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O MOSTEIRO DE SÃO BENTO
O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro foi fundado em
1590 por dois monges vindos do Mosteiro da Bahia em 1589, vinte e quatro anos depois
de fundada a cidade. Foi à segunda Ordem religiosa a estabelecer casa no Rio de
Janeiro, sendo os beneditinos antecedidos apenas pelos jesuítas. Em 1596 já
estava o Mosteiro consolidado, em local apropriado, onde ainda se encontra,
sendo nessa ocasião erigido em Abadia. Tem como padroeira Nossa Senhora do
Monserrate e integra a Congregação Beneditina do Brasil, que compreende hoje
sete mosteiros masculinos e dezesseis femininos.
Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro
Rua Dom Gerardo, 68 - Centro.
Rio de Janeiro - Brasil
(21) 2206 8100
A história do mosteiro começou em 1586, quando foi doado,
pelos nobres Manoel de Brito e seu filho Diogo de Brito de Lacerda, aos monges
beneditinos Pedro Ferraz e João Porcalho, um vasto terreno no Centro da cidade
do Rio de Janeiro que incluía o atual Morro de São Bento. Na época, os monges
residiam, como o historiador carioca Vivaldo Coaracy explica na página 145 de
"O Rio de Janeiro no Século 17", num "hospício acanhado"
junto à Ermida de Nossa Senhora da Conceição, ermida de barro esta que havia
sido erguida por Aleixo Manuel no atual Morro da Conceição, que se localiza ao
lado do Morro de São Bento.
Devido a este fato, o mosteiro então criado adotou, como
santa padroeira, Nossa Senhora da Conceição. Em 1596, uma decisão da Junta
Geral da Congregação Portuguesa ordenou que todos os mosteiros beneditinos no
Brasil deveriam ter, como patrono, São Bento. O mosteiro adicionou, então, o
nome "São Bento" à sua denominação. Em 1602, o então "Mosteiro
de São Bento de Nossa Senhora da Conceição" trocou sua denominação para
"Mosteiro de Nossa Senhora de Montserrat", para homenagear a santa de
devoção do então governador da Capitania do Rio de Janeiro, dom Francisco de
Souza. Os recursos financeiros necessários para a construção do atual prédio
vieram da renda obtida pela produção de cana-de-açúcar nas inúmeras
propriedades que os monges receberam, através de doações, no interior da
Capitania do Rio de Janeiro, especialmente nas regiões de Nova Iguaçu e Campos
dos Goytacazes.
O trabalho braçal da construção do mosteiro foi executado
por escravos. As pedras utilizadas como matéria-prima foram provenientes do
Morro da Viúva, no atual bairro do Flamengo. Os planos do novo edifício foram
traçados em 1617 pelo engenheiro militar português Francisco Frias de Mesquita,
segundo a estética maneirista despojada ("chã") vigente em Portugal
naquele período. As obras da igreja só começaram em 1633, pela capela-mor e,
quando era abade Frei Francisco da Madalena, por volta de 1651, prosseguiram
com ênfase para terminar aproximadamente em 1671. O projeto original foi alterado,
durante a construção, pelo arquiteto Frei Bernardo de São Bento Correia de
Souza e a igreja passou de uma a contar com três naves. O mosteiro anexo à
igreja só foi concluído em 1755, com a construção do claustro, projetado pelo
engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim.
Arquitetura
A fachada é a do projeto original maneirista, com um corpo
central com três arcos de entrada e um frontão triangular. A entrada é
flanqueada por duas torres coroadas por pináculos piramidais. Passando os arcos
de entrada se encontra uma galilé com azulejos e portões de ferro do século
XIX.
Capela do Santíssimo
O interior da igreja é riquíssimo, totalmente forrado com
talha que vai do estilo barroco de fins do século XVII ao rococó da segunda
metade do século XVIII. O primeiro escultor ativo na igreja foi o monge
português Frei Domingos da Conceição (c. 1643 - 1718) que desenhou e esculpiu
parte da talha da nave e capela-mor (a da capela foi substituída depois). São
suas as magníficas estátuas de São Bento e de Santa Escolástica e, no altar-mor
da igreja, a Nossa Senhora do Monte Serreado (titular da igreja), além de
outras obras. A partir de 1714, seu projeto foi seguido pelos entalhadores
Alexandre Machado Pereira, Simão da Cunha e José da Conceição e Silva, que
entalharam a maior parte da talha da nave e várias imagens.
Entre 1789 e 1800, trabalhou, na igreja, um dos grandes
escultores do rococó do Rio de Janeiro, Inácio Ferreira Pinto. Mestre Inácio
refez a capela-mor (1787 - 1794), preservando, porém, detalhes anteriores, como
as telas sobre a vida de santos beneditinos, as quais haviam sido pintadas
entre 1676 e 1684 pelo monge alemão Frei Ricardo do Pilar. A bela capela rococó
do Santíssimo Sacramento (1795 - 1800) é também obra de mestre Inácio. Os
lampadários junto à capela-mor foram projetados e executados entre 1781 e 1783
por Mestre Valentim. Na sacristia do mosteiro, está a obra-prima do pintor Frei
Ricardo, uma tela representando o Senhor dos Martírios, pintada cerca de 1690.
Dentro da igreja, existem, ainda, sete capelas laterais de
irmandade: Capela de Nossa Senhora da Conceição, Capela de São Lourenço, Capela
de Santa Gertrudes, Capela de São Brás, Capela de São Caetano, Capela de Nossa
Senhora do Pilar e Capela de Santo Amaro.
Atualmente, existem visitas monitoradas à igreja, onde são
apresentadas e explicadas as obras, imagens, talhas e estilos arquitetônicos,
entre outros.
CANTO GREGORIANO
O texto a seguir foi
extraído
de um artigo de autoria do Pe. Bertrand Labouche.
“A música sacra, como parte integrante da Liturgia solene,
participa do seu fim geral que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis
(...). Por isso a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades
próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas,
donde resulta naturalmente outra característica, a universalidade.”
Motu Proprio Tra le Sollicitude de São Pio X, sobre a Música
Sacra, de 22.11.1903.
Como pode uma música "possuir a santidade"? A
palavra "santidade" vem do latim: "SANCIRE",
"consagrar a Deus". Neste sentido, uma música Santa possuirá as
qualidades duma coisa consagrada a Deus, reservada a Deus (como uma Igreja, um
cálice, etc...); mais ainda, uma música santa conduzirá até Deus, será como um
intermediário entre Deus e aqueles que a executam ou a ouvem; como as palavras
inspiradas dum santo pregador, ela produzirá nas almas o desejo de se
converterem, e de conhecerem e amarem mais a Deus.
Pelo seu ritmo livre, a recusa do efeito técnico, e a
importância capital dada ao texto sagrado com que a melodia se harmoniza
perfeitamente, “o canto gregoriano possui uma serenidade, uma suavidade, uma
simplicidade, uma liberdade, uma firmeza, uma nobreza e uma plenitude
incomparáveis” (Dom Coudray, Método de Canto Gregoriano).
Desta delicadeza das formas e da sua santidade nasce
espontaneamente a universalidade que é da Santa Igreja; pois o canto gregoriano
é “o canto próprio da igreja romana” (SC 116).
Este canto é uma oração. Santo Tomás de Aquino define a
oração como “um movimento da alma em direção a Deus”. Uma alma que reza,
afasta-se deste mundo, lança-se em direção às realidades eternas do céu para se
repousar em Deus. Ora, tal é precisamente a razão de ser do ritmo livre da
melodia gregoriana que acabamos de evocar; sob a inspiração da graça, a igreja
dirige-se ao seu divino Esposo pelos sublimes accents de esperança, de
adoração, de compaixão e de amor do seu canto sagrado, para repousar nele.
No canto gregoriano, estes movimentos de ascensão para Deus
e de repouso místico nele têm um nome: são as elevações iniciais e os repousos
finais, as arsis e as tesis, cujas sucessões livres constituem o fundamento do
ritmo gregoriano; é o análogo do movimento da alma da Igreja em direção a Deus.
Assim "a arte gregoriana é muito mais do que música,
muito mais mesmo do que uma oração entre outras; porque é A oração da Igreja”
(Dom Gajard, Diretor do Coro de Solesmes durante 40 anos).
COMENTÁRIOS
Saudades! Fiz aí o meu curso de Teologia. Dom Estevão e Dom
Cirilo foram alguns dos meus professores. Feliz Páscoa. Mons. Guedes.
Nosssa!!!!!!!!!!!!!! Sinto muita vontade de conhecer! Valeu!
Bjs, BELVEDERE.
Conheço bem o Mosteiro de São Bento em São Paulo. Gostaria
de conhecer também o do Rio de Janeiro, o que certamente, farei, oportunamente.
Obrigada pela sugestão muito interessante.
Mimi Lück.
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