice Fontanela!

Continue sendo ponte entre o belo e o eterno.

Com admiração e votos de felicidades,

Focus Portal Cultural


ALICE FONTANELLA – A VOZ QUE HABITA OS SILÊNCIOS DA ALMA 

Uma biografia poética da mezzo-soprano que encanta corações com sua presença musical luminosa 

Há vozes que apenas se ouvem.

E há vozes que nos atravessam — como a luz atravessa o vitral, como a alma toca o invisível.

A mezzo-soprano Alice Fontanella pertence a essa última constelação: uma artista rara, que não apenas canta, mas consagra a música com o sopro profundo da emoção 

Natural de Niterói, cidade de mares e memórias, Alice iniciou seu percurso musical aos 14 anos, orientada pelo talentoso maestro e pianista Romeo Savastano, seu mentor e parceiro artístico. Desde então, dedica-se com afinco ao estudo da técnica vocal lírica e camerística, revelando uma musicalidade refinada, que já se fazia presente mesmo na juventude. 

Aos 15 anos, já encantava plateias em concertos memoráveis por diversos espaços culturais do Estado do Rio de Janeiro. Com uma voz grave, aveludada e profundamente expressiva, Alice brilhou no Salão Nobre do Teatro Municipal de Niterói, na Fundação Cultural Avatar, no Conservatório de Música de Niterói, entre outros. Seu repertório abarca desde árias operísticas até canções de câmara, transitando com elegância por diversos idiomas e estilos, com destaque para obras de Tchaikovsky, Bizet, Rachmaninoff, Villa-Lobos, Richard Strauss e Grieg. 

Sua busca por aprimoramento ultrapassou as fronteiras do país. Em 2015, foi a única brasileira selecionada para uma masterclass com a lendária soprano Montserrat Caballé, em Zaragoza, Espanha — um momento marcante e consagrador de sua formação internacional. No ano seguinte, em Milão, participou de um curso especial de repertório operístico com o professor Vittorio Terranova, diretor do prestigiado Conservatório Giuseppe Verdi. 

Em cada apresentação, Alice imprime sua marca: não apenas a técnica impecável, mas a entrega emocional, a profundidade interpretativa e a aura sutil que apenas os grandes artistas sabem oferecer. 

Em 2022, sua voz ressoou como contralto na intensa e sagrada obra Stabat Mater, de Pergolesi, durante o Concerto de Inverno da Orquestra Andante, realizado no Teatro Bruno Nitz, em Santa Catarina, mais uma prova de sua versatilidade e presença constante nos palcos nacionais.

Alice é dessas presenças que não se apagam.

Sua voz, carregada de alma, é ponte entre o humano e o sublime.

É música que permanece ecoando mesmo após o silêncio. 

Por isso, o Focus Portal Cultural tem orgulho imenso em tê-la como Foculista, presença constante e luminosa em nossas páginas culturais. Celebramos não apenas seu talento, mas sua contribuição generosa à arte, à cultura e à beleza do mundo. 

©Alberto Araújo

Focus Portal Cultural








 

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

A CENA DO ENCONTRO - DALMA NASCIMENTO, HOMERO E NÉLIDA PIÑON CRÔNICA DE ALBERTO ARAÚJO

Ao navegar pelas páginas virtuais do Facebook, às vezes somos surpreendidos por pequenos momentos de grande significado. Foi assim que me deparei com esta foto: Dalma Nascimento, a reconhecida professora e estudiosa, imersa na leitura de uma postagem sobre Homero, aquele nome ancestral que há milênios reverbera como um farol na história da literatura ocidental.


A imagem é silenciosa, mas cheia de vida. Dalma, envolta em seu manto de cores vibrantes, está diante da tela, atenta e serena, como quem contempla não apenas palavras, mas o tecido vivo da cultura que atravessa o tempo. O texto no monitor fala de Homero, do poeta cego que se tornou voz e memória da Grécia antiga, cuja obra alimentou não só a imaginação da humanidade, mas também o espírito inquieto de Nélida Piñon,  imortal da Academia Brasileira de Letras, que viu nas epopeias homéricas a chave para desvendar os mistérios da arte da palavra.


A força expressiva de Nélida Piñon encontra eco na dedicação de Dalma Nascimento, maior especialista em sua obra, que guardou e recriou a trajetória da escritora em cinco livros, consolidando-se como uma das mais importantes vozes no cenário cultural brasileiro. Essa conexão profunda entre o estudo rigoroso e a paixão pela literatura transforma o ato de ler em um ritual quase sagrado.


Homero, por sua vez, permanece como um símbolo da jornada humana,  do poeta que enxerga com os olhos da alma, do viajante que busca o lar e o sentido em meio ao caos. É nessa mesma viagem que Dalma e Nélida, cada uma a seu modo, nos convidam a navegar, aprendendo que a palavra é ponte e luz, herança e desafio.


Ao ver Dalma lendo esta postagem que compartilhei no Focus Portal Cultural, fui tomado por uma emoção que ultrapassa o tempo e o espaço: o poder da cultura viva, das palavras que constroem mundos, e das pessoas que dedicam suas vidas a preservá-las e ampliá-las.


Este instante simples, capturado na tela, é um tributo à arte, à memória e à força indômita daqueles que continuam a transformar o passado em presente e o presente em eternidade.


@Alberto Araújo


 

MENSAGENS:

Ana Maria Tourinho disse: Bom dia Malta Cultural! Bom dia Alberto, sua postagem  oferece uma reflexão rica e sensível sobre o encontro entre a tradição literária e a contemporaneidade, personificada na figura de Dalma Nascimento ao interagir com o legado de Homero e a obra de Nélida Piñon.  

A imagem é quase poética: nossa amada  professora, imersa em sua leitura, fazendo um laço entre o passado e o presente, enfatizando a vitalidade da literatura como um meio de conexão cultural. Mostra a importância do diálogo entre diferentes gerações de escritores.  Sua postagem Alberto, sugere que a verdadeira literatura transcende o tempo, sendo um espaço onde o conhecimento é preservado e reinterpretado. 

Dizes, "ritual quase sagrado" leva-nos a ideia de que a leitura e o estudo são atos de reverência à cultura, um tributo a aqueles que moldaram a linguagem e o pensamento. Você expressa emoção em seu texto e eu emociono com Dalma que sempre nos leva a reflexões sobre viver e escrever. 

O instante capturado é exemplo de amor e dedicação a arte literária, de que querer é poder, e Dalma quer, mesmo com dificuldades, por conta de saúde, está realizando intensamente e nos deliciando com suas belas produções, como seu recente Macunaíma, prestes a ganhar o mundo.  Dalma Nascimento, você me motiva a produzir, realizar, ler, viver a conexão constante entre o passado e o presente, e aprender cada vez mais. Obrigada por existires em minha vida. Obrigada Alberto amei ler teu texto neste amanhecer. Bjks. Ana Tourinho.

 


Olá, Ana Maria Tourinho, receber sua mensagem é como abrir um livro perfumado de sabedoria e afeto. Suas palavras são um tributo emocionado à beleza do que vivemos juntos como Malta Cultural, e ao mesmo tempo uma celebração da mestra Dalma Nascimento, essa intelectual que traça pontes vivas entre os tempos, os autores e os sentimentos. 

Fico profundamente tocado com sua leitura generosa do texto. Você captou com rara sensibilidade o espírito da cena: uma mulher que lê com os olhos do coração, conectando Homero a Nélida, a si mesma, e a todos nós. O instante torna-se eterno quando visto com esse olhar, o seu olhar. Dalma é realmente esse farol persistente que insiste em iluminar, mesmo nas tempestades. 

Seu Macunaíma é prova viva de que quando a alma quer, nem o corpo impõe limite. E é maravilhoso saber que ela inspira a todos e muito inspira você, Ana, mulher de palavra, de poesia e de realização. 

Gratidão pela companhia nesse caminho onde a cultura é alento, e a amizade é dádiva. Receba meu abraço fraterno e minha admiração constante. Seguimos juntos, entre livros, afetos e dias com cheiro de literatura. 

Abraços do Alberto Araújo



Márcia Pessanha disse: Dalma, a Dama da Cultura de Niterói,  que sempre nos encanta com suas publicações. Sapiência, visão poética apurada, estilo inconfundível, tudo  isso culminando em uma obra de sublime beleza. Merece  parabéns e calorosos aplausos, com toda nossa admiração e afeto. Márcia.



Presidente Márcia Pessanha, Maravilha! Suas palavras ressoam como um aplauso coletivo e justo àquela que reconhecemos como nossa Mestra: Dalma Nascimento, a inigualável Dama da Cultura de Niterói

Sua trajetória é um fanal que ilumina caminhos com sapiência, sensibilidade e uma visão poética rara. Dalma encanta não apenas com suas publicações, mas com sua presença firme e generosa no universo das letras. Seu estilo inconfundível e sua entrega à arte resultam numa obra de sublime beleza, digna de todos os parabéns e aplausos que pudermos oferecer. 

Receba, companheira nas letras, Márcia, minha gratidão por sempre destacar com tanta elegância os nomes que engrandecem nossa cultura. E à nossa Dalma, toda a minha admiração e afeto. 

Abraços do Alberto Araújo - Focus Portal Cultural.


 


HOMENAGEM A DULCE MATTOS - FELIZ ANIVERSÁRIO, RAINHA DOS OLHOS AZUIS!

Hoje, 06 de agosto é dia de celebrar a vida de Dulce Mattos, essa amiga de alma generosa, sorriso sereno e olhar que revela poesia. Carinhosamente chamada por todos nós de Rainha dos Olhos Azuis, senhora de um coração bondoso, firme na fé, leve na palavra e sempre presente nas ações que edificam.

SONETO À RAINHA DOS OLHOS AZUIS
(Para Dulce Mattos)

Rainha és, no olhar azul candura,
Senhora de um sorriso que ilumina,
Bondosa flor que espalha a doçura
Na arte que cultiva e na rima fina.
 

No Rotary, teu gesto se depura:
Dar de si é tua essência que fascina.
Em cada ação, tua alma se estrutura,
E a luz do bem em teu ser se destina.

No Focus brilhas com delicadeza,
Postando arte, cultura e poesia,
Com a leveza de quem tem nobreza.

Neste teu dia, é festa e alegria!
Teu nome é Dulce, teu dom é beleza,
Teu viver é um hino de harmonia.

© Alberto Araújo

O Focus Portal Cultural se curva diante da sua beleza de vida, sua dedicação às artes, à cultura e à construção de um mundo mais sensível. Membro atuante de várias instituições culturais, rotariana apaixonada e encarna com elegância o lema do Rotary: “Dar de si antes de pensar em si.” 

Seu compromisso com o bem comum inspira. Seu entusiasmo nas postagens culturais, artísticas e poéticas no nosso grupo Foculistas é luz que alimenta e movimenta. 

Dulce, que neste novo ciclo a vida a presenteie com saúde, encantos e muitos motivos para sorrir.

Parabéns pelo seu dia!

Recebe o nosso carinho, admiração e aplausos.

Você é um presente raro que a cultura nos deu.

Com afeto e gratidão,

Alberto Araújo

Focus Portal Cultural


(CARTÃO DIGITAL)



 

terça-feira, 5 de agosto de 2025

'AROUND THE WORLD' COM OBRAS DA ARTISTA PORTUGUESA JOANA VASCONCELOS NA CASA TRIÂNGULO



Mostra apresenta esculturas monumentais e instalações imersivas que dialogam entre mito e história contemporânea 

A visitação à exposição Around the World, individual da consagrada artista portuguesa Joana Vasconcelos, na Casa Triângulo termina neste sábado, 09 de agosto. A mostra reúne obras inéditas no Brasil de uma das vozes mais influentes da arte contemporânea internacional, reafirmando sua capacidade única de transformar materiais cotidianos em esculturas de forte impacto visual e poético. 

As obras em exibição na Casa Triângulo são um desenvolvimento do projeto executado em parceria inédita com a Maison Dior, no qual a artista criou uma escultura têxtil monumental para o desfile da coleção Outono-Inverno 2023/2024, denominada Valquíria Miss Dior. Naquele momento, foram utilizados 20 tecidos fornecidos pela marca. Explorando os mesmos materiais, Vasconcelos desdobrou esse universo em novas obras que dialogam entre o artesanal e o tecnológico, o simbólico e o sensorial. 

Sala Principal: Valkyrie Léonie 

Com 3,51 metros de altura, 7,29 metros de largura e 7,52 metros de profundidade, Valkyrie Léonie é uma escultura monumental suspensa que integra a icônica série das Valquírias, desenvolvida por Joana Vasconcelos desde 2004. A série constitui uma reinterpretação profunda e contemporânea do mito nórdico das valquírias — virgens guerreiras encarregadas de conduzir os heróis caídos em batalha até Valhalla. As esculturas, de contornos enigmáticos, fundem elementos têxteis e tecnológicos, revelando uma linguagem visual que transita entre o universo mitológico e a história contemporânea. 

A manipulação magistral de tecidos, crochê, bordados e luzes por Vasconcelos resulta em composições escultóricas de forte presença física e simbólica. Em Valkyrie Léonie, o uso dos tecidos Dior — com padrões florais e texturas sofisticadas — ganha força narrativa ao evocar a figura de Ginette Dior (também conhecida como Catherine ou Miss Dior), florista e resistente política durante a Segunda Guerra Mundial, cuja memória ressoa na obra através da matéria. 

A escultura recebe ainda o nome de Léonie La Fontaine, feminista e pacifista belga, ampliando a homenagem às mulheres que marcaram a história por sua força e delicadeza. Valkyrie Léonie se desdobra no espaço como um organismo têxtil e vibrante, com braços tentaculares que envolvem o ambiente e convidam à imersão. É uma presença coreográfica e monumental, que transforma o espaço da galeria em um território de encontro entre corpo, memória e matéria. 

Sala 2: 

Na sala 2, três esculturas suspensas que exploram o potencial poético da suspensão, do gesto e da leveza. Compostas também por tecidos Dior trabalhados artesanalmente, as gotas têxteis evocam o movimento da água, instaurando uma atmosfera lírica e silenciosa. Menores em escala, mas igualmente ricas em detalhe, as obras prolongam a linguagem escultórica de Vasconcelos, propondo um contraponto contemplativo à exuberância da sala principal. 

Joana Vasconcelos: Around the World reafirma o lugar da artista como uma das mais relevantes da arte contemporânea, capaz de transformar materiais simbólicos e cotidianos em esculturas de forte impacto sensorial, poético e político. Entre o monumental e o íntimo, entre a mitologia e o presente, a exposição convida o público a uma experiência onde arte, história e imaginação se entrelaçam. 

Sobre a artista

Com cerca de 30 anos de carreira, Joana Vasconcelos é reconhecida mundialmente por suas esculturas monumentais e instalações imersivas, que questionam temas como o papel da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva. Sua trajetória inclui feitos históricos, como ser a primeira mulher a expor no Palácio de Versalhes (2012) e a primeira artista portuguesa a realizar individuais no Guggenheim de Bilbao (2018), nas Galerias Uffizi e no Palácio Pitti, em Florença (2023), ao lado de mestres como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Caravaggio e Botticelli. 

A projeção da carreira internacional começou em 2005 com A Noiva, apresentada na primeira Bienal de Veneza com curadoria inteiramente feminina. Desde então, participou outras três vezes do evento, sendo destaque em 2013 ao comandar o Trafaria Praia, o primeiro pavilhão flutuante da história da Bienal, representando Portugal. Em 2012, tornou-se a artista mais jovem e a primeira mulher a expor no Palácio de Versalhes — sua mostra foi a mais visitada na França em 50 anos, com um recorde de 1,6 milhão de visitantes.

 

SERVIÇO:

Joana Vasconcelos: Around the World

Visitação: até  09 de agosto de 2025

Local: Casa Triângulo

Endereço: Rua Estados Unidos 1324, Jardins/São Paulo

Horário de funcionamento: de segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h

Telefone: (11) 3167-5621 | www.casatriangulo.com   info@casatriangulo.com

Entrada gratuita