quinta-feira, 20 de setembro de 2018

DESTAQUE DO DIA: NISE – O CORAÇÃO DA LOUCURA. DIRIGIDO POR ROBERTO BERLINER E ESTRELADO POR GLORIA PIRES, O LONGA, BASEADO NO LIVRO NISE - ARQUEÓLOGA DOS MARES, DO JORNALISTA BERNARDO HORTA. SIMPLESMENTE, NOTÁVEL! UM FILME DESSE MERECE O OSCAR!

 
 
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DESTAQUE DO DIA:  NISE – O CORAÇÃO DA LOUCURA. DIRIGIDO POR ROBERTO BERLINER E ESTRELADO POR GLORIA PIRES, O LONGA, BASEADO NO LIVRO NISE - ARQUEÓLOGA DOS MARES, DO JORNALISTA BERNARDO HORTA. SIMPLESMENTE, NOTÁVEL! UM FILME DESSE MERECE O OSCAR!
 
 
 
 
Caros foculistas, depois de assistir ao filme, fica claro, que por meio de uma bela ficção, pode-se transmitir algo que impressiona e mexe com a gente. Especial e notório o fato de que Nise da Silveira terá sempre o nosso reverência e admiração, pois tratou a insanidade, se entregou de corpo e alma e, sobretudo com carinho e fez dela um motivo, uma alegria de vida.
Descobrir a história de Nise é encontrar um pouco de nós mesmos nos momentos em que parecemos não "caber" em nossa própria existência.
Como essa mulher fez a diferença no mundo, listamos algumas razões pelas quais ela merece ser convocada à nossa memória.
 
Nise da Silveira
 
NISE DA SILVEIRA, A MULHER QUE SURGIU COM A TERAPÊUTICA DA LOUCURA NO BRASIL.
 
 
Os ensinamentos de Nise da Silveira nos falam de uma atualidade que se repete a cada vez que a loucura é condenada. A Psiquiatra enxergou a riqueza de seres humanos que estavam “no meio do caminho”. No meio do caminho entre o existir e a dignidade. Essa mulher se rebelou contra a psiquiatria que aplicava violentos choques para concertar pessoas e escolheu um tratamento humanizado, que usava a arte para reabilitar os pacientes. Agigantou a humanidade ao cuidar de brasileiros rejeitados pelo sistema e isolados do convívio.
 
Esquizofrênicos marginalizados e esquecidos puderam ser autores de obras hoje expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro (RJ).
A arte marcou a vida nova daquelas pessoas para a sociedade.
 
 
 
 
 
A história dela já foi tema de documentários e agora volta às telas com o filme inédito Nise – O Coração da Loucura, estreado recentemente. Dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Gloria Pires, o longa, baseado no livro Nise - Arqueóloga dos Mares, do jornalista Bernardo Horta, traz um recorte acessível e emocionante da atuação da psiquiatra e sua defesa da arte como principal ferramenta de reintegração de pacientes chamados "loucos".
Em 1926, ao se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, Nise era a única mulher em uma turma de 157 alunos. Ainda na graduação ela apresentou  estudo Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil.
 
"Na época em que ainda vivíamos os manicômios e o silenciamento da loucura, Nise da Silveira soube transformar o Hospital Engenho de Dentro em uma experiência de reconhecimento do engenho interior que é a loucura", explica à revista Cult Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP.
 
Nise era uma defensora da loucura necessária para se viver. "Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas."
 
Na prisão, Nise também conheceu o escritor alagoano Graciliano Ramos, que a cita em seu livro Memórias do Cárcere:
 
"(...) Lamentei ver a minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-se culta e boa. Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se a tomar espaço."
 
Em 1944, Nise passou a trabalhar no Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro. Ela se recusou a seguir o tratamento da época, que incluía choque elétrico, cardiazólico e insulínico, camisa de força e isolamento. Ao dizer "não", a psiquiatra foi transferida, como "punição", para o Setor de Terapia Ocupacional do Pedro II. A reportagem da revista Cult lembra que esse era um espaço desprestigiado na época.
 
Porém, essa transferência foi fundamental para a revolução que Nise provocaria na psiquiatria: foi nesse setor do hospital que ela implementou, junto com o psiquiatra Fábio Sodré, a Terapia Ocupacional no tratamento psiquiátrico.
Nise percebeu que as artes plásticas eram o canal de comunicação com os pacientes esquizofrênicos graves, que até então não se comunicavam verbalmente. As obras produzidas por eles davam "voz" aos conflitos internos que viviam.
A produção do ateliê do Setor de Terapia Ocupacional já tinha despertado a atenção de pesquisadores de saúde mental e médicos, mas críticos de arte também viram naqueles trabalhos obras artísticas dignas de exposição. Foram organizadas duas exposições internacionais e, em 1952, foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro.

 

Nise da Silveira. Foto de Arquivo do Jornal do Brasil
 
UM POUCO SOBRE NISE DA SILVEIRA
 
Nise da Silveira nasceu em Maceió, em 15 de fevereiro de 1905 foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, foi aluna de Carl Jung.
Filha do professor de matemática Faustino Magalhães da Silveira e da pianista Maria Lídia da Silveira, Nise era bastante estudiosa e foi admitida na Faculdade de Medicina da Bahia aos 21 anos.
 
Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Nise ainda foi pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com animais.
Sua formação básica realizou-se em um colégio de freiras, na época exclusivo para meninas, o Colégio Santíssimo Sacramento, localizado em Maceió. Seu pai foi jornalista e diretor do "Jornal de Alagoas".
De 1926 a 1931 cursou a Faculdade de Medicina da Bahia, onde se formou como a única mulher entre os 157 homens daquela turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.
Casou-se nessa época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem viveu até seu falecimento em 1986. O casal não teve filhos, por um acordo entre ambos, que queriam dedicar-se intensamente, a carreira médica. Em seu trabalho médico, Mário publicava artigos onde apontava as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.
Em 1927, já casada e formada, e órfã de mãe, sofreu pelo falecimento de seu pai, e então, após alguns meses, junto ao marido, se mudaram para o Rio de Janeiro, onde teriam mais oportunidades de trabalho. Na então capital do Brasil, Nise se engajou nos meios artístico e literário, voltados para área médica, com diversas publicações dos avanços da medicina.
Em 1933, cursando os anos finais da especialização em psiquiatria, estagiou na clínica neurológica de Antônio Austregésilo. Logo após terminar sua especialização, foi aprovada no mesmo ano em um concurso de psiquiatria, e começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.
Foi membro fundadora da Sociedade Internacional de Expressão Psicopatológica ("Societé Internationale de Psychopathologie de l'Expression"), sediada em Paris.
 
Sua pesquisa em terapia ocupacional e o entendimento do processo psiquiátrico por meio das imagens do inconsciente deram origem a diversas exibições, filmes, documentários, audiovisuais, cursos, simpósios, publicações e conferências.
Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi agraciada com diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, entre outras:
"Ordem do Rio Branco" no Grau de Oficial, pelo Ministério das Relações Exteriores (1987)
"Prêmio Personalidade do Ano de 1992", da Associação Brasileira de Críticos de Arte
"Medalha Chico Mendes", do grupo Tortura Nunca Mais (1993)
"Ordem Nacional do Mérito Educativo", pelo Ministério da Educação e do Desporto (1993)
Seu trabalho e ideias inspiraram a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas, similares às que criou, em diversos estados do Brasil e no exterior, por exemplo:
"Museu Bispo do Rosário", da Colônia Juliano Moreira (Rio de Janeiro)
"Centro de Estudos Nise da Silveira" (Juiz de Fora, Minas Gerais)
"Espaço Nise da Silveira" do Núcleo de Atenção Psicossocial (Recife)
"Núcleo de Atividades Expressivas Nise da Silveira", do Hospital Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre, Rio Grande do Sul).
a "Associação de Convivência Estudo e Pesquisa Nise da Silveira" (Salvador, Bahia)
"Centro de Estudos Imagens do Inconsciente", da Universidade do Porto (Portugal)
a "Association Nise da Silveira - Images de l'Inconscient" (Paris, França)
o "Museo Attivo delle Forme Inconsapevoli" (hoje renomeado "Museattivo Claudio Costa", Genova, Itália)
O antigo "Centro Psiquiátrico Nacional" do Rio de Janeiro recebeu em sua homenagem o nome de "Instituto Municipal Nise da Silveira".
 
Em 2015, foi incluída na lista das Grandes mulheres que marcaram a história do Rio". Faleceu aos 94 anos, no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1999.
 
OBRAS
 
·         SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: José Álvaro Ed. 1968.
·         SILVEIRA, Nise da. Imagens do inconsciente. Rio de Janeiro: Alhambra, 1981.
·         SILVEIRA, Nise da. Casa das Palmeiras. A emoção de lidar. Uma experiência em psiquiatria. Rio de Janeiro: Alhambra. 1986.
·         SILVEIRA, Nise da. O mundo das imagens.São Paulo: Ática, 1992.
·         SILVEIRA, Nise da. Nise da Silveira. Brasil, COGEAE/PUC-SP 1992.
·         SILVEIRA, Nise da. Cartas a Spinoza. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1995.
·         SILVEIRA, Nise da. Gatos - A Emoção de Lidar. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1998.
 
 
 
Atriz Glória Pires vive Nise da Silveira
no cinema.
 
 
Nise da Silveira
 
Nise da Silveira
 


 
 
 
 
 
 
 
 
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