Data: 29 de julho | Sexta, às 20h e
22:00
Ingressos: Plateia R$120
Acesse: https://bit.ly/3NzX7lP
Lotação: 359 lugares
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Ouvi João Bosco pela primeira vez em
minha casa, quando estava escolhendo o artista novo, desconhecido, que viria
gravar o outro lado do compacto simples do Disco de Bolso. Achava que seria
meio impossível encontrar alguém que tivesse fôlego para encarar o artista
consagrado do outro lado do disco, Tom Jobim, com Águas de Março, temendo que
viesse a jogar o desconhecido numa “gelada”. Foi um susto. Qualquer uma das
músicas que ele apresentou naquele dia, poderia entrar no disco. Depois de
muita conversa e controvésia, resolvemos ficar com Agnus Sei, considerando sua
parceria com outro craque, Aldir Blanc. Depois do disco pronto, Tom Jobim pediu
para ouvir o outro lado. Depois de uma grande pausa, olhou pra mim e disse: Ô
Sergio, você está querendo me derrubar! Cobriu o João de elogios. Rimos muito,
ainda sem saber que aquele seria um disco histórico, pois lançava Águas de
março, considerada posteriormente como a música do século e a descoberta de “um
tal de João Bosco”.
Não vou me ater à nossa convivência
cercada de ótimos momentos, pois seria assunto para um livro. Quero fazer uma
análise, isenta, do artista. E digo simplesmente, que se trata de um fenômeno.
Sua melodia, seu ritmo, sua harmonia, seu censo de arranjo, ultrapassam os
níveis aceitáveis pelos mestres. Seu violão é eletrizante, e suas levadas
antológicas por descreverem o ritmo brasileiro “nunca dantes navegados”,
comprovando a diversidade de nossa rítmica de maneira rica e surpreendente. Sua
voz alinhava todo esse universo sonoro com modesta intervenção, dando chance
para que os versos ecoem com a mensagem pretendida. Na forma final, ao juntar
todos estes valores num palco, é a explosão de um verdadeiro gênio musical da
raça. É o Brasil se mostrando forte, ancorado em suas verdadeiras origens, ostensiva
e orgulhosamente assumido. Ao ouvi-lo, dar gosto de ser brasileiro. Por Sérgio
Ricardo
ENDEREÇO TEATRO PRUDENTIAL
Rua do Russel, 804 - Glória, Rio de
Janeiro - RJ
(21) 3553-3557
JOÃO BOSCO DE FREITAS MUCCI, mais
conhecido como João Bosco, nasceu em Ponte Nova, 13 de julho de 1946 é um
cantor, violonista e compositor brasileiro.
Filho de pai libanês, e irmão do
também músico Tunai, João Bosco começou a tocar violão aos doze anos,
incentivado por uma família repleta de músicos. Suas primeiras influências
foram Ângela Maria, Cauby Peixoto, Elvis Presley e Little Richard, integrou a
banda X-Gare (inspirada na canção "She's got it" de Richard).
Alguns anos depois, iniciou na Escola
de Minas em Ouro Preto cursando Engenharia Civil. Apesar de não deixar de lado
os estudos, dedicava-se sobremaneira à carreira musical, influenciado
principalmente por gêneros como jazz e bossa nova e pelo tropicalismo. Foi em
Ouro Preto, em 1967, na casa do pintor Carlos Scliar, que conheceu Vinícius de
Moraes, com o qual compôs as seguintes canções: Samba do Pouso e O mergulhador
- dentre outras.
Em 1970 conheceu aquele que viria a
ser o mais frequente parceiro, com quem compôs mais de uma centena de canções:
Aldir Blanc, O Mestre Sala dos Mares, O Bêbado e a Equilibrista, Bala com Bala,
Kid Cavaquinho, Caça à Raposa, Falso Brilhante, O Rancho da Goiabada, De Frente
pro Crime, Fantasia, Bodas de Prata, Latin Lover, O Ronco da Cuíca, Corsário,
dentre muitas outras.
A primeira gravação saiu no disco de
bolso do jornal O Pasquim: Agnus Sei (1972). No ano seguinte, assinou contrato
com a gravadora RCA, lançando o primeiro disco, que levava apenas seu nome.
Em 1972 conheceu Elis Regina, que
gravou uma parceria sua com Blanc: Bala com Bala; a carreira deslanchou depois
da interpretação da cantora para o bolero Dois pra lá, Dois pra cá.
Discografia
RCA
1973 - João Bosco
1975 - Caça à Raposa
1976 - Galos de Briga
1977 - Tiro de Misericórdia
1979 - Linha de Passe
1980 - Bandalhismo
1981 - Essa É a Sua Vida
Ariola
1982 - Comissão de Frente
1983 - 100ª Apresentação - Ao Vivo
Barclay
1984 - Gagabirô
1986 - Cabeça de Nego
CBS
1987 - Ai Ai Ai de Mim
1989 - Bosco
Columbia
1991 - Zona de Fronteira
1992 - Acústico MTV
1994 - Na Onda que Balança
Epic / Sony Music
João Bosco, em Milão, Itália, no
Festival Latinoamericano, 1996
1995 - Dá Licença Meu Senhor
1997 - As Mil e Uma Aldeias
2000 - Na Esquina
2001 - Na Esquina - Ao Vivo
2003 - Malabaristas do Sinal Vermelho
MP,B / Universal Music
2006 - Obrigado, Gente! - Ao Vivo
2008 - Senhoras do Amazonas - com NDR
BIG BAND
2009 - Não Vou Pro Céu, Mas Já Não
Vivo no Chão
2012 - 40 Anos Depois
MP,B / Som Livre
2017 - Mano Que Zuera
2020 - Abricó-de-Macaco
Nenhum comentário:
Postar um comentário