domingo, 20 de novembro de 2022

O FOCUS PORTAL CULTURAL HOMENAGEIA ESPERANÇA GARCIA EM 20 DE NOVEMBRO



Estátua representando Esperança Garcia na Praça da Central de Artesanato Mestre Dezinho, em Teresina. (Foto: Moacir Ximenes)


ESPERANÇA GARCIA nasceu na Fazenda Algodões, em 1751. Negra, escravizada, esposa, mãe, católica, advogada reconhecida como a primeira a exercer a função pela Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Piauí.

Em 06 de setembro de 1770, Esperança enviou uma petição ao então presidente da Província de São José do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, onde denuncia maus-tratos e abusos físicos contra ela e seu filho, pelo feitor da Fazenda Algodões. 



Esperança nasceu em uma fazenda de propriedade dos jesuítas, onde hoje fica o município de Nazaré do Piauí. Aos 9 anos de idade, quando a ordem foi expulsa do Piauí pelo Marquês de Pombal, ela foi levada como escrava para a casa do capitão Antônio Vieira de Couto. Em 6 de setembro de 1770, escreveu uma carta ao governador da Capitania do Maranhão, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, denunciando os maus-tratos que sofria. Pedia ainda para retornar à Fazenda Algodões e para ter sua filha batizada. 

Fugiu pouco depois, reaparecendo numa relação de trabalhadores escravizados da Fazenda Algodões, datada de 1778, casada com o angolano Ignácio e com sete filhos. 

A carta de Esperança Garcia é considerada a primeira petição escrita por uma mulher na história do Piauí, o que a torna uma precursora da advocacia no estado. Também é um documento importante nas origens da literatura afro-brasileira. Na data de envio, 6 de setembro, é comemorado o Dia Estadual da Consciência Negra.

Em 2017, o Memorial Zumbi dos Palmares, espaço dedicado à cultura negra em Teresina, foi reformado e reinaugurado com o nome de Memorial Esperança Garcia. No Carnaval de 2019, a Estação Primeira de Mangueira fez uma homenagem a Esperança Garcia em seu samba-enredo "História pra Ninar Gente Grande".


A carta em que fundamenta sua situação ao governador da capitania.


A CARTA: 

Eu sou uma escrava de Vossa Senhoria da administração do Capitão Antônio Vieira do Couto, casada. Desde que o capitão lá foi administrar que me tirou da fazenda algodões, onde vivia com o meu marido, para ser cozinheira da sua casa, ainda nela passo muito mal. A primeira é que há grandes trovoadas de pancadas em um filho meu sendo uma criança que lhe fez extrair sangue pela boca, em mim não posso explicar que sou um colchão de pancadas, tanto que cai uma vez do sobrado abaixo peiada; por misericórdia de Deus escapei. A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confessar há três anos. E uma criança minha e duas mais por batizar. Peço a Vossa Senhoria pelo amor de Deus ponha aos olhos em mim ordinando digo mandar ao procurador que mande para a fazenda aonde me tirou para eu viver com meu marido e batizar minha filha”

 

No Congresso Nacional do Brasil o projeto de Lei nº 3.772, de 2019, da deputada Margarete Coelho, para inscrever Esperança Garcia no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, conhecido como Panteão da Pátria.


Memorial Esperança Garcia
na avenida Miguel Rosa, em Teresina.





 

 

FONTE:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Esperança_Garcia

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