RIO DE JANEIRO - Um incêndio atinge o Museu Nacional, situado
na Quinta da Boa Vista (Zona Norte do Rio de Janeiro - Brasil), na noite deste
domingo, 02 de setembro de 2018(amigos marquem esta data, como o dia do prejuízo
de uma das maiores memória do Brasil e mundo).
Os bombeiros foram acionados às 19h30min e às 20h20min ainda
estavam combatendo o fogo. Nesse horário ainda não havia informações sobre as
dimensões do incêndio.
Inaugurado em 1818, o Museu completou 200 anos em junho.
Especializado em história natural, é o mais antigo centro de ciência do Brasil
e o maior museu desse tipo na América Latina.
Embora tenha um dos mais importantes acervos de história
natural da América Latina, o museu completou 200 anos parcialmente abandonado.
Reportagem do Jornal "Estado" feita em abril
revelou que havia goteiras, infiltrações, salas vazias e públicas de menos de
200 mil pessoas por ano - muito abaixo de sua capacidade.
O paleontólogo Alexander Kellner assumiu a direção da
instituição neste ano e negociava parcerias com a iniciativa privada para
recuperar o Palácio de São Cristóvão.
HISTÓRIA
O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil e um dos
maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Localiza-se
no interior do parque da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro,
estando instalado no Palácio de São Cristóvão. O palácio serviu de residência à
família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira
de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889
a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938.
Fundado por Dom João VI em 06 de junho de 1818 sob a
denominação de Museu Real, o museu foi inicialmente instalado no Campo de
Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural,
popularmente chamada "Casa dos Pássaros", criada em 1784, pelo
Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de mineralogia
e zoologia. A criação do museu visava atender aos interesses de promoção do
progresso socioeconômico do país através da difusão da educação, da cultura e
da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como o mais importante museu do
seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à Universidade Federal do Rio de
Janeiro em 1946.
O Museu Nacional abrigava um vasto acervo com mais de 20
milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes registros da memória
brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como amplos e
diversificados conjuntos de itens provenientes de diversas regiões do planeta,
ou produzidos por povos e civilizações antigas. Formado ao longo de mais de
dois séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o
acervo é subdividido em coleções de geologia, paleontologia, botânica,
zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia. É a principal base
para as pesquisas realizada pelos departamentos acadêmicos do museu que
desenvolve atividades em todas as regiões do país e em outras partes do mundo,
incluindo o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas
especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470.000 volumes e
2.400 obras raras.
No campo do ensino, o museu oferece cursos de extensão,
especialização e pós-graduação em diversas áreas do conhecimento, além de
realizar exposições temporárias e atividades educacionais voltadas ao público
em geral. Administra o Horto Botânico, ao lado do Palácio de São Cristóvão,
além do campus avançado na cidade de Santa Teresa, no Espírito Santo a Estação
Biológica de Santa Lúcia, mantida em conjunto com o Museu de Biologia Professor
Mello Leitão. Um terceiro espaço no município de Saquarema é utilizado como
centro de apoio às pesquisas de campo. Dedica-se, por fim, à produção
editorial, destacando-se nessa vertente a edição dos Arquivos do Museu
Nacional, o mais antigo periódico científico brasileiro especializado em
ciências naturais, publicado desde 1876.
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