segunda-feira, 3 de setembro de 2018

DESTAQUE DO DIA: LICIA LUCAS SERRANO INTERPRETA "GRANDE FANTASIA TRIUNFAL SOBRE O HINO NACIONAL BRASILEIRO" DO COMPOSITOR LOUIS MOREAU GOTTSCHALK - 1829 -1869. BELÍSSIMA INTERPRETAÇÃO!

 
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"Grand Fantasy no Hino Nacional Brasileiro" - Gravado na Sala de Concertos Fazioli, Sacile, Itália, julho de 2008. Concerto Fazioli Piano de cauda F278.
Licia Lucas, pianista brasileira, Medalha de Ouro na Competição Internacional Viotti, Itália (o prêmio é apresentado pelo presidente do júri, o lendário pianista Arturo Benedetti Michelangeli).
 
"Grand Fantasy on the Brazilian National Anthem" Recorded at the Fazioli Concert Hall, Sacile, Italy, July 2008. Fazioli Concert Grand Piano F278. Licia Lucas, Brazilian pianist, Gold Medal at the International Viotti-Competition, Italy (the Prize being presented by the president of Jury, the legendary pianist Arturo Benedetti Michelangeli).
 
 
 
 
 
 
UM POUCO SOBRE LOUIS MOREAU GOTTSCHALK
 
Louis Moreau Gottschalk nasceu em Nova Orleães, Estado Unidos, em 08 de maio de 1829 foi um pianista e compositor norte-americano. Compôs, entre outras, a Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro, que dedicou a Son Altesse Impériale Madame la Comtesse d'Eu.
 
Filho de um negociante judeu de Londres e de uma haitiana creole, Gottschalk nasceu e foi criado em Nova Orleans onde foi exposto a uma grande variedade de influências musicais. Aprendeu a tocar piano muito cedo e logo foi reconhecido como um prodígio neste instrumento. Em 1840 deu seu primeiro concerto público no hotel St. Charles.
 
Dois anos depois, deixou os Estados Unidos e foi para a Europa a fim de receber treinamento em música erudita, que ele sabia ser importante para as suas ambições artísticas. O Conservatório de Paris rejeitou sua matrícula inicialmente e Gottschalk só conseguiu aos poucos seu reconhecimento no meio musical francês através de amigos.
 
Após seu retorno à América em 1853, Gottschalk viajou frequentemente. Uma longa viagem a Cuba em 1854 marcou o início de uma série de viagens à América Central e América do Sul. Por volta de 1860, Gottschalk havia se estabelecido como o mais importante pianista do Novo Mundo. Apesar de nascido em Nova Orleans, na Louisiana, um estado sulista, ele apoiava a causa da União durante a Guerra Civil Americana. Mesmo retornando à sua cidade com pouca frequência, ele sempre se apresentava como nativo de Nova Orleans.
Em setembro de 1865, Gottschalk teve que deixar os E.U.A. embarcando para uma viagem pela América do Sul, que o levou a Santiago do Chile, Buenos Aires e finalmente ao Rio de Janeiro, onde se apresentou em recitais com o sucesso de sempre.
 
No Rio de Janeiro, Louis Moreau Gottschalk compôs aquela que viria a ser, senão a melhor, pelo menos uma das melhores de suas composições para piano, a famosa Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro.
 
Mas, por que o título “Grande Fantasia Triunfal”? O tema usado, ao contrário do que se aceita como tal, não é a melodia de nosso Hino Nacional, e sim apenas uma válida “deformação artística” da mesma. Nessa interessante “deformação”, o compositor conseguiu não só manter, como também incrementar o caráter nobre e heroico da inspiradíssima melodia de Francisco Manoel da Silva. Sabendo que o termo “fantasia” se aplica a uma composição sem muito rigor estrutural, Gottschalk teria, com essa palavra, procurado “disfarçar” a “deformação”. Quanto às duas outras palavras bombásticas do título da obra, “grande” e “triunfal”, essas ocorrem por conta de modas da época. Por último, nessa obra o compositor usou o chamado “pianismo sinfônico”, invenção de Liszt que consiste em sugerir, ao piano, os diversos timbres da orquestra. Consequentemente, uma orquestração da Grande Fantasia nada acrescenta à obra, pois serve apenas para mutilar as intenções de Gottschalk . Somente para relembrar: Hino Nacional Brasileiro, música de Francisco Manoel da Silva (1795-1865) e letra de Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927).  A música foi composta em 1822 e a letra foi introduzida somente em 1909. Foi oficializado pela lei nº 5.700 de 01/09/1971.
 
Em 1865 ele foi forçado a deixar os Estados Unidos como resultado de um caso escandaloso com uma estudante do seminário feminino de Oakland.
 
Escolheu viajar novamente para o Brasil, onde continuou a dar muitos concertos. Estava em temporada no Rio de Janeiro, tocando no Teatro Lírico Fluminense, quando se sentiu mal, vítima de malária, em 24 de novembro de 1869. Um fato muito comentado à época é que ele acabara de tocar sua peça romântica Morte! Logo antes de seu colapso, mas de fato o colapso ocorreu quando ele iniciava a interpretação da peça Tremolo. Não chegou a se recuperar do colapso.
 
Seu médico recomendou uma temporada num hotel no alto da Tijuca (atual Alto da Boa Vista). Ali ficou por cerca de três semanas, vindo a morrer logo após, em seu quarto no hotel, provavelmente, em decorrência de doses excessivas de quinino. Faleceu no Rio de Janeiro, em 18 de dezembro de 1869 com apenas 40 anos de idade.
 
Ele foi sepultado com grande honra no Cemitério de São João Batista e posteriormente, seus restos mortais foram trasladados para seu país de origem e ele se encontra atualmente, enterrado no Green-Wood Cemetery no Brooklyn, Nova York.
 
 
OBRA
 
 
A música de Gottschalk foi muito popular durante sua vida e suas primeiras composições causaram sensação na Europa. Algumas peças, como "Le Bananier" e "Bamboula" eram baseadas nas memórias de músicas ouvidas durante sua infância na Louisiana e foram consideradas magnificamente exóticas pelos críticos europeus. Ao longo de sua carreira, Gottschalk usou uma grande variedade de material não tradicional e étnico em grande parte de suas composições. Exemplos notáveis incluem "Souvenir de Porto Rico" e "The Banjo, Grotesque Fantasie". Estas peças étnicas e de caráter nacionalista eram consideradas suas melhores composições. Uma de suas composições mais conhecidas no Brasil é a "Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro", uma série de variações sobre a música de Francisco Manuel da Silva. Esquecida por muitos anos, esta peça tornou-se novamente popular ao ser utilizada pela Rede Globo na transmissão do cortejo fúnebre de Tancredo Neves em 1985. Além disso, sua introdução foi ouvida por diversas vezes no início de programas televisivos do PDT, mais precisamente, de Leonel Brizola. Editada no final do século XIX pela Casa Levy, foi, muitos anos depois, gravada pela pianista Eudóxia de Barros.
Gottschalk também foi muito bem sucedido como compositor de peças mais tradicionais. Composições sentimentais como "The Dying Poet" estavam entre as favoritas no repertório de muitas jovens pianistas amadoras. Sua mais famosa composição neste estilo é "The Last Hope, Religious Meditation" que alcançou imenso sucesso durante sua vida e por muitas décadas após sua morte. Muitos críticos consideram que as composições de salão de Gottschalk como datadas, musicalmente superficiais e insignificantes, em comparação com suas peças de música étnica americana. No entanto, ele agora começa a ser redescoberto uma vez que a música erudita moderna tem se tornado mais complexa e desvinculada do ouvinte. Neste contexto, algumas de suas composições, assim como a ópera de 13 minutos "Cuban Country Scenes" retém uma doçura e charme maravilhosamente, inocentes.
 
FONTE:
 
FOTO:
Gottschalk av 1849, LMG 1852, Nanteuil, LMG_danse ossianique ·
Photo LMG jeune .
 
 


 
UM POUCO SOBRE LÍCIA LUCAS SERRANO
 
Licia Lucas nasceu no Brasil em Itu, Estado de São Paulo. Conhecedores da execução pianística, comparam Licia Lucas com a legendária pianista brasileira Guiomar Novaes. “O brilho de ambas está no encanto que emerge do interior de sua música; é como se os sons adquirissem personalidades próprias, distintas de sua natureza física, frutos da magia inexplicável que preside a construção da beleza intangível”.
 
Começou os estudos de piano em família com a professora Nayl Cavalcante Lucas, diplomando-se posteriormente na Escola Nacional de Música na classe da professora Neida Cavalcante Montarroyos. Dotada de uma sólida formação pianística e artística obtida em prestigiosos conservatórios europeus, Licia Lucas se especializou no Brasil com Homero de Magalhães, discípulo de Alfred Cortot e na Itália, no Conservatório de Santa Cecília de Roma, com Vincenzo Vitale, descendente artístico de Thalberg e de Cesi, este último que, a convite de Anton Rubinstein, foi Diretor da escola pianística de São Petersburgo. Sua educação musical foi aperfeiçoada com Bruno Seidlhofer e Hans Graf da escola vienense.
 
Iniciou sua prestigiosa carreira conquistando o Primeiro Lugar no Concurso para Solistas da Orquestra Sinfônica Brasileira, interpretando o Concerto “Coroação” de Mozart sob a batuta do Maestro Eleazar de Carvalho. Na Itália conquistou a Medalha de Ouro no concurso Internacional Viotti de Vercelli, sendo a mais jovem entre todos os concorrentes, concedida pelo presidente do Júri o famoso pianista Arturo Benedetti Michelangeli. Desde então tem já se apresentado com grande sucesso como recitalista e solista de mais de 50 orquestras sinfônicas de Europa, Estados Unidos e América Latina.
 
Licia Lucas foi aclamada na legendária Sala Tchaikovsky em Moscou como solista da Orquestra Sinfônica Estatal da Filarmônica de Moscou obtendo o aplauso da crítica especializada. A Revista “AMÉRICA LATINA”, em matéria assinada pela Sra. Natalia Constantinova, destaca:
 
“Na solene cerimônia de inauguração na Sala P.I. Tchaikovsky veio à cena uma encantadora mulher tão modesta como elegante. Logo que seus dedos tocaram os primeiros acordes, a audiência sentiu que intervinha uma brilhante pianista, capaz de competir com os mais destacados pianistas do mundo... Somente a explosão de aplausos e júbilo pode devolver o mundo para a realidade do acontecido”.
 
O nome de Licia Lucas se inscreveu no seleto grupo de artistas  que se apresentaram na legendária Grande Sala da Filarmônica de São Petersburgo ao ser longamente ovacionada como solista dos concertos para piano e orquestra de Beethoven No. 3 e Chopin No. 2 com a Filarmônica Acadêmica de São Petersburgo. Licia Lucas gravou com esta orquestra os concertos para piano e orquestra de Tchaikovsky Nº 1, Grieg em la menor, Beethoven Nº3 e Chopin Nº2.
 
Entre suas gravações destacam-se também as realizadas na Sala Tchaikovsky de Moscou com a Orquestra Estatal da Sociedade Filarmônica de Moscou, com a Filarmônica de Turim na Itália, nos Estados Unidos com a Arpeggione Kammerorchester da Áustria, assim como a gravação do 2º. Concerto de Bela Bartók para a TV Globo no Rio de Janeiro, com a Orquestra Sinfônica Nacional; os CDs gravados para o selo L’ART: “Il Barocco” assim como os “24 Prelúdios de Chopin”; o CD “Licia Lucas in Italy” gravado em 2008, na Itália na "Fazioli Concert Hall" e  o CD "Licia Lucas in Russia" gravado com a Orquestra Sinfônica da Rádio&TV de Moscou com o Concerto Nº2 e a Rapsódia sobre um Tema de Paganini de Rachmaninoff.
 
No Brasil Licia Lucas desenvolve intensa atividade pedagógica, é membro Titular da Academia Nacional de Música, membro do “Comité D’Honneur” da Fundação João de Souza Lima e na França  é membro do “Comité d’Honneur” da Fundação Franz Liszt. É fundadora da Academia Nicaragüense da Música e Presidente de Honra da Orquestra Jovem da Nicarágua, tendo recebido a Medalha de “Amiga e Mecenas da Arte e da Cultura Nacional” neste país, apoiando também no Brasil o projeto de diversas orquestras jovens.
 
O livro “A Genealogia do Piano” publicado por Lícia Lucas e Marne Serrano ha conquistado a admiração no Brasil e no exterior.
 
Familiar aos palcos do mundo, suas apresentações garantiram-lhe grande admiração por parte do público e da crítica. Na Itália o jornal L’Osservatore Romano escreveu a propósito:
 
 “Inteligência e admirável intuição poética... sensibilidade agógica e dinâmica, limpidez de toque... de forma a obter admiração geral e o entusiasmo do público”.
 
 
 
 
ASSISTA AO VÍDEO PRODUZIDO PELO FOCUS PORTAL CULTURAL DO RECITAL DE LÍCIA LUCAS NO TEATRO SÃO JUDAS, NITERÓI.
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