Victor-Marie Hugo foi um romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Os Miseráveis e O Corcunda de Notre-Dame, entre outras obras clássicas de renome mundial.
Victor-Marie Hugo nasceu em Besançon, 26 de fevereiro de 1802 e faleceu em Paris, 22 de maio de 1885.
Nascido na commune de Besançon, no Doubs, leste da então prestes a ser dissolvida Primeira República Francesa, Victor Hugo foi o terceiro filho de Sophie Trébuchet (1772-1821) e Joseph Léopold Sigisbert Hugo (1774-1828), Conde de Siguença, um major que, mais tarde, se tornaria um general do exército napoleônico.
A infância de Victor Hugo foi marcada por grandes acontecimentos. Napoleão Bonaparte foi proclamado imperador dois anos depois de seu nascimento, e a monarquia dos Bourbons foi restaurada antes de seu décimo oitavo aniversário. Os pontos de vista políticos e religiosos opostos dos pais de Victor Hugo refletiam as forças que lutavam pela supremacia na França ao longo de sua vida: seu pai era um oficial que havia atingido uma elevada posição no exército de Napoleão. Era um deísta republicano que considerava Napoleão um herói, enquanto sua mãe era uma radical católica defensora da casa real, sendo que se acredita tenha sido amante do general Victor Lahorie, que foi executado em 1812 por conspirar contra Napoleão. Devido à ocupação do pai de Victor Hugo, Joseph, que era um oficial, mudavam-se com frequência e Victor aprendeu muito com essas viagens. Na viagem de sua família a Nápoles, ele viu as grandes passagens dos Alpes e seus picos nevados, o azul do Mediterrâneo e Roma durante suas datas festivas. Embora tivesse apenas cerca de seis anos à época, lembrava-se vividamente da viagem que durara meio ano. A família permaneceu em Nápoles por alguns meses e depois voltou para Paris.
Victor
Hugo passou a infância entre Paris, onde foi educado por muitos tutores e
também em escolas privadas, Nápoles e Madrid. Considerado um menino precoce,
ainda jovem tornou-se escritor, tendo em 1817, aos 15 anos, sido premiado pela
Academia Francesa por um de seus poemas.
Em 1819 fundou, com os seus irmãos, a revista "Le Conservateur Littéraire", e, no mesmo ano, ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século XIV.
Em 1821, Hugo publicou seu livro de poesias, "Odes et poésies diverses" (Odes e Poesias Diversas), com o qual ganhou uma pensão, concedida por Luís XVIII. Um ano mais tarde publicaria seu primeiro romance, "Han d'Islande" (Hans da Islândia).
Casou-se com sua amiga de infância, Adèle Foucher, em 12 de outubro de 1822, o casamento gerou o desgosto de seu irmão, Eugène, que era apaixonado por Adèle. Em decorrência disso, Eugène enlouquece e é internado em um hospício. No ano seguinte, a morte do primeiro filho e o fracasso literário do livro Hans da Islândia, que não agrada a crítica, interrompem o período de estabilidade vivido até então. Em 1824 nasce sua primeira filha, Leopoldine.
Em 1825, aos 23 anos, recebe o título de Cavaleiro da Legião de Honra. Nesta época, torna-se líder de um grupo de escritores criando o Cenáculo.
A
publicação da terceira coletânea de poemas de Victor Hugo, intitulada
"Odes et Ballades", em 1826, marcou o início de um período de intensa
criatividade.
Em
1827, no prefácio de seu extenso drama histórico, Cromwell, Hugo expõe uma
chamada à liberação das restrições que impunham as tradições do classicismo. O
prefácio é considerado o manifesto do movimento romântico na literatura
francesa, nele o escritor fala da necessidade de romper com as amarras e
restrições do formalismo clássico para poder então refletir a extensão plena da
natureza humana. Ainda neste prefácio, Hugo defende o drama moderno, com a
coexistência do sublime e do grotesco. O sucesso do prefácio de Cromwell
consolidaram a imagem de Hugo como a principal liderança do romantismo na
França. Aos 26 anos de idade, o escritor desfrutava de uma situação material
confortável e prestígio não apenas entre a juventude rebelde francesa, mas
também entre a corte de Carlos X de França.
Neste período integrou-se ao romantismo transformando-se em um verdadeiro porta-voz desse movimento. A residência de Hugo tornou-se um ponto de encontro de escritores românticos entre os quais Alfred de Vigny e o crítico literário Charles Augustin Sainte-Beuve.
No
final de 2012, o museu Maison de Victor Hugo, que antes foi a casa do escritor,
em Paris, abriu uma exposição sobre a influência do Espiritismo em Victor Hugo
e na produção artística em geral: "Entrée des médiums, Spiritisme et Art,
de Hugo à Breton". O título "Entrada dos médiuns" vem de um
texto do francês André Breton, líder do surrealismo, movimento artístico que
teve grande interesse pela mediunidade, principalmente pela psicopictografia.
OBRAS
·
Odes et Poésies Diverses (1822)
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Han d'Islande (1823)
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Nouvelles Odes (1824)
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Bug-Jargal (1826)
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Odes et Ballades (1826)
·
Cromwell (1827)
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Les Orientales (1829)
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O Último Dia de um Condenado à Morte - no
original Le Dernier jour d'un condamné (1829)
·
Hernani (1830)
·
Notre-Dame de Paris Nossa Senhora de Paris (1831)
·
Marion Delorme (1831)
·
Les Feuilles d'automne
·
Le Roi s'amuse (1832)
·
Lucrèce Borgia (1833)
·
Marie Tudor (1833)
·
Étude sur Mirabeau (1834)
·
Littérature et philosophie mêlées (1834)
·
Claude Gueux (1834)
·
Angelo (1835)
·
Les Chants du crépuscule (1835)
·
Les Voix intérieures (1837)
·
Ruy Blas (1838)
·
Les Rayons et les ombres (1840)
·
Le Rhin (1842)
·
Les Burgraves (1843)
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Napoléon le Petit (1852)
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Les Châtiments (1853)
·
Lettres à Louis Bonaparte (1855)
·
Les Contemplations (1856)
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La Légende des siècles (1859)
·
Les Misérables (1862)
·
William Shakespeare (1864)
·
Les Chansons des rues et des bois (1865)
·
Les Travailleurs de la Mer (1866)
·
Paris-Guide (1867)
·
L'Homme qui rit (1869)
·
L'Année terrible (1872)
·
Quatrevingt-treize (1874)
·
Mes Fils (1874)
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Actes et paroles - Avant l'exil (1875)
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Actes et paroles - Pendant l'exil (1875)
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Actes et paroles - Depuis l'exil (1876)
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La Légende des Siècles 2e série (1877)
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L'Art d'être grand-père (1877)
·
Histoire d'un crime - 1re partie (1877)
·
Histoire d'un crime - 2e partie (1878)
·
Le Pape (1878)
·
Vie ou de Mort (1875)
·
Religions et religion (1880)
·
L'Âne (1880)
·
Les Quatre vents de l'esprit (1881)
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Torquemada (1882)
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La Légende des siècles - Tome III (1883)
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L'Archipel de la Manche (1883)
Obras póstumas
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Théâtre en liberté (1886)
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La fin de Satan (1886)
·
Choses vues - 1re série (1887)
·
Toute la lyre (1888)
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Alpes et Pyrénées (1890]])
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Dieu (1891)
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France et Belgique (1892)
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Toute la lyre - nouvelle série (1893)
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Correspondances - Tome I (1896)
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Correspondances - Tome II (1898)
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Les années funestes (1898)
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Choses vues - 2e série (1900)
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Post-scriptum de ma vie (1901)
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Dernière Gerbe (1902)
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Mille francs de récompense (1934)
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Océan. Tas de pierres (1942)
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Pierres (1951)
Victor Hugo na capa da Revista Illustrada em 1885.
Imagem de "Cosette", por Émile Bayard, da edição original de
Les Misérables (1862).
Desenho de Victor Hugo: Le Rocher de l'Ermitage dans un paysage
imaginaire, 1855.
FONTE:
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