Leonila Murinelly mergulha, profundamente, na obra de Amadis de Gaula, um dos romances de cavalaria mais importantes da literatura medieval. Por intermédio de uma análise minuciosa, a autora nos convida a explorar as complexidades e contradições presentes nessa narrativa, desvendando como ela se encaixa nos códigos da cavalaria e do amor cortês. Uma obra relevante que nos mostra os valores, padrões, costumes da nobreza medieval.
A autora demonstra como a história de Amadis se situa em um espaço dos costumes medievais entre os ideais de honra, lealdade e virtude defendidos pela cavalaria e as nuances do amor idealizado e quase divino, marcado pela submissão feminina e pelo sofrimento amoroso. Onde a mulher era vista como um ser superior, quase inalcançável. Equitativo, ao amor cortês, o qual as fantasias, comportamentos e códigos se manifestavam na poesia, na música e nas tradições da nobreza da Idade Média. Na época, a dama era vista como um ser significante, e devia ser admirada de longe e servida com devoção. O amor cortês era, frequentemente, associado à dor e à nostalgia, pois o amor era muitas vezes platônico e inacessível. O amor cortês exigia dos cavaleiros atos de bravura e nobreza para conquistar o amor de sua dama. Os trovadores, poetas itinerantes, expressavam os ideais do amor cortês em suas canções.
A obra aborda a relação entre a literatura de cavalaria e a cultura popular, mostrando como elementos da tradição oral e das narrativas populares se entrelaçam com os códigos da nobreza. A autora questiona os estereótipos de gênero e as relações de poder presentes na sociedade medieval, revelando como Amadis de Gaula se torna um espaço para a expressão de desejos e emoções que extrapolam os limites impostos pela época.
AMADIS DE GAULA NO SÉCULO XVI: UM ÍCONE DA LITERATURA DE CAVALARIA
Amadis de Gaula foi uma das obras mais influentes da literatura de cavalaria no século XVI, moldando a imaginação de leitores em toda a Europa. A novela, com suas aventuras épicas, romances idealizados e heróis virtuosos, capturou a essência do espírito cavalheiresco e do amor cortês que tanto fascinavam a sociedade da época.
A obra retratava um mundo idealizado, onde os cavaleiros eram heróis intrépidos, defensores da justiça e do amor. A novela explorava as nuances do amor cortês, com seus códigos de honra, paixão e sofrimento.
As peripécias de Amadis e seus companheiros, repletas de batalhas, magia e desafios, cativavam os leitores ávidos por emoção.
A fantasia transmitia valores como lealdade, honra, coragem e o amor idealizado, servindo como modelo de comportamento para a nobreza.
A obra inspirou inúmeros outros romances de cavalaria, moldando o gênero por séculos.
Amadis de Gaula contribuiu para a formação da identidade nacional em diversos países, sendo considerado um herói simbólico.
A historieta refletia os valores e as aspirações da sociedade medieval e renascentista, oferecendo um escape para a realidade cotidiana.
AMADIS DE GAULA: UMA IMERSÃO NAS PROFUNDEZAS DA CAVALARIA E DO AMOR CORTÊS
Leonila Murinelly nos convida a uma jornada fascinante através de Amadis de Gaula, um dos romances de cavalaria mais emblemáticos da literatura medieval. Através de uma análise meticulosa, a autora desvenda as complexidades e contradições que permeiam essa narrativa, revelando como ela tanto se encaixa quanto subverte os códigos da cavalaria e do amor cortês.
Murinelly nos mostra como a história de Amadis se situa em um espaço ambíguo, onde os ideais de honra, lealdade e virtude da cavalaria coexistem com as nuances do amor cortês, marcado pela submissão feminina e pelo sofrimento amoroso. Essa tensão entre os códigos cria um rico tapete de nuances que a autora desvenda com mestria.
A autora não se limita a descrever a história, mas vai além, questionando os estereótipos de gênero e as relações de poder presentes na sociedade medieval. Amadis de Gaula se torna, sob a lente de Murinelly, um espaço onde desejos e emoções transbordam os limites impostos pela época, abrindo portas para uma reflexão mais profunda sobre a condição humana.
DA CORTE DE LISUARTE À ÍNSOLA FIRME: UMA JORNADA PELA LITERATURA DE CAVALARIA, Página 119 a 190.
Amadis de Gaula, um dos romances de cavalaria mais influentes da Idade Média e do Renascimento, nos transporta para um mundo de aventuras, amores idealizados e feitos heroicos. A jornada do protagonista, Amadis, desde a corte de Lisuarte até a mítica Ínsola Firme, é um percurso repleto de simbolismos e representações do universo cavalheiresco.
A corte de Lisuarte, reino de Britânia, representava o ápice da civilização medieval. Era um lugar onde os jovens nobres eram educados nas artes da guerra, da cavalaria e do amor cortês. Amadis, como muitos outros príncipes e cavaleiros, passou sua juventude nessa corte, aprendendo a dominar as armas, a cavalgar e a seguir os códigos de honra da cavalaria.
Impulsionado pelo desejo de glória e pela necessidade de provar seu valor, Amadis decide deixar a corte e partir em busca de aventuras. Essa partida simboliza a transição da juventude para a idade adulta, a passagem do aprendiz para o mestre. É o momento em que o cavaleiro assume seu papel de protetor dos fracos e defensor da justiça.
A Ínsola Firme, a ilha onde Amadis encontra o amor de sua vida, Oriana, representa um lugar utópico, um paraíso onde a beleza e a harmonia reinam. É um refúgio para os amantes, um lugar onde os valores da cavalaria são levados ao extremo. A Ínsola Firme é, portanto, um símbolo do amor idealizado e da busca pela perfeição.
A jornada de Amadis de Gaula pode ser interpretada como uma metáfora da vida humana. As diversas aventuras pelas quais ele passa representam os desafios e obstáculos que todos enfrentamos ao longo de nossas vidas. A busca por Oriana simboliza a busca por um amor idealizado e pela felicidade.
Amadis de Gaula exerceu uma grande influência na literatura e na cultura europeia. A obra moldou a imaginação de gerações de leitores, inspirando outros autores e influenciando a visão que se tinha da cavalaria e do amor.
URGANDA A FEITICEIRA E O CAVALEIRO ESCOCÊS GANDALES: MENTORES DE AMADIS DE GAULA
Urganda a Feiticeira é uma figura central no ciclo de Amadis de Gaula, desempenhando um papel crucial na vida do jovem cavaleiro. Ela é descrita como uma poderosa feiticeira, sábia e benevolente, que protege e guia Amadis desde a infância.
Gandales, por sua vez, é o cavaleiro escocês que encontra Amadis à deriva no mar, após o naufrágio do navio que transportava o bebê. Movido pela compaixão, Gandales decide criar Amadis como seu próprio filho, transmitindo-lhe os valores da cavalaria e preparando-o para as grandes aventuras que o aguardam.
Urganda, apesar de não ser a mãe biológica de Amadis, assume um papel maternal, utilizando seus poderes mágicos para protegê-lo e guiá-lo em suas jornadas. Ela o presenteia com armas e armaduras encantadas, além de oferecer conselhos sábios.
Gandales, como figura paterna, é responsável por educar Amadis e prepará-lo para a vida de cavaleiro. Ele ensina ao jovem as virtudes da cavalaria, como a honra, a lealdade e a coragem.
Urganda revela a Gandales o destino grandioso que aguarda Amadis, predestinado a se tornar um dos maiores cavaleiros de seu tempo. Ela acompanha de perto o crescimento e as aventuras de Amadis, sempre pronta a intervir quando necessário.
A influência de Urganda e Gandales na formação de Amadis é fundamental para moldar o caráter do herói. Graças à proteção e aos ensinamentos de seus mentores, Amadis se torna um cavaleiro exemplar, valoroso e justo.
A combinação dos poderes mágicos de Urganda com a experiência e a sabedoria de Gandales cria um ambiente ideal para o desenvolvimento de Amadis.
Amadis se torna a personificação do cavaleiro perfeito, um modelo a ser seguido pelos outros personagens da obra.
AS ABENSONHADAS DAMAS FILHAS DE EVA
A expressão "abensonhadas damas filhas de Eva" carrega consigo uma carga histórica e cultural significativa, geralmente, empregada para descrever mulheres de forma estereotipada e submissa. A origem dessa expressão remonta a um período em que as mulheres eram frequentemente associadas à Eva bíblica, vista como a responsável pela queda do homem e, consequentemente, por todo o sofrimento humano
O termo "abensonhadas" sugere uma passividade feminina, como se as mulheres fossem seres frágeis e dependentes, necessitando da proteção e orientação masculina.
A palavra "damas" evoca uma imagem de nobreza e elegância, mas também pode limitar as mulheres a um papel social restrito, vinculado ao lar e à família.
Essa referência bíblica associa as mulheres à origem do pecado e à culpa, perpetuando a ideia de que elas são inferiores aos homens e responsáveis pelos males do mundo.
TRATADO DO AMOR CORTÊS DE ANDREAS CAPELLANUS: UM OLHAR SOBRE O AMOR MEDIEVAL
O Tratado
do Amor Cortês de Andreas Capellanus, também conhecido como Tractatus de Amore,
é uma obra seminal que explora as nuances do amor cortês no século XII. Escrito
em latim, esse tratado oferece um guia detalhado sobre as regras, as
expectativas e os comportamentos associados ao amor romântico naquela época.
O QUE É O
AMOR CORTÊS
O amor cortês era um código de conduta que governava as relações amorosas entre
nobres na Idade Média. Ele idealizava a mulher amada, colocando-a em um
pedestal e enfatizando a sofrimento do amante. Os principais elementos desse
tipo de amor
O tratado de Andras é uma espécie de manual para os amantes da época. Ele
aborda diversos aspectos do amor cortês, como: A obra descreve as
características ideais da mulher amada, enfatizando sua beleza, virtude e
elegância. Andreas oferece conselhos sobre como os amantes devem se comportar,
desde como expressar seus sentimentos até como lidar com a rejeição. O tratado
também explora os obstáculos que os amantes podem enfrentar, como a rivalidade
entre outros pretendentes e a desaprovação familiar.
Apesar de idealizar o amor, o Tratado do Amor Cortês também revela a
complexidade e as contradições desse sentimento. A obra apresenta um retrato
vívido da sociedade medieval, com suas convenções sociais, seus valores e seus
conflitos.
O LIVRO DA ORDEM DA CAVALARIA DE RAMON LLULL
Uma visão medieval da cavalaria, oferece um olhar único e profundo sobre o ideal de cavalaria na Idade Média. Llull, um filósofo e teólogo catalão, apresenta em sua obra uma perspectiva espiritual e moral da figura do cavaleiro, explorando temas como honra, lealdade, justiça e a busca pela perfeição cristã. Llull descreve um cavaleiro ideal, não apenas como um guerreiro habilidoso, mas como um homem virtuoso e comprometido com valores elevados. A obra explora a dimensão espiritual da cavalaria, mostrando como as virtudes cristãs devem guiar as ações do cavaleiro. O livro reflete o contexto histórico da época, oferecendo insights sobre a sociedade medieval e a importância da ordem da cavalaria.
Amadis de Gaula uma das obras mais importantes da literatura medieval espanhola. A versão inspiradora da obra de Leonila foi publicada em 1508 por Garci Rodríguez de Montalvo, essa obra consolidou o romance de cavalaria e influenciou profundamente a literatura europeia. A versão de Montalvo é apenas uma das muitas que existem sobre Amadis de Gaula. A história original é ainda mais antiga e envolve diversos autores.
JUSTIFICATIVA PARA A ESCRITA DO LIVRO "AMADIS DE GAULA" A PARTIR DA PESQUISA DE DOUTORADO DE LEONILA MURINELLY
A autora sentiu a necessidade de aprofundar sua análise sobre "Amadis de Gaula" além dos limites de uma tese, permitindo uma discussão mais ampla e acessível para um público mais amplo. Resolveu transformar a pesquisa em livro motivada pelo desejo de divulgar os resultados de seu estudo para a comunidade acadêmica e para leitores interessados na literatura medieval e na obra de Amadis. Graças a sua ideia de transformar em livro, a publicação valorizou a literatura medieval e ressaltou a importância de "Amadis de Gaula" para a história da literatura.
A obra Amadis de Gaula: Entre as fendas dos códigos da Cavalaria e do Amor Cortês de Leonila Murinelly, é efeito da pesquisa de doutorado, apresentada em 2007, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com o título "O Amadis de Gaula entre as fendas de dois códigos: o da cavalaria, O Livro da Ordem de Cavalaria de Ramon Llull e o do amor cortês, Tratado do Amor Cortés de Andreas Capellanus", sob a orientação da Professora Doutora Maria do Amparo Tavares Maleval. Contém 220 páginas e tem o selo da Editora da UFF.
A Capa: José Luiz Stalleiken Martins, Revisão: Claudia Maria de Souza Amorim, Projeto Gráfico: Sergio Cardoso Daltro; Ilustração da Capa: Detalhe do teto pintura em madeira) do elemento da abadia de Santo Domingos de Silos – Século XV – Burgos. Supervisão: Káthia M. P. Macedo.
A APRESENTAÇÃO DE MARIA DO AMPARO TAVARES MALEVAL
O sétimo número da coleção Estante Medieval acolhe a tese de doutorado de Leonila Maria Murinelly Lima que, defendida em 26 de junho de 2007 no Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, teve por título "O Amadis de Gaula entre as fendas de dois códigos: o da Cavalaria, O Livro da Ordem de Cavalaria de Ramon Llull e o do Amor Cortés, Tratado do Amor Cortés de Andreas Capellanus". Então, a Banca Examinadora, composta por mim, na qualidade de Orientadora, e pelos Professores Doutores Leila Rodrigues da Silva, UFRJ, Maria de Lourdes Cavalcanti Martini, UFRJ-UFF, Iremar Maciel de Brito, UERJ e Carlinda Fragale Pate Nuñez, UERJ recomendou a publicação do trabalho apresentado.
Antes de falar sobre o mesmo, gostaria de frisar um significativo traço do perfil da autora, com quem tive a satisfação de conviver mais proximamente durante os anos em que cursou o Doutorado. Antes já a conhecia pela sua dedicação ao ensino de terceiro grau em universidade particular, o hoje extinto Centro Universitário Plínio Leite, que certamente a ela muito deveu o grau de excelência alcançado pelo curso de Letras, que coordenou com eficiência e paixão. E, como sua orientadora no Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, pude constatar que paixão igual ou superior dedica à Idade Média, vencendo por isto os percalços que, principalmente em países como o nosso, dificultam as pesquisas sobre o medievo, sobretudo pela dificuldade de aquisição de fontes bibliográficas confiáveis e de diálogo sobre as mesmas.
O texto que ora se publica não apresenta modificações muito significativas em relação ao original. Dividido em quatro capítulos, a que se juntam a introdução e as considerações finais, apresenta no primeiro deles uma necessária abordagem, conquanto sucinta, do contexto medieval europeu e mais especificamente ibérico em que a novela Amadis de Gaula se insere e com o qual dialoga e interage, apontando ainda algumas questões relacionadas à gênese da obra e a aspectos gerais da sua constituição. Também focaliza as relações da Igreja com a Cavalaria, salientando as particularidades próprias de que se revestiram na Península Ibérica.
No segundo capítulo, estabelece uma minuciosa análise d'O Livro da Orden de Cavalaria, escrito no século XIV pelo catalão Ramon Llull, obra que apresenta como paradigma o cavaleiro não apenas corajoso e leal, mas inteiramente obediente às virtudes cristãs, dedicando-se à prática religiosa constante de combate aos pecados, de amor a Deus a for a Deus e atenção aos seus mandamentos.
No terceiro, debruça-se sobre o Tratado do Amor Cortés, atribuído ao clérigo francês Andreas Capellanus, possivelmente, do século XIII, neste observa o recorte dialético, que vai do aparente elogio a exprobração do amor mundano, e da mulher por consequência, para melhor destacar a excelência do amor divino.
E no último capítulo, desenvolve considerações minuciosas sobre a relação da obra Amadis de Gaula, através da refundição de Garci Rodriguez de Montalvo publicada no início do século XVI, com os códigos da Cavalaria e do Amor cortês propostos pelos Tratados anteriormente comentados, concluindo pela sua diferença no que tange principalmente ao caráter não-religioso assumido pela novela. Esta, lembramos, enaltece Amadis como não apenas o mais destemido dos cavaleiros, mas o melhor dos amadores; neste sentido, destaca- se-lhe a obsessão por Oriana, a Sem-Par, bem como a realização física do amor como galardão maior a que se pode aspirar, dando ao corpo a importância que lhe fora retirada pela Igreja em prol da ascese espiritual, ou ainda, dentre outros aspectos, acentua o caráter benfazejo de uma feiticeira, Urganda com o que se afirma o caráter antimisógino da obra, em oposição aos tratados clericais e à ferrenha caça às bruxas que ocorria na Europa à época da publicação da citada edição, que, aliás, obteve inaudito sucesso editorial.
Só temos a desejar que a presente publicação sirva de incentivo aos jovens pesquisadores para não desanimarem diante dos primeiros obstáculos que se lhes interponham ao adentramento no fecundo imaginário medieval, cuja herança é tão viva entre nós. E que ela traga subsídios não apenas aos medievalistas, mas aos que se debruçam sobre as questões de gênero na literatura e na história cultural do Ocidente.
Finalmente, só nos resta agradecer à Xunta de Galicia, por subsidiar publicações desse gênero, através de convênios de cooperação mantidos com a UFF e a UERJ.
Maria
do Amparo Tavares Maleval
Codiretora
da Coleção Estante Medieval
TEXTO DA CONTRACAPA
A Estante Medieval da EdUFF tem por finalidade tornar acessíveis aos estudiosos da Idade Média fontes primárias medievais e teses doutorais, bem como outros estudos considerados relevantes, sobre o medievo.
Este número acolhe a tese de doutorado de Leonila Maria Murinelly Lima, defendida em 2007 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A partir dos pressupostos teóricos da Nova História e do Comparativismo, analisa a novela Amadis de Gaula, na versão quinhentista de Garcí Rodríguez de Montalvo, comparativamente a dois códigos medievos: o da cavalaria, de Ramon Llull expressão do ideal cristão de cavaleiro virtuoso e perfeito, e o do amor cortés, de Andreas Capellanus que apresenta os mandamentos desse refinado entendimento do amor sustentado pela ética feudo-vassálica. Demonstra, entre outros aspectos, que, entre os interstícios desses códigos e no contexto da Península Ibérica marcada por uma cultura clerical profundamente misógina, a novela erige uma história de amor que constitui expressão positiva do desejo carnal e da busca do (re)encontro com o feminino.
ORELHA DE FERNANDO OSÓRIO
Este livro, Amadis de Gaula: entre as fendas dos códigos da Cavalaria e do Amor Cortés, é o resultado das pesquisas que empreendeu sob a orientação da Professora Doutora Maria do Amparo Tavares Maleval, as quais culminaram com a tese de doutorado intitulada O Amadis de Gaula entre as fendas de dois códigos: o da cavalaria, O Livro da Ordem de Cavalaria de Ramon Llull e o do amor cortês, Tratado do Amor Cortês de Andreas Capellanus.
O livro compõe-se de quatro partes. Na primeira, a autora tece considerações sobre a Idade Média e a tradição literária presa aos ditames corteses, tendo como suporte a novela Amadis de Gaula, publicada por Rodríguez de Montalvo em 1508.
Na segunda, reporta-se à obra O livro da Ordem de Cavalaria, de Ramon Llull, no qual são apresentadas as regras para o exercício do nobre e honroso ofício de cavaleiro medieval. Na terceira, o foco é o Tratado do Amor Cortês, de Andreas Capellanus, no qual se codifica, para posteriormente condená-la com objetivos religiosos, a arte de amar, arte para a qual "mesura" e "cortesia" são indispensáveis. Na quarta parte, intitulada Da corte de Lisuarte à Ínsola Firme, a autora busca desvelar o que se oculta no texto do Amadis, considerando a obra como lugar de desvios dos valores misóginos impostos pela Igreja.
Esta obra, o número 7 da coleção "Estante Medieval", é mais uma valiosa contribuição do Núcleo de Estudos Galegos da UFF e do Programa de Estudos Galegos da UERJ para os estudos sobre o medievalismo que, certamente, irá enriquecer os debates sobre a matéria.
Fernando
Ozorio
Codiretor
da Coleção Estante Medieval
AMADIS DE GAULA: O CAVALEIRO ANDANTE MAIS FAMOSO DA LITERATURA MEDIEVAL
Amadis de Gaula é o protagonista do romance de cavalaria de mesmo nome, uma das obras mais importantes da literatura medieval ibérica. Considerado o primeiro romance de cavalaria em prosa, a obra influenciou, profundamente, a literatura europeia e moldou o imaginário popular sobre a figura do cavaleiro andante.
QUEM ERA AMADIS
Amadis era um príncipe nascido de um amor proibido. Criado como um órfão, ele se torna um cavaleiro valente e virtuoso, conhecido por sua lealdade, honra e, sobretudo, por seu amor por Oriana. Ao longo de suas aventuras, Amadis enfrenta desafios épicos, derrotando inimigos poderosos e conquista o coração de sua amada.
Amadis e seus companheiros percorrem terras distantes em busca de aventuras, enfrentando dragões, gigantes e outros monstros.
O amor de Amadis por Oriana é um exemplo clássico do amor cortês, marcado pela idealização da amada e pela submissão do amante.
Elementos sobrenaturais, como feitiços e encantamentos, desempenham um papel importante na trama. A honra e a lealdade são valores fundamentais para Amadis e seus companheiros.
A IMPORTÂNCIA DE AMADIS DE GAULA
Amadis se tornou um modelo para os cavaleiros medievais, representando o ideal de cavalaria e virtude.
A obra inspirou inúmeros outros romances de cavalaria, além de influenciar outros gêneros literários, como a poesia e o teatro.
A história de Amadis de Gaula continua a fascinar leitores até os dias de hoje, sendo adaptada para diversas mídias. A autoria de "Amadis de Gaula" é incerta, sendo atribuída a diversos autores. Existem diversas versões e continuações do romance, o que demonstra sua enorme popularidade.
A história de Amadis de Gaula se espalhou por toda a Europa, influenciando a literatura e a cultura de diversos países.
Amadis de Gaula é mais do que um simples personagem de um romance medieval. Ele é um símbolo da cavalaria, um ícone da literatura e um reflexo da sociedade de sua época. Sua história continua a ser relembrada e reinterpretada, demonstrando a força e a longevidade de uma grande obra literária.
A INFLUÊNCIA DURADOURA DO AMOR DE AMADIS NA CULTURA POPULAR
O amor entre Amadis de Gaula e Oriana, imortalizado nos romances de cavalaria, transcendeu os limites da época medieval, ecoando ao longo dos séculos e moldando a forma como entendemos o amor romântico na cultura popular.
A paixão ardente de Amadis por Oriana serve como o motor principal de suas aventuras, moldando suas decisões e impulsionando-o a realizar feitos heroicos.
Oriana é retratada como a mulher ideal, bela, virtuosa e fiel. Seu amor por Amadis é puro e incondicional, servindo como um modelo para as futuras narrativas românticas.
POR QUE LER ESTE LIVRO?
Se você se interessa por literatura medieval, estudos de gênero, história da cultura e análise literária, este livro é uma leitura essencial. A autora oferece um ponto de vista sobre um clássico da literatura, convidando o leitor a refletir sobre questões ainda relevantes nos dias atuais, como a construção de identidades, as relações de poder e a busca por autonomia. Fruto de pesquisa sua tese em doutorado, apresentada em 2007, na UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com o título "O Amadis de Gaula entre as fendas de dois códigos: o da cavalaria, O Livro da Ordem de Cavalaria de Ramon Llull e o do amor cortês, Tratado do Amor Cortés de Andreas Capellanus", sob a orientação da Professora Doutora Maria do Amparo Tavares Maleval.
UM POUCO SOBRE A LEONILA MURINELLY
A Professora Doutora Leonila Maria Murinelly Lima é uma apaixonada pela Idade Média. Paixão que foi despertada pelo avô, que lhe contava, na infância, as histórias do Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda. Desde então, seu imaginário passou a alimentar-se das aventuras cavalheirescas e da magia do mundo celta.
Mestre
em Letras, na área de Literatura Portuguesa, em 1983, e Doutora em Literatura
Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 2007, Leonila vem
dedicando-se ao magistério superior, atuando como professora de Literatura
Portuguesa e Literatura Africana de Expressão Portuguesa. Foi Diretora das
Faculdades de Ciências Humanas e Letras do Centro Universitário Plínio Leite,
de 2000 a 2002, e Coordenadora do Curso de Letras desse mesmo Centro, de 1999 a
2010. Nesse período, reorganizou a Coordenação de Pós-Graduação em Letras e
implementou novos cursos.
NAS VEREDAS DO AMOR CORTÊS - TEMA DA CONFERÊNCIA DA PROFA. LEONILA MURINELLY NA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS. Em 12 de setembro de 2012. Clicar no link:
https://poetalbertoaraujo.blogspot.com/2012/09/nas-veredas-do-amor-cortes-tema-da.html
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PALESTRA DA Prof.ª. LEONILA MARIA MURINELLY LIMANO CENÁCULO FLUMINENSE DE HISTÓRIA E LETRAS. 30 de março de 2012 Clicar no link:
https://poetalbertoaraujo.blogspot.com/2012/03/palestra-da-prof-leonila-maria.html
Alberto
Araújo
Focus
Portal Cultural
Caros leitores, a minha análise pessoal sobre o livro é que ele me proporcionou uma jornada emocionante pelos sentimentos da personagem principal. Após uma cuidadosa análise pessoal, considero que a narrativa do livro é envolvente e a escrita da autora é impecável. Em meu texto-análise revelo que o livro me proporcionou uma perspectiva sobre um tema que me interessou. Conheço a Prof. Leonila e sua obra "Amadis de Gaula" há anos. Inclusive, a minha obra adquirida está autografada pela autora. Na qual a escritora escreveu assim: “Para Alberto, Cavalheiro da Arte da Palavra, minha amizade” - Leonila Murinelly. Recebi o autógrafo durante a sua palestra no Cenáculo Fluminense de História e Letras, sob a presidência do saudoso Julio Cezar Vanni, em 28 de setembro de 2012.
Apesar de não ser especialista em Idade Média, a riqueza dos detalhes históricos e a profundidade da análise da autora me cativaram desde a primeira leitura. A forma como Leonila aborda temas como a cavalaria, o amor cortês e a sociedade medieval me proporcionou uma perspectiva sobre esse período tão fascinante.
Muito
importante frisar, que a paixão pela época medieval, intensificou-se ainda mais
em mim, desde que comecei a ler as obras da escritora e ensaísta Dalma
Nascimento. Autora especialista na Idade Média e outros temas. Portanto, este documento é um relato pessoal
dessa jornada, onde compartilho minhas impressões sobre a obra e como ela
ressoou em mim. Esta resenha é um convite para que outros leitores embarquem
nessa jornada e descubram as maravilhas da Idade Média através da lente da
Professora Leonila e da professora Dalma Nascimento.
Alberto
Araújo. 23-01-25.
À margem da estrada, a paisagem de Luzilândia despede-se do filho querido... A natureza habita saudades...
No canto dos pássaros, um som despudorado ecoa: - Vai, Alberto, ser “guache” em Niterói! E a “Cidade Sorriso” o abraça.
Em suas andanças nos meios culturais, uma voz lhe sussurra ao ouvido:
“- Ouse! Esse é o seu caminho. Tome posse.” E não é que
ele tomou mesmo?
Recentemente, foi laureado por sua travessia, no Seminário de Literatura e Cultura Piauiense, pelas acadêmicas do PARFOR - UFPI - Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica da Universidade Federal do Piauí.
E endossando a tessitura de sua vida, uma renomada
acadêmica niteroiense e professora da UFF, Dra. Márcia Pessanha, conta a
trajetória de Alberto Araújo em “Uma bela história a ser contada.” Novos
pássaros... Novos sussurros...
Afinal, a vida verte!
De Leonila Murinelly
Para Alberto Araújo
30 de setembro de 2023.
MENSAGENS RECEBIDAS
Leonila Murinelly disse: Alberto, você é
o Cavaleiro cortês e divulgador das Artes... Cortesia não lhe falta...
Realmente, você veio de Luzilândia para encantar Niterói! Obrigada!
Leonila Murinelly. 24-01-25
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Matilde Slaibi Conti disse: Lendo aqui sobre a época medieval, nesta tão importante pesquisa feita pela nossa amiga em comum, Leonila Murinelly, nós ficamos a viajar no medievo, não só com os romances de cavalaria, o tão importante Amadis de Gaula, mas até mesmo, com o Rei Arthur e Os Cavaleiros da Távola Redonda, como o fantástico romance, As Brumas de Avalom, sendo Avalom, a Terra onde as fadas moravam e onde o rei Artur foi levado doente e era tratado pela fada Morgana, segundo alguns, sua meia irmã. Interessante é que se chama Avalom a principal Avenida em Orlando, uma rua reta, que nos leva para a Disney (considerada também local de muitas ilusões) sendo que esta importante avenida, passa em frente do Condomínio no qual meu filho mora, e que ao atravessa-la sempre nos remetia a todas essas fantasias da época medieval, que muito merecem ser estudadas. Parabenizamos a autora por seu livro, imaginando o quanto lutou, trabalhou e pesquisou, para nos oferecer academicamente tão importante e profunda obra sobre esse tempo do medievo. Muito agradecemos a autora Leonila Murinelly. Que venham outros estudos, muito mais textos tão instrutivos e interessantes.
Temos a
certeza que vamos a tudo muito amar. Grande abraço festivo.
Matilde.
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Você sempre antenado, Alberto... Essa obra está sempre em foco... Escrita na Península Ibérica, Portugal e Espanha disputavam a paternidade... Depois destacou-se como obra de resistência à misoginia e tb pelo caráter não-religioso e pela realização física do amor carnal.
Vale lembrar o "caráter benfazejo" de uma feiticeira que se opõe à caça ferrenha às bruxas comum à época...
E, novamente, a obra se destaca no cenário atual... Afinal, "mulher pode tudo"... Leonila.
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Márcia Pessanha disse: Parabéns, confrade amigo e diretor do Focus Portal Cultural, Alberto Araújo, por sua relevante postagem sobre o livro " Amadis de Gaula: entre as fendas dos códigos da cavalaria e do amor cortês" da Professora Doutora Leonila Murinelly. Isto porque o texto da referida escritora, fruto de sua tese de doutorado, merece conhecimento público, pois além de todo seu conteúdo histórico medieval, apresenta significativas cenas referentes à condição feminina, tão em voga na atualidade. Com propriedade e estilo, Leonila soube nos encantar e introduzir no reino mágico, misterioso da Idade Média com suas tradições,
costumes, ritos etc. em uma emocionante sequência de acontecimentos. O amor cortês merece uma atenção especial. É uma leitura empolgante.
Por tudo isso e até no que ficou no interdito, Alberto captou com sensibilidade e profissionalismo a essência do trabalho de pesquisa da professora. PARABÉNS AMIGA LEONILA! PARABÉNS ALBERTO! VIVA À PRODUÇÃO CULTURAL.
Com o reconhecimento e aplausos da amiga e companheira das letras Márcia Pessanha.
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Leonila
disse outra vez: Márcia, você é uma "abensonhada" filha de Eva ... A
Leonor de Aquitânia das Academias... E Alberto... O Cavaleiro dos movimentos
artísticos das cortes...
Reverencio
os dois!!! Leonila.
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Maria Otilia Camillo disse: Parabéns! À reconhecida, Escritora, Leonila Murinelly, autora do livro “Amadis de Gaula: entre as fendas dos códigos da cavalaria e do amor cortês”! Nossos aplausos, pela, encantadora, Arte Literária de Leonila Murinelly ! Iluminado carinhoso abraço! Maria Otilia 📕📖📚
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Olá, confreira e admirável escritora Márcia que bom você ter gostado da resenha do Livro Amadis de Gaula da Dra. Leonila. Receber uma manifestação sua é uma alegria. Suas mensagens são ricas e lindas! Realmente, a obra é maravilhosa. O conteúdo histórico medieval muito bem escrito. A professora Leonila me chamou de O Cavaleiro dos movimentos artísticos das cortes...”. Similar o meu autógrafo diz: “Alberto, O Cavalheiro da Arte das Palavras”. Fiquei encantado! Essas coisas fazem a gente acreditar que vale a pena continuar a nossa jornada. Teve muitos acessos dos amigos a pagina da Resenha que produzi. Alberto Araújo.
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Obrigado presidente Matilde. Li com carinho a sua manifestação, sobre a obra da Dra. Leonila. Fiquei muito feliz por conhecer os detalhes sobre o Rei Arthur e a Távola Redonda. As Brumas de Avalon, obra que coloca a religião da Deusa-Mãe em destaque. Gostei também da informação da principal Rua de Orlando se chamar Avalon. Abraços do Alberto Araújo.
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