quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

CARTA ABERTA DO FOCUS PORTAL CULTURAL À UNIVERSIDADE DOS AÇORES PERANTE A ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE DOUTORA HONORIS CAUSA À ESCRITORA LÍDIA JORGE


CARTA ABERTA DO FOCUS PORTAL CULTURAL À UNIVERSIDADE DOS AÇORES

À Magnífica Reitoria da Universidade dos Açores, 

Quando a literatura se torna ponte entre gerações e territórios, o gesto de homenagear uma escritora como Lídia Jorge transforma-se em ato cultural de rara grandeza. É nesse espírito que o Focus Portal Cultural se dirige à Universidade dos Açores para celebrar a atribuição do título de Doutora Honoris Causa.

A decisão de conceder a Lídia Jorge o título de Doutora Honoris Causa não é apenas uma distinção acadêmica. É um gesto que consagra a palavra como força vital da cultura. A Universidade dos Açores, ao reconhecer a obra desta autora, reafirma que a literatura é mais do que arte: é memória, é resistência, é diálogo entre tempos e lugares. 

Desde O Dia dos Prodígios, publicado em 1980, a escritora inaugurou uma nova forma de narrar o Portugal pós-revolucionário. Sua escrita, marcada pela atenção ao detalhe e pela coragem de enfrentar temas complexos, tornou-se referência incontornável da literatura contemporânea. 

O título de Doutora Honoris Causa distingue não apenas a criadora de mundos literários, mas também a cidadã que, através da palavra, se compromete com os dilemas da sociedade. Lídia Jorge escreve para iluminar zonas de sombra, para dar voz aos silenciados, para questionar desigualdades. 

Cada obra sua é um convite à reflexão sobre identidade, memória e responsabilidade coletiva. Ao homenageá-la, a Universidade dos Açores reconhece que a literatura pode ser também uma forma de cidadania ativa. 

Num tempo em que a velocidade ameaça a profundidade, a obra de Lídia Jorge ergue-se como resistência. Seus romances e ensaios exploram os dilemas da modernidade, a fragilidade das relações humanas e a urgência de preservar valores éticos. 

A palavra, em sua escrita, não é mero ornamento: é ferramenta de transformação. É ponte entre indivíduos e comunidades, capaz de despertar consciência e de criar laços. 

A cerimônia de atribuição do título, transmitida ao vivo, foi mais do que um ato institucional. Foi um rito cultural que se inscreve na história da academia portuguesa. Ao distinguir Lídia Jorge, a Universidade dos Açores reafirma o papel da universidade como guardiã da cultura e promotora de diálogo entre saberes. 

Este gesto é exemplo de valorização da literatura como campo de conhecimento essencial para compreender o mundo. A obra de Lídia Jorge é vasta e premiada, mas o que mais se destaca é sua capacidade de permanecer atual. Cada livro dialoga com o presente, mesmo quando revisita o passado. 

Em A Costa dos Murmúrios, a autora revisita a guerra colonial, expondo suas feridas e memórias. Em Os Memoráveis, reflete sobre a Revolução dos Cravos e sobre o modo como a memória coletiva molda o futuro. Em O Vento Assobiando nas Gruas, aborda as tensões sociais e afetivas da contemporaneidade.

Esses exemplos mostram como sua literatura é testemunho de uma época e, ao mesmo tempo, convite à reflexão sobre o que nos torna humanos. 

O impacto da obra de Lídia Jorge não se limita ao espaço lusófono. Traduzida em várias línguas, sua escrita dialoga com tradições literárias de outros países. Há ecos de García Márquez na forma como o real e o fantástico se entrelaçam em O Dia dos Prodígios. Há proximidade com Toni Morrison na maneira como memória e identidade se tornam instrumentos de denúncia e de reconstrução. 

Na França, sua obra foi recebida como parte de uma literatura que reflete sobre a pós-colonialidade, aproximando-se de autores africanos e caribenhos. Na Alemanha, críticos destacaram sua capacidade de narrar a transição política portuguesa com a mesma densidade que Günter Grass ofereceu à história alemã. 

Este reconhecimento internacional mostra que Lídia Jorge não é apenas uma escritora portuguesa: é uma voz global, capaz de dialogar com diferentes tradições e de iluminar dilemas universais.

O Focus Portal Cultural considera que esta homenagem é também um gesto pedagógico. Ao distinguir uma escritora, a Universidade dos Açores ensina que a cultura é parte essencial da formação humana. Ensina que a literatura não é apenas entretenimento, mas sim uma forma de conhecimento que nos ajuda a compreender o mundo e a nós mesmos. 

Este título é, portanto, uma lição de cidadania cultural. Ele mostra que a academia pode e deve dialogar com a arte, reconhecendo que ambas são fundamentais para a construção de uma sociedade mais consciente e solidária. 

Por tudo isto, o Focus Portal Cultural manifesta seus aplausos à Universidade dos Açores. Gratidão por reconhecer o valor da literatura. Gratidão por celebrar a obra de Lídia Jorge. Gratidão por mostrar que a academia pode ser espaço de encontro entre saberes, entre gerações e entre culturas. 

Este gesto é, para nós, motivo de orgulho e inspiração. Ele reforça a importância de continuar a promover a cultura, a literatura e o diálogo entre diferentes formas de conhecimento. 

A decisão da Universidade dos Açores de conceder o título de Doutora Honoris Causa a Lídia Jorge é um marco na história cultural portuguesa. É um gesto que honra não apenas a escritora, mas também todos aqueles que acreditam na força da palavra como instrumento de transformação.

O Focus Portal Cultural, ao dirigir esta carta aberta, deseja que este reconhecimento inspire outras instituições, outros leitores e outros cidadãos a valorizar a literatura e a cultura como elementos essenciais da vida em sociedade. 

Que a obra de Lídia Jorge continue a iluminar caminhos, a despertar consciências e a lembrar-nos do que nos torna humanos.

Com elevada consideração, 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural
















 

LÍDIA JORGE - A HONRA DE UMA VIDA DEDICADA À PALAVRA

No dia 10 de dezembro, a Universidade dos Açores concedeu à escritora Lídia Jorge o título de Doutora Honoris Causa, um reconhecimento que ultrapassa os limites da academia e se inscreve na história cultural de Portugal. Mais do que uma cerimônia protocolar, este gesto simboliza a celebração de uma trajetória literária marcada pela coragem, pela sensibilidade e pela capacidade de traduzir em palavras as inquietações de uma época. 

Lídia Jorge é uma das figuras centrais da literatura contemporânea portuguesa. Desde os anos 1980, quando publicou O Dia dos Prodígios, sua escrita se destacou por romper com convenções e por dar voz às transformações sociais que emergiam após a Revolução dos Cravos. A sua obra não se limita ao território nacional: foi traduzida em diversas línguas e conquistou leitores em diferentes continentes, tornando-se ponte entre culturas e sensibilidades.

O título de Doutora Honoris Causa não se restringe ao mérito literário. Ele reconhece também a dimensão cidadã de Lídia Jorge. Ao longo das décadas, sua escrita tem sido uma forma de intervenção no mundo, um modo de questionar desigualdades e de iluminar os espaços onde a dignidade humana é posta à prova. A autora não se limita a narrar histórias; ela convoca reflexões sobre memória, identidade e responsabilidade coletiva. 

Em tempos de incerteza, a literatura de Lídia Jorge funciona como resistência. Seus romances e ensaios exploram os dilemas da modernidade, a fragilidade das relações humanas e a necessidade de preservar valores éticos. A palavra, em sua obra, não é mero instrumento estético: é ferramenta de transformação, capaz de despertar consciência e de criar laços entre indivíduos.

Ao conceder-lhe o título de Doutora Honoris Causa, a Universidade dos Açores reafirma o papel da academia como guardiã da cultura e promotora de diálogo entre saberes. A escolha de Lídia Jorge como homenageada é também um gesto de valorização da literatura como campo de conhecimento essencial para compreender o mundo. A cerimônia, transmitida ao vivo, inscreve-se como momento de partilha, permitindo que leitores, estudantes e admiradores acompanhem a celebração de uma vida dedicada à escrita. 

O percurso de Lídia Jorge é marcado por distinções nacionais e internacionais, mas o que mais se destaca é a sua capacidade de permanecer atual. Cada obra publicada dialoga com o presente, mesmo quando revisita o passado. Ao receber este título, a escritora reforça sua posição como referência incontornável da cultura lusófona, lembrando-nos que a literatura é um espaço de encontro, de questionamento e de esperança.

O reconhecimento concedido a Lídia Jorge pela Universidade dos Açores não é apenas uma homenagem individual, mas um tributo à força da literatura como expressão da condição humana. A autora, que sempre se mostrou atenta às transformações sociais e políticas de Portugal, construiu uma obra que reflete tanto as dores quanto as possibilidades de um país em constante reinvenção.

Sua escrita é marcada por uma profunda atenção ao detalhe, pela capacidade de transformar o cotidiano em matéria literária e pela coragem de enfrentar temas difíceis, como a violência, a desigualdade e a memória coletiva. Ao longo de sua carreira, Lídia Jorge demonstrou que a literatura pode ser simultaneamente arte e intervenção, beleza e denúncia.

O título de Doutora Honoris Causa é, portanto, uma forma de reconhecer que sua obra ultrapassa os limites da ficção. Ela se inscreve como testemunho de uma época e como convite à reflexão sobre o que significa ser humano. A Universidade dos Açores, ao celebrar sua trajetória, reafirma a importância de valorizar escritores que, com sua palavra, ajudam a construir uma sociedade mais consciente e solidária.

A cerimônia, transmitida ao vivo, não é apenas um ato institucional. É um momento de encontro entre gerações, entre leitores e admiradores, entre aqueles que acreditam que a literatura continua a ser uma das formas mais poderosas de compreender o mundo. Ao assistir à homenagem, cada espectador é convidado a refletir sobre o papel da palavra na construção de uma comunidade mais justa e mais humana.

Lídia Jorge, com sua obra vasta e premiada, deixa-nos um legado que transcende fronteiras. Sua escrita é um convite permanente à escuta, à empatia e à ação. O título de Doutora Honoris Causa é apenas mais um capítulo de uma história que continuará a inspirar leitores e escritores, dentro e fora de Portugal.

Crédito da foto: Observatório da Língua Portuguesa

Texto de © Alberto Araújo

Focus Portal Cultural




 

JANE AUSTEN - A OBSERVADORA PERSPICAZ DA ALMA HUMANA

(CLICAR NA IMAGE PARA VÊ O PEQUENO VÍDEO)

Jane Austen é muito mais do que uma autora de romances de época; ela é uma das vozes mais afiadas e inteligentes da literatura mundial. Nascida em Steventon, Inglaterra, Austen viveu em uma sociedade onde o destino de uma mulher estava quase invariavelmente ligado ao casamento e ao status social. No entanto, através de sua escrita, ela transformou essas "limitações" em um palco para críticas sociais profundas, humor irônico e uma compreensão psicológica que permanece atual mais de duzentos anos depois. 

Suas obras mais famosas, como Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade e Emma, exploram a dependência feminina da segurança financeira através do matrimônio. Mas Jane não escrevia apenas sobre amor; ela escrevia sobre a condição humana. Seus personagens são complexos, cheios de falhas e virtudes, navegando por mal-entendidos e pressões familiares. A ironia de Austen é sua marca registrada: ela conseguia zombar das hipocrisias da gentry inglesa com uma elegância que muitas vezes passava despercebida pelos leitores menos atentos de sua época. 

A nova estátua na Catedral de Winchester é um tributo tardio, mas necessário. Jane morreu aos 41 anos e foi enterrada na catedral, mas seu túmulo original curiosamente não mencionava sua carreira literária. Foi apenas décadas depois que o mundo plenamente reconheceu seu gênio. Hoje, ela é um ícone global, traduzida para dezenas de línguas e adaptada inúmeras vezes para o cinema e a televisão. 

Jane Austen provou que não era preciso viajar o mundo ou viver grandes aventuras épicas para escrever algo universal. Como ela mesma dizia, trabalhava em um "pequeno pedaço de marfim", focando em detalhes minuciosos do cotidiano para revelar grandes verdades sobre o caráter e o coração. Sua presença agora imortalizada em bronze em Winchester garante que as futuras gerações continuem a se inspirar na mulher que, com apenas uma pena e papel, desafiou o tempo.

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SOBRE O VÍDEO 

A estátua de Jane Austen em Winchester era um projeto muito aguardado e finalmente foi revelado. 

O vídeo captura a cerimônia oficial de inauguração da estátua nos jardins da Catedral de Winchester. 

O Momento da Revelação: Dois homens (um deles vestindo trajes clericais) puxam um tecido de veludo bordô, revelando a estátua de bronze sob aplausos de uma multidão sentada ao fundo. 

Detalhes da Obra: A câmera faz um close-up na estátua. Jane Austen é representada de pé, com um vestido de estilo regência, usando um pequeno boné e uma cruz no pescoço. 

Simbolismo: Ela está ao lado de uma pequena mesa redonda, onde repousam livros e uma pena, simbolizando seu ofício como escritora. 

Trilha Sonora: O vídeo é acompanhado por uma peça de piano suave e emocionante (da trilha de Orgulho e Preconceito), que reforça a atmosfera solene e nostálgica do evento.

Evento: Inauguração da estátua de Jane Austen.

Local: Catedral de Winchester, Hampshire, Inglaterra.

Contexto: A estátua celebra a vida e a obra de uma das maiores romancistas da história, no local onde ela passou seus últimos dias e foi sepultada em 1817.


 

© Alberto Araújo

 


 

PORTUGAL É UM PAÍS COM UMA DIVERSIDADE IMPRESSIONANTE



O vídeo captura muito bem essa mistura entre o clássico, o natural e o cosmopolita. 

O vídeo é uma montagem dinâmica com trilha sonora épica, destacando os seguintes destinos: 

MADEIRA: Encostas verdes vertiginosas e caminhos de pedra à beira-mar. 

PORTO: Fachadas coloridas de azulejos, a Ribeira e a icônica silhueta da cidade ao entardecer. 

LISBOA: A Ponte 25 de Abril, a Praça do Comércio vista de cima e a Ponte Vasco da Gama no nascer do sol.

ALGARVE: Bancos de areia cristalinos e mergulhos em águas turquesas. 

SINTRA: Vilas charmosas e coloridas encravadas na serra arborizada. 

NAZARÉ: A força indomável das ondas gigantes e a coragem dos surfistas. 

CASCAIS: Penhascos dramáticos, faróis e ruas elegantes repletas de flores.

PENICHE: Fortificações históricas, águas límpidas ideais para o paddle e formações rochosas únicas. 

ALMANCIL: Longas extensões de praias douradas e urbanismo moderno à beira-mar. 

FARO: Arcos de pedra natural escondendo o mar e pescadores solitários no topo das falésias.

E uma sucessão rápida de imagens (bondinhos de Lisboa, gastronomia, pôr do sol e flores) com a frase: "Isto é Portugal”.

O MOSAICO DE SAL E PEDRA

Portugal não é um país que se visita; é um país que se sente, como quem lê um livro cujas páginas foram escritas pelo vento do Atlântico e pelo sol que teima em brilhar. Em apenas 60 segundos, cruzamos um continente inteiro contido em um pequeno retângulo à beira-mar.

Começamos pelo Porto, onde o granito das igrejas e o colorido dos azulejos nos contam histórias de mercadores e poetas. Há algo de profundamente autêntico naquela bruma que sobe o Douro ao fim do dia. Mas logo o vídeo nos empurra para o sul, para a luz branca de Lisboa. A capital é um palco de contrastes: se a Praça do Comércio nos faz sentir pequenos diante da história, as pontes que cortam o Tejo nos lembram que Portugal sempre teve os olhos postos no futuro.

A viagem segue para o encanto onírico de Sintra, onde a neblina parece esconder palácios de contos de fadas, e para o drama de Nazaré, onde o mar não é apenas água, mas uma força bruta que desafia a gravidade. É nesse equilíbrio entre o idílio e o selvagem que Portugal se encontra. 

Ao chegarmos ao Algarve, a paleta de cores muda. O cinza das rochas dá lugar ao dourado das falésias e ao azul quase irreal de Peniche e Faro. É o Portugal do descanso, do pé na areia e do peixe fresco na mesa. Mas não se engane: lugares como Cascais lembram que a sofisticação também mora aqui, entre buganvílias e faróis que guardam o fim da Europa. 

No final, o que resta não é apenas a imagem de um bondinho amarelo ou de um pôr do sol na Madeira. O que fica é a sensação de que "Isto é Portugal": um lugar onde a história é viva, a natureza é soberana e a alma, tal como o mar que o rodeia, é infinita. 

© Alberto Araújo 





quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

POLÍTICA MUNICIPAL DE MEDIAÇÃO E JUSTIÇA - INFORMATIVO DO ELOS INTERNACIONAL

A Diretoria de Cultura do Elos Internacional informa aos elistas, amigos e simpatizantes da instituição. Mais uma vez, em suas andanças culturais, jurídicas e sociais, nossa presidente Dra. Matilde Slaibi Conti deixa sua marca de presença e inspiração. Sua trajetória, que une saber jurídico e sensibilidade cultural, se entrelaça com os grandes movimentos da cidade, reafirmando o compromisso do Elos Internacional com a paz, a justiça e a cidadania, marcou presença no evento Política Municipal de Mediação e Justiça, tema diretamente ligado à sua área de atuação jurídica e cultural.

No dia 17 de dezembro de 2025, Niterói viveu um marco importante em sua trajetória de promoção da cultura da paz e do fortalecimento da cidadania. A Prefeitura realizou, no Salão Nobre do Clube Central, em Icaraí, a apresentação da Política Municipal de Mediação e Justiça, instituída pelo Decreto nº 13.380/2019 e integrada ao Pacto Niterói Contra a Violência. 

A cerimônia contou com autoridades do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, além de lideranças comunitárias, religiosas e da advocacia. Entre os presentes, destacaram-se a presidente do Elos Internacional, Dra. Matilde Slaibi Conti, a vice-presidente da Comissão de Mediação, Conciliação e Conflitos, Dra. Luciane Souza de Queiroz, o Arcebispo Metropolitano de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias, e a primeira-dama da cidade, Fernanda Sixel Neves, reconhecida por sua atuação em projetos sociais; Dr. Junior Rodrigues Diretor da ESA-Niterói; Dra. Jocelin Marry Nery a presidente do Elos de Niterói e Dra. Mônica brilhante advogada. 

O encontro simbolizou a união de diferentes setores da sociedade em torno de um objetivo comum: ampliar o acesso à justiça, criar mecanismos de mediação de conflitos e consolidar práticas de convivência pacífica. 

A política é estruturada em dois programas centrais: a Rede Mediar, voltada à mediação comunitária, e a Rede Justiça, dedicada à orientação jurídica e encaminhamentos ao sistema judicial. Complementam essa arquitetura dois projetos estratégicos: Mulheres pela Paz, que capacita lideranças femininas comunitárias como mediadoras, e Religiões pela Paz, que promove o diálogo inter-religioso e a formação de lideranças religiosas como agentes de prevenção de conflitos.

Essas iniciativas demonstram que a construção de uma cidade mais justa e segura não depende apenas de ações repressivas, mas também da criação de espaços de escuta, diálogo e cooperação. Ao investir em mediação comunitária e em redes de apoio jurídico, Niterói fortalece a participação cidadã e oferece alternativas concretas para a resolução de disputas cotidianas, evitando que pequenos conflitos se transformem em problemas maiores.

O convênio firmado com o Tribunal de Justiça garante a formação de mediadores e a homologação dos acordos, enquanto a cooperação técnica com o Ministério da Justiça amplia a legitimidade e a capacidade de atuação da política. Trata-se de um esforço conjunto que coloca Niterói na vanguarda das cidades brasileiras comprometidas com a justiça restaurativa e a pacificação social. 

O evento de hoje não foi apenas uma solenidade, mas um passo decisivo para consolidar uma política pública que reconhece o valor da mediação como instrumento de transformação social. Ao reunir diferentes vozes e perspectivas, a cidade reafirma que a paz se constrói com diálogo, respeito e justiça acessível a todos.

© Alberto Araújo

Diretor de Cultura do Elos Internacional

















LUDWIG VAN BEETHOVEN: SYMPHONY NO 9 'ODE TO JOY' // SIR ANTONIO PAPPANO & LONDON SYMPHONY ORCHESTRA

SINFONIA Nº 9 DE BEETHOVEN - UM RECITAL INCRÍVEL PARA VOCÊ NO FOCUS PORTAL CULTURAL

(CLICAR NA IMAGEM PARA ASSISTIR AO VÍDEO)

SINFONIA Nº 9 DE BEETHOVEN citada como sua obra-prima por sua inovação e mensagem humanista ("Ode à Alegria"), enquanto a Sinfonia nº 5 (Destino) é a mais famosa e icônica pelo seu famoso motivo inicial, e a Sinfonia nº 3 (Eroica) é aclamada por sua importância revolucionária, sendo as três as mais celebradas e impactantes. 

Entre as sinfonias de Ludwig van Beethoven, três se destacam como marcos absolutos de sua produção e da história da música. A Sinfonia nº 5 em dó menor, op. 67, conhecida como “do Destino”, é a mais famosa e icônica, sobretudo pelo seu motivo inicial, quatro notas que se tornaram símbolo universal de luta e superação. Já a Sinfonia nº 3 em mi bemol maior, op. 55, a “Eroica”, é celebrada por seu caráter revolucionário, rompendo com os padrões clássicos e abrindo caminho para a estética romântica. Por fim, a Sinfonia nº 9 em ré menor, op. 125, a “Coral”, é considerada sua obra-prima, tanto pela inovação quanto pela mensagem humanista expressa no célebre último movimento, a “Ode à Alegria”. 

Completada em 1824, a Nona Sinfonia foi a última obra sinfônica integral de Beethoven e tornou-se um ícone do repertório ocidental. Nela, o compositor incorporou versos do poema An die Freude (“À Alegria”), de Friedrich Schiller, dando voz a solistas e coro, um gesto inédito na tradição sinfônica, que ampliou os horizontes da forma musical e influenciou gerações de compositores românticos. 

O impacto cultural da obra transcende o campo musical. O movimento final, a “Ode à Alegria”, foi adaptado por Herbert von Karajan e adotado como hino oficial da União Europeia, simbolizando valores de fraternidade e união. Sua relevância também se reflete no mercado cultural: em 2003, um manuscrito original da sinfonia foi leiloado pela Sotheby’s em Londres por 3,3 milhões de dólares, sendo descrito por Stephen Roe como “um dos maiores feitos do homem, ao lado do Hamlet e do Rei Lear de Shakespeare”.

A estreia ocorreu em 7 de maio de 1824, no Kärntnertortheater, em Viena. Regida por Michael Umlauf, contou com a presença de Beethoven no palco, já em avançado estágio de surdez, testemunhando o triunfo de sua criação diante do público. Assim, a Nona Sinfonia consolidou-se como símbolo universal de arte, humanidade e transcendência, coroando o legado de Beethoven ao lado da 3ª e da 5ª sinfonias, que juntas representam os pilares de sua genialidade. 

A Sinfonia n.° 9 em ré menor, op. 125, Coral, é a última sinfonia completa composta por Ludwig van Beethoven. Completada em 1824, a sinfonia coral mais conhecida como Nona Sinfonia ou ainda, A Nona, é uma das obras mais conhecidas do repertório ocidental, considerada tanto ícone quanto predecessora da música romântica, e uma das grandes obras-primas de Beethoven.

A nona sinfonia de Beethoven incorpora parte do poema An die Freude ("À Alegria"), uma ode escrita por Friedrich Schiller, com o texto cantado por solistas e um coro em seu último movimento. Foi o primeiro exemplo de um compositor importante que tenha utilizado a voz humana com o mesmo destaque que a dos instrumentos numa sinfonia, criando, assim, uma obra de grande alcance, que deu o tom para a forma sinfônica que viria a ser adotada pelos compositores românticos.

A sinfonia n.° 9 tem um papel cultural de extrema relevância no mundo atual. Em especial, a música do último movimento, chamado informalmente de "Ode à Alegria", foi rearranjada por Herbert von Karajan para se tornar o hino da União Europeia. Outra prova de sua importância na cultura atual foi o valor de 3,3 milhões de dólares atingido pela venda de um dos seus manuscritos originais, feita em 2003 pela Sotheby's, de Londres. Segundo o chefe do departamento de manuscritos da Sotheby's à época, Stephen Roe, a sinfonia "é um dos maiores feitos do homem, ao lado do Hamlet e do Rei Lear de Shakespeare".

Foi apresentada pela primeira vez em 7 de maio de 1824, no Kärntnertortheater, em Viena, na Áustria. O regente foi Michael Umlauf, diretor musical do teatro, e Beethoven, dissuadido da regência pelo estágio avançado de sua surdez, teve direito a um lugar especial no palco, junto ao maestro. 

No vídeo: Ludwig van Beethoven: Symphony No 9 'Ode to Joy' // Sir Antonio Pappano & London Symphony Orchestra 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural





UM VÍDEO TRAZ A IMORTAL VOZ E SENSIBILIDADE DE CLEONICE BERARDINELLI, QUE FOI UMA DAS MAIORES ESPECIALISTAS EM LITERATURA PORTUGUESA RECITANDO ALBERTO CAEIRO HETERÔNIMO DE FERNANDO PESSOA.

Crédito do vídeo- @Arquivelho 

"O amor é uma companhia. Já não sei andar só pelos caminhos, porque já não posso andar só. Um pensamento visível faz-me andar mais depressa e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo. Mesmo a ausência dela é uma cousa que está comigo. E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar. Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas. Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela. Todo eu sou qualquer força que me abandona. Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio. Que beleza!

  


O AMOR COMO COMPANHIA E METAMORFOSE

Reflexão sobre o Amor inspirada em Alberto Caeiro – Heterônimo de Fernando Pessoa © Alberto Araújo

O amor, como descreve o poeta na voz de Cleonice, não é apenas um sentimento; é uma alteração profunda na nossa percepção do mundo. Amar é, antes de tudo, abrir mão da solidão absoluta. Quando o amor se instala, o "eu" deixa de ser um navegador solitário para se tornar parte de uma dualidade, mesmo quando o outro não está fisicamente presente. Como diz o texto, a ausência de quem se ama torna-se uma "cousa" concreta, uma companhia que preenche os espaços vazios. 

Há uma beleza paradoxal nessa entrega. O amor nos torna fortes e vulneráveis ao mesmo tempo. Na distância, o pensamento no ser amado nos sustenta, nos faz "fortes como as árvores altas", capazes de resistir ao vento e ao tempo pela simples força da memória e da imaginação. No entanto, o encontro real, o "ver" é desarmante. Diante da presença do outro, a segurança se dissolve em tremor; a força nos abandona porque o amor exige a fragilidade para ser pleno. Não se ama com armaduras. 

Além disso, o amor funciona como uma lente que reorganiza a realidade. O mundo exterior deixa de ser uma sucessão de objetos aleatórios para se tornar um reflexo da pessoa amada. A imagem do girassol é perfeita: assim como a flor busca o sol, o olhar de quem ama busca, em cada detalhe da vida, o rosto, o gesto ou a lembrança do outro. O cotidiano ganha um novo centro de gravidade. 

No fim das contas, amar é aceitar que nunca mais andaremos sozinhos, não porque o outro nos carregue, mas porque passamos a carregar o outro dentro de nós. É uma jornada onde o "ver menos", pela pressa do desejo e o "gostar de ir vendo tudo" pela alegria da partilha, coexistem. O amor é essa beleza que nos faz tremer, que nos tira a força, mas que nos dá, em troca, todo o sentido do mundo.

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural



A AJEB ESCREVE MAIS UM CAPÍTULO DE SUA HISTÓRIA © ALBERTO ARAÚJO - FOCUS PORTAL CULTURAL

Na tessitura das palavras que moldam mundos, a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil abre, nesta quarta-feira, 17 de dezembro, um novo ciclo de sua narrativa coletiva. Às 19 horas, em um encontro virtual que transcende fronteiras geográficas, será realizada a Assembleia Geral Nacional Ordinária, momento em que vozes se entrelaçam para decidir os rumos da entidade no biênio 2025–2027.

Sob o signo da “União & Integração”, uma única chapa se apresenta não como mera formalidade, mas como símbolo de continuidade e de esperança. É o gesto de mulheres que, ao empunharem a escrita, transformam o ato de narrar em resistência, e o ato de resistir em poesia. 

A presidência nacional terá à frente Irislene Castelo Branco Morato, da AJEB-Minas Gerais, ladeada por Renata Dal-Bó, da AJEB-Santa Catarina, como 1ª vice-presidente, e por Leni Chiarello Ziliotto, da AJEB-Mato Grosso, como 2ª vice-presidente. Três nomes, três territórios, três vozes que se somam ao coro plural das ajebianas, reafirmando o caráter nacional e integrador da entidade.

A AJEB Amazonas também tem representação na chapa, com a participação das jornalistas Arthemisa Gadelha, que assume a função de 2ª diretora de Divulgação e Mídias Sociais, Erica Lima Barbosa, na Diretoria de Divulgação e Mídias Sociais, e Karla Costa, na Diretoria de Jornalismo e Assessoria de Imprensa.

Mais do que uma eleição, este é um rito de passagem: um chamado à memória das que vieram antes e à ousadia das que virão depois. A AJEB segue como guardiã da palavra feminina, que não se limita às páginas, mas ecoa como instrumento de transformação cultural e social. 

Que cada voto seja também um verso, e que cada decisão seja uma ponte para o futuro. Pois escrever, juntas, é construir e construir, unidas, é eternizar. 

No vasto território da cultura brasileira, onde múltiplas vozes se entrelaçam para formar um mosaico de identidades, há uma entidade que se ergue como guardiã da palavra e da memória: a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB). Sua trajetória não é apenas institucional; é um testemunho vivo da potência da escrita feminina como instrumento de transformação social, política e estética. 

Fundada em um tempo em que as mulheres ainda lutavam para ocupar espaços de legitimidade na esfera pública, a AJEB nasceu como resposta à necessidade de criar um território simbólico onde o feminino pudesse se afirmar não como exceção, mas como protagonista. Desde então, tornou-se um espaço de encontro, de resistência e de criação, reunindo jornalistas e escritoras que, com suas narrativas, ampliam os horizontes da cultura nacional. 

A história da literatura brasileira é marcada por silêncios impostos às mulheres. Durante séculos, o cânone literário privilegiou vozes masculinas, relegando o feminino ao papel de musa ou personagem secundária. A AJEB, ao contrário, inscreve-se como movimento de ruptura: ela reivindica o lugar da mulher como autora, como sujeito da palavra, como criadora de mundos. 

Cada texto produzido pelas associadas é mais do que literatura ou jornalismo; é um gesto político. É a afirmação de que a palavra feminina não apenas existe, mas ressoa, transforma e funda novas realidades. Nesse sentido, a AJEB não é apenas uma associação: é um território simbólico de resistência contra o apagamento histórico das mulheres na cultura.

A AJEB atua como ponte entre tradição e contemporaneidade. Suas integrantes carregam a memória das pioneiras que abriram caminho de Nísia Floresta a Clarice Lispector e, ao mesmo tempo, projetam novas narrativas que dialogam com os desafios do presente. 

Essa potência cultural manifesta-se em múltiplas dimensões:

Na literatura: ao incentivar a produção de romances, contos, poesias e ensaios que revelam o olhar feminino sobre o Brasil.

No jornalismo: ao fortalecer práticas éticas e críticas que ampliam o debate público e dão visibilidade às questões sociais.

Na memória cultural: ao preservar e difundir a história das mulheres que escreveram e escreverão o país. 

A AJEB é, portanto, uma usina de narrativas que alimenta o imaginário coletivo e contribui para a pluralidade cultural brasileira. 

O lema da atual chapa, “União & Integração”, não é apenas uma proposta administrativa; é um projeto cultural. Num país marcado por desigualdades regionais e sociais, a AJEB reafirma a necessidade de integrar vozes de diferentes estados, sotaques e experiências. Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso, e tantos outros territórios se encontram sob o mesmo manto da palavra. 

Essa integração é também simbólica: ao unir mulheres de diferentes áreas e trajetórias, a AJEB constrói uma rede de solidariedade intelectual que transcende fronteiras. É a prova de que a cultura brasileira não é homogênea, mas múltipla, e que sua riqueza está justamente na diversidade.

A AJEB compreende que escrever não é apenas narrar; é transformar. A palavra tem o poder de denunciar injustiças, de propor novos mundos, de criar espaços de representatividade. Ao fortalecer a escrita de autoria feminina, a associação contribui para que o Brasil se reconheça em sua pluralidade e avance em direção a uma sociedade mais justa e igualitária. 

Cada livro publicado, cada artigo escrito, cada crônica compartilhada é uma semente lançada no solo fértil da cultura. Essas sementes germinam em leitores, em debates, em políticas culturais, em novas gerações de escritoras e jornalistas que encontram na AJEB um espelho e um farol. 

Se a cultura é um palco onde múltiplas vozes se apresentam, a AJEB é a cortina que se abre para revelar o espetáculo da palavra feminina. Ela não apenas organiza eleições e assembleias; ela organiza sentidos, dá forma à memória, legitima a criação.

No Brasil contemporâneo, em que a cultura enfrenta desafios de financiamento, de reconhecimento e de valorização, a AJEB reafirma sua missão: ser guardiã da palavra e promotora da diversidade. Sua potência não está apenas em números ou estatísticas, mas na capacidade de transformar vidas por meio da escrita. 

A AJEB é mais do que uma associação: é patrimônio cultural do Brasil. Sua existência garante que a palavra feminina não seja silenciada, mas celebrada. Sua potência reside na capacidade de unir mulheres em torno de um projeto comum: escrever para transformar, narrar para resistir, criar para eternizar.

No horizonte da cultura brasileira, a AJEB é estrela que ilumina caminhos. Que sua trajetória siga sendo escrita com tinta de coragem, papel de memória e caligrafia de futuro. Pois, como já se disse, escrever é também um ato de liberdade e a AJEB é, em essência, liberdade em forma de palavra.

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© Alberto Araújo

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FOTOS DO ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DE FIM DE ANO DAS ACADEMIAS

17 DE DEZEMBRO DE 2025 - CELEBRAÇÃO DOS 255 ANOS DO NASCIMENTO DE LUDWIG VAN BEETHOVEN - EFEMÉRIDES DO FOCUS PORTAL CULTURAL

No dia 17 de dezembro de 1770, em Bona, nasceu Ludwig van Beethoven, figura monumental da música ocidental e um dos maiores símbolos da genialidade humana. Ao longo de sua vida, Beethoven não apenas compôs obras que atravessaram séculos, mas também redefiniu os limites da arte musical, tornando-se um marco na transição entre o Classicismo e o Romantismo. Hoje, ao celebrarmos os 255 anos de seu nascimento, revisitamos sua trajetória e refletimos sobre o impacto imensurável de sua obra na cultura universal. 

Beethoven não foi apenas um compositor; foi um revolucionário. Sua música rompeu convenções, expandiu horizontes e deu voz a sentimentos humanos profundos. Nascido em uma família marcada por dificuldades, encontrou na música não apenas uma profissão, mas um destino. Desde cedo, demonstrou talento extraordinário, sendo instruído inicialmente por seu pai, Johann van Beethoven, e mais tarde por Christian Gottlob Neefe, que o incentivou a publicar suas primeiras composições.

Aos 21 anos, mudou-se para Viena, centro cultural da Europa, onde estudou com Joseph Haydn e rapidamente conquistou fama como pianista virtuoso. Viena se tornaria sua morada definitiva, palco de suas maiores conquistas e também de suas batalhas pessoais contra a surdez que, progressivamente, o isolou do mundo exterior. 

A TRAJETÓRIA DE BEETHOVEN É CONVENCIONALMENTE DIVIDIDA EM TRÊS FASES 

Período inicial (até 1802): 

Influenciado por Haydn e Mozart, Beethoven consolidou sua técnica e começou a se destacar como compositor. Obras como os Trios para piano Opus 1 e a Primeira Sinfonia revelam sua habilidade em dialogar com a tradição clássica, ao mesmo tempo em que introduzem elementos de ousadia. 

Período intermediário (1802–1812): 

Conhecido como o período “heroico”, foi marcado por sua luta contra a surdez e pela afirmação de um estilo próprio. É nesse momento que surgem obras grandiosas como a Sinfonia nº 3 (Eroica), a Sinfonia nº 5, o Concerto para violino e o Concerto para piano nº 5 (Imperador). Sua música ganha intensidade dramática e profundidade emocional inéditas. 

Período final (1812–1827): 

Já quase completamente surdo, Beethoven mergulha em uma dimensão espiritual e filosófica. Compõe obras de maturidade absoluta, como a Missa solemnis, os últimos quartetos de cordas e a monumental Sinfonia nº 9, que introduz o coro em uma sinfonia — gesto revolucionário que ecoa até hoje como símbolo de fraternidade universal. 

A surdez de Beethoven é um dos aspectos mais impactantes de sua biografia. A partir de 1798, os sintomas começaram a se intensificar, e em 1802 ele escreveu o célebre Testamento de Heiligenstadt, carta dirigida a seus irmãos, na qual expressava sua angústia diante da doença e sua decisão de continuar vivendo apenas pela música. Esse documento revela a dimensão humana de Beethoven: um homem dilacerado pela dor, mas determinado a transformar sofrimento em arte.

Obras-primas que atravessam séculos

Entre suas criações, destacam-se: 

Ópera Fidelio (1805/1814): sua única incursão no gênero operístico, exaltando valores de liberdade e justiça. 

Sinfonia nº 9 (1824): obra monumental que culmina no célebre “Ode à Alegria”, hino à fraternidade humana.

Missa solemnis (1819–1823): expressão de espiritualidade profunda, considerada uma das maiores obras sacras da história.

Últimos quartetos de cordas (1825–1826): peças de complexidade e beleza transcendental, que antecipam sonoridades do século XX. 

Beethoven faleceu em Viena em 26 de março de 1827, após meses de enfermidade. Seu funeral reuniu milhares de pessoas, testemunhando a dimensão de sua influência. Desde então, sua música se tornou patrimônio da humanidade, executada em todos os cantos do mundo e reverenciada por músicos, filósofos e ouvintes de diferentes culturas. 

Mais do que notas e partituras, Beethoven nos deixou uma mensagem de resistência, liberdade e transcendência. Sua obra é um convite à reflexão sobre a condição humana, sobre a capacidade de transformar dor em beleza e sobre o poder da arte em unir povos e gerações.

Ao celebrarmos os 255 anos de seu nascimento, percebemos que Beethoven continua vivo em cada execução de suas sinfonias, em cada acorde de suas sonatas, em cada interpretação de seus quartetos. Ele permanece como símbolo de genialidade, coragem e humanidade. Sua música não envelhece: é atual, necessária e universal.

Beethoven é mais do que um nome na história da música: é um farol que ilumina a cultura ocidental e inspira artistas e ouvintes até hoje. Sua vida, marcada por desafios e superações, é testemunho da força criadora do espírito humano. Celebrar seu nascimento é celebrar a própria essência da arte, que transcende o tempo e se torna eterna. 

© Alberto Araújo

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Beethoven em 1803

Beethoven, por Joseph Mähler

Beethoven em 1815

Túmulo de Beethoven em Zentralfriedhof, Viena

Um busto de Beethoven, desenvolvido por Hugo Hagen em 1892 e agora guardado na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

em Washington, DC