segunda-feira, 24 de abril de 2023

EROS E PSIQUE | FOCUS PORTAL CULTURAL



EROS, o deus grego do amor e do desejo, conhecido na mitologia romana como Cupido, é filho de Afrodite e de um dos prováveis deuses: Ares, ou Hermes, ou Zeus. Sendo o mais jovem dos deuses. Uma das lendas mais conhecidas do deus do Amor é a aventura amorosa com Psique, nome que em grego significa alma.

Eros é geralmente representado como uma criança alada, com arco e flecha, pronta a disparar sobre o coração de deuses e de mortais, suscitando-lhes o desejo e o amor. As flechas eram de dois tipos: as douradas, de penas de pomba, que suscitavam o amor, e as flechas de chumbo, com penas de coruja, que causavam a indiferença. Frequentemente com os olhos vendados para simbolizar a cegueira do amor, Eros tornava-se perigoso para os demais, pois disparava setas em todas as direções, chegando mesmo a atingir a própria mãe, que o castigava retirando-lhe as asas e o arco. 

Psique era venerada como se fosse uma deusa pelos pais, e por várias pessoas ao seu redor. Sua beleza se espalhou trazendo admiradores do mundo inteiro para admira-la. Vênus, a deusa do amor, da beleza e sexualidade, enciumada, ofendida e com muita raiva em ver os homens abandonaram os seus templos, pararam de cultuá-la e homenageá-la trocando-a por esta mortal procurou seu filho, deus do Amor para vingá-la. 

Muito invejada por a deusa Vênus que por sua beleza a enviou para uma missão no submundo da terra buscar um frasco que continua a beleza das deusas guardadas por Perséfone, e com a proibição de abri-lo. Curiosa e não respeitando as ordens abriu e caiu num sono profundo. 

O Amor, vendo Psique sem praticamente sem vida, procura salvá-la com ajuda de Zeus que aceita seu pedido. Ordena que Hades traga-a de volta e a deixe no alto de uma montanha no Olimpo. Cuidadosamente o Amor abraça a jovem Psiquê dando-lhe um beijo para trazê-la de volta a vida.

O plano era fazer Psique se apaixonar pelo o homem mais feio e terrível dos seres humanos. Mais Eros preparando sua flecha do amor para atingi-la se fere acidentalmente, e ao vê-la, apaixonou-se perdidamente pela princesa.

O pai da jovem, verificando que Psique era a única das suas três filhas que ainda não tinha casado, resolveu consultar o oráculo. Este se revelou que deveria preparar Psique como para uma cerimônia nupcial e, em seguida, abandoná-la numa montanha junto de um rochedo, onde um monstro, seu futuro marido, iria buscá-la. Assim se passou e, enquanto aguardava resignada a sua triste sorte, Psique foi recolhida pelos braços de Zéfiro, que a levou para um lindo palácio. Psique estava quase a adormecer, quando um ser misterioso apareceu na escuridão do seu quarto e lhe disse que era ao marido, a quem ela estava destinada. Era o belo Eros que desempenhava o papel de marido, tentando de esta forma executar o castigo que Afrodite pedira, mas, ao ver Psique, apaixonou-se imediatamente por ela. Antes de desaparecer, pouco antes do amanhecer, Eros obrigou Psique a jurar que nunca tentaria ver o seu rosto. 

Com o passar do tempo, Psique apaixonou-se pelo ser misterioso até que um dia, ao visitar as irmãs, invejosas da sua felicidade, foi instigada a ver o rosto do seu marido. Então, curiosa, Psique resolveu seguir o conselho das irmãs. Assim, enquanto o marido estava a dormir silenciosamente, Psique acendeu uma vela e, em vez do monstro, encontrou o belíssimo Eros. Aproximando-se para o ver melhor, deixou cair uma gota de cera no ombro do deus. Eros acordou e, furioso, reprimiu-a pela sua curiosidade e pela quebra da promessa que lhe tinha feito e retirou-se. Ao mesmo tempo, desapareceu o palácio e Psique encontrou-se, de novo, na montanha, onde, desgostosa, tentou suicidar-se, atirando-se a um rio, mas as águas levaram-na de volta às margens. A partir de então, vagueou pelo mundo à procura do seu amor, e, perseguida pela ira de Afrodite, foi sujeita a muitos perigos que conseguiu vencer devido a uma misteriosa proteção. Finalmente, Eros, impressionado pelo arrependimento de Psique e pela fidelidade do seu amor, implorou a Zeus que deixasse Psique juntar-se a ele. Zeus concedeu a imortalidade a Psique, Afrodite esqueceu os seus ciúmes e o casamento foi celebrado, no Olimpo, com grandes festejos.

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Quatro tarefas muito difíceis de serem realizadas para provar que realmente era fiel e amava de verdade Amor. Todas as tarefas planejadas poderiam levá-la a morte caso fracasse. Psique, assim mesmo sabendo dos riscos aceitou todos os desafios.

1° DESAFIO:

Psique em uma noite teria que separar por espécies os vários tipos de grãos misturados; feijão, trigo, cevada, lentilhas e aveia. Logo nas primeiras horas se cansou, parou um momento para se recuperar do tanto de trabalho, mas acabou adormecendo. Uma formiga comovida pelo esforço e o pouco resultado obtido até então, convoca todo um batalhão de amigas formigas para ajudá-la. E rapidamente durante toda a noite separam os grãos por categoria. Ao acordar a missão estava cumprida no prazo. 

2° DESAFIO: 

Era ir até as margens de um rio para colher um pouco de lã de ouro de todos os carneiros feroz que ali pastavam do outro lado do rio. Carneiros ferozes e perigosos que poderiam até matá-la caso se aproximassem muito deles. Pensando na melhor maneira para chegar neles, uma voz surge do meio dos juncos de árvores que ali estavam avisando para que ela atravesse o rio somente quando todos os carneiros estivessem dormindo cansados pelo forte sol do meio-dia. Aguardou então pelo momento certo, e saiu recolhendo toda lã de ouro que pode pegar. 

3° DESAFIO:

Era bem mais complicada, tinha que trazer da nascente do rio Estige uma jarra cheia de água escura. O problema era que este rio nascia no topo de uma montanha muito íngreme, e impossível de ser escalada, além de ser guardada por um terrível dragão. Na primeira tentativa levou uma grande queda. A águia de Zeus, que ali passava vendo a dificuldade e o possível fracasso, agarrou a jarra que ela segurava subiu até o topo, enchendo-a com água escuro e a trouxe de volta para Psique.

4° DESAFIO: 

Vênus, aborrecida e zangada com o sucesso das três anteriores tarefas, dificultou ainda mais esta última. Pediu para que Psique encontrasse Perséfone, (deusa da agricultura, estações do ano, casamento e feminilidade), esposa de Hades, (deus dos Mortos, do submundo, e do Tártaro), e lhe pedisse o frasco que continha a beleza dos desuses imortais.

Assim ela, pudesse recuperar a sua própria beleza, que havia sido desgastada pelo grande esforço que estava fazendo para cuidar da ferida do Amor, e aproveitando reforçar também sua beleza divina para com todas as outras deusas e deuses, como sendo a única deusa do amor, fertilidade e da sexualidade, sem concorrentes.

Assim sendo Psique subiu no alto de uma torre e quando se preparava para se jogar para tentar encontrar uma passagem para o submundo de Hades, a Torre vendo que não ia dar certo e que se ela pulasse era morte na certa, sussurrou a maneira correta para entrar.

Primeiramente indicou uma passagem secreta por uma caverna que a levaria direto para o reino de Hades, depois ensinou como passar por vários perigos que encontraria pelo caminho, a moeda necessária para pagar o remador Caronte para travessia do rio Aqueronte (afluente do rio Estige), e como driblar o cão Cérbero. 

A última instrução era para quando estivesse com Perséfone e o frasco em mãos, não o abrisse de forma alguma, pois a beleza destinada aos deuses, não eram para serem vistas por uma mortal.

De posse do frasco, e no meio caminho de volta, Psique pensando recuperar também um pouco da sua beleza perdida por tantos dias de sofrimento e apreensões, abriu o frasco, e ao respirar o perfume divino foi severamente punida, entrando num coma profundo. Missão fracassada.

EROS EM BUSCA DE PSIQUE: 

O Amor, curado de sua ferida, vendo sua amada agonizando neste sono eterno, ainda apaixonado e arrependido por tê-la abandonada consegue de Zeus, o deus do Olimpo acalmasse a ira de Vênus e aprovação junto a um conselho de imortais, o casamento dos dois, Eros (Amor) e Psique. 

Resgatada por Hades do submundo e deixada desacordada no alto de uma montanha do Olimpo, Amor após verificar com a ponta da sua flecha que ainda estava viva, abraça-a delicadamente e com um leve beijo, a traz de volta para a vida. O frasco com o resto do perfume que sobrou de Perséfone, em cumprimento da missão foi entregue a Vênus.

Livres agora de todas as perseguições e unidos pelo amor, Eros e Psique finalmente se casam para viverem juntos na imortalidade. Ele, deus do Amor, e ela, Psique, deusa da Alma, e da Psicologia. Tiverem uma filha, Hedonê (Volúpia), a deusa dos Prazeres.

 

FONTE: https://guiadolouvre.com/psique-reanimada-pelo-beijo-do-amor/ 

PINTURAS: Jean-Francois-Lagrenee. Jean Pierre, Friedrich Paul Thumann.

ESCULTURA Antonio Canova Em francês: “Psyché ranimée par le baiser de l’Amour” - Psiquê reanimada pelo beijo do Amor (Eros). Este é titulo em português, da escultura retratada pelo escultor italiano Antônio Canova (1757 -1822), exposta no Museu do Louvre, em Paris. Ala Denon, Térreo, Galeria Michel-Ange, Sala 403. Segundo a lenda do autor romano Apuleio, em suas Metamorfoses, “O Asno de Ouro”, nos diz que os Deuses realizaram um conselho concedendo a mão de Psique ao deus do Amor, dando a ela a imortalidade e o status de deusa da Alma. 


Friedrich Paul Thumann

Quadro de: Jean François Lagrenee

Jean Pierre

Antonio Canova 



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