O Jazz é um dos gêneros musicais mais celebrados do mundo. Nascido no
início do século XX em Nova Orleans, o ritmo foi criado pela comunidade negra
da região. Vinda da África, essa parcela da população encontrou no ritmo um
refúgio para o tratamento dispensado por seus senhores.
Ao longo do século passado, inúmeros nomes foram imortalizados na
galeria de figuras emblemáticas do jazz. Cantoras, trompetistas, pianistas... A
lista é vasta. E a redação do Focus Portal Cultural selecionou dez figuras
emblemáticas do gênero que vale a pena você relembrar.
LOUIS ARMSTRONG
Louis Daniel Armstrong nasceu em Nova Orleans, a 4 de agosto de 1901 e
faleceu em Queens, 6 de julho de 1971 foi um cantor (tenor) e instrumentista
(trompetista, cornetista, saxofonista), que foi considerado "a personificação
do jazz". Louis Armstrong é famoso tanto como cantor quanto como solista,
com seu trompete.
Armstrong nasceu numa família muito pobre. Passou a sua juventude na
pobreza num bairro de Nova Orleans, conhecido como "as costas da
cidade". O seu pai, William Armstrong, abandonou a família quando Louis
ainda era criança e casou-se com outra mulher. A sua mãe, Mary Albert
Armstrong, deixou Louis com a sua tia, o seu tio e a sua avó. Aos cinco anos
ele voltou a viver com a sua mãe e via o pai muito raramente. Ele esteve na
Fisk School for Boys onde pela primeira vez entrou em contacto com a música.
Levou algum dinheiro para casa como entrega-jornais e sapateiro ambulante.
Contudo, isso não era suficiente para manter a sua mãe longe da prostituição.
Passou a entrar sorrateiramente em bares de música perto de sua casa para ouvir
e ver os cantores.
MILES DAVIS
Miles Dewey Davis III nasceu em Alton, 26 de maio de 1926 e faleceu em
Santa Mônica, 28 de setembro de 1991 foi um trompetista, compositor e bandleader
de jazz norte-americano.
Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na
vanguarda de quase todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra
Mundial até a década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop e das
primeiras gravações do cool jazz. Foi parte do desenvolvimento do jazz modal, e
também do jazz fusion que se originou do trabalho dele com outros músicos no
final da década de 1960 e no começo da década de 1970.
Miles Davis pertenceu a uma classe tradicional de trompetistas de jazz,
que começou com Buddy Bolden e desenvolveu-se com Joe "King" Oliver,
Louis Armstrong, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie. Ao contrário desses músicos
ele nunca foi considerado com um alto nível de habilidade técnica. Seu grande
êxito como músico, entretanto, foi ir mais além do que ser influente e distinto
em seu instrumento, e moldar estilos inteiros e maneiras de fazer música
através dos seus trabalhos. Muitos dos mais importantes músicos de jazz fizeram
seu nome na segunda metade do século XX nos grupos de Miles Davis, incluindo:
Joe Zawinul, Chick Corea e Herbie Hancock, os saxofonistas John Coltrane, Wayne
Shorter, George Coleman e Kenny Garrett, o baterista Tony Williams e o
guitarrista John McLaughlin.
Como trompetista Davis tinha um som puro e claro, mas também uma incomum
liberdade de articulação e altura. Ele ficou conhecido por ter um registro
baixo e minimalista de tocar, mas também era capaz de conseguir alta
complexidade e técnica com seu trompete.
Em 13 de Março de 2006, Davis foi postumamente incluído no Rock and Roll
Hall of Fame. Ele foi também incluído no St. Louis Walk of Fame, Big Band and
Jazz Hall of Fame, e no Down Beat's Jazz Hall of Fame.
Kind of Blue tem sido citado como o álbum de Miles Davis mais vendido da
sua carreira, bem como o álbum de jazz mais vendido da história. Em 7 setembro
de 2008, o álbum foi certificado pela RIAA (Associação das Indústrias
Fonográficas Americanas) com um álbum de platina quádruplo. Kind of Blue é
também reconhecido por muitos fãs, críticos e ouvintes de jazz como o maior
álbum de jazz de todos os tempos, frequentemente alcançando o topo listas de
"melhores álbuns" de vários outros gêneros além do jazz. Em 2002, a
gravação do álbum foi uma das 50 escolhidas naquele ano para o Registro
Nacional de Gravações da Biblioteca do Congresso Americano. E Em 2003, o álbum
foi classificado em 12º lugar pela revista Rolling Stone em sua Lista dos 500
melhores álbuns de sempre. Em 30 de setembro de 2008 um box do 50º aniversário
de lançamento do álbum foi lançada pela Columbia/Legacy Records.
CHET BAKER
Nascido em Oklahoma, 1929, Chet Baker tinha apenas treze anos de idade
quando ganhou um trombone de seu pai, Chesney Henry Baker. Sofrendo os efeitos
da Grande Depressão, Chesney Baker não conseguiu sustentar a família através de
sua guitarra, mas quis transferir a paixão pela música para o filho Chesney
Henry Baker Jr, o Chet Baker. “Quando eu tinha treze anos, papai chegou em casa
com um trombone. Tentei tocá-lo durante umas duas semanas, sem muito sucesso.
Eu era pequeno naquela idade, e não conseguia alongar até o fim a vara do
trombone. Além disso, o bocal era muito grande para os meus lábios. Depois de
umas semanas, o trombone acabou desaparecendo e, em seu lugar, surgiu um trompete,
que era muito mais apropriado para o meu tamanho”, diz Chet em seu livro de
memórias, que foi publicado no Brasil como ‘Memórias Perdidas’ (Ed. Jorge
Zahar).
Com o trompete em mãos, Chet poderia estudar música e participar da
banda do colégio. Mas era avesso aos estudos. Em 1946, com 16 anos, abandonou a
escola e se alistou no serviço militar. Foi enviado para Berlim, Alemanha, onde
integrou a Banda do Exército 298. É nesse período em que ele ouve Dizzy
Gillespie pela primeira vez. E se encanta.
Em 1948 ele é dispensado e volta para Los Angeles, onde tenta recomeçar
os estudos de música na El Camino College. Não dura dois anos. Por vontade
própria, ele volta ao Exército em 1950 e entra para a banda militar do Presídio
de San Francisco. É lá que ele realmente inicia sua vida de músico de jazz
profissional, participando das jams sessions nos clubes noturnos. Entretanto,
novamente, não dura por muito tempo na banda do exército. Como um verdadeiro
boêmio, preferiu abandonar a vida militar e voltar para Los Angeles, onde se
entregou de vez à carreia de músico de jazz.
Ray Charles
Ray Charles Robinson nasceu em Albany, 23 de setembro de 1930 e faleceu
em Los Angeles, 10 de junho de 2004) foi um pianista norte-americano, pioneiro
e cantor de música soul, blues, jazz que ajudou a definir o seu formato ainda
no fim dos anos 50, além de um inovador intérprete de R&B.
Seu nome de batismo, Ray Charles Robinson, foi encurtado para Ray
Charles quando entrou na indústria do entretenimento para não ser confundido
com o famoso boxeador Sugar Ray Robinson. Considerado um dos maiores gênios da
música norte-americana, Ray Charles também foi um dos responsáveis pela
introdução de ritmo gospel nas músicas de R&B.
Foi eleito pela Rolling Stone o 2º maior cantor de todos os tempos e 10º
maior artista da música de todos os tempos.
DIZZY GILLESPIE
John Birks Gillespie, conhecido como Dizzy Gillespie, nasceu em Cheraw,
21 de outubro de 1917e faleceu em Englewood, 6 de janeiro de 1993 foi um
trompetista, líder de orquestra, cantor e compositor de jazz, sendo, a par de
Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento bebop
no jazz moderno.
Nascido na Carolina do Sul, Dizzy era um instrumentista virtuoso e um
improvisador dotado. A juntar às suas capacidades instrumentais, os seus
óculos, a sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas),
o seu trompete recurvo e a sua personalidade alegre faziam dele uma pessoa
especial, dando um aspecto humano àquilo que muitos, incluindo alguns dos seus
criadores, classificavam como música assustadora.
Em relação à forma de tocar, Gillespie construiu a sua interpretação a
partir do estilo "saxofónico" de Roy Eldridge indo depois muito além
deste. As suas marcas pessoais eram o seu trompete (com a campânula inclinada
45º em vez de ser a direito) e as suas bochechas inchadas (tradicionalmente os
trompetistas são ensinados a não fazer “bochechas”).
Para além do seu trabalho com Parker, Dizzy Gillespie conduziu pequenos
agrupamentos e big bands e aparecia frequentemente como solista com a Norman
Granz's Jazz at the Philharmonic. No início da sua carreira tocou com Cab
Calloway, que o despediu por tocar “música chinesa”, a lendária big band de
Billy Eckstine deu a estas harmonias atípicas uma melhor cobertura.
Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento da música afro-cubana,
trazendo elementos latinos e africanos para o jazz, e até para a música pop, em
particular a salsa. Das suas numerosas composições destacam-se os clássicos do
jazz "Manteca", "A Night in Tunisia", "Birk's
Works", e "Con Alma".
Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979, To Be or not to
Bop (ISBN 0306802368), e seria vítima de um cancro no início de 1993, sendo
sepultado no Flushing Cemetery em Queens, Nova Iorque.[1]
Tem uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood, número
7057 Hollywood Boulevard.
HERBIE HANCOCK
Herbie Hancock nasceu em Chicago,
12 de Abril de 1940 é um pianista americano, tecladista, líder de banda,
compositor e ator, considerado um dos mestres do jazz.
Tocou ao lado de grandes músicos, com destaque para sua colaboração com
Miles Davis nos anos 60, em um quinteto que se tornou antológico na história do
Jazz. Ali, Hancock foi introduzido ao piano elétrico Fender Rhodes, ao qual
adaptou-se imediatamente e tão logo experimentou a improvisada adaptação de um
pedal de wah-wah e uma câmara de eco (um Echoplex). Harold Rhodes, pai do piano
elétrico, ao noticiar essas estranhas e até então originais conexões,
providencia para que esses conectores constem em todos os novos modelos deste
piano.
Uma década adiante, emergindo do universo de Miles Davis, Herbie Hancock
monta um grupo, o The Headhunters, com maiores aproximações à tradição popular
afro-americana, de uma sonoridade bem mais acessível ao grande público e de
grande sucesso. No álbum de título homônimo ao deste grupo, Head Hunters
(1973), Hancock alterna bem sucedidas experimentações pelo eletrofunk com
pitadas daquele espírito do quinteto de Miles.
Sua discografia inclui discos voltados para o Jazz assim como algumas
incursões pelo Fusion, Funk e Música Clássica. Poucos pianistas têm ou tiveram
uma carreira tão fecunda quanto Hancock, que já atravessa algumas décadas como
um dos maiores pianistas da história do Jazz. Gravou, em 1978, com Chick Corea
um dos mais belos e surreais trabalhos de dupla ao piano: An Evening with
Herbie Hancock & Chick Corea: In Concert.
OSCAR PETERSON
Oscar Emmanuel Peterson nasceu em Montreal, 15 de agosto de 1925 e
faleceu em Mississauga, 23 de dezembro de 2007 foi um pianista de jazz
canadense, considerado por muitos críticos como um dos maiores pianistas de
jazz de todos os tempos (Scott Yanow, 2004).
Seus parceiros musicais mais constantes são os contrabaixistas Ray Brown
e Niels-Henning Orsted Pedersen e os guitarristas Herb Ellis e Joe Pass.
NAT KING COLE
Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, nasceu em Montgomery,
17 de março de 1919 e faleceu em Santa Mônica, 15 de fevereiro de 1965 foi um
cantor e pianista de jazz norte-americano, pai da cantora Natalie Cole. O
apelido de "King Cole" veio de uma popular cantiga de roda inglesa
conhecida como Old King Cole.
Sua voz marcante imortalizou várias canções, como: Mona Lisa, Stardust,
Unforgettable, Nature Boy, Christmas Song, "Quizás, Quizás, Quizás",
entre outras, algumas das quais nas línguas espanhola e portuguesa.
Suas músicas românticas tinham um toque especial junto a sua voz
associada ao piano, tornando-o assim um artista de grande sucesso.
A então revolucionária formação de piano, guitarra e baixo ao tempo das
Big bands tornou-se popular para trios de jazz.
Nat King Cole aprendeu a tocar piano na igreja onde seu pai era pastor.
Desde criança ele esteve ligado à música, tocando junto ao coral da mesma
igreja. Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre recusando-se
a cantar em plateias com segregação racial.
Por ter um hábito de fumar diariamente três maços de cigarro, o cantor
morreu vítima de câncer. Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park
(Glendale), Glendale, Los Angeles, nos Estados Unidos. Um de seus últimos
trabalhos foi no filme Cat Ballou, onde canta a balada da personagem título,
interpretada por Jane Fonda.
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