O CANTOR, COMPOSITOR E EX-MINISTRO DA CULTURA É EMPOSSADO PARA OCUPAR A CADEIRA 20 DA INSTITUIÇÃO.
Rio de Janeiro, 08 de abril de 2022 -
O músico brasileiro Gilberto Gil, cantor, compositor instrumentista e também ex-ministro
da Cultura, é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). O cantor
tomou posse na noite do dia 08 de abril de 2022 – sexta-feira, quando passou a
ocupar a Cadeira 20 da Academia, sucedendo Murilo Melo Filho, advogado,
escritor e um dos grandes jornalistas brasileiros da segunda metade do século
XX, falecido no dia 27 de maio de 2020.
“Entre tantas honrarias que a vida
generosamente me proporcionou, essa tem uma dimensão especial. Não só porque a
ABL é a casa de Machado de Assis, escritor universal, afrodescendente como eu,
mas também porque a ABL representa a instância maior, que legitima e consagra,
de forma perene, a atividade de um escritor ou criador de cultura em nosso
país", declarou Gil na sua cerimônia de posse. "Sou filho de uma
professora primária e um médico. A eles devo o meu amor às letras e musica. A
imagem dos meus pais está comigo nessa noite e sua memória para mim é uma
benção”, pontuou emocionado.
Eleito com 21 votos para integrar o
grupo de imortais no dia 11 de novembro de 2021, Gilberto Gil estreita os laços
da Academia com a música e a cultura popular brasileira. Gil foi um dos
criadores do Movimento Tropicalista nos anos 60 e é autor de músicas
consagradas como “Procissão”, “Domingo no Parque” e “Aquele Abraço”.
Participaram da eleição 34 Acadêmicos
de forma presencial ou virtual (um não votou por motivo de saúde). Os ocupantes
anteriores da cadeira 20 foram: Salvador de Mendonça (fundador)que escolheu
como patrono Joaquim Manuel de Macedo, Emílio de Meneses, Humberto de Campos,
Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.
Desde cedo, Gil mostrou interesse por
música e cresceu ouvindo os intérpretes da época, entre eles, Sílvio Caldas,
Orlando Silva e Francisco Alves. Com 9 anos, já em Salvador, ao mesmo tempo que
cursava o ginasial, estudava música na Academia Regina. Seu instrumento
preferido era o acordeão, mas aprendia também a tocar violão. Em 1960, Gilberto
Gil ingressou na Universidade Federal da Bahia para cursar administração de
empresas. No ano seguinte, ganhou um violão de presente de sua mãe.
Ainda estudante de música, Gilberto
Gil fazia parte do conjunto “Os Desafinados”, onde ele praticava o que aprendia
na academia de música. Em 1963 fez sua primeira música “Felicidade Vem Depois”,
um samba bossa-nova inspirado no estilo João Gilberto, que nunca foi gravada.
No final de 1963, Gilberto Gil
conheceu Caetano Veloso, Maria Betânia, Gal Costa e Tom Zé, com quem iniciou
mais tarde o movimento artístico chamado “Tropicalismo” Em 1967, a música
“Domingo no Parque”, que Gilberto Gil cantou com a participação dos Mutantes,
ficou em 2.º lugar no III FMPB, festival que foi o ponto de partida para o
“Tropicalismo”.
A ideia do movimento tropicalista era
a fusão de elementos da música inglesa e americana junto com as músicas de João
Gilberto e Luiz Gonzaga. O movimento causou polêmica, porém, abriu portas para
uma nova etapa na música popular brasileira. Ainda em 68, ele lançou o disco
“Gilberto Gil” com 14 músicas, entre elas, "Procissão" e
"Domingo no Parque", e um disco manifesto, intitulado “Tropicália” do
qual participaram Caetano, Gal Costa, Os Mutantes, Tom Zé e Torquato Neto.
O Movimento Tropicalista foi
considerado subversivo pela ditadura militar e Gilberto Gil foi preso, junto
com Caetano Veloso. Em 1969 Gil se exilou na Inglaterra e lançou o disco
“Gilberto Gil”, com a música “Aquele Abraço”, última música que Gil gravou no
Brasil, um dia antes de partir para a Europa. Aquele Abraço foi o seu maior
sucesso popular e tornou-se um samba de despedida.
No início de 1972, Gilberto Gil voltou
definitivamente ao Brasil, em seguida lançou “Expresso 2222”. Em 1976, junto
com Caetano, Gal e Betânia, formaram o conjunto “Doces Bárbaros” que rendeu um
álbum e várias turnês pelo país. Em 1978, se apresentou no Festival de
Montreux, na Suíça. Nesse mesmo ano ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Word
Music com “Quanta Gente Veio Ver”.
Além de ser um dos nomes mais
importantes da música brasileira, Gil também atuou na política. Foi vereador
pelo Partido Verde e de 2003 a 2008, assumiu o Ministério da Cultura, durante o
governo Lula.
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CRÉDITO DO TEXTO:
RELEASE ENVIADO PELA ASSESSORIA DA ABL,
POR E-MAIL PARA A EDITORIA DO FOCUS.
FOTOGRAFIA: Dani Paiva/ABL
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