LANÇAMENTO:
DICIONÁRIO CARLOS NEJAR, UM HOMEM DO PAMPA
ED. MECENAS,
ORGANIZAÇÃO DE LUIZ CORONEL
DICIONÁRIO
LITERÁRIO REÚNE MIL CITAÇÕES
DE CARLOS NEJAR
Carlos Nejar - Um homem do Pampa - Dicionário (Mecenas, 312 páginas), é o 13º volume da conhecida e consagrada Coleção Dicionários patrocinada pelo Grupo Zaffari.
Com planejamento cultural da Opus, realização de Mecenas Editora, TAB Marketing Editorial e Agência Matriz, a obra foi projetada, concebida e editada pelo publicitário, compositor, poeta, escritor e cronista Luiz Coronel. O projeto gráfico e a direção de arte são de Simone M. Pontes, enquanto a tradução espanhol/português é de Janaína de Azevedo Baladão, também responsável pela pesquisa e organização.
Um CD acompanha o livro. Nascido em Porto Alegre em 1939, procurador de Justiça aposentado, Carlos Nejar, que pertence à Academia Brasileira de Letras, é um dos maiores poetas brasileiros em atividade. Também romancista, dramaturgo, contista e autor de obras infantojuvenis, Nejar publicou, em 2014, um grande volume, atualizado, intitulado História da Literatura Brasileira. Muitas vezes premiado, suas dezenas de livros já foram objeto de estudos em universidades brasileiras e estrangeiras. O dicionário reúne centenas de verbetes com base nos poemas de Nejar.
Algumas pérolas: "Horizonte - Pampa é onde o horizonte/ Dentro de fora: nas barrancas / de um silêncio exercitado."; "Nuvem - Como o boi conhece o dono/ e o dono conhece o boi, a / nuvem conhece o vento."; "Abelhas - Pode amor ser pensamento/que sai de si com as abelhas/ e volta de favos cheio?".
O dicionário tem apresentação de Luiz Coronel e textos de Fabrício Carpinejar, Marco Lucchesi, Tristão de Athayde, Ivan Junqueira, Nelly Novaes Coelho, Oscar Gama Filho, Giovanni Pontiero, Eduardo Portella, Cícero Sandroni, Janaína de Azevedo Baladão e outros sobre a obra nejariana.
Na apresentação, Coronel diz: "Quem por ventura adentrar a poesia de Carlos Nejar tire o chapéu, atenha-se numa atitude de solene devoção, cônscio de que neste palácio não há cômodos para a banalidade, que neste templo inexiste nicho para o trivial".
No verbete Livro está escrito: "o livro é a vingança contra o esquecimento. E digeri-los é se alimentar de memória". Com mais esta importante contribuição, o Grupo Zaffari segue apresentando monumentos da literatura brasileira e mundial. - Jornal do Comércio.
Carlos Nejar, poeta, ensaísta e
integrante da Academia Brasileira de Letras, não é um homem estranho aos
grandes panoramas das coletâneas temáticas. Ele próprio lançou, em 2007, sua
própria visão da arte literária nacional em sua História da Literatura
Brasileira. A diferença com o dicionário Carlos Nejar: um Homem do Pampa,
editado no fim de 2017, é que agora é a obra do próprio Nejar a matéria-prima.
O volume é o 13º da coleção de
dicionários de citações literárias organizado pelo também poeta Luiz Coronel e
publicado com o patrocínio do grupo Zaffari e da Lei Rouanet.
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O dicionário sobre Nejar reúne mais de
mil trechos de suas obras (como os destacados neste texto) organizados em
verbetes que dialogam com o espírito da citação. De “Abelhas” (Pode amor ser
pensamento / que sai de si com as abelhas / e volta de favos cheio?”) até
“Zumbir ao Ar” (“E os relógios gastam,/ as horas dos ossos zumbem/ ao ar/ da
eternidade”). O volume de capa dura
também reúne fotos e uma extensa fortuna crítica sobre o autor.
O livro terá uma sessão de autógrafos
em abril na Academia Brasileira de Letras, no Rio. As fontes que alimentam a
coletânea são variadas, de livros de poesia, como Simon Vento Bolívar (1993) a
romances, como A Engenhosa Letícia do Pontal (2003).
Se há um fio condutor possível de ser
estabelecido é um dos consensos críticos que se desenvolveram com relação à
obra de Nejar: a ligação com o pampa.
QUERÊNCIA
Eu só deixei a querência, tendo-a toda
no costado. [...] Comigo veio o horizonte, como um cão, veio a fazenda com seus
peões, veio o monte aceso como uma igreja.
– O Nejar é um homem com uma
identidade sulina e mística. A personalidade dele como poeta se estrutura em
torno de três elementos fundamentais: a infância, Deus e a nostalgia do pampa.
Ele tem o pampa inscrito nele como uma saudade vivida no exílio. Sempre sinto
no trabalho dele uma orfandade em relação à terra gaúcha – explica Luiz
Coronel, organizador do dicionário.
Financiada pelo Grupo Zaffari via lei
de incentivo federal, parte da coleção é distribuída gratuitamente a diversas
instituições, como bibliotecas, escolas e associações, mas o volume também
estará à venda este ano em supermercados da rede por um preço ainda não
definido, mas que deve ficar entre R$ 39 e R$ 49.
COR
A cor é o equilíbrio / das coisas que
não vemos. / E esquecer/ é estar vendo. / Tem a morte / alguma cor?
O volume sobre Carlos Nejar é o 13º da
Coleção Dicionários, que teve início com duas edições comemorativas a
centenários de nascimento: Erico Verissimo, em 2005, e Mario Quintana, em
2006. O projeto foi ganhando
amplitude e, ano a ano, novos volumes
foram sendo adicionados, incluindo coletâneas sobre Machado de Assis (2008),
Garcia Márquez (2009) e Clarice Lispector (2015), entre outros. O dicionário de
Nejar tem a particularidade de ser o segundo da coleção dedicado a um autor
ainda em atividade (o primeiro foi Luis Fernando Veríssimo, editado em 2012).
– Achei que era hora de prestar
homenagem ao nosso acadêmico. Pesou também minha amizade pessoal com ele. – diz
Luiz Coronel.
Cada dicionário é um fruto de um
processo longo que dura aproximadamente, um ano. Coronel trabalha com uma
equipe de 10 pesquisadores, coordenados por Janaína de Azevedo Baladão, que
reúnem, em um processo de mergulho na obra integral de um autor, citações que
podem ser ordenadas em forma de verbetes temáticos. De acordo com Coronel, ao
fim da primeira coleta de textos, chega-se a três mil verbetes, depois
refinados em pouco mais de mil.
SONHO
O sonho é quem prepara o ancião de
cada homem por dentro do menino
– Ao fim, o que se tem é uma súmula do
estilo pessoal do escritor. Cada livro é um monumento. Cada dicionário define uma
entidade literária – diz Coronel.
É um método que o próprio Coronel
admite não servir para todos os artistas. Poetas que fazem do rigor formal e da
visualidade um signo marcante de seu trabalho se transplantam com mais
dificuldade para um projeto como esse. Ou não se transplantam de modo algum.
– Um poeta que me assombra há anos
para um dicionário como esse é o João Cabral de Melo Neto, mas não encontro
suporte para fazer. Ele não era um poeta conceitual – explica.
Companhia Zaffari / Divulgação
Carlos Nejar: Um homem do pampa
Organização de Luiz Coronel
Editora Mecenas, 312 páginas.
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