Lygia
Fagundes Telles: um século de histórias da dama da literatura brasileira.
Recebeu em vida a alcunha de “dama da literatura brasileira”. Tornou-se a
terceira mulher integrante da ABL (Academia Brasileira de Letras). Quarta
ocupante da Cadeira nº 16, eleita em 24 de outubro de 1985, na sucessão de
Pedro Calmon e recebida em 12 de maio de 1987 pelo acadêmico Eduardo Portella.
De três sonhos de infância, realizou dois: publicou mais de 20 obras e, por 32
votos a sete, foi eleita para a Cadeira 16 da ABL em 24 de outubro de 1985.
Lygia
Fagundes da Silva Telles nasceu em São Paulo, 19 de abril de 1923 e faleceu em
São Paulo, 03 de abril de 2022, também conhecida como "a dama da
literatura brasileira" e "a maior escritora brasileira" enquanto
viva, foi uma escritora brasileira, considerada por acadêmicos, críticos e
leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século
XX e da história da literatura brasileira. Além de advogada, romancista e
contista, Lygia teve grande representação no pós-modernismo, e suas obras
retratavam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a
loucura, além da fantasia.
Nasceu
na cidade de São Paulo, mas cresceu em Sertãozinho e noutros pequenos
municípios do interior paulista, e desde pequena demostrou interesse pelas letras.
Aos oitos anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, permanecendo lá por cinco anos.
De volta a São Paulo, matriculou-se no Instituto de Educação Caetano de Campos
e passou a interessar-se por literatura. Sua estreia literária foi com o livro
de contos Porão e Sobrado (1938), o qual foi bem recebido pela crítica; o
sucesso se repetiu com Praia Viva (1944). Após ter concluído o curso de Direito
na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1946, onde conhecera
Mário de Andrade e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros,
integrou a academia de letras da faculdade e colaborou com os jornais Arcádia e
A Balança.
No
ano seguinte, ela casou-se com Godofredo Teles Júnior, com quem teve Godofredo da
Silva Telles Neto, casando-se novamente em 1962 com Paulo Emílio Salles Gomes.
O terceiro livro de contos dela, O Cacto Vermelho, lançado em 1949, recebeu o
Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance,
Ciranda de Pedra, publicado em 1954, foi bem recebido pela crítica e público,
tornando-a nacionalmente conhecida. Em paralelo à carreira literária, ela
trabalhou como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo,
cargo que exerceu até a aposentadoria, e foi presidente da Cinemateca
Brasileira, fundada pelo marido Paulo Emílio.
A
década de 1970 foi de suma importância para Lygia e marcou seu êxito literário
e consagração internacional, dado que foi naquele período em que ela publicou
algumas de suas obras mais aclamadas e prestigiadas: Antes do Baile Verde
(1970), cujo conto que dá título ao livro venceu o Grande Prêmio no Concurso
Internacional de Escritoras, na França; As Meninas (1973), que ganhou o Prêmio
Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia
Brasileira de Letras e "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de
Arte; e Seminário dos Ratos (1977), pelo qual ganhou o PEN Club do Brasil. Ela
ingressou na Academia Paulista de Letras em 1982, e, em 1985, ocupou a cadeira
de número dezesseis da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 12 de
maio de 1987. Naquele mesmo ano, tornou-se membro da Academia das Ciências de
Lisboa. Dentre seus outros sucessos estão: Verão no Aquário (1964), Mistérios
(1981), As Horas Nuas (1989) e Invenção e Memória (2000). A escritora teve seus
livros traduzidos para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês,
sueco, tcheco, além de inúmeras edições em Portugal. Encontra-se colaboração da
sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.
Na
17.ª edição do Prêmio Camões, maior láurea concedida a escritores de países com
o português como a língua oficial, ocorrida em 2005, Lygia foi anunciada a
vencedora. Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil,
homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a
primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura.
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