Dividido em três ciclos (Ciclo de
Salò, Ciclo de Sísifo e Ciclo de Safo), “O ano do cão” é escrito, muitas vezes,
de forma tensa e dolorida, mas também libertadora. Como se a autora abandonasse
o método do livro acadêmico e a disciplina para simbolizar, com a poética da
sua memória, a estreiteza de horizontes do Brasil dos anos 70, retomada numa
nova estreitura: a do ano do cão. Vários poemas dialogam com as duas épocas,
mesmo que a Patricia não diga isso textualmente.
É uma obra política. Tanto na visão de
uma criança que nada sabia de ditadura, mas muito conhecia de autoritarismo,
ora na visão de uma mulher que não escolheu lutar, mas foi lançada ao campo de
guerra. Também é uma obra de formação. Tanto quanto a percepção de que o futuro
é só um paliativo na visão dessa nova mulher, madura e vivendo outras
violências do cotidiano.
A memória estabiliza a obra de
Patrícia Porto, que é tratada a partir de ângulos diferentes e até opostos. Há,
por exemplo, o acadêmico, trazido no livro
Narrativas Memorialísticas - por Uma Arte Docente na Escolarização da
Literatura (Ed. CRV, 2010), escrito a partir da tese finalista do prêmio CAPES.
Há, ainda, o ângulo narrativo apresentado nos contos de A Memória é um Peixe
Fora D’Água (Ed. Penalux, 2018). E agora, fechando um círculo, o ângulo
poético, trabalhado na trilogia composta pelos livros Cabeça de Antígona (Ed.
Reformatório, 2017), Casa de boneca para elefantes (Ed. Penalux, 2019,
semifinalista do prêmio Oceanos) e O ano do Cão (Ed. Penalux, 2021).
SOBRE PATRICIA PORTO
Poeta maranhense, Doutora e Mestre em
Políticas Públicas e Educação, Linguista e especialista em Alfabetização,
publicou vários artigos, como a obra acadêmica "Narrativas
memorialísticas: por uma arte docente na escolarização da literatura”, o livro
de contos: “A memória é um peixe fora d’água” e
os livros de poesia "Sobre pétalas e preces", "Diário de
viagem para espantalhos e andarilhos", “Cabeça de Antígona”, “Casa de
boneca para elefantes” e o “O ano do cão”. Participou, ainda, de coletâneas
literárias no Brasil e no exterior.
PROTOCOLOS SANITÁRIOS:
É necessário apresentar o comprovante
de vacinação em dia, no formato impresso ou digital, acompanhado de um
documento com foto.
É facultativo o uso de máscaras pelo
público durante a permanência nas dependências do teatro.
SERVIÇO
Noite de Autógrafos “O ano do cão”
Data: 05 de julho de 2022 (terça- feira)
Horário: 18h
Classificação etária: livre
Local: Espaço Cultural Sala Carlos
Couto – anexo Theatro Municipal de Niterói
Endereço: Rua XV de Novembro, 35,
Centro, Niterói
Tel: 3628-6908
Entrada Gratuita
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FONTE
Departamento de Imprensa SMC/FAN
Secretaria Municipal das Culturas -
Niterói
Fundação de Arte de Niterói - FAN
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