quinta-feira, 10 de maio de 2018

LANÇAMENTO: DICIONÁRIO CARLOS NEJAR, UM HOMEM DO PAMPA ED. MECENAS, ORGANIZAÇÃO DE LUIZ CORONEL.


 


 
LANÇAMENTO: 

DICIONÁRIO CARLOS NEJAR, UM HOMEM DO PAMPA 

ED. MECENAS, 
ORGANIZAÇÃO DE LUIZ CORONEL

DICIONÁRIO LITERÁRIO REÚNE MIL CITAÇÕES 
DE CARLOS NEJAR





 
Carlos Nejar - Um homem do Pampa - Dicionário (Mecenas, 312 páginas), é o 13º volume da conhecida e consagrada Coleção Dicionários patrocinada pelo Grupo Zaffari. 

Com planejamento cultural da Opus, realização de Mecenas Editora, TAB Marketing Editorial e Agência Matriz, a obra foi projetada, concebida e editada pelo publicitário, compositor, poeta, escritor e cronista Luiz Coronel. O projeto gráfico e a direção de arte são de Simone M. Pontes, enquanto a tradução espanhol/português é de Janaína de Azevedo Baladão, também responsável pela pesquisa e organização. 

Um CD acompanha o livro. Nascido em Porto Alegre em 1939, procurador de Justiça aposentado, Carlos Nejar, que pertence à Academia Brasileira de Letras, é um dos maiores poetas brasileiros em atividade. Também romancista, dramaturgo, contista e autor de obras infantojuvenis, Nejar publicou, em 2014, um grande volume, atualizado, intitulado História da Literatura Brasileira. Muitas vezes premiado, suas dezenas de livros já foram objeto de estudos em universidades brasileiras e estrangeiras. O dicionário reúne centenas de verbetes com base nos poemas de Nejar. 

Algumas pérolas: "Horizonte - Pampa é onde o horizonte/ Dentro de fora: nas barrancas / de um silêncio exercitado."; "Nuvem - Como o boi conhece o dono/ e o dono conhece o boi, a / nuvem conhece o vento."; "Abelhas - Pode amor ser pensamento/que sai de si com as abelhas/ e volta de favos cheio?". 

O dicionário tem apresentação de Luiz Coronel e textos de Fabrício Carpinejar, Marco Lucchesi, Tristão de Athayde, Ivan Junqueira, Nelly Novaes Coelho, Oscar Gama Filho, Giovanni Pontiero, Eduardo Portella, Cícero Sandroni, Janaína de Azevedo Baladão e outros sobre a obra nejariana. 

Na apresentação, Coronel diz: "Quem por ventura adentrar a poesia de Carlos Nejar tire o chapéu, atenha-se numa atitude de solene devoção, cônscio de que neste palácio não há cômodos para a banalidade, que neste templo inexiste nicho para o trivial"

No verbete Livro está escrito: "o livro é a vingança contra o esquecimento. E digeri-los é se alimentar de memória". Com mais esta importante contribuição, o Grupo Zaffari segue apresentando monumentos da literatura brasileira e mundial. - Jornal do Comércio.









 

Carlos Nejar, poeta, ensaísta e integrante da Academia Brasileira de Letras, não é um homem estranho aos grandes panoramas das coletâneas temáticas. Ele próprio lançou, em 2007, sua própria visão da arte literária nacional em sua História da Literatura Brasileira. A diferença com o dicionário Carlos Nejar: um Homem do Pampa, editado no fim de 2017, é que agora é a obra do próprio Nejar a matéria-prima.

O volume é o 13º da coleção de dicionários de citações literárias organizado pelo também poeta Luiz Coronel e publicado com o patrocínio do grupo Zaffari e da Lei Rouanet.

 

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O dicionário sobre Nejar reúne mais de mil trechos de suas obras (como os destacados neste texto) organizados em verbetes que dialogam com o espírito da citação. De “Abelhas” (Pode amor ser pensamento / que sai de si com as abelhas / e volta de favos cheio?”) até “Zumbir ao Ar” (“E os relógios gastam,/ as horas dos ossos zumbem/ ao ar/ da eternidade”).  O volume de capa dura também reúne fotos e uma extensa fortuna crítica sobre o autor.

 

O livro terá uma sessão de autógrafos em abril na Academia Brasileira de Letras, no Rio. As fontes que alimentam a coletânea são variadas, de livros de poesia, como Simon Vento Bolívar (1993) a romances, como A Engenhosa Letícia do Pontal (2003).

 

Se há um fio condutor possível de ser estabelecido é um dos consensos críticos que se desenvolveram com relação à obra de Nejar: a ligação com o pampa.

 

QUERÊNCIA

 

Eu só deixei a querência, tendo-a toda no costado. [...] Comigo veio o horizonte, como um cão, veio a fazenda com seus peões, veio o monte aceso como uma igreja.

 

– O Nejar é um homem com uma identidade sulina e mística. A personalidade dele como poeta se estrutura em torno de três elementos fundamentais: a infância, Deus e a nostalgia do pampa. Ele tem o pampa inscrito nele como uma saudade vivida no exílio. Sempre sinto no trabalho dele uma orfandade em relação à terra gaúcha – explica Luiz Coronel, organizador do dicionário.

Financiada pelo Grupo Zaffari via lei de incentivo federal, parte da coleção é distribuída gratuitamente a diversas instituições, como bibliotecas, escolas e associações, mas o volume também estará à venda este ano em supermercados da rede por um preço ainda não definido, mas que deve ficar entre R$ 39 e R$ 49.

 

COR

 

A cor é o equilíbrio / das coisas que não vemos. / E esquecer/ é estar vendo. / Tem a morte / alguma cor?

O volume sobre Carlos Nejar é o 13º da Coleção Dicionários, que teve início com duas edições comemorativas a centenários de nascimento: Erico Verissimo, em 2005, e Mario Quintana, em 2006.  O projeto foi ganhando amplitude  e, ano a ano, novos volumes foram sendo adicionados, incluindo coletâneas sobre Machado de Assis (2008), Garcia Márquez (2009) e Clarice Lispector (2015), entre outros. O dicionário de Nejar tem a particularidade de ser o segundo da coleção dedicado a um autor ainda em atividade (o primeiro foi Luis Fernando Veríssimo, editado em 2012).

 

– Achei que era hora de prestar homenagem ao nosso acadêmico. Pesou também minha amizade pessoal com ele. – diz Luiz Coronel.

 

Cada dicionário é um fruto de um processo longo que dura aproximadamente, um ano. Coronel trabalha com uma equipe de 10 pesquisadores, coordenados por Janaína de Azevedo Baladão, que reúnem, em um processo de mergulho na obra integral de um autor, citações que podem ser ordenadas em forma de verbetes temáticos. De acordo com Coronel, ao fim da primeira coleta de textos, chega-se a três mil verbetes, depois refinados em pouco mais de mil.

 

 

SONHO

 

O sonho é quem prepara o ancião de cada homem por dentro do menino

– Ao fim, o que se tem é uma súmula do estilo pessoal do escritor. Cada livro é um monumento. Cada dicionário define uma entidade literária – diz Coronel.

É um método que o próprio Coronel admite não servir para todos os artistas. Poetas que fazem do rigor formal e da visualidade um signo marcante de seu trabalho se transplantam com mais dificuldade para um projeto como esse. Ou não se transplantam de modo algum.

 

– Um poeta que me assombra há anos para um dicionário como esse é o João Cabral de Melo Neto, mas não encontro suporte para fazer. Ele não era um poeta conceitual – explica.

 

Companhia Zaffari / Divulgação

Carlos Nejar: Um homem do pampa

Organização de Luiz Coronel

Editora Mecenas, 312 páginas.

 














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