quarta-feira, 15 de abril de 2020

HOMENS QUE INFLUENCIARAM O JAZZ NO MUNDO.








O Jazz é um dos gêneros musicais mais celebrados do mundo. Nascido no início do século XX em Nova Orleans, o ritmo foi criado pela comunidade negra da região. Vinda da África, essa parcela da população encontrou no ritmo um refúgio para o tratamento dispensado por seus senhores.

Ao longo do século passado, inúmeros nomes foram imortalizados na galeria de figuras emblemáticas do jazz. Cantoras, trompetistas, pianistas... A lista é vasta. E a redação do Focus Portal Cultural selecionou dez figuras emblemáticas do gênero que vale a pena você relembrar.







LOUIS ARMSTRONG

Louis Daniel Armstrong nasceu em Nova Orleans, a 4 de agosto de 1901 e faleceu em Queens, 6 de julho de 1971 foi um cantor (tenor) e instrumentista (trompetista, cornetista, saxofonista), que foi considerado "a personificação do jazz". Louis Armstrong é famoso tanto como cantor quanto como solista, com seu trompete.

Armstrong nasceu numa família muito pobre. Passou a sua juventude na pobreza num bairro de Nova Orleans, conhecido como "as costas da cidade". O seu pai, William Armstrong, abandonou a família quando Louis ainda era criança e casou-se com outra mulher. A sua mãe, Mary Albert Armstrong, deixou Louis com a sua tia, o seu tio e a sua avó. Aos cinco anos ele voltou a viver com a sua mãe e via o pai muito raramente. Ele esteve na Fisk School for Boys onde pela primeira vez entrou em contacto com a música. Levou algum dinheiro para casa como entrega-jornais e sapateiro ambulante. Contudo, isso não era suficiente para manter a sua mãe longe da prostituição. Passou a entrar sorrateiramente em bares de música perto de sua casa para ouvir e ver os cantores.




MILES DAVIS


Miles Dewey Davis III nasceu em Alton, 26 de maio de 1926 e faleceu em Santa Mônica, 28 de setembro de 1991 foi um trompetista, compositor e bandleader de jazz norte-americano.

Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na vanguarda de quase todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop e das primeiras gravações do cool jazz. Foi parte do desenvolvimento do jazz modal, e também do jazz fusion que se originou do trabalho dele com outros músicos no final da década de 1960 e no começo da década de 1970.

Miles Davis pertenceu a uma classe tradicional de trompetistas de jazz, que começou com Buddy Bolden e desenvolveu-se com Joe "King" Oliver, Louis Armstrong, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie. Ao contrário desses músicos ele nunca foi considerado com um alto nível de habilidade técnica. Seu grande êxito como músico, entretanto, foi ir mais além do que ser influente e distinto em seu instrumento, e moldar estilos inteiros e maneiras de fazer música através dos seus trabalhos. Muitos dos mais importantes músicos de jazz fizeram seu nome na segunda metade do século XX nos grupos de Miles Davis, incluindo: Joe Zawinul, Chick Corea e Herbie Hancock, os saxofonistas John Coltrane, Wayne Shorter, George Coleman e Kenny Garrett, o baterista Tony Williams e o guitarrista John McLaughlin.

Como trompetista Davis tinha um som puro e claro, mas também uma incomum liberdade de articulação e altura. Ele ficou conhecido por ter um registro baixo e minimalista de tocar, mas também era capaz de conseguir alta complexidade e técnica com seu trompete.

Em 13 de Março de 2006, Davis foi postumamente incluído no Rock and Roll Hall of Fame. Ele foi também incluído no St. Louis Walk of Fame, Big Band and Jazz Hall of Fame, e no Down Beat's Jazz Hall of Fame.

Kind of Blue tem sido citado como o álbum de Miles Davis mais vendido da sua carreira, bem como o álbum de jazz mais vendido da história. Em 7 setembro de 2008, o álbum foi certificado pela RIAA (Associação das Indústrias Fonográficas Americanas) com um álbum de platina quádruplo. Kind of Blue é também reconhecido por muitos fãs, críticos e ouvintes de jazz como o maior álbum de jazz de todos os tempos, frequentemente alcançando o topo listas de "melhores álbuns" de vários outros gêneros além do jazz. Em 2002, a gravação do álbum foi uma das 50 escolhidas naquele ano para o Registro Nacional de Gravações da Biblioteca do Congresso Americano. E Em 2003, o álbum foi classificado em 12º lugar pela revista Rolling Stone em sua Lista dos 500 melhores álbuns de sempre. Em 30 de setembro de 2008 um box do 50º aniversário de lançamento do álbum foi lançada pela Columbia/Legacy Records.





CHET BAKER

Nascido em Oklahoma, 1929, Chet Baker tinha apenas treze anos de idade quando ganhou um trombone de seu pai, Chesney Henry Baker. Sofrendo os efeitos da Grande Depressão, Chesney Baker não conseguiu sustentar a família através de sua guitarra, mas quis transferir a paixão pela música para o filho Chesney Henry Baker Jr, o Chet Baker. “Quando eu tinha treze anos, papai chegou em casa com um trombone. Tentei tocá-lo durante umas duas semanas, sem muito sucesso. Eu era pequeno naquela idade, e não conseguia alongar até o fim a vara do trombone. Além disso, o bocal era muito grande para os meus lábios. Depois de umas semanas, o trombone acabou desaparecendo e, em seu lugar, surgiu um trompete, que era muito mais apropriado para o meu tamanho”, diz Chet em seu livro de memórias, que foi publicado no Brasil como ‘Memórias Perdidas’ (Ed. Jorge Zahar).

Com o trompete em mãos, Chet poderia estudar música e participar da banda do colégio. Mas era avesso aos estudos. Em 1946, com 16 anos, abandonou a escola e se alistou no serviço militar. Foi enviado para Berlim, Alemanha, onde integrou a Banda do Exército 298. É nesse período em que ele ouve Dizzy Gillespie pela primeira vez. E se encanta.

Em 1948 ele é dispensado e volta para Los Angeles, onde tenta recomeçar os estudos de música na El Camino College. Não dura dois anos. Por vontade própria, ele volta ao Exército em 1950 e entra para a banda militar do Presídio de San Francisco. É lá que ele realmente inicia sua vida de músico de jazz profissional, participando das jams sessions nos clubes noturnos. Entretanto, novamente, não dura por muito tempo na banda do exército. Como um verdadeiro boêmio, preferiu abandonar a vida militar e voltar para Los Angeles, onde se entregou de vez à carreia de músico de jazz.




Ray Charles



Ray Charles Robinson nasceu em Albany, 23 de setembro de 1930 e faleceu em Los Angeles, 10 de junho de 2004) foi um pianista norte-americano, pioneiro e cantor de música soul, blues, jazz que ajudou a definir o seu formato ainda no fim dos anos 50, além de um inovador intérprete de R&B.

Seu nome de batismo, Ray Charles Robinson, foi encurtado para Ray Charles quando entrou na indústria do entretenimento para não ser confundido com o famoso boxeador Sugar Ray Robinson. Considerado um dos maiores gênios da música norte-americana, Ray Charles também foi um dos responsáveis pela introdução de ritmo gospel nas músicas de R&B.

Foi eleito pela Rolling Stone o 2º maior cantor de todos os tempos e 10º maior artista da música de todos os tempos.

DIZZY GILLESPIE

John Birks Gillespie, conhecido como Dizzy Gillespie, nasceu em Cheraw, 21 de outubro de 1917e faleceu em Englewood, 6 de janeiro de 1993 foi um trompetista, líder de orquestra, cantor e compositor de jazz, sendo, a par de Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento bebop no jazz moderno.

Nascido na Carolina do Sul, Dizzy era um instrumentista virtuoso e um improvisador dotado. A juntar às suas capacidades instrumentais, os seus óculos, a sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas), o seu trompete recurvo e a sua personalidade alegre faziam dele uma pessoa especial, dando um aspecto humano àquilo que muitos, incluindo alguns dos seus criadores, classificavam como música assustadora.

Em relação à forma de tocar, Gillespie construiu a sua interpretação a partir do estilo "saxofónico" de Roy Eldridge indo depois muito além deste. As suas marcas pessoais eram o seu trompete (com a campânula inclinada 45º em vez de ser a direito) e as suas bochechas inchadas (tradicionalmente os trompetistas são ensinados a não fazer “bochechas”).

Para além do seu trabalho com Parker, Dizzy Gillespie conduziu pequenos agrupamentos e big bands e aparecia frequentemente como solista com a Norman Granz's Jazz at the Philharmonic. No início da sua carreira tocou com Cab Calloway, que o despediu por tocar “música chinesa”, a lendária big band de Billy Eckstine deu a estas harmonias atípicas uma melhor cobertura.

Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento da música afro-cubana, trazendo elementos latinos e africanos para o jazz, e até para a música pop, em particular a salsa. Das suas numerosas composições destacam-se os clássicos do jazz "Manteca", "A Night in Tunisia", "Birk's Works", e "Con Alma".

Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979, To Be or not to Bop (ISBN 0306802368), e seria vítima de um cancro no início de 1993, sendo sepultado no Flushing Cemetery em Queens, Nova Iorque.[1]

Tem uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood, número 7057 Hollywood Boulevard.





HERBIE HANCOCK


Herbie Hancock  nasceu em Chicago, 12 de Abril de 1940 é um pianista americano, tecladista, líder de banda, compositor e ator, considerado um dos mestres do jazz.

Tocou ao lado de grandes músicos, com destaque para sua colaboração com Miles Davis nos anos 60, em um quinteto que se tornou antológico na história do Jazz. Ali, Hancock foi introduzido ao piano elétrico Fender Rhodes, ao qual adaptou-se imediatamente e tão logo experimentou a improvisada adaptação de um pedal de wah-wah e uma câmara de eco (um Echoplex). Harold Rhodes, pai do piano elétrico, ao noticiar essas estranhas e até então originais conexões, providencia para que esses conectores constem em todos os novos modelos deste piano.

Uma década adiante, emergindo do universo de Miles Davis, Herbie Hancock monta um grupo, o The Headhunters, com maiores aproximações à tradição popular afro-americana, de uma sonoridade bem mais acessível ao grande público e de grande sucesso. No álbum de título homônimo ao deste grupo, Head Hunters (1973), Hancock alterna bem sucedidas experimentações pelo eletrofunk com pitadas daquele espírito do quinteto de Miles.

Sua discografia inclui discos voltados para o Jazz assim como algumas incursões pelo Fusion, Funk e Música Clássica. Poucos pianistas têm ou tiveram uma carreira tão fecunda quanto Hancock, que já atravessa algumas décadas como um dos maiores pianistas da história do Jazz. Gravou, em 1978, com Chick Corea um dos mais belos e surreais trabalhos de dupla ao piano: An Evening with Herbie Hancock & Chick Corea: In Concert.




OSCAR PETERSON

Oscar Emmanuel Peterson nasceu em Montreal, 15 de agosto de 1925 e faleceu em Mississauga, 23 de dezembro de 2007 foi um pianista de jazz canadense, considerado por muitos críticos como um dos maiores pianistas de jazz de todos os tempos (Scott Yanow, 2004).

Seus parceiros musicais mais constantes são os contrabaixistas Ray Brown e Niels-Henning Orsted Pedersen e os guitarristas Herb Ellis e Joe Pass.




NAT KING COLE


Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, nasceu em Montgomery, 17 de março de 1919 e faleceu em Santa Mônica, 15 de fevereiro de 1965 foi um cantor e pianista de jazz norte-americano, pai da cantora Natalie Cole. O apelido de "King Cole" veio de uma popular cantiga de roda inglesa conhecida como Old King Cole.

Sua voz marcante imortalizou várias canções, como: Mona Lisa, Stardust, Unforgettable, Nature Boy, Christmas Song, "Quizás, Quizás, Quizás", entre outras, algumas das quais nas línguas espanhola e portuguesa.

Suas músicas românticas tinham um toque especial junto a sua voz associada ao piano, tornando-o assim um artista de grande sucesso.

A então revolucionária formação de piano, guitarra e baixo ao tempo das Big bands tornou-se popular para trios de jazz.

Nat King Cole aprendeu a tocar piano na igreja onde seu pai era pastor. Desde criança ele esteve ligado à música, tocando junto ao coral da mesma igreja. Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre recusando-se a cantar em plateias com segregação racial.

Por ter um hábito de fumar diariamente três maços de cigarro, o cantor morreu vítima de câncer. Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park (Glendale), Glendale, Los Angeles, nos Estados Unidos. Um de seus últimos trabalhos foi no filme Cat Ballou, onde canta a balada da personagem título, interpretada por Jane Fonda.




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