terça-feira, 21 de janeiro de 2025

MARIA CALLAS: UM LEGADO QUE CONTINUA A INSPIRAR | FOCUS PORTAL CULTURAL


A Diva Ressurge nas Telas: Uma Homenagem a Maria Callas.

O filme "Maria" retrata a vida da lendária soprano Maria Callas em seus últimos anos, focando em seu declínio físico e emocional, bem como em sua busca por se reconectar com a música e com a vida. 

O filme não é uma biografia fiel, mas sim uma interpretação artística da vida de Callas. A atriz Angelina Jolie, que interpreta a soprano, oferece uma performance intensa e visceral, capturando a complexidade e a fragilidade da personagem.  

Jolie demonstrou uma dedicação intensa ao papel, estudando a vida e a obra de Callas. Ela conseguiu capturar a fragilidade da diva, transmitindo sua paixão pela música e sua dor interior. A atriz passou por uma transformação física significativa para se parecer mais com Callas, incluindo perda de peso e uso de próteses. Angelina conseguiu transmitir a intensidade emocional característica de Callas, tanto em suas performances musicais quanto em suas relações pessoais. 

Embora Jolie tenha trabalhado, arduamente, para se aproximar da voz de Callas, a maioria dos críticos concordam que sua voz não se compara à da soprano original. No entanto, muitos defendem que a interpretação emocional da atriz compensa essa diferença. Críticos questionam a fidelidade histórica do filme, argumentando que certas cenas e diálogos foram dramatizados para criar um impacto emocional maior. 

A interpretação de Jolie é frequentemente comparada com outras atrizes que interpretaram Callas, inclusive, Fanny Ardant no filme "Callas Forever". 

ALÉM, O FILME EXPLORA 

A solidão e o isolamento: Callas luta contra a depressão e a solidão, buscando apoio em poucas pessoas de confiança. 

A obsessão pela perfeição: A diva busca incessantemente a perfeição em sua arte, o que a leva a um desgaste físico e emocional. 

O amor e a paixão: A relação tumultuosa de Callas com o magnata grego Aristóteles Onassis é retratada, mostrando como o amor não correspondido a afetou profundamente.

A busca pela identidade: Callas tenta encontrar seu lugar no mundo, buscando redefinir sua identidade além da figura da diva da ópera. 


Maria Callas

A IMPORTÂNCIA DA OBRA DE MARIA CALLAS PARA A HUMANIDADE

Nascida em 02 de dezembro de 1923, em Manhattan, Nova York. A obra de Maria Callas transcende a música e se insere profundamente na experiência humana. Sua voz, técnica e interpretação inovadoras revolucionaram o mundo da ópera e deixaram um legado precioso na cultura mundial. 

A artista trouxe uma intensidade emocional e uma dramaticidade nunca antes vistas na ópera. Ela transformou a interpretação vocal em uma verdadeira arte dramática, conectando-se profundamente com o público e humanizando as personagens. 

Além de sua influência na música, se tornou um ícone da cultura popular, inspirando artistas de diversas áreas, como cinema, moda e literatura. Sua vida pessoal conturbada, marcada por paixões intensas e uma carreira meteórica, a transformou em uma figura lendária.

Dedicou-se à interpretação de óperas menos conhecidas, revitalizando o repertório operístico e garantindo a imortalidade de compositores como Bellini e Donizetti.

A história de vida de Callas, marcada por desafios e superações, é uma fonte de inspiração para muitas pessoas. Sua determinação em alcançar a perfeição e sua capacidade de reinventar-se são qualidades admiráveis. 

Sua voz continua a ecoar nos corações de milhões de pessoas em todo o mundo, e sua história continua a ser contada e recontada, inspirando novas gerações de artistas e amantes da música.

AS INTERPRETAÇÕES MAIS MEMORÁVEIS DE MARIA CALLAS

Maria Callas, com sua voz inigualável e intensidade dramática, deixou uma marca indelével na história da ópera. Suas interpretações, marcadas por uma profundidade emocional e uma técnica vocal impecável, a tornaram uma das maiores cantoras de todos os tempos. 

ALGUMAS DE SUAS INTERPRETAÇÕES MAIS MEMORÁVEIS INCLUEM: 

NORMA - BELLINI

Em "Norma", Callas interpretou a poderosa sacerdotisa druida com uma intensidade e paixão que a tornaram icônica. Sua ária "Casta diva" é considerada uma das mais belas da história da ópera. A força e a fragilidade de Norma, aliadas à voz poderosa de Callas, criaram uma interpretação inesquecível. 

LA TRAVIATA - VERDI

Como Violetta Valéry, Callas trouxe uma profundidade emocional à personagem, retratando a decadência e a tragédia de uma cortesã com uma intensidade que comovia o público. Sua interpretação de "Sempre libera" é considerada uma das mais emocionantes da história da ópera. 

TOSCA - PUCCINI

A paixão e a determinação de Tosca foram perfeitamente capturadas por Callas. Sua interpretação da ária "Vissi d'arte" é um exemplo de como ela conseguia transmitir uma gama de emoções, desde a alegria até a desesperança, com sua voz. 

MEDEA - CHERUBINI

Em "Medea", Callas encarnou a figura da mulher vingativa com uma intensidade que aterrorizava e fascinava ao mesmo tempo. Sua interpretação da ária "Deh, calma" é um exemplo de como ela dominava a técnica coloratura e conseguia transmitir a loucura da personagem. 

LA GIOCONDA - PONCHIELLI

Nessa ópera, Callas interpretou a personagem-título, uma cantora cega, com uma intensidade e compaixão que comoveram o público. Sua ária "Cielo e mar" é um exemplo de sua capacidade de transmitir uma ampla gama de emoções. 

LUCIA DI LAMMERMOOR - DONIZETTI

A loucura de Lucia foi retratada por Callas com uma intensidade que a tornou uma das interpretações mais memoráveis da história da ópera. Sua ária da loucura é um tour de force vocal e dramático. 

Callas conseguia transmitir uma profundidade emocional que ia além da música, conectando-se diretamente com o público. Sua voz era poderosa, flexível e capaz de expressar uma ampla gama de nuances. Tinha a capacidade de se identificar profundamente com as personagens que interpretava, tornando suas performances ainda mais autênticas. Não se limitava a repetir as interpretações tradicionais, mas buscava sempre novas formas de expressar a música. 

A artista deixou um legado que continua a inspirar gerações de artistas e amantes da ópera. Sua influência na história da música é inegável e suas gravações continuam sendo ouvidas e estudadas por músicos e pesquisadores do mundo todo.

MARIA CALLAS EM ANNA BOLENA: UM MARCO NA HISTÓRIA DA ÓPERA 

Maria Callas para sempre será o sinônimo de diva da ópera. Sua interpretação em Anna Bolena, de Gaetano Donizetti, é considerada uma das mais marcantes de sua carreira e um marco na história da ópera. A intensidade dramática e a beleza vocal de Callas, combinadas com a complexidade do personagem de Anna, resultaram em uma “performance” inesquecível. 

A HISTÓRIA DE ANNA BOLENA 

Anna Bolena, segunda esposa do rei Henrique VIII da Inglaterra, foi executada após perder o favor real. Donizetti compôs uma ópera que explora a dor e a angústia de Anna diante da traição e da perda de seu poder. A ária mais famosa da ópera, "Al dolce guidami", é um lamento desesperado de Anna, que suplica a Deus por conforto.

A INTERPRETAÇÃO DE CALLAS EM ANNA BOLENA FOI REVOLUCIONÁRIA POR DIVERSAS RAZÕES: 

Maria Callas transmitia a dor e a angústia de Anna de forma visceral, conectando-se profundamente com o público. Sua voz poderosa e flexível permitia que ela explorasse toda a gama emocional da personagem. Revitalizou o estilo bel canto, que havia caído em desuso, e inspirou uma nova geração de cantores. A gravação de Anna Bolena de 1957, sob a batuta de Gianandrea Gavazzeni, é considerada uma das melhores gravações de ópera de todos os tempos.

AQUI ESTÃO ALGUNS VÍDEOS DA MARIA CALLAS INTERPRETANDO "CASTA DIVA",  UMA DAS SUAS ÁRIAS MAIS FAMOSAS:

Maria Callas sings "Casta Diva", Bellini: Norma, Act 1 por Warner Classics

Maria Callas, Norma - Casta Diva - Bellini por th paw

Maria Callas Casta Diva 31.12.1957 live in color!!! por La Divina Callas

Maria Callas sings Norma "Casta Diva" in color, Live in Paris 1958 por Tom Volf

Maria Callas performing Bellini’s Casta Diva

Maria Callas - La mamma morta por Martín Guadiana

Maria Callas Live: Bizet's Carmen Habanera, Hamburg 1962 por Warner Classics

Maria Callas - Ah non credea mirarti por beregiss


A PERDA DA VOZ DE MARIA CALLAS

A perda da voz foi um golpe devastador para Maria Callas. Imagine ter um dom tão extraordinário e vê-lo se esvaindo aos poucos. É como se uma parte essencial de sua identidade estivesse desaparecendo. É um mistério que intriga especialistas até hoje. Não existe uma causa única e definitiva, mas sim várias teorias que tentam explicar o que aconteceu. 

AS PRINCIPAIS HIPÓTESES 

Alguns estudos apontam para a possibilidade de Maria Callas ter sofrido de uma doença degenerativa que afetou as suas cordas vocais. A dermatomiosite, uma inflamação muscular que pode atingir a laringe, é uma das teorias mais conhecidas.

A intensa atividade vocal, aliada a uma técnica vocal que pode ter sido exigente, pode ter contribuído para o desgaste das cordas vocais. 

A vida pessoal turbulenta, marcada por relacionamentos intensos e perdas, pode ter tido um impacto negativo em sua saúde vocal. O estresse emocional pode afetar o sistema imunológico e predispor a pessoa a doenças. 

Há relatos de que Maria Callas tenha realizado cirurgias nas cordas vocais, o que pode ter contribuído para o declínio de sua voz. 

IMPORTANTE RESSALTAR 

Não há um consenso entre os especialistas: Cada teoria apresenta evidências e contradições, e é possível que a perda da voz de Maria Callas seja resultado de uma combinação de fatores. A ausência de exames modernos: Como Maria Callas morreu em 1977, não foi possível realizar exames mais modernos para investigar a causa exata da perda de sua voz. 

A AFIRMAÇÃO DE QUE A MÃE DE MARIA CALLAS GOSTAVA QUE ELA CANTASSE E ONASSIS DETESTASSE 

É uma simplificação excessiva da relação complexa que a cantora tinha com sua família e com seus amantes. 

A relação de Maria Callas com sua mãe era marcada por ambivalência. A mãe, Litsa, era uma figura dominante e ambiciosa, que incentivava a carreira musical da filha. No entanto, também exercia uma pressão considerável sobre Maria, o que pode ter contribuído para a sua personalidade complexa e exigente.

Aristóteles Onassis, apesar de apreciar a arte e a fama de Maria Callas, não era um grande entusiasta da ópera. Seus interesses estavam mais voltados para os negócios e para o estilo de vida luxuoso. Embora tenha apoiado a carreira da cantora em alguns momentos, também a pressionou para que se dedicasse mais à vida social e menos à música. 

A RELAÇÃO DE CALLAS COM A MÚSICA ERA COMPLEXA 

A música era tanto uma fonte de alegria e realização para a artista quanto uma fonte de angústia e pressão. Amava cantar, mas também sofria com as exigências da carreira e com a comparação constante com outras cantoras.

A relação entre Callas e Onassis foi marcada por paixão, ciúme e desilusão. Onassis era um homem infiel e controlador, o que causou grande sofrimento à cantora. Onassis apreciava a fama de Callas, mas não era um grande fã de ópera e, em alguns momentos, pressionou a cantora para que se dedicasse menos à música. 

A relação de Callas com a música e com os homens de sua vida era muito mais complexa do que uma simples afirmação positiva ou negativa. Para entender melhor a personalidade e a trajetória de Maria Callas, é preciso considerar diversos fatores, como sua história familiar, sua personalidade artística e os desafios que enfrentou ao longo de sua vida. 

ONASSIS PRESENTEAVA COM ESTÁTUAS DE DEUS GREGOS 

Aristóteles Onassis presenteou Maria Callas com diversas estátuas gregas, incluindo uma de Hermes. Magnata grego com um profundo apreço pela cultura clássica, utilizava esses presentes como demonstração de seu amor e admiração pela diva da ópera.

As estátuas gregas, especialmente as de deuses como Hermes, representavam a beleza, a perfeição e a imortalidade na cultura grega. Para Onassis, presentear Callas com essas obras de arte era uma forma de compará-la a uma deusa e de expressar a admiração que sentia por sua voz e beleza. 

Tanto Onassis quanto Callas tinham raízes gregas. Esses presentes reforçavam a conexão deles com a cultura e a história de seu país de origem. As estátuas gregas eram consideradas objetos de luxo e exclusividade, e o fato de Onassis presentear Callas com elas demonstrava sua riqueza e poder. 

A ESTÁTUA DE HERMES 

Hermes, o mensageiro dos deuses na mitologia grega, era conhecido por sua velocidade, astúcia e eloquência. Escolher uma estátua de Hermes como presente para Callas pode ter sido uma forma de elogiar sua voz poderosa e sua capacidade de emocionar o público. 

Os presentes de Onassis para Callas, incluindo a estátua de Hermes, eram muito mais do que simples objetos. Eles representavam um símbolo de amor, admiração e poder, e refletiam a complexidade e a intensidade da relação entre esses dois ícones do século XX.

A DECISÃO DE MARIA CALLAS DE VIVER EM PARIS 

Em vez de retornar à Grécia, foi influenciada por diversos fatores complexos que moldaram sua vida e carreira. 

Alguns dos principais motivos que podem ter levado a essa escolha incluem:

Paris era um centro cultural vibrante e um dos principais palcos da ópera na época. Ao viver em Paris, Callas estava mais próxima das principais casas de ópera da Europa, o que facilitava sua carreira internacional e permitia que ela se apresentasse com mais frequência. 

A relação de Callas com sua mãe era complexa e marcada por altos e baixos. Ao se mudar para Paris, ela conseguia criar certa distância física e emocional de sua família, o que pode ter sido importante para sua saúde mental. 

Paris oferecia um estilo de vida sofisticado e cosmopolita que atraía a muitos artistas e intelectuais. Callas, que era uma figura pública e apreciava o luxo, se sentiu atraída por esse ambiente. 

Em Paris, Callas viveu um romance intenso com o magnata grego Aristóteles Onassis. A presença de Onassis na cidade pode ter influenciado sua decisão de permanecer na França.

É importante destacar que a decisão de Callas foi provavelmente motivada por uma combinação desses fatores, e não por um único motivo. A vida de Maria Callas foi marcada por diversas complexidades, e sua escolha de viver em Paris foi apenas um capítulo dessa história. 

OUTROS FATORES QUE PODEM TER INFLUENCIADO SUA DECISÃO 

Após o fim de seu casamento e a perda de sua voz, buscava se reinventar e encontrar um novo propósito. Paris pode ter representado uma oportunidade para ela construir uma nova vida.

Nos últimos anos de sua vida, sofria de depressão e solidão. A vida em Paris pode ter sido uma forma de escapar da dor e do sofrimento. 

Maria Callas faleceu em 16 de setembro de 1977, em Paris, França. A causa de sua morte foi um infarto agudo do miocárdio, ou seja, um ataque cardíaco. 

SOBRE SUA MORTE, ALGUNS DETALHES RELEVANTES 

Nos seus últimos anos, Callas viveu uma vida bastante reclusa em seu apartamento em Paris, acompanhada apenas por sua governanta, amiga e mordomo. No momento de sua morte, ela estava sozinha. 

A autópsia revelou que o infarto foi consequência de uma doença degenerativa chamada dermatomiosite, que afeta os músculos e a pele.  As cinzas de Maria Callas foram jogadas no Mar Egeu, em um local que era especial para ela. 

É importante ressaltar que, apesar de sua morte ter sido solitária, a influência de Maria Callas na música e na cultura continua viva até hoje. Ela é considerada uma das maiores sopranos de todos os tempos e seu legado inspira inúmeras pessoas. 

Maria Callas

Maria Callas em 90 Árias de Óperas Arias, Carmen, Norma, Tosca, Traviata, Butterfly... 

Clicar no link: 

https://www.youtube.com/watch?v=VU1CZWEzQDA  


Editorial

Alberto Araújo 

Focus Portal Cultural


Slide com imagens do filme "Maria"
com Angelina Jolie.

Trailer do filme "Maria" com Angelina Jolie



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