O poeta Luiz de Miranda morreu em
29 de julho de 2022, aos 77 anos. O escritor estava internado desde 17 de julho
na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Lucas da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, sedado e
com auxílio mecânico para respirar. Segundo familiares, ele foi vítima de um
choque séptico e de insuficiência cardíaca congestiva.
Seus problemas de saúde tiveram
início ainda em maio de 2021, quando foi internado, após sofrer uma queda em
via pública da Cidade Baixa. Exames constataram que ele sofria de estenose
aórtica, um estreitamento na artéria aorta, a principal do corpo. Meses mais
tarde, em setembro, Miranda voltou a ser hospitalizado, após sofrer um infarto
agudo. O poeta foi medicado e seu quadro permaneceu estável, apesar de
apresentar cada vez maior confusão mental.
À época, familiares próximos chegaram a tentar dar assistência ao artista, mas não tiveram sucesso. Depois de alguns meses internado em uma casa para idosos em Uruguaiana, onde possuía uma prima, ele insistiu em deixar o local e retornar à Capital. Uma vez sozinho, contudo, teve dificuldade em seguir seu tratamento cardíaco e foi encontrado em julho por amigos vagando desorientado pelas ruas do Centro Histórico de Porto Alegre. Eles o levaram ao Hospital São Lucas, onde Miranda realizou exames e foi internado. Desta vez, seu quadro era irreversível.
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CANDIDATO AO PRÊMIO NOBEL DE
LITERATURA 2013, 2014, 2015, 2016 , 2017, 2018, 2019 E 2020. O poeta Luiz de
Miranda, candidato sete vezes consecutivas ao Nobel de Literatura, em 2015
comemorou seus 70 anos no dia 06 de abril às 19:30 no Espaço Delfos, da PUCRS, com o lançamento de seu
livro número 40: “Rumos do Fim do Mundo”, pela editora Pradense. Em 2014, a
editora também publicou sua Antologia Definitiva, 328 páginas, o melhor que ele
produziu em sua vida.
Já foi lançada a segunda edição
de seu livro em francês “Trilogie Du Bleu”, pela editora Yvelinédition, em
março de 2016, no Salão do Livro de Paris, onde, em 2017,novembro no Copacabana
Palace será entregue o “Prix De La Littérature Luiz de Miranda” na Divine
Académie Française des Arts, Letres et Culture,
para França, África e América Latina. Depois, na Universidade das Ilhas
Baleares, Palma de Maiorca, Espanha, haverá uma cerimônia sobre o trabalho de
Miranda, coordenada pelo Prof. Dr. Perfecto Cuadrado. Saiu em novembro de 2010
um outro livro sobre a obra do poeta: “Luiz de Miranda, o Senhor da Palavra”,
de Eduardo Jablonski, pela EDIPUCRS.Poeta nascido em Uruguaiana, completa em
2017 seus 50 Anos de Carreira Literária:São Paulo, 1967 a Porto Alegre, 2017
Luiz de Miranda tem 43 livros
publicados, a maior obra do mundo, com 4.680 páginas, o que impressiona pelo
volume, sem, no entanto, comprometer o conteúdo e qualidade, com poemas que
mantêm a qualidade estética, temas teatrais que vão desde a esfera social ao
lírico amoroso e à epopeia, e conduzem demonstrações a um público adulto e
maduro, esgotando as edições da maioria de seus livros.
Miranda lançou em maio de 2013
“Salve Argentina”, em espanhol. 188 páginas, tradução da escritora argentina
Patricia da Luz. Este livro foi escrito em Uruguaiana, fronteira com a
Argentina, onde o poeta nasceu e viveu 21 anos, entre 24 de maio e 8 de julho
de 2007, acompanhado pela música do amigo e genial compositor Astor Piazzolla.
É a maior canção de louvor à Argentina feita no mundo. Em junho de 2015 viajou
para Buenos Aires e entregou o livro para a presidente da Argentina, Sra.
Cristina Kirschner. Saiu um artigo de uma escritora argentina elogiando o livro
do poeta em um jornal de Buenos Aires.
Luiz de Miranda, Luiz Carlos
Goulart de Miranda, nasceu em Uruguaiana, na fronteira com o Brasil, Argentina
e Uruguai, no dia 6 de abril de 1945, na rua Aquidaban, hoje Av. Flores da
Cunha, no bairro do Riacho, ao lado do rio Uruguai. Desde que era criança,
entrou em contato com a literatura através da língua espanhola, porque dominou
essa língua. Quando tinha 17 anos, comprou alguns livros na livraria Sarmiento,
em Passo de Los Libres, Argentina. Então conheceu Pablo Neruda e Vicente
Aleixandre, que mais tarde receberam o Prêmio Nobel de Literatura. Também
comprou a obra completa de Cruz e Sousa, o primeiro livro de poesia brasileira
que adquiriu.
Foi criado por sua avó Francisca
Goulart de Miranda, sua mãe, também Francisca, e seu padrasto, Elpídio Alvino
Nunes da Rosa, todos analfabetos. Uma vez, falando com José Saramago, o único
Prêmio Nobel português de literatura, o escritor português disse ter algo em
comum: os seus pais também eram analfabetos. Feliciano, o tio mais velho, levou
a família para Uruguaiana, onde nasceu Luiz de Miranda. Perseverando Goulart de
Miranda, seu padrinho, também ajudou a criá-lo. A mãe Francisca conheceu o
futuro pai, Alurino dos Santos, que trabalhava na ponte de Uruguaiana. Eles não
se casaram, e o homem voltou para Cambará do Sul.
Quando tinha nove anos, a família
foi para uma fazenda de uma prima-irmã de sua mãe, Juraci Goulart. Era 5 de
fevereiro de 1955, o caminhão onde eles foram virou na primeira ponte da saída
da cidade, e seu irmão, José Newton de Miranda, três anos mais novo que ele,
morreu.
Em agosto de 1966, mudou-se para
São Paulo, antes fez Curso de Guerrilha na China. Fez um curso de teatro com
Paulo Mendonça, e curso de recital de poesia com Paulo Gracindo[3], ambos em
São Paulo. Em 1967, conheceu o poeta e crítico literário Cassiano Ricardo. Ele
leu os seus primeiros dois livros, Versos ao Longe e Poemas em Preto e Branco,
e disse que eles não prestavam, mas que ele era poeta e citou alguns versos e
indicou o poeta Guilherme de Almeida, Príncipe dos Poetas brasileiros, e da
Academia Brasileira de Letras, para orientá-lo a escrever. Luiz de Miranda,
sempre rebelde, não aceitou a indicação, mas pediu conselho a Cassiano Ricardo,
que lhe indicou 25 livros sobre poesia. Depois de ler todos, o poeta rasgou os
seus dois primeiros livros e começou a partir do zero.
Ele sempre foi humilde diante do
grande escritor da literatura brasileira. Ouvia Carlos Drummond, Cassiano
Ricardo, Dyonélio Machado, Erico Verissimo, Mario Quintana, Raul Bopp e outros.
Ele tirou lições da vida e da literatura. Construiu sua visão literária com
base na literatura brasileira, portuguesa e espanhola.
Considerava-se uma pessoa que
sempre esteve perdendo: namoradas, irmão, mãe, família, casa, mas nunca perdeu
a poesia. Ele amou muitas mulheres e nunca casou nem tem filhos, participou da
luta armada contra a Ditadura Militar, tornou-se famoso e tem muita experiência
diferente na área artística, além de ter jogado futebol profissional no Sá
Viana de Uruguaiana, onde foi homenageado nos seus 60 anos com o busto de Xico
Stockinger, e está no Guiness Records como único poeta vivo com busto em campo
de futebol.
Em dezembro de 2009, Luiz de Miranda entregou seu material de entrevistas e poemas publicados pelos jornais, além de outros documentos, livros e cartas para o Espaço Delfos – Espaço e Memória Cultural da PUCRS, em Porto Alegre.
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