quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

MENINO DE ENGENHO DE JOSÉ LINS DO REGO UM CLÁSSICO DA LITERATURA BRASILEIRA. UMA ANÁLISE


93 anos da primeira publicação 

Menino de Engenho é uma obra-prima da literatura regionalista brasileira, que nos imersa no universo dos engenhos de açúcar do Nordeste. Através de uma narrativa rica em detalhes e emoção, José Lins do Rego nos apresenta um retrato vívido da sociedade rural nordestina do início do século XX. 

Menino de Engenho, de José Lins do Rego, nos transporta para o universo dos engenhos de açúcar do Nordeste. Através dos olhos de Carlinhos, o protagonista, acompanhamos sua infância e adolescência marcadas pela opulência e decadência desse universo. 

Primeiro romance de José Lins do Rego, Menino de engenho traz uma narrativa cativante composta pelas aventuras e desventuras da meninice de Carlos, garoto nascido num engenho de açúcar. 

No livro, o leitor se envolve com as alegrias, inquietações e angústias do garoto diante de sensações e situações por ele vivenciadas pela primeira vez. 

Publicado originalmente em 1932, o romance comprova, sem sombra de dúvidas, o talento monumental de um escritor, cuja obra nortearia os rumos do moderno regionalismo brasileiro.

A obra é um marco do regionalismo brasileiro, retratando com maestria a cultura, os costumes e as paisagens do Nordeste. O autor utiliza uma linguagem rica em regionalismos, aproximando o leitor da realidade retratada.

A história é contada através dos olhos de Carlinhos, o protagonista, permitindo ao leitor acompanhar sua formação e amadurecimento em um ambiente marcado pela opulência e decadência dos engenhos. 

Embora seja uma obra de ficção, o romance carrega uma forte carga crítica, denunciando as desigualdades sociais, a exploração da mão de obra e a violência presentes na sociedade da época. 

O livro retrata um período de transição na história do Brasil, marcado pelo declínio dos engenhos de açúcar e o surgimento de novas formas de produção. 

Carlinhos busca construir sua própria identidade em um ambiente marcado por tradições e hierarquias sociais rígidas. 

As relações entre os personagens são complexas e marcadas por poder, dominação e dependência. 

A natureza nordestina é retratada como um personagem à parte, influenciando a vida e as emoções dos personagens. 

A passagem do tempo é um tema central, marcando a transformação dos personagens e da sociedade.

Menino de Engenho é considerado um dos mais importantes romances da literatura brasileira, influenciando gerações de escritores. É uma fonte rica de informações sobre a história e a cultura da região. 

Apesar de ter sido escrita há mais de um século, a obra continua atual, abordando temas como desigualdade social e exploração que ainda são relevantes nos dias de hoje.

Na obra o autor pinta um quadro vívido da vida nos engenhos, com seus costumes, hierarquias sociais e a exploração da mão de obra. 

A obra acompanha a transformação de Carlinhos de um menino inocente para um jovem em busca de sua identidade. 

Lins do Rego aborda temas como a desigualdade social, a violência e a exploração, oferecendo uma visão crítica da sociedade da época. 

Menino de Engenho é uma leitura obrigatória para quem se interessa pela literatura brasileira e pela história do país. 

A narrativa envolvente e os personagens complexos fazem deste livro uma leitura inesquecível. 

A obra nos convida a refletir sobre temas atemporais, como a busca pela identidade, a relação entre indivíduo e sociedade e o legado do passado.

PERSONAGENS MARCANTES: 

Carlinhos: Protagonista que busca sua identidade e liberdade em um mundo restrito.

Coronel José Paulino: Figura autoritária e tradicional, dono do engenho e símbolo do poder.

Sinhazinha: Personagem frágil e sofrida, presa aos costumes da época.

 


UM POUCO SOBRE O AUTOR 

José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em Pilar, na Paraíba, em 03 de junho de 1901 e faleceu na Paraíba, em 12 de setembro de 1957, foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional. 

Seu romance de estreia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica. 

José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). 

Seus antepassados, que eram em grande parte senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo rural do Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostálgica e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances. Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na Faculdade de Direito do Recife ampliou seus contatos com o meio literário de Pernambuco, tornando-se amigo de José Américo de Almeida (autor de A Bagaceira). 

Em 1926, partiu para o Maceió, onde se reunia com importantes nomes, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Quando partiu para o Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a imprensa, escrevendo para os Diários Associados e O Globo.

É atribuída a José Lins do Rego a invenção de um novo romance moderno brasileiro. O conjunto de sua obra é um marco histórico na literatura regionalista por representar o declínio do Nordeste canavieiro. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na "obtenção de um ritmo oral", que foi tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. É Patrono da Cadeira 39 da Academia Paraibana de Letras, que tem como fundador Coriolano de Medeiros e é atualmente ocupada por Sérgio de Castro Pinto e foi membro titular da Academia Brasileira de Letras, foi eleito sucedendo Ataulfo Paiva, tomou posse em 15 de dezembro de 1956.

 

https://youtu.be/4rJLjXSD4lE?si=om-NG5ZmM0qiUei7


SOBRE O FILME MENINO DE ENGENHO 

MENINO DE ENGENHO é um filme brasileiro de 1965, do gênero drama, dirigido por Walter Lima Júnior, com roteiro baseado em Menino de engenho, livro de José Lins do Rego. 

1920, na Paraíba. Após a morte da mãe, o menino Carlinhos (Sávio Rolim) é enviado para o engenho Santa Rosa para ser criado pelo avô e pelos tios. Lá ele testemunha a chegada de um novo tempo, com o advento das modernas usinas de açúcar e as transformações econômicas e sociais pelas quais passa a produção canavieira, mudanças que irão afetar a vida de todos. Quando ele cresce e vai para o colégio, já não é mais o garoto ingênuo e inocente que chegou ao engenho.

Direção  Walter Lima Júnior

Roteiro  Walter Lima Júnior

José Lins do Rego

Elenco  Geraldo Del Rey

Sávio Rolim

Rodolfo Arena

Anecy Rocha

Margarida Cardoso 

ELENCO 

Geraldo Del Rey.... Juca

Anecy Rocha.... tia Maria

Maria Lúcia Dahl.... Maria Lúcia

Antônio Pitanga.... Zé Guedes

Sávio Rolim.... Carlinhos

Rodolfo Arena.... José Paulino

Margarida Cardoso.... Sinhazinha

Maria de Fátima.... Clara

Ano: 1965

Preto e Branco

 

Postagem do Focus Portal Cultural

Alberto Araújo.


José Lins do Rego


 


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