ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS RETOMA PROGRAMA "MÚSICA DE CÂMARA NA ABL", COM A PRESENTAÇÃO DO GRUPO "MÚSICA ANTIGA DA UFF" COM OS ARTISTAS: LENORA PINTO MENDES, LEANDRO MENDES, MÁRCIO PAES SELLES, MÁRIO ORLANDO E VIRGINIA VAN DER LINDEN. DIA 25 DE SETEMBRO DE 2018, ÀS 12H30MIN. IMPERDÍVEL!
A Academia Brasileira de Letras reinicia seu programa “Música de Câmara na ABL” apresentando o grupo “Música Antiga da UFF”, composto pelos instrumentistas Lenora Pinto Mendes, Leandro Mendes, Márcio Paes Selles, Mário Orlando e Virginia Van der Linden. O evento está programado para o dia 25 de setembro, terça-feira, às 12h30min, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, 1º andar, Castelo, Rio de Janeiro). Entrada franca.
O Presidente da Academia, Professor Marco Lucchesi, fará a abertura do espetáculo, que marca o retorno dessa atividade oferecida pela ABL ao público, mediante um protocolo a ser firmado com a Universidade Federal Fluminense (UFF).
De acordo com seus integrantes, o conjunto apresenta músicas para cantar e dançar escritas por trovadores medievais, e os instrumentos tocados pelos integrantes do conjunto são todos da Idade Média e do Renascimento: viele de roda, rabeca, viele de arco, flautas, buzuk e percussão).
Atuante há três décadas, seus músicos são todos também pesquisadores. Em 2017, o Música Antiga da UFF lançou seu primeiro longa-metragem, o documentário Música do Tempo – Do Sonho do Império ao Império do Sonho, que conta a trajetória artística do grupo durante os mais de 30 anos de pesquisa e difusão da música.
PROGRAMA
Courant Michael Praetorius (1571-1621)
Insbruck, ich muß Heinrich Isaac (1445-1517)
Ich weiß nit, was er ihr verhieß Ludwig Senfl (1492-1555)
Es taget vor dem Walde
Ballet Michael Praetorius (1571-1621)Bourrés
Im Maien Ludwig Senfl (1492-1555)
Wann ich des Morgens früeh aufsteh
Ach Elslein, liebes Elselein Ludwig Senfl (1492-1555)
Ach Elslein – Es taget
Es het ein bider man
Insbruck, ich muß Heinrich Isaac (1445-1517)
Ich weiß nit, was er ihr verhieß Ludwig Senfl (1492-1555)
Es taget vor dem Walde
Ballet Michael Praetorius (1571-1621)Bourrés
Im Maien Ludwig Senfl (1492-1555)
Wann ich des Morgens früeh aufsteh
Ach Elslein, liebes Elselein Ludwig Senfl (1492-1555)
Ach Elslein – Es taget
Es het ein bider man
Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico
Casou-se em 1477 com sua prima materna a duquesa Maria de
Borgonha filha de Carlos, Duque da Borgonha. Enviuvando, Maximiliano lutou
contra a França que queria anexar o território borgonhês (o que de fato
conseguiu). Reuniu um conselho de príncipes alemães, para obter ajuda e se
coroar rei da Itália, o que não veio a ocorrer.
Em 1508, após reinar sobre o Sacro Império Romano-Germânico
por quinze anos sem o título, e com o consentimento do papa Júlio II, ele
acabou com a necessidade de se cumprir a tradição do imperador ser coroado pelo
papa para receber o título, bastando assim, somente a sua eleição como tal. Foi
sucedido no império por seu neto Carlos V.
Maximiliano comprometeu-se em 1490 com Ana, Duquesa da
Bretanha (1476-1514), mas o casamento foi anulado em 1491 e Ana casou com o rei
Carlos VIII de França, o Afável. Casou-se ainda uma terceira vez em 1494 com
Branca Maria Sforza (1472-1510), filha do Duque de Milão João Galeácio Sforza.
Filhos:
•Margarida de Habsburgo, de Áustria ou de Saboia (n. 1480),
que casou com:
•Carlos VIII de França (anulado);
•João, Príncipe das Astúrias (1478-1497)
•Felisberto II, Duque de Saboia (1480-1504)
•Francisco (n. e m. 1481)
•Filipe I de Castela (1478-1506), Rei de Espanha pelo
casamento com a rainha Joana de Castela; foi o pai de Carlos I de Espanha.
•Ilegítimos:
•Cornélio de Áustria (n.1507), filho de uma senhora de
Salzburgo.
•Jorge da Áustria (m. 1557).
•Leopoldo de Áustria (1515-1557).
O imperador Maximiliano I faleceu em Wels - Austria, em 12
de janeiro de 1519.
BIOGRAFIA COMPLETA
Maximiliano
nasceu, no dia 22 de Março de 1459, em Wiener Neustadt na Áustria, fruto do
casamento do sacro imperador romano-germânico, Frederico III, da Casa de
Habsburgo, com a princesa portuguesa, D. Leonor, irmã de D. Afonso V e de D.
Fernando, duque de Beja e Viseu.
Maximiliano
era, portanto, primo direito dos futuros reis de Portugal, D. João II e D.
Manuel I. Em 1486, Maximiliano foi eleito “rei dos romanos” em Frankfurt,
ascendendo ao trono após a morte de Frederico III, em 1493. Apenas em 1508, com
o consentimento do papa Júlio II, foi-lhe atribuído oficialmente o título
imperial.
Com
D. João II, Maximiliano I criou laços amigáveis, particularmente devido ao
apoio do rei português na pacificação de Bruges e de outras cidades flamengas.
Estas se tinham revoltado nos anos 80 de Quatrocentos contra Maximiliano, que
se tornara o novo soberano da Borgonha depois do falecimento da sua primeira
esposa, Maria de Borgonha, em 1482.
O
desencadeamento da guerra entre França e a Casa de Habsburgo, em 1492, e a aliança
entre o rei francês, Carlos VIII, e os Reis Católicos, em Janeiro do ano
seguinte, conduziu a uma intensificação das ligações entre Maximiliano e D.
João II. A aproximação dos dois monarcas foi favorecida devido às rivalidades
luso-castelhanas na questão dos direitos das possessões no ultramar.
Esta
disputa tinha entrado, precisamente nestes anos, na sua fase mais acesa, em
consequência da primeira viagem de Colombo às Índias Ocidentais e à polémica
divisão do Atlântico pelo papa Alexandre VI, contestada veementemente pelo
Príncipe Perfeito. Maximiliano concordou com a posição portuguesa e ofereceu a
D. João II o seu apoio, propondo uma viagem de descoberta por via ocidental. O
imperador tencionava também subsidiar este projecto. Graças à recomendação do
habsburgo, Diogo Fernandes Correia negociou neste contexto, ainda em 1493, com
as casas comerciais dos Fugger e dos Gossembrot de Augsburgo. O reforço das
relações diplomáticas entre Portugal e o Sacro Império ganhou os seus contornos
mais evidentes em 1494. Em Junho deste ano, ou seja, pouco antes da celebração
do Tratado de Tordesilhas, Maximiliano e D. João II prometeram mutuamente
eterna amizade e aliança em caso de guerra nos denominados “Capitolos de Pazes”
(Colónia, 23.6.1494).
Este
contrato perdeu, no entanto, a sua validade já no ano seguinte devido à morte
do rei português e não foi renovado após a subida de D. Manuel I ao trono de
Portugal. Aparentemente, as boas relações até aí existentes entre as Casas de
Habsburgo e de Avis esfriaram, pois Maximiliano havia reclamado também a
herança da coroa portuguesa. Além disso, a orientação diplomática e os planos
dinásticos do imperador mudaram drasticamente dada a nova constelação das
alianças em consequência da invasão francesa em Itália em 1494. O ataque da
França ameaçou os interesses de Aragão e da Casa da Áustria na Península do
Apenino, o que levou a uma aproximação político-dinástica entre Maximiliano e
Fernando de Aragão que culminou nos célebres casamentos dos filhos do imperador
(Filipe o Belo e Margarete) com os filhos dos Reis Católicos (Joana a Louca e
Juan) em meados dos anos 90 de Quatrocentos.
A
morte do príncipe Juan, em 1497, abriu perspectivas prometedoras à herança das
coroas de Castela e Aragão, tanto para a Casa de Avis como para a Casa de
Habsburgo. Ao que parece, por causa da delicada situação dinástica na Península
Ibérica, Maximiliano e D. Manuel evitaram, no início do reinado deste último,
estabelecer relações diplomáticas. Apenas no ano de 1499 se encontra um sinal
inequívoco que comprova um contacto directo entre os dois monarcas. A
iniciativa partiu do rei português que em Agosto desse ano dirigiu uma carta ao
“vitoriosíssimo e potentíssimo príncipe Maximiliano, da graça de Deus imperador
romano e Augustus”. D. Manuel utilizou aqui pela primeira vez o título de “rei
de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África e senhor da Guiné e da
conquista, da navegação e comércio de Etiópia, Arabia, Pérsia e Índia”. Nesta
carta, o Venturoso informou orgulhosamente o seu primo acerca dos resultados da
primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, das especiarias, pedras preciosas e
pérolas que os Portugueses aí encontraram e prometeu a Maximiliano acesso a
estas riquezas. Existem várias fontes que documentam o especial interesse de Maximiliano
na Expansão Portuguesa, cujo desenvolvimento seguiu atentamente, em primeiro
lugar, pelo seu conselheiro Conrad Peutinger. O afamado humanista de Augsburgo
era sócio da célebre companhia comercial de Anton Welser, seu sogro. Esta
companhia tinha fundado, em 1503, uma feitoria em Lisboa, tendo participado,
desde 1505, directamente em duas viagens portuguesas à Índia. Os projectos
ultramarinos dos Welser e de outras casas comerciais alemãs foram apoiados por
Maximiliano, a quem foram solicitadas cartas de recomendação destinadas à coroa
portuguesa. Paralelamente conseguiram, através do imperador, uma licença
especial que permitia a exportação de prata para Lisboa via Países Baixos. Em
1505 tinha chegado às mãos do imperador uma genealogia de todos os reis e
príncipes da Península Ibérica, enviada por Valentim Fernandes, famoso
tipógrafo e principal mediador dos alemães em Portugal. Este documento
corrobora a ideia de que Maximiliano nunca perdeu de vista a sua ambição em
relação ao trono português. Desta forma, explicam-se também as inúmeras
referências que faz nas suas obras históricas e autobiográficas ao império
português. Numa destas, D. Manuel I é designado como “o rei da nova rota”.
Notícias
sobre a Expansão Portuguesa e a nova imagem do mundo circularam entre os
eruditos e artistas ligados à corte imperial. Paralelamente ao crescente
interesse de Maximiliano nos Descobrimentos Portugueses intensificaram-se, a
partir da primeira década de Quinhentos, as relações político-diplomático entre
o imperador e a coroa portuguesa. Em 1506 faleceu, inesperadamente, Filipe o
Belo. A morte do único filho de Maximiliano pôs em risco a “herança espanhola”
dos Habsburgos, enquanto Fernando de Aragão assumiu a regência em Castela
contra as ambições de D. Manuel. O rei português, por sua vez, tentou reforçar
os laços dinásticos com a Casa de Habsburgo, preparando a longo prazo o
casamento da sua filha, D. Isabel, com o neto de Maximiliano, o futuro imperador
Carlos V. Desde 1509 falou-se também sobre o enlace da arquiduquesa D. Leonor
com um dos filhos de D. Manuel.
Como
intermediário deslocou-se Tomé Lopes por várias vezes à corte imperial. Já
antes tinha ali aparecido na pessoa de Duarte Galvão um outro embaixador do rei
português para convidar Maximiliano a empreender uma acção militar contra os
“inimigos da fé” para a reconquista da Terra Santa. Embora este plano não tenha
sido levado a cabo, é de constatar que o espírito de cruzada sempre constituiu
um elemento de ligação entre os dois monarcas, que se entenderam como
protectores da cristandade e viram no zelo cristão de missionação e na guerra
contra os “infiéis” a sua mais nobre tarefa de vida. Em 1510, Maximiliano, após
ter recebido notícias sobre algumas das vitórias alcançadas pelos Portugueses
no Oceano Índico, dirigiu uma carta pessoal a D. Manuel felicitando-o pelos
triunfos contra os inimigos da cristandade e pedindo-lhe informações detalhadas
sobre navegação, descobrimentos e comércio portugueses no Ultramar.
O
Venturoso foi incluído, em 1516, na ilustre Ordem do Tosão de Ouro,
desempenhando, nos anos seguintes, um papel central nos planos cruzadísticos do
imperador. No entanto, este amplo projecto foi impedido devido à morte de
Maximiliano em Wels no dia 12 de Janeiro de 1519. Ainda em vida de Maximiliano
realizou-se o casamento da sua neta, Eleonore (D. Leonor), com D. Manuel. Este
enlace marcou o início de uma série de matrimónios dinásticos entre as Casas de
Habsburgo e de Avis que se concretizaram nas décadas seguintes e que
influenciaram fortemente a história política da Europa no século XVI.
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