Dia Nacional da Música Clássica data
foi escolhida, no Brasil, por marcar o aniversário de Heitor Villa-Lobos, um
dos mais importantes compositores brasileiros, nascido em 1887.
Desde então, o dia 5 de março é o Dia
Nacional da Música Clássica é uma justa homenagem a Villa-Lobos. Instituída
pelo decreto do governo federal de 13 de Janeiro de 2009.
Música clássica também conhecida como
música erudita. Ela abrange o período que vai do século IX até o presente. As
normas centrais foram descritas entre o final do século XVI e o fim do século
XVIII. É a música em sua forma mais elaborada. A música em sua excelência.
DIA NACIONAL DA MÚSICA CLÁSSICA
A proposta de um Dia Nacional da
Música Clássica surgiu no segundo semestre de 2005. A ideia era escolher a data
mais adequada para celebrar os clássicos no Brasil, até então inexistente.
Foram propostos os nascimentos dos
compositores José Maurício Nunes Garcia (22 de setembro), Antônio Carlos Gomes
(11 de julho) e Heitor Villa-Lobos (5 de março).
Inicialmente, realizada por email
junto a profissionais, a campanha ganhou apoio das rádios MEC FM do Rio de
Janeiro e Cultura FM de São Paulo, envolvendo ouvintes das emissoras e
espalhando urnas em diversas salas de concerto.
Villa-Lobos venceu a enquete,
tornando-se, a partir de 2006, o patrono da música clássica do Brasil.
O 5 de março foi oficializado na
cidade do Rio de Janeiro por meio de decreto do então prefeito César Maia. Em
2007, a data entrou para o calendário estadual fluminense, graças à iniciativa
do então deputado estadual Alessandro Molon.
Em 2009, foi a vez do então presidente
Lula assinar o decreto que tornou a celebração nacional.
UM POUCO SOBRE HEITOR VILLA-LOBOS
Heitor Villa-Lobos foi um maestro e
compositor brasileiro, considerado um expoente da música erudita no Brasil. Suas
peças são executadas no circuito dos mais prestigiados teatros europeus e
americanos.
Heitor Villa-Lobos nasceu no bairro de
Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1887. Filho de
Raul Villa-Lobos, diretor da Biblioteca do Senado e músico amador, e da dona de
casa Noêmia Monteiro, grandes incentivadores dos estudos do filho. Aprendeu com
o pai a tocar violão e violoncelo.
Autodidata, com seis anos compôs a
primeira peça para violão, baseada em cantigas de roda. Com oito anos começou
seu interesse por Bach. Apreciava também os ritmos populares. Conheceu os
ritmos nordestinos quando frequentava com o pai a casa de Alberto Brandão, onde
se reuniam os cantadores nordestinos. Aprendeu clarinete e saxofone.
Com 12 anos ficou órfão de pai e a
família enfrentou dificuldades financeiras. Para sustentar os oito filhos, sua
mãe, acostumada à vida social, conseguiu um emprego para lavar e engomar as
toalhas e guardanapos da Confeitaria Colombo.
Com 16 anos, Heitor foi morar com uma
tia, que lhe ensinou a tocar piano. Encantado com os “chorões”, grupo malvisto
pela nata da sociedade, frequentava o Cavaquinho de Ouro, loja de música onde
os chorões recebiam convite para se apresentar em diversos lugares.
Primeiras Composições
Em 1905, Villa-Lobos viajou para o
Nordeste e extasiou-se com a riqueza do folclore. Em 1907 escreveu “Os Cantos
Sertanejos”, para pequena orquestra.
Nessa época, buscando uma formação
acadêmica, matriculou-se no curso de Harmonia de Frederico Nascimento, no
Instituto Nacional de Música, mas não se adaptou à disciplina dos estudos.
Passou a ganhava a vida tocando violoncelo, piano, violão e saxofone nos
teatros e cinemas cariocas.
Por volta de 1913, Villa-Lobos deu
início à sua produção, já abordando os mais diversos gêneros musicais:
"Suíte Floral Para Piano” (1914), “Danças Africanas” (1914), “Uirapuru”
(1917) e “Canto do Cisne Negro Para Piano e Violoncelo” (1917), “Amazonas”
(1917), entre outras. Realizou alguns recitais com suas obras, mas recebia
crítica por suas inovações musicais.
Semana de Arte Moderna
Em 1922, Heitor Villa-Lobos fez sua
estreia oficial na Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Sua música moderna foi
vaiada, mas o evento foi o início de sua projeção internacional como um criador
original pela fusão dos ritmos folclóricos e populares com a música erudita. A
crítica demorou a entender.
Em 1923, com 36 anos, financiado pelo
governo, desembarcou em Paris, para mostrar seu talento, retornando em 1924. Em
1927 voltou à Europa, financiado pelo milionário Carlos Guínle. Nessas viagens,
apresentou concertos de suas obras regendo importantes orquestras pelo
continente.
O Trenzinho do Caipira
O auge da criatividade de Heitor
Villa-Lobos se deu na década de 30, quando deu início à série das nove
“Bachianas Brasileiras”, suítes para diversas combinações de instrumentos que
expressam a afinidade entre Bach e procedimentos melódicos e harmônicos da
música popular instrumental brasileira.
Em 1931, ao excursionar por 54 cidades
do interior paulista, inspirou-se para compor “O Trenzinho do Caipira”, parte
integrante da peça “Bachianas Brasileiras n.º 2”. A obra se caracteriza por
imitar o movimento de uma locomotiva com os instrumentos da orquestra.
Academia Brasileira de Música
Heitor Villa-Lobos fundou e foi o
primeiro presidente da Academia Brasileira de Música. Era membro a Academia de
Belas Artes de Nova Iorque. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da
Universidade de Nova Iorque.
Villa-Lobos deixou mais de 700
composições, com destaque para as “Bachianas Brasileiras”, em número de nove,
entre elas, a de n.º 4 para piano e a de n.º 5 para soprano e conjunto de
violoncelos, como também os choros: "Choro n.º 2", "Choro n.º
5" e "Descobrimento do Brasil, 4 suítes". Heitor Villa-Lobos
faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro de 1959.
CURIOSIDADES
Heitor Villa-Lobos contrariou sua mãe
quando entrou para a escola de música, pois o desejo dela era que ele entrasse
para a faculdade de medicina.
Na Semana de Arte Moderna, em São
Paulo, Heitor Villa-Lobos se apresentou de casaca e chinelo, pois estava sofrendo
com sintomas da “gota”.
Um episódio turbulento da vida pessoal
do maestro ocorreu em 1936, em uma viagem a Berlim, quando ele mandou uma carta
desmanchando o casamento de 23 anos com a pianista Lucília Guimarães. Ele
viajou em companhia de Arminda Neves d’Almeida, professora de música, então com
24 anos (quando ele tinha 46). A união com Arminda durou até sua morte.
Saber mais curiosidade sobre a música clássica é muito importante para futuras gerações conhecer um pouco...esta maravilha.Muito obrigada pelo deleite.Maria José Esmeraldo Rolim
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